Sehun era um viciado em busca de tratamento, em busca de sua redenção. Ele só não esperava que BaekHyun se transformasse em seu maior vício, o ponto de desordem de toda a sua vida e o único que poderia salvá-lo, mas que também precisava ser salvo.
Baekhyun não deveria ter provocado seus três maridos. Eles eram ciumentos e não poupariam esforços para fazê-lo esquecer o nome do tal novo estagiário.
Oh SeHun estava cansado de sentir-se ansioso toda vez que aquele garoto de boné e skate na mão entrava em seu estúdio de tatuagem, admirando as paredes com pinturas, as coleções e seu portfólio, mas nunca lhe dando nada além dos olhares furtivos e sinais de nervosismo. Porém, naquele dia em especial, o tatuador é finalmente agraciado com a decisão do menino em fazer um desenho na pele. Em três sessões, SeHun estava certo que comporia muito mais do que uma simples tatuagem.
O amor não veio com instruções e Baekhyun teria que descobrir por si só as consequências de ceder aos seus desejos e acabar por mexer com sensações, até então, desconhecidas. Em doses intensas, emaranharam-se na droga que mais os saciava — e ao mesmo tempo mais os feria: um amor não declarado.
Porque com Baekhyun não era nada além de pele com pele, prazer por prazer. Tinha certeza que, um dia, seria forte o suficiente para manter-se longe de Park Chanyeol. Porém, aquela barreira desfazia-se aos poucos e mostrava o que mais temia: Chanyeol era seu novo vício... E não era somente físico.
Quanto custaria subornar o próprio coração e dá-lo uma dose de imparcialidade e compaixão?
No banheiro, na sala de detenção, no vestiário, atrás da quadra, na biblioteca, "divertiram-se" em todos esses lugares sem que ninguém soubesse, nem mesmo os amigos mais próximos. Além de namorados, tornaram-se confidentes, amigos inseparáveis, amante um do outro. Ambos eram diferentes, mas complementares. BaekHyun prezava a submissão e SeHun não abria mão de dominar as coisas do jeito que bem entendia. Uma dupla perfeita.
Sehun era o maldito ex-namorado do seu melhor amigo, um cara que não sabia medir bem as palavras, não frequentava uma faculdade e vivia em um apartamento mofado de esquina. Porém, ele tinha olhos que sorriam, uma pele cheia de pintinhas, um gosto particular por dançar sozinho e simplesmente era bonito de um jeito que BaekHyun não sabia explicar.
Uma beleza condenada.
Porque Sehun estava morrendo.
"Okay, vamos parar por um segundo para entender a situação; 1) eu tinha acabado de ver um garoto teoricamente morto em alto mar, e decidi dar uma de herói da nação, pulando para salvar o infeliz; 2) ninguém que estava comigo no barco, aparentemente, tinha me visto pular; 3) o barco provavelmente estava seguindo seu rumo, enquanto eu ficava para trás; 4) eu, com toda a certeza do mundo, estaria morto em poucos minutos. Mas quem liga para pensamentos racionais? Pelo visto, eu não ligava."
Tudo o que Baekhyun queria da vida era: 1) Ficar rico vendendo tapetes velhos enquanto enganava seus clientes trouxas; 2) Comer chocolates belga; 3) Sobreviver às constantes ameaças de morte que sofria de seu melhor amigo.
Mas quando ele decide invadir uma casa abandonada para roubar um tapete, ele descobre que vendas de garagem sem uma garagem são um tanto suspeitas, chocolates belgas também são fabricados na China, e a difícil realidade de que, sim, gênios existem! E eles só te concedem um desejo. Além de tudo, Baekhyun ainda teria que libertar os seus poderes.
Logo ele, que como herói, era um ótimo trambiqueiro.
Porque o destino errou feio em juntar dois jovens depravados daquela forma. Porque o mais novo estava entediado e foi procurar diversão no mais velho e ...Ah, o caçula é um perigo!
Depois de algumas cervejas, uma música sobre amor tocando no rádio antigo e com a espuma da banheira se desfazendo, BaekHyun provaria a Sehun que eles brilhavam no escuro.
E que era amor.
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