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Dizem que quem fuma maconha é esquecido... O que eu ia escrever aqui mesmo?

Pablo Escobar, safada, cadelinha por mim e outras coisas que a menina da sala de literatura que eu achava que estava morta é.

Ah, o nome dela é Luz Noceda, me lembrei.

Furiosa atravessei aquela porta com tamanha brutalidade que tive que virar-me checando se a mesma não havia ido ao chão.


Meu irmão assustado me seguiu, virei meu rosto tentando esconder as lagrimas quentes que molhavam minhas bochechas.


- Mabel vamos conversar... - pediu - deixe-me explicar... - desci meus olhos para a barra de meu vestido tentando conter os soluços que tremiam de forma assustadora todo o meu corpo.


- Você não tem que explicar nada.. - force-me a dizer - Eu não quero te ouvir... - sussurrei a ultima parte, soltei o tecido pesado que era a saia do longo vestido e levei minhas mãos ao rosto tentando limpar nervosamente as lagrimas que teimavam em cair.


- Mabel... Por favor.. - implorou, sua voz transbordava muitos sentimentos mas aquele que mais se destacava era a Culpa.. - Tente me entender...


Sorri sarcástica, girei os calcanhares fitando com raiva os olhos castanhos que um dia me trouxeram calma.


- Te entender? Te Entender??!! - Ri - NÃO! Eu não quero te entender Dipper! Eu não quero entender nada! Estou cansada disso! Desses seus joguinhos, dos segredos, dessa casa que você insiste tanto em chamar de lar, estou cansada de TUDO e de TODOS!! - Soltei por fim sentindo que o nó que antes me sufocava desaparecia aos poucos.


- mabel...


- Eu te odeio Dipper... E odeio também... acima de tudo.... Você. - inclinei meu olhar para o pinheiro enorme ao nosso lado onde, no primeiro galho, um homem loiro de olhos dourados e roupas extremamente chamativas observava nossa conversa, um sorriso cresceu em seus lábios, um sorriso que, assim como todos os outros que já enfeitaram sua face, transbordava malicia.