Fanfics de Histórias Originais com o gênero Crônica - Tag Originais sem a tag Tragedia

"De repente, o teto me parece muito interessante. Não vejo nada de novo, mas eu sei que ele tá sempre ali. Aliás, acho que é isso: o fato dele estar sempre ali."

e eu respondia que foi ela que me deu esse nome, e ela contestava: MAS EU NÃO FIZ VOCÊ PRA SER ESCRITOR.

Clara ganhou de seus pais um rádio. Pequeno, sem muitos adereços e talvez até simples, mas que lhe permitiu ouvir as estações 7, 16, 25, 34 e todas as outras de sua vida também.

Aurora sempre foi pequena. Pensava pequeno, sentia-se pequena perante as pessoas. Porque era assim que ela era, pequena. Muito boazinha e inocente.

Certo dia, sua mamãe, que era grande, preocupada consigo e com seu instinto materno aflorado, trancou-a em um potinho, dizendo a ela que era para o meu próprio bem.

E foi a partir daquele dia que os seus anos de solidão começaram.

[ Temática: Conto sobre mães super protetoras ]

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"O que você diz é bonito, soa como se fosse uma declaração. E é, não é? Eu sei que sim, então: você pensa com o coração, escreve com o que está em você. Eu gosto. As pessoas gostam, se identificam. Você devia seguir nisso, de verdade, você é bom."

descobri que não sou um sujeito apegado às pequenas coisas da vida, nem às grandes, nem às médias, a constatação me deixou meio deprimido, momentos, memórias, pessoas, são só nuances de egoísmo e traumas acinzentados.

morte e outras clicherias vendem livros, mas não farão de você um bom escritor.
eu sento na poltrona e penso se quero ser rico ou talentoso.

A culpa foi minha, pensei em dar uma festa, convidar todos os meus amigos, e foi o que fiz: por isso estávamos a sós. Mas ainda tinha rum, vinho, cachaça e sentimentos incompreensíveis.

– Vou resolver teu problema – disse a cigana. – Me dá setenta e cinco, com o restante do dinheiro você compra um salgado na lanchonete duas quadras à esquerda. Na terceira mordida, você vai encontrar uma nota de cem.

(pensei, não falei, porque de alguma forma inusitada e profanamente sacramentada, tipo o prólogo do anticristo de Nietzsche, eu ainda tinha amor à vida – e erva nos bolsos de trás da mochila).