escrita por ronaldrenderson Em andamento
Capítulos 2
Palavras 8.626
Atualizada
Idioma Português
Categorias Dungeons & Dragons
Gêneros Ação, Aventura, Comédia, Conto, Crônica, Drabs, Drabble, Droubble (Minicontos), Drama / Tragédia, Epopeia (Épico), Fábula, Família, Fantasia, Ficção, Ficção Adolescente, Gay / Yaoi, Lésbica / Yuri, LGBTQIAPN+, Literatura Erótica, Luta, Magia / Misticismo, Mistério, Saga, Terror e Horror, Universo Alternativo
Há muito tempo, quando o reino de Alderon esteve à beira da aniquilação, o céu se tingiu de vermelho, e a terra tremeu sob o avanço das hordas sombrias lideradas por Draugoth, o Conquistador. Suas legiões — criaturas bestiais e magos das trevas — ameaçavam extinguir a luz e mergulhar o mundo em escuridão eterna.
No coração daquela tempestade de desespero, ergueu-se um homem: Darius, o Rei Guerreiro. Empunhando a lendária espada que carregava seu nome, ele enfrentou as forças da escuridão com uma coragem tão feroz que inspirou seu povo a resistir, mesmo diante de probabilidades impossíveis.
A batalha decisiva travou-se nos vastos campos de Eldranor. O exército de Alderon, reduzido e exausto, reuniu suas últimas forças para enfrentar a noite que se aproximava. Montado em seu fiel cavalo de guerra, Darius avançou à frente de seus homens, liderando um ataque direto contra o próprio Draugoth.
O duelo entre os dois titãs foi como o choque de mundos antigos. A Espada de Darius, forjada com magias ancestrais, era a única arma capaz de resistir ao poder sombrio. A cada golpe, a lâmina cortava a escuridão, iluminando brevemente o campo de batalha; enquanto Draugoth, com magias tão profundas que pareciam devorar a própria luz, contra-atacava com fúria.
Apesar de sua força incomparável, Darius sabia que a vitória absoluta lhe era inalcançável. Em um ato de sacrifício supremo, ele canalizou toda a energia da espada em um único ataque final, quase destruindo Draugoth e selando suas tropas dentro de uma tumba mágica nas profundezas das Montanhas de Eldranor. Porém, o preço foi altíssimo: a vida do próprio rei.
Com seu último suspiro, Darius confiou a espada ao Conselho dos Magos, instruindo-os a escondê-la em um santuário sagrado, protegida por feitiços que somente o sangue de sua linhagem poderia romper. Sua morte trouxe uma era de paz a Alderon — mas também um alerta sombrio.
Antes de tombar, Darius proclamou a profecia:
“Quando a escuridão cobrir o céu e a luz dividir as sombras, duas almas nascerão sob o mesmo momento, ligadas não pela carne, mas pelo destino. Irmãos de caminhos opostos, descendentes do bem e do mal. Apenas o sangue deles poderá despertar o verdadeiro poder da lâmina.”
Assim, o nome de Darius se tornou lenda, e sua espada, um símbolo eterno de esperança, sacrifício e vigilância.
1000 anos depois...
Aedryn, a maior cidade do reino de Alderon, era um espetáculo para os olhos. Suas imponentes muralhas de pedra branca se erguiam contra o horizonte, protegendo um labirinto de ruas movimentadas, mercados vibrantes e edifícios majestosos. No coração da cidade, erguia-se o Palácio Real, lar do rei Mursil Atitih, soberano de Alderon. Conhecido por sua autoridade firme, mas justa, o rei governava a partir de sua fortaleza dourada, cujas torres brilhavam à luz do sol, visíveis de quase toda a cidade.
As feiras de Aedryn eram famosas em todo o reino. Mercadores de terras distantes exibiam suas mercadorias em barracas coloridas, vendendo especiarias exóticas, tecidos luxuosos e artefatos antigos. O ar era tomado pelo aroma de pão recém-assado e carne temperada, enquanto vozes se misturavam em uma sinfonia caótica de negociações.
Entre os visitantes da cidade estavam Zaratras e seus amigos, que viajavam com o grande mago Eldarion. Enquanto isso o Eldarion deixou as crianças na feira e foi ao castelo conversar com o rei e buscar conhecimento com alguns magos locais e no meio à multidão, Zaratras e Halwin caminhavam entre as tendas de relíquias e objetos misteriosos.
Halwin:
(pegando um pequeno amuleto)
Veja isso, Zaratras. A gravação é estranha… símbolos que nunca vi antes.
Zaratras:
(passando os dedos sobre o metal)
Parece algo da era dos Primeiros Reis. Talvez até mais antigo.
Halwin: Você acha que tem alguma magia?
Zaratras:
Possivelmente. Mas artefatos assim nem sempre guardam poder. Alguns só carregam histórias esquecidas.
Halwin:
(rindo)
Então você não sente nada? Nenhuma vibração, nenhuma energia?
Zaratras:
(sorri)
Ainda não. Mas se fosse perigoso, já teria sentido.
Halwin:
Se não tem poder, por que alguém venderia por um preço tão alto?
Zaratras:
(pensativo)
Talvez porque o valor esteja no que representa… ou na ignorância dos compradores.
Halwin:
(segurando outro item)
E esta adaga? Parece bem antiga também.
Zaratras:
(examinando)
Ferro negro… Esta pode ser dos tempos das Guerras da Unificação. Provavelmente um símbolo de lealdade.
Halwin:
Fascinante… O que acha de levarmos algo?
Zaratras:
(suspeito)
Algo me diz que não devemos nos demorar aqui.
O som do mercado era um misto de vozes e risadas até que um grito ecoou pelo ar:
"PEGA LADRÃO!"
Zaratras e Halwin se entreolharam, mas antes que pudessem reagir, três figuras surgiram no meio da multidão, correndo em disparada. Eram Tharos, Fenric e Digrin, cada um com expressões que misturavam desespero e diversão.
Tharos:
(ofegante)
CORRAM!
Fenric:
(gritando)
NÃO OLHEM PRA TRÁS!
Digrin:
(rindo)
Na verdade, olhem sim… e depois corram mais rápido! Atrás deles, um grupo de guardas reais empurrava feirantes e derrubava cestos de frutas enquanto avançava na perseguição.
Halwin:
(incrédulo)
O que vocês fizeram?!
Tharos:
(correndo ao lado dele)
Digamos que… um pequeno mal-entendido com um mercador de tortas.
Zaratras:
(desviando de uma carroça)
Me digam que vocês pagaram por elas!
Digrin:
(rindo)
Tecnicamente, sim! Fenric pagou com promessas de amizade eterna!
Fenric:
(gritando para trás)
ELE NÃO ACEITOU!
A multidão se abriu enquanto os cinco corriam. Passaram por barracas, quase trombaram com um velho que carregava um saco de trigo e derrubaram um vendedor de peixes, espalhando tudo pelo chão.
Halwin:
(torcendo o nariz)
ÓTIMO! Agora cheiramos a peixe podre!
Tharos:
(bufando)
Menos conversa e mais corrida!
Eles entraram em um beco estreito, pularam por cima de caixotes e quase trombaram com um burro teimoso que bloqueava a saída.
Zaratras:
(empurrando Digrin)
Sobe nele!
Digrin:
(tentando montar)
Eu não sei como se monta num burro!
O animal, claramente não impressionado, soltou um relincho e jogou Digrin no chão.
Fenric:
(rindo)
Bom plano, gênio!
Quando finalmente viram uma saída, pensaram que tinham escapado… até que deram de cara com cinco guardas reais armados, bloqueando a rua.
Guarda:
(sorrindo)
Fim da linha, pestinhas.
Os amigos pararam abruptamente, ofegantes. Por um momento, apenas o som de sua respiração pesada preenchia o beco.
Tharos:
(sorrindo nervoso)
Alguma ideia brilhante?
Zaratras:
(suspirando)
Sim. Vamos fingir que somos turistas perdidos.
Halwin:
(sussurrando)
Isso nunca funciona.
Após sua audiência com o rei Mursil Atitih, Eldarion caminhava com passos firmes pelas ruas de Aedryn, dirigindo-se ao local dos magos. A cidade fervilhava de vida, como sempre, mas algo incomum chamou sua atenção. Um grupo de mercadores discutia acaloradamente, apontando para o chão coberto de tortas esmagadas, frutas espalhadas e um burro irritado que relinchava sem parar.
O velho mago franziu a testa e se aproximou.
Eldarion:
O que está acontecendo aqui?
Um mercador de avental manchado se virou, claramente indignado.
Mercador:
Ah, senhor, foi um grupo de pestinhas! Um alto e desajeitado, um baixinho com cara de travesso, um com cabelo desgrenhado, outro parecia um nobre, mas fugia como um rato… e o último tentava montar num burro como se fosse um cavaleiro!
Eldarion suspirou pesadamente. Ele não precisava de mais detalhes. Sabia exatamente quem eram os responsáveis por aquela confusão.
Eldarion:
(massageando as têmporas)
Eu deveria ter previsto isso…
O mago ajeitou o manto e respirou fundo antes de seguir o rastro do caos deixado por seus pupilos.
Os cinco amigos estavam de joelhos diante dos guardas reais, cercados e sem saída. Um dos guardas, um homem corpulento com um elmo ornamentado, caminhou lentamente ao redor deles antes de pigarrear e anunciar:
Guarda:
(tom severo)
Segundo as leis de Aedryn, forasteiros que cometem crimes são condenados à morte. Já aqueles que pertencem à cidade passam cinco anos na prisão e mais três anos prestando serviço à coroa.
O silêncio foi quebrado por uma risada rouca e sombria. Um dos soldados, um homem de olhar cruel e um sorriso torto, puxou sua espada e apontou para Tharos.
Soldado: (rindo) Mas vocês são forasteiros… Então, acho que começaremos por você.
O tempo pareceu desacelerar. A lâmina cintilou ao ser erguida, pronta para descer sobre Tharos. Mas antes que o golpe pudesse ser desferido, um corpo se jogou na frente.
Digrin:
(gritando)
NÃO!
O impacto foi imediato. A espada atravessou Digrin sem hesitação. O sorriso do soldado se manteve enquanto ele empurrava o corpo do jovem para o lado como se fosse um simples obstáculo.
Tharos:
(horrorizado)
DIGRIN!!!
O soldado então ergueu a espada novamente, pronto para terminar o serviço. Mas antes que ele pudesse atacar, um vento furioso varreu a rua, jogando os cinco soldados para longe como se fossem folhas secas.
Eldarion havia chegado. Seu manto esvoaçava com a força da magia conjurada, e seus olhos brilhavam em fúria.
Eldarion:
(voz firme)
Quem ousa levantar a espada contra meus pupilos… enfrentará a minha fúria!
Quando a poeira baixou, apenas o silêncio restava, cortado pelos soluços de Tharos ao lado do corpo de Digrin.
O choque do ataque de Eldarion foi tão grande que, em questão de minutos, o local se encheu de curiosos. Comerciantes abandonaram suas barracas, cidadãos se aglomeraram ao redor da cena, e os murmúrios se espalharam como fogo em palha seca.
Cidadão 1: Você viu aquilo? Um mago conjurando ventos poderosos no meio da cidade!
Cidadão 2: E ele derrubou os guardas reais! Isso nunca aconteceu antes!
Cidadão 3: O rei precisa saber disso…
E de fato, a notícia correu rápido. O rei Mursil Atitih estava em sua sala de audiências, discutindo questões de governança com seus conselheiros quando, repentinamente, um mensageiro entrou apressado, interrompendo a reunião.
“Majestade,” o mensageiro disse, com a voz tremendo de urgência. “Há um tumulto nas ruas, e a guarda está tendo dificuldade para controlar a situação. Parece que um grupo de jovens foi capturado e... uma confusão terrível está acontecendo. O povo está agitado, e os guardas estão pedindo por sua intervenção.”
Sem hesitar, o rei se levantou de sua cadeira, seu manto real caindo com suavidade sobre os ombros. Ele ajustou sua coroa dourada, que refletia a luz das tochas, e olhou para os conselheiros com um olhar severo.
“Eu vejo que a paz de Aedryn está sendo ameaçada. Que isso não se repita!” Mursil disse em tom firme.
Ele saiu da sala, com passos rápidos e decididos. Quando cruzou os corredores de pedra do castelo, o som dos seus sapatos ecoou pelas paredes silenciosas, mas não havia tempo para perder. Seus guardas pessoais o acompanhavam, e, ao sair pelas portas principais, o rei se dirigiu diretamente à carruagem real. Sua presença era imponente, e sua postura inabalável mostrava a todos que ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio.
A carruagem do rei, adornada com os brasões reais, foi preparada imediatamente. As cortinas foram levantadas, revelando o interior luxuoso, onde o rei se acomodou com a dignidade que lhe era característica. Os cavalos relincharam e começaram a puxar a carruagem, e logo o comboio real iniciou seu trajeto pelas ruas movimentadas de Aedryn.
Conforme avançavam pelas ruas da cidade, as pessoas começaram a notar a aproximação da carruagem. O murmúrio se espalhou rapidamente: “O rei está vindo!” E as multidões, que até aquele momento estavam frenéticas e confusas, começaram a se afastar para dar passagem.
A carruagem foi se aproximando cada vez mais do local onde os guardas tentavam controlar a confusão. O som de gritos e os ecos da luta começaram a se intensificar, e o rei sentiu o peso da responsabilidade aumentar a cada metro que percorria. Ele sabia que, para manter a ordem e a paz, era preciso agir com firmeza. Quando a carruagem chegou ao ponto em que a multidão estava mais densa, os guardas reais se abriram para formar um caminho. Mursil Atitih saiu da carruagem com uma calma inabalável, mas seus olhos estavam alerta, buscando entender o que realmente estava acontecendo.
Com um leve movimento da mão, ele sinalizou para os guardas que se afastassem. Aproximou-se de Eldarion, e sua voz grave ecoou por entre as pedras da praça.
“Eldarion, o que está acontecendo aqui?” ele perguntou, sua expressão impassível, mas sua presença inegavelmente imponente.
O rei Mursil Atitih manteve seu olhar fixo em Eldarion, esperando uma explicação. A multidão ao redor prendeu a respiração, enquanto os soldados se posicionavam, prontos para agir caso o rei ordenasse.
Rei Mursil:
(tom firme)
Quem ousa atacar meus guardas na minha cidade? Você sabe o que isso significa, mago?
Eldarion, impassível, cruzou os braços e manteve a voz calma, mas carregada de autoridade.
Eldarion:
Significa que seus homens estavam prestes a executar crianças indefesas sem um julgamento adequado. Eu não podia permitir tamanha injustiça.
O rei estreitou os olhos, analisando as palavras do mago. O silêncio se estendeu, quebrado apenas pelos soluços das crianças ao fundo.
Tharos:
(chorando)
Digrin... ele se sacrificou por mim...
Fenric:
(entre lágrimas)
Ele não merecia isso…
O rei desviou rapidamente o olhar para os jovens encolhidos no chão, ainda tremendo com o choque da perda. Sua expressão se suavizou por um breve momento, mas logo retomou sua seriedade.
Rei Mursil:
As leis de Aedryn são claras. Forasteiros que cometem crimes são condenados à morte. Se os seus pupilos causaram problemas... eles trouxeram isso para si.
Eldarion deu um passo à frente.
Eldarion:
Eu lhe pergunto, rei Mursil: condenaria crianças sem ouvir suas versões? Matar um jovem inocente é o tipo de justiça que sua coroa defende?
A multidão murmurou. O questionamento de Eldarion fez muitos ali trocarem olhares incertos. O rei ficou em silêncio por um momento, ponderando.
O rei Mursil manteve o olhar firme sobre Eldarion, mas respirou fundo antes de falar novamente.
Rei Mursil:
(tom severo)
As leis de Aedryn são inegociáveis, mago. Mas como vocês são jovens e um de vocês já pagou com a própria vida... não desejo derramar mais sangue esta tarde.
A multidão murmurou, surpresa com a declaração do rei. Ele ergueu a mão para silenciá-los antes de continuar.
Rei Mursil:
Farei uma concessão. Em vez de condenar todos vocês à morte, apenas aquele que cometeu o crime será preso.
Os jovens se entreolharam, o pânico crescendo em seus olhos. Tharos, Fenric e Digrin foram os que haviam fugido primeiro, mas nenhum deles queria admitir a culpa.
Halwin:
(voz hesitante)
Majestade... não há como fazermos outro acordo?
Rei Mursil:
(frio)
Minhas leis já foram questionadas demais hoje, garoto. Escolham. Ou todos morrem... ou apenas o culpado será levado.
A tensão pesava sobre os ombros de cada um. O que aconteceria agora?
Fenric fechou os olhos e suspirou, sentindo o peso da decisão. Com a voz trêmula, começou a levantar a mão.
Fenric:
(hesitante)
Majestade... fui eu quem—
Antes que pudesse concluir, Zaratras deu um passo à frente e ergueu a voz.
Zaratras:
Fui eu.
A surpresa foi imediata. Fenric arregalou os olhos e sussurrou desesperado:
Fenric:
(baixo)
Zaratras, não...
Mas Zaratras manteve o olhar fixo no rei, sua expressão determinada.
Zaratras:
Eu sou o culpado. Levem-me e deixem os outros irem.
O rei Mursil o encarou por alguns segundos, estudando sua postura. Por fim, assentiu lentamente.
Rei Mursil:
Muito bem. Então minha sentença está dada. Guardas, levem-no.
Antes que os soldados pudessem avançar, Eldarion interveio.
Eldarion:
(tom urgente)
Espere, majestade! Este garoto... ele é meu pupilo. Eu o conheço. Ele não faria isso.
O rei ergueu a mão, interrompendo Eldarion.
Rei Mursil:
Um crime foi cometido. Uma regra foi quebrada. Não posso simplesmente ignorar isso por causa de sua afeição, mago.
Eldarion apertou os punhos, os olhos carregados de preocupação.
Eldarion:
(baixo, quase suplicante)
Há outra maneira... deve haver outra maneira...
Mas o rei manteve sua decisão.
O tempo passou implacável, levando consigo a inocência da juventude e substituindo-a pela sabedoria das cicatrizes. O garoto que um dia se entregou para salvar seus amigos agora era um jovem homem, moldado pelos anos de prisão e serviço à coroa.
Zaratras, agora com 17 anos, sentia o peso da experiência em seus ombros. Durante os últimos três anos, enquanto prestava serviço ao reino, um laço inesperado se formou entre ele e o rei Mursil Atitih. O monarca, que um dia foi o responsável por sua sentença, viu nele algo raro—uma determinação inquebrantável, uma chama que nem mesmo a dureza do castigo conseguiu apagar.
Nos corredores silenciosos do castelo, longe dos olhos dos conselheiros e soldados, o rei e Zaratras compartilharam conversas que moldaram ambos. O jovem prisioneiro se tornou um confidente, e o rei, um mentor velado.
Agora, faltava apenas uma semana para o aniversário de Zaratras. O destino havia sido gentil em um aspecto: o rei, reconhecendo sua lealdade e desejando que ele voltasse para sua terra natal, decidiu libertá-lo antes do tempo.
As grandes portas do castelo se abriram lentamente, deixando entrar a luz pálida do amanhecer. Zaratras ficou diante do rei Mursil Atitih, com o coração acelerado. Após oito longos anos, a liberdade finalmente estava ao seu alcance.
O rei, com suas vestes reais impecáveis, olhava para o jovem à sua frente com um misto de autoridade e algo mais discreto—um respeito silencioso.
Rei Mursil:
(cruzando as mãos nas costas)
Sabe, Zaratras… quando você chegou aqui, eu o vi como nada além de um garoto imprudente. Mas agora… vejo um homem diante de mim.
Zaratras, de cabeça erguida, manteve o olhar firme. Não era mais uma criança assustada, mas alguém que entendia o peso de suas escolhas.
Zaratras:
(com um meio sorriso)
A vida aqui me ensinou mais do que eu imaginava, Vossa Majestade.
O rei assentiu lentamente e deu alguns passos à frente, parando ao lado do jovem.
Rei Mursil:
(voz mais baixa)
Durante esses últimos três anos, aprendi a admirar sua lealdade e determinação. Você não apenas sobreviveu… você prosperou.
Zaratras soltou um suspiro e olhou para o horizonte além dos portões.
Zaratras:
(pensativo)
Por muito tempo, achei que jamais sairia daqui. Que meu destino estava selado dentro dessas muralhas.
O rei pousou uma mão pesada em seu ombro.
Rei Mursil:
(com seriedade)
Mas eu sabia que você merecia mais. É por isso que estou lhe dando algo que poucos recebem… uma segunda chance.
Zaratras virou o rosto para ele, surpreso.
Zaratras:
Está me libertando antes do tempo… por quê?
O rei sorriu de canto.
Rei Mursil:
(com leveza)
Porque um certo rapaz de olhos brilhantes me fez lembrar de algo que eu mesmo esqueci com o tempo. Nem todo homem que erra merece ser definido por isso.
Zaratras sentiu um nó na garganta, mas manteve-se firme.
Rei Mursil:
Vá. Volte para sua terra, para aqueles que o aguardam. Mas lembre-se… (pausa) esta não é uma despedida.
Zaratras franziu o cenho, confuso.
Zaratras:
Como assim?
O rei deu de ombros e olhou para o horizonte.
Rei Mursil:
O destino tem formas engraçadas de nos unir novamente. Quem sabe um dia nossos caminhos se cruzem… mas até lá, viva, Zaratras. Viva por aqueles que não puderam.
O jovem mago respirou fundo e assentiu. Com um último olhar respeitoso ao rei, deu um passo à frente e cruzou os portões. O vento frio da manhã soprou contra seu rosto, carregando o cheiro de liberdade.
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