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História 03. Dive - Capítulo Único.


Escrita por: proliterario e p4lmita

Notas do Autor


Olá, pessoas!
Está é a terceira história do projeto FICSTAPE do álbum novo do Ed Sheeran, Divide.
No qual, a cada dia, postamos uma oneshot em referência a respectiva música do CD.
Desta vez, a equipe do PL traz Dive, escrita com muito carinho pela @p4lmita!

Esperamos que gostem!

Capítulo 1 - Capítulo Único.


Eu não imaginava que voltar a aquela cidade faria eu me sentir diferente, talvez porque eu soubesse que ela estava lá, na verdade que ela vivia lá, e que talvez ela estivesse assistindo a essa porcaria de entrevista em sua televisão. Ainda era difícil para mim mesmo depois de tanto tempo... Anos, para ser mais específico.

Eu poderia dizer que ainda sinto muito pela maneira como as coisas terminaram, como eu fui fraco e egoísta, como eu não me importei quando a deixei ir e se ela estivesse assistindo iria finalmente saber que eu nunca tive a intenção de machucá-la.

Aquele mar de repórteres estava me tirando do sério, eu não queria estar aqui e nem de longe gostaria de responder perguntas sobre qualquer tipo de assunto, flashes eram disparados contra meu rosto e cada um deles me trazia a lembrança de uma parte dela, do seu olhar e seus cílios marcantes, da maciez dos seus lábios tocando os meus, sua risada que sempre me fazia bem quando tudo parecia desmoronar.

— Dylan! — Senti Alex me cutucar e voltei a minha realidade.

— Sim? — Olhei para imensa plateia na esperança de quem fez a pergunta repetir o que disse.

— Quais são suas expectativas para os shows aqui? — Um jovem rapaz pronunciou-se.

— São as melhores! — Respondi animado. — Todos sabem como eu amo Londres.

— Ama Londres ou o que tem nela?! — Ouvi a piada que ecoou no grande salão e imediatamente senti referência a ela junto com todas aquelas gargalhadas de ironia.

Revirei meus olhos na tentativa de mostrar meu desconforto, mas, foi em vão, outra pergunta relacionada a ela veio à tona.

— Você já a viu desde que chegou ou estava muito ocupado usando drogas? — Uma mulher loira surgiu com a pergunta.

— Perguntas desse tipo não serão permitidas nessa coletiva. — Ben empresário da banda tomou a frente.

— Mas, é sobre o que todos queremos saber... — Outro repórter comentou.

— A coletiva é sobre a ban... — Ben foi interrompido.

— Dylan, você não se sente confortável para falar da única coisa boa que você teve desde o início da sua carreira? — Senti meu coração disparar ouvir essa pergunta e logo depois a raiva subiu ao meu consciente.

Levantei um tanto desajeitado e derrubei tudo o que existia na mesa a minha frente, os garotos me encaravam normalmente, pois, já estavam acostumados a esse meu tipo de comportamento, mas, mesmo assim fui repreendido. 

— Cara, por favor... — Peter pediu.

— Foda-se! — Gritei. — Ela foi a melhor coisa da minha vida, mas, ela me deixou quando eu mais precisava dela e ela não voltou, ela nunca voltou, eu esperei dias, meses até conseguir retomar minha vida e ainda não retomei... — Engoli seco. — Mas, vocês nunca vão entender isso, porque vocês estão preocupados com matérias e fotos e escândalos, porque é assim que vocês sobrevivem... — Abaixei a cabeça e passei a mão no cabelo calculando cada palavra que poderia sair da minha boca. — Sei que foi demais para ela um namorado drogado, e que ninguém é obrigado a aguentar essa carga, mas, e esse tal sentimento que vocês chamam de amor e que eu nunca acreditei?! Ele não resiste a tudo? Então por que ela não ficou? — Deixei duas lágrimas escorregarem pelo meu rosto. — Por que ela foi embora?

— Porque eu fui covarde. — Eu reconheci sua voz no mesmo momento, levantei minha cabeça um tanto devagar. — Eu estava com medo. — Ela me encarou com os olhos marejados.

— Merda! — Xinguei qualquer coisa que estava ao meu redor, dei as costas e fui em direção ao camarim.

— Dylan, espere! — Ouvi sua voz um tanto fraca entre os zumbidos das outras pessoas.

Eu estava tão nervoso que além das mãos, minhas pernas não paravam de tremer e eu não fazia ideia de que forma eu iria me conter, eu não sabia o que era certo a se fazer, depois de dois anos, um reencontro dessa maneira não era o que eu esperava, vê-la aqui não era o que eu esperava, não passava pela minha cabeça nem ir atrás dela, essa volta de turbilhões de sentimentos não estava nos meus planos porque eu sabia desde o início como eu iria me sentir. Apressei meu passo e entrei no meu camarim procurando qualquer coisa líquida que pudesse me relaxar e o que eu encontrei foram apenas algumas cervejas no frigobar, abri uma delas e tomei meia garrafa de uma vez, na tentativa frustrada do álcool gritar toda a sobriedade dentro de mim.

Escutei a tranca da porta e me dei o trabalho de olhar para trás. E lá estava ela mais bonita do que nunca, com seus cabelos soltos e um sorriso de canto, passando a mão pelo seu vestido azul florido e um olhar de aprovação como na primeira vez que nos vimos.

— Como a primeira vez, não é? — Ela respirou fundo. — Nós estávamos em um camarim e eu estava com o cabelo azul. — Ela riu. — E você com o cabelo cinza, mas, fica tão melhor loiro, eu espero que você saiba disso. — Revirei meus olhos e dei outro gole na cerveja, fingindo não me importar, mas, eu adorava como ela lembrava de cada detalhe. — Eu estava tão nervosa esperando a sua aprovação, você nem olhou para as outras garotas, veio direto em direção a mim e eu fiquei pensando que você tinha gostado do meu chapéu, então você tentou dar em cima de mim. — Ela sorriu meio boba e eu a encarava sério. — Eu dei um belo tapa na sua cara porque nós sabemos que você me deixou bem irritada com toda sua arrogância aquele dia. Eu fui embora pela primeira vez. — Continuei em silêncio, esperando o desfecho da sua história. — Então você começou a mandar flores para minha escola e eu estava me sentindo o máximo, mas, você não poderia saber disso, então não respondi nenhum de seus bilhetes e nem te liguei como você me pediu em um deles. Só que você me surpreendeu.... Nunca vou me esquecer como de você abriu a porta da minha sala e se ajoelhou pedindo para sair comigo, todas as minhas amigas me encaravam com um semblante de que não acreditavam no que estava acontecendo e eu apenas conseguia pensar como você era louco, e você era. Você era louco por mim. Eu sabia disso, eu sempre soube. — Ela suspirou. Todo aquele discurso trazendo o passado à tona estava me destruindo por dentro e ao mesmo tempo fazendo com que eu me aproximasse dela, a beijasse e fizesse amor com ela ali mesmo. Mas, eu já tive o suficiente uma vez e não estava preparado para uma segunda. — Você lembra do nosso primeiro beijo? — Ela surgiu com a pergunta repentinamente.

— Porque você está aqui, Rebecca? — A fitei um tanto triste. — Eu só quero a verdade... — Dei mais um gole na minha cerveja. — Onde você quer chegar com tudo isso? 

— Eu senti tanto sua falta. — Ela correu para os meus braços e eu permaneci imóvel.

— Becca, você não me respondeu. — Fui um tanto seco.

— Eu estou aqui porque amo você, porque eu preciso de você. — Ela franziu as sobrancelhas. 

— Não, não! — Afastei ela um tanto devagar. — Não diga essas coisas se você não quer dizer, não diga essas coisas se você não acredita, se você nunca acreditou. — Coloquei a garrafa em cima da mesa próxima a nós.

— Eu cometi um erro, Dylan, e eu tive que viver com ele durante dois anos...

— Você foi embora! — A interrompi.

— Mas, eu queria saber como você estava e eu simplesmente não conseguia te encontrar... A banda tinha sumido, todos estavam dizendo que você estava em reabilitação e eu só conseguia pensar em como eu deveria ter ficado, eu deveria ter estado lá para você. — Ela segurou minha mão forte. — Quando eu soube que a banda estaria de volta e que vocês entrariam em turnê, eu desejei todos os dias que vocês viessem para cá, eu precisava ver você. — Seu rosto aproximou-se do meu.

— Você acha que pode aparecer assim e esperar que tudo volte a ser como era antes? — Entrelacei meus dedos no seu cabelo e a fiz olhar atentamente para mim. — Você não pode, Becca! — Segurei meu choro por um momento. — Porque sabe que sou louco por você e sabe que vou querer mergulhar em você, nesse sentimento outra vez. — Encostei meus lábios na sua testa e ela começou a chorar. — Sabe como sou intenso e tudo isso é demais para mim.

— Apenas vamos para casa. — Seus olhos pediam conforto. E eu sabia que ela estava falando do apartamento que eu a dei de presente no seu aniversário de 17 anos.

 

                                ...

 

Estávamos deitados na cama e aquele quarto me trazia tantas lembranças e uma das mesmas foi a primeira vez dela, eu juro que tentei ao máximo resistir a ela, mas, eu não consegui. Precisava tocar sua pele, sentir seu cheiro natural, queria fazê-la me sentir novamente dentro dela e foi isso que fizemos... saímos o mais rápido possível daquele camarim e corremos por Londres até chegar no nosso apartamento, parecia que estávamos vivendo a época do colegial, onde ela passou todas as suas férias em turnê com a banda e aproveitamos cada segundo. Tantas coisas aconteceram e não passava pela minha cabeça que dois anos depois de tudo estaríamos juntos novamente. Acariciei seus cabelos para sentir a maciez e acabei acordando-a com um sorriso simples em seu rosto.

— Senti falta disso! — Ela falou.

— Você precisa parar de dizer essas coisas... nós dois sabemos que nada vai voltar a ser como antes.

— E porque não? — Seus olhos me fitaram intensamente e demorei um tanto a responder.

— Porque você faz isso comigo garota? — Ri fraco e ela me acompanhou, logo depois fixou seu olhar no relógio em cima do criado-mudo e assustou-se. — O que houve? — Perguntei enquanto ela levantava da cama.

— Eu tenho que ir para faculdade. — Ela respondeu e eu a puxei de volta para cama. — Eu estou falando sério. 

— Não pode faltar hoje? — Acariciei sua mão.

— Não, preciso entregar um projeto hoje. — Eu assenti.

Coloquei toda minha roupa e a esperei terminar sua maquiagem, ela ainda insistia usar esses produtos mesmo quando eu dizia que ficava mais bonita sem. Durante toda a viagem no carro ela acariciou meus cabelos e sorria para mim de vez em quando e eu só pensava que eu novamente iria mergulhar nela. Quando estacionei meu carro em frente à sua faculdade nos encaramos por alguns segundos e ela suspirou.

— Como vamos fazer isso agora? — Perguntou.

— Eu estou em turnê e você na faculdade...

— Qual o próximo país que vocês irão? — Ela me interrompeu.

— Holanda. — Respondi com um sorriso singelo.

— Não é tão longe assim de Londres, não é mesmo? — Piscou seu olho direito chamando toda atenção aos seus cílios.

— O que você quer dizer com isso? — Arqueei uma das sobrancelhas.

— Que eu não vou estar longe dessa vez. — Ela aproximou seu rosto e pressionou seus lábios nos meus por uns segundos e depois descolou os mesmos. — Não importa o lugar.

Sorri com a sua resposta e girei a chave do carro sentindo o motor aquecer, esperei até que ela saísse e sorrisse para mim uma última vez. 

Eu realmente não sabia como as coisas iriam terminar ou se elas iriam ter um fim, eu só esperava que elas dessem certo dessa vez.


Notas Finais


Agradecemos à leitura! Qualquer dúvida, contate-nos na Ask • https://ask.fm/projetoliterario
Obrigada, @p4lmita, por ter escrito algo tão bonito para o nosso projeto ♥
Com carinho,
Equipe PL

Também disponível no Wattpad • https://www.wattpad.com/story/106023489-ficstape-divide-ed-sheeran


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