duckbea-chan

-E se eu fosse embora? Fosse embora agora?
-Hã? Do que está falando? Você não disse que iria ficar?
-Não. Não é ir embora da sua casa. É tipo... só ir.
-Só ir? Ele ainda não conseguia entender.
-É.
-Para onde?
-Para... sempre.

Quando o mundo de Uruha ruiu e não havia mais motivos para continuar... Nem por seus amigos... Ou seu amado... Não havia mais motivos para existir, mas... Continuaria pensando assim se um ser especial lhe concedesse a chance de ver o quão importante é para todos?

Em um universo alternativo, Ruki é um garoto no ensino médio que tem uma coisa que ninguém mais tem: Ele é o filho de Emi.
Uma mulher misteriosa que abandonou sua família para viver uma curta história de amor. Mais do que mãe e filho, Emi e Ruki são um para o outro, tudo o que o outro tem.
Mas Ruki está com dezesseis anos e se vê apaixonado pela primeira vez. Como se lidar com isto não fosse complicado o bastante, Ruki irá precisar de um empurrãozinho de todos os lados para perceber e aceitar que o possível amor de sua vida poderia sim ser outro garoto. Para isto ele irá contar não apenas o apoio de amigos únicos, como também com o apoio diferenciado de Emi.

“Se você não fosse gay, não estaria tão nervoso agora. Você sempre se gabou de ser o machão... E agora?
-E agora nada! Eu não devo satisfações da minha vida sexual a nenhum de vocês dois!
-Então vamos jogar! – Uruha falou com um brilho diferente nos olhos - É uma brincadeira... Você tem que ficar completamente imóvel enquanto eu vou chegando cada vez mais perto. Se você se esquivar, quer dizer que ficou com vergonha. Então vamos admitir que você é gay... Se você continuar onde está sem se afastar, quer dizer que tem muita confiança na sua masculinidade.
-O quê? Mas isso não faz o menor sentido! – explodi indignado.
-Ih, ficou ofendido é? – provocou Uruha.
-Mas que brincadeira mais imbecil, Uruha! Você nunca conseguiria provar nada com isso...
-Só tem um jeito de saber...”

AoiHa
[2/2]

[AOIHA – REITUKI] A verdade era que Yuu deveria ter adotado uma postura diferente com o irmão. Não deveria tê-lo criado com o costume de trocar selinhos, não deveria ter tomado banho com ele até uma idade tão avançada, não deveria ter dormido no mesmo quarto que o mais novo por tanto tempo.

No entanto, na lista de erros colossais que havia cometido, o que mais lhe perseguia era o fato de, incessantemente, dar esperanças à Kouyou.

Queria esquecer, esquecer a imagem dele de mãos dadas com ela, de ele beijando os lábios dela, de ele olhando para ela daquele jeito especial que sempre sonhara direcionado a si. Por isso nem percebeu que estava indo rápido demais, ultrapassando os carros, ruas e avenidas, ou no vento que entrava pela sua janela, ou nas lágrimas que escorriam pelo seu rosto embaçando seus olhos...

-Realmente quer brincar? Então vai ter que me pegar primeiro. -Gritei já na porta da biblioteca. Ouvi Aoi resmungar uns palavrões enquanto corria atrás de mim...
Minha vida nem sempre foi essa loucura. Eu era um garoto normal. Eu estudava (Ainda frequento a escola), eu saia com meus amigos, me divertia e até tinha uma namorada. Mas esse moreno sexy e safado me fez perder tudo isso e resolveu me usar como se eu fosse um brinquedo.
Senti meu corpo perdendo o equilíbrio e logo fui ao chão. Quando me virei, Aoi estava em cima de mim impedindo-me de levantar.
-Peguei você!! Agora vamos brincar. -O moreno me lançou um olhar safado e deu um selinho em meus lábios antes de começar a me arrastar pelo chão.
Ah, mas eu ainda acabo com a raça desse filho da puta. Shiroyama Yuu irá se arrepender de um dia ter me conhecido e se arrepender mais ainda de ter me tocado e feito eu me sentir uma completa vadia.

-Consegue ver Ruki ?

-Não vejo nada alem de um homem digno de pena Uruha-san.

O outro riu e lambeu os lábios, vendo o resto dos prisioneiros ir chegando aos poucos, adentrando os portões de onde jamais sairiam .

-Não. Mais que isso… Eu posso ver a morte caminhando ao lado deles.