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História 2191 Days - About sudden things.


Escrita por: CupcakeAlado

Notas do Autor


IMMMMMM BACK!!!
Demorei, mas voltei por livre e espontânea pressão da amada @TodynhoDoJimin2 que MEU DEUS, TOMA ESSA ATUALIZAÇÃO CRIATURA!!! NÃO QUERIA SABER SE O JIMIN VOLTAVA? ENTÃO VAI LER ESSE CAPÍTULO, AMADA.

Aproveito aqui pra dizer que vocês são muito palpiteiros com oq ia acontecer com o menino Jeon nesse cap, mas qualquer coisa que falar aqui vai ser spoiler, então ativem a gloriosa Amor, do Landon Austin (que foi oq ouvi escrevendo esse xuxu), e podem partir pra sofrência -qqqqqq

Capítulo 5 - About sudden things.


Fanfic / Fanfiction 2191 Days - About sudden things.

Eu poderia parecer como um grande babaca por ter certas atitudes – ou senão um gênio, segundo Yoongi quando presenciou a cena da bebida que ocorrera anteriormente. Mas a questão é que eu não tinha mais paciência para ouvir aquelas frases tão supérfluas que Seunghyun dizia toda vez que brigávamos.

Se até mesmo Jimin que viveu comigo durante anos, não sabia direito como reagir quando brigávamos, pois admito ter um temperamento desnecessariamente forte, quem dirá o Choi conseguiria meu perdão tão fácil.

Tudo bem que sempre discutiamos, mas daquela vez ele havia ultrapassado os limites ao ofender tão diretamente Jimin e até eu mesmo, ainda vindo se perdoar e falando ainda mais idiotices que achava saber sobre minha vida. “Há muito no mundo além dele”, disse o alfa que certamente daria tanta emoção quanto entrar e sair do seu escritório.

Bufei alto pela enésima vez e ouvi o risonho de Yoongi ao meu lado na mesa.

— Pare de pensar tão sozinho, isso faz mal e Jimin odiava isso. — disse o loiro enquanto tapava a boca, pois apenas sabia comer desde que o jantar fora servido.

— Você acabou com a moral dele, não esquenta tanto a cabeça e come pelo menos um pouco… — foi a vez de Hoseok falar, revezando sua atenção entre eu e o prato intocado na minha frente.

— O que é acabar com a moral? — Taeyang questionou de boca cheia e só isso me fez sorrir antes de gesticular para que mastigasse antes de falar. Assim cobriu os lábios rapidamente, assentindo freneticamente.

— É tipo jogar champanhe no pé de quem você não gosta. — Yoongi explicou e lhe desferi um golpe no braço.

— Pare de dizer essas coisas, e se ele pega má influência?

— Mas foi você mesmo que fez isso! — respondeu indignado e eu estava pronto para rebater, mas tive minha atenção puxada quando a música ambiente subitamente parou e minha mãe se pôs de pé, batendo com a faca em sua taça vazia a atraindo a atenção de todos — Lá vem...

— Espero que todos estejam gostando desse evento que meu marido e eu organizamos para nosso filho, futuro pretendente de Seunghyun! — disse animada e apertei os olhos em frustração quando um coro de vozes se seguiu pelo jardim — Mas o que seria desse jantar se não houvesse ao menos uma dança de casal ao menos, não é mesmo?

— Por favor, não… — implorei em um murmúrio, cerrando os olhos em vergonha daquela situação.

— Jungkook, querido, venha aqui encontrar seu par! A vida não dá na mão todas as coisas boas... — comentou de maneira que fez todos rirem enquanto passavam a olhar na mesa em que eu dividia com meu irmão, pois obviamente havia negado me sentar com meus pais e aqueles que se auto chamavam de meus sogros.

Não que fosse porque Seunghyun tinha uma expressão nada agradável quando me viu, mas sim pelo simples fato de que ouvir Yoongi falando de como era trocar fraldas de crianças na escolinha que trabalhava, do que aturar ouvir que eu era o ômega perfeito para Seunghyun, que teríamos filhos lindos e trocar alianças seria a melhor coisa que aconteceria naquela família. Por isso, apesar da insistência da senhora Jeon, não me fiz de rogado em ir me acomodar junto com o casal mais desajustado daquele jantar.

— Ei, você aguenta, é só uma dança. — Yoongi sussurrou e voltei para a realidade, só então percebendo que certo Choi já se levantava e arrumava a gravata vermelha — Não precisa beijar ou nada disso no final, mas, vai por mim, é melhor remediar uma briga na frente de todos esses engomadinhos.

— Yoongi tem razão. — Hoseok prosseguiu — Mas se ele tentar qualquer coisa, tem a nós três aqui para dar uma lição do lugar dele.

Ri com aquilo e assenti mesmo que a contragosto, para então me levantar e abaixar os olhos constrangido por tantos olhos me observarem, os murmúrios aumentando conforme me aproximava do espaço mais vazio do jardim, onde o alfa já se encontrava devidamente preparado.

Minha única certeza sobre aquela dança era que ao menos no pé do outro não pisaria, pois me lembrava bem das aulas de etiqueta que enfrentei para ser o ômega que meus pais queriam. E, bem, isso incluía saber dançar, mas eles apenas não esperavam que usaria isso na festa de formatura com Jimin e no nosso próprio casamento.

Parei diante do moreno, vendo-o sorrir torto antes de me estender a mão e me fazer respirar fundo, aceitando o gesto e ouvindo vários murmúrios agitados pelas mesas – principalmente da de minha mãe, que ao me ver fazendo suas vontades, abriu um sorriso de rasgar o rosto.

— Bom, então que a música comece! — informou os violinistas antes de tornar a se sentar.

— Espero que não jogue champanhe em meu pé novamente. — disse o alfa com ar de graça, mas apenas ignorei o comentário quando uma música baixa começou.

Instintivamente ele levou meu corpo para perto do seu, segurando em minha cintura enquanto me contentava em pôr a mão no seu ombro, passando a seguir o ritmo romântico da música que em nada contrastava com a forma que eu encarava o nada, apenas para não ter que encará-lo – independente do fato de ser completamente observado por seus olhos.

De esguelha pude ver minha mãe, assim como ômegas da vizinhança, com as mãos junto ao peito demonstrando o quão encantadas estavam com aquela cena – algumas claramente querendo estar em meu lugar enquanto eu realmente preferia o mesmo, pois o cheiro tão perto de Seunghyun, apesar de não ser tão intenso quanto de um lúpus como Jimin, irritava meu lobo interno.

O calor que seu corpo emanava não parecia suficiente para aquecer o frio que a falta de certo ruivo fazia em minha vida, e seu toque superficial em minha cintura fazia minha marca quase inexistente se esquentar – mas não de modo bom como era quando Jimin me envolvia para dormir. Era algo mais negativo, que deixava um nó se formar em minha garganta.

Só que graças a qualquer entidade divina, não precisei lidar muito mais com aquilo, pois enfim a música se encerrou e uma salva de palmas pode ser ouvida enquanto Seunghyun se afastava sutilmente, me fazendo franzir o cenho por ele não tentar nem ao menos um beijo.

Mas não reclamei, na verdade já estava me preparando para sair de cena se não fosse a voz do alfa se manifestando mais uma vez.

— Eu sei que ainda deve estar frustrado, mas… — limpou a garganta e procurou algo entre os bolsos de seu terno — Talvez isso melhore sua noite, foi o que sua mãe me disse.

— Do que está falando? — cerrei os olhos, sentindo um mau presságio no vento que agitou meus cabelos e no silêncio quase mórbido que se estabeleceu naquele jardim.

— Quase dois anos juntos, certo? — disse em um tom alto suficiente para que não apenas eu ouvisse — Acho que esperamos até demais por isso e… Que ocasião melhor que essa para concretizarmos de vez essa relação confusa nossa?

— Seunghyun, o que você… — parei de falar na mesma proporção em que arregalei os olhos quando ele se pôs de joelhos, mas com apenas uma das pernas tocando o gramado e uma caixinha extremamente suspeita em mãos.

— Pela primeira vez de joelhos na minha vida… — deixou uma risada sarcástica no ar, mas não fui capaz de retribuir ou ao menos ter alguma reação — Jungkook, eu peço sua mão em casamento. — então abriu o objeto que tirou do próprio terno, expondo uma aliança tão semelhante quanto que pairava no meu dedo naquele instante, mas com as gravuras de Jimin.

Senti o ar me faltar por um momento, mas não foi de emoção, na verdade estava completamente desconcertado diante daquela cena e ao olhar ao redor, percebi os vários olhos que caíam sobre a gente e minha percepção de espaço já me fazia até mesmo ouvir cada suspiro das garotas – era como se tudo passasse em câmera lenta e minha cabeça tivesse dado erro de processamento.

Seunghyun havia passado dos limites, ultrapassado aquela linha tênue que dividia o bom senso das ações idiotas. Aquilo só podia ser brincadeira, certo? Uma de muito mal gosto. Como eles tinham a capacidade de achar mesmo que eu aceitaria aquele pedido? Que largaria para trás Jimin e tudo que construí ao seu lado apenas visando um novo alfa para tapar aquele buraco no peito?

Procurei nos olhos de Yoongi um socorro, mas ele parecia tão aturdido quanto eu, pois tinha a boca aberta em quase um “O” perfeito e os olhos pequenos, arregalados de modo que apenas perdia para mim. Afinal, aquilo não era algo tão fácil de digerir assim.

— Então…? — o alfa indagou com um sorriso receoso.

— Levanta desse chão, Seunghyun. — foi a única coisa que consegui dizer com a voz trêmula. — Se isso é uma brincadeira, foi de muito mal gosto.

— Acha que eu brincaria com algo tão sério assim? Até mesmo já pedi sua mão para seu pai, agora é com você essa escolha, amor. — apertou mais a caixinha entre os dedos e só de ver o objeto banhado a ouro ali dentro, a área da marca em meu pescoço queimou ainda mais.

— Não… Me chame assim. — disse sentindo um nó em minha garganta e olhando em direção meu pai, desacreditado que ele estava no meio daquilo, que realmente achou boa a ideia de conceder minha mão ao Choi.

— Fale mais alto, não estamos ouvindo! — minha mãe se manifestou sorridente, provavelmente criando expectativas por eu ainda não ter corrido dali. Ainda.

— Por que vocês fizeram isso!? — elevou a voz, surpreendendo algumas pessoas — Q-Qual é o problema de vocês em… Em entenderem que eu já sou casado!? — fiz questão de erguer minha mão, mostrando o objeto dourado que envolvia meu dedo e causando surpresa nos desinformados.

— Jungkook… — Seunghyun tentou, mas o cortei antes disso.

— Não, não, agora vocês vão ouvir! — ignorei as notas mais altas que minha voz atingiu — Quantas vezes eu vou precisar dizer para vocês entenderem que não, eu não vou casar com a merda de outro alfa!? Eu não vou trair Jimin!

— Jimin está morto! — minha mãe se levantou com uma expressão nada agradável, mas não recuei.

— É o que vocês falam, não o que minha marca diz!

— Esse alfa te tornou um paranóico! Não vê que está se tornando doentio essa sua fissuração em alguém que não vê há seis anos!? — bateu na mesa — E essa maldita marca de um lúpus ainda não te deixa ver que acabou, Jimin não vai voltar! — precisei respirar fundo para conter as lágrimas nos olhos — Eu sabia que nunca deveríamos ter aprovado um lúpus na sua vida. Um lúpus! Uma raça que nem deveria existir mais com os problemas que trazem!

— Você não sabe de nada na minha vida! — trinquei os dentes — Nem ao menos agiu como uma mãe decente na minha vida ou sequer compareceu no meu casamento!

— Aquilo não foi um casamento, foi uma ofensa para nossa família! — rebateu e para não falar mais que a boca, respirei fundo para me acalmar.

— Eu não sou obrigado a ouvir isso. — disse negando com a cabeça e caminhando até Taeyang, que se levantou prontamente quando me aproximei de si. O acolhi em meu colo, vendo o quão assustado estava, mas tentando passar alguma proteção — Vocês são uma família de dissimulados movidos pelo o dinheiro, e não vou permitir que me tornem uma cópia suja de vocês. Nem eu e nem meu filho.

Dito isso, nem olhei para trás enquanto voltava o percurso para dentro de casa, praticamente correndo pelos cômodos e só querendo fugir dali o mais rápido possível, como um presa foge do ninho de cobras – algo que aquela casa se encaixava bem.

Meus pés batiam tão fortes no chão que ao chegar perto da porta de entrada, já sentia minhas pernas doerem, mas não parei. Ao invés disso apertei mais Taeyang contra mim, não querendo chorar em sua frente e nem demonstrar fraqueza no território inimigo. Mas principalmente, tentando não pensar na cara de pau de meus pais em aprovarem aquela cena toda.

Era quase como se  tivessem feito de propósito, para justamente me humilhar em frente pessoas de fora e ser passado por um louco paranóico. Mas isso porque eles não sentiam a queimação forte no pescoço, tão intensa que mais um pouco e teria uma dor de cabeça latejante.

— Está maluco!? — me assustei com a voz súbita de Yoora atrás de mim, mas não me dei ao trabalho de virar e apenas continuei meu percurso até o portão — Como tem coragem de fazer aquele teatro todo em frente os convidados?

— Não era isso o que queria? Me humilhar? — bufei alto, não contendo minha raiva na voz — Parabéns, conseguiu!

— Isso nunca foi minha intenção! Eu queria apenas te ajudar, te fazer se tocar que pode superar aquele lúpus!

Aquele lúpus tem nome e um filho comigo! — parei bruscamente para encará-la — E não quero nunca mais que tente tirar nenhuma dessas duas coisas de mim. — diminuí meu tom gradativamente.

— E o quão longe acha que vai com isso? — indagou, os olhos tomados por julgamento — Se perder Seunghyun não haverá qualquer outro alfa nesse mundo que aceite um ômega com filho nos braços.

— Eu não quero que ninguém me aceite ou aceite meu filho. Eu quero que me deixem em paz!

— E até quando essa paz vai durar se eu te deixar seguir sua vida? Acha que vai viver para sempre conseguindo se sustentar com aquelas coisas que pinta? Que seus clientes serão eternos?

— Isso não te diz respeito, pois nunca se preocupou verdadeiramente comigo se você não fosse se sair bem por cima. — fechei as mãos em punho — Agora não me venha fazer cena de mãe preocupada!

— E aquele seu alfa deve se preocupar muito com você para ter te abandonado e te deixado tão doente assim… — disse com desdém.

— Ele não me abandonou! — só quando Taeyang se encolheu em meus braços e os olhos da Jeon se arregalaram, que percebi que havia rosnado.

Eu havia rosnado para minha mãe e já me arrependia de tal apenas de ver seus olhos ficarem ainda mais furiosos, me fazendo pensar em tudo, até mesmo em levar um tapa ou xingamentos ainda mais baixos para os padrões dela.

Mas para minha sorte pude ouvir a voz ofegante de Yoongi, que se aproximava correndo e claramente preocupado – bem como Hoseok que estava ao seu lado, só que mais são do que qualquer Jeon ali.

— Mãe, já chega! — foi a primeira coisa que disse ao parar do lado da mulher, ignorando o clima tenso entre nossos olhares trocados — Não sei o que estavam conversando, mas o jantar ainda está ocorrendo. Acho melhor ir se explicar do que discutir novamente.

— Eu já vou… — disse meio absorta.

— Mãe, vamos agora. — usou uma voz mais firme — Deixe Jungkook ir embora, por favor. Não vamos piorar as coisas.

— Quer que eu te leve para casa? — Hoseok se dirigiu a mim preocupado, mas apenas neguei com a cabeça.

— Eu já vou indo, está tudo bem. — umedeci os lábios, olhando uma última vez para minha mãe.

Enchi os pulmões de ar sem saber o que dizer exatamente por isso desistindo de tentar. Não era uma boa hora para retomar algum diálogo e bem isso apenas murmurei um “boa noite” antes de dar as costas, saindo de vez daquela casa e pensando se minha noite podia piorar.

Um vento frio me atingiu e me preocupei em colocar Taeyang de uma vez no carro para não ficar gripado, mas diferente de quando havíamos saído de casa, não houve risadas, sorrisos ou alguma conversa. Ele apenas permaneceu quieto enquanto brincava com as orelhas do Senhor Coelho, talvez por ainda estar assustado com meu rosnado, com a briga e tudo mais…

Mas outra hora lhe explicaria melhor a situação e faria questão de me desculpar, só não podia fazê-lo naquele momento pois se abrisse a boca, choraria no segundo seguinte tudo o que eu prendi a noite toda. Por isso olhei para o céu outra vez, tentando engolir o choro e controlar a respiração.

Eu só gostaria que amar Jimin não fosse tão complicado.

 

 

As ruas estavam parcialmente vazias devido ao horário e isso me permitiu divagar em parte do trajeto – o que explicava meu olhar possivelmente vazio e desatento aos semáforos que algumas vezes fez Taeyang me alertar que tinham seus sinais fechados. – E ouvir sua voz amuada, claramente receosa em me dirigir a palavra, foi algo de partir o coração.

Eu gostaria de lhe explicar melhor tudo o que havia acontecido nas últimas horas, dizer que o problema não era consigo e que jamais deveria ter medo de mim. Mas… Eu ainda sentia um nó em minha garganta seca, travando até os movimentos de meu maxilar tamanho era a perturbação que sentia depois de tudo.

Por isso me limitei em levar a mão vaga para seus cabelos e acariciar de leve ali enquanto soltava um suspiro sôfrego, ficando grato por notar que já estávamos perto de casa e finalmente poderia ter um pouco de paz ao repousar minha cabeça no travesseiro ou azulejos do banheiro – lugares quais eram mais convenientes para chorar livremente enquanto a marca em meu pescoço passava a queimar com cada vez mais intensidade, como sempre era quando eu ficava muito tenso.

Vi Taeyang relaxar mais os ombros e me observar de esguelha, a franja por pouco não cobrindo seus olhos ainda baixos. Oh, aquele era o momento em que deveria sorrir, certo?

Respirei fundo, incapaz de cumprir aquela parte englobada acalmar o pequeno e voltei minha atenção para a rua pouco iluminada pelos postes. O completo silêncio abordando-nos se não fosse pelo som do carro e minha mente conturbada – tanto que mal tive disposição de colocar o automóvel da garagem e por isso me limitei em parar diante a residência.

Joguei todo peso do corpo no assento, olhando o horizonte que se estendia até sumir em mescla com o céu noturno. Sentia os músculos de meu corpo doerem e pedirem mais que tudo por um descanso que não teria tão cedo, ou pelo menos não antes de descarregar toda aquela aquela carga acumulada em meus olhos. Por esse motivo, tão logo saí do carro enquanto os olhos atentos do Park menor me seguiam até estar do seu lado da porta, abrindo-a rapidamente e então estendendo a mão para que usasse de apoio para descer.

Desafivelou seu cinto, retribuindo meu toque e abraçando o Senhor Coelho com um dos braços enquanto saltava para fora, passando a me acompanhar até dentro de casa e se encolhendo com a recepção friorenta da brisa noturna. Por essa razão tratei de nos colocar para dentro o mais rápido possível, me agachando diante Taeyang após fechar a porta e retirando seu casaco com alguns resquícios de sereno.

— Huh, querido… Você pode ir para a cama na minha frente? — disse com a voz um pouco rouca, acariciando sua bochecha corada com meu polegar e o vendo assentir — Coloque o pijama e se cubra como eu ensinei, já já subo para te fazer companhia, okay?

— Tudo bem… — concordou com um murmúrio baixinho enquanto brincava com as patinhas da sua pelúcia, desviando sua atenção apenas para, em um movimento rápido ainda que receoso, selar minha maçã do rosto em um beijo fraquinho — Boa-noite, omma…

Touché. Bastou apenas isso para que, assim que o garoto subisse correndo as escadas, meu corpo perdesse a razão do espaço físico e desabasse ali mesmo naquele chão frio, do lado daquele aparador perto da porta de entrada. Não era como se eu houvesse sentido o impacto de quando acertei meu ombro na quina sem querer ou ligado para uma futura gripe que me visitaria quando saísse daquele piso, pois apenas os rastros quentes que percorreram minhas bochechas foram relevantes.

Então bastou um soluço contido, e mais um, e mais outro para eu me ver completamente desestruturado em meio às lágrimas copiosas. Estava acontecendo de novo, do mesmo modo quando eu decidi me casar com Jimin, só que pior; meu mundo estava se desestruturando, caindo peça por peça enquanto eu tentava lidar com esse fardo pesado demais em minhas costas.

Mesmo depois de todos aqueles anos e todas as brigas que enfrentei para defender meu lado da história, ainda não entendia como um caos daquele nível poderia me assombrar. O porquê de eu precisar enfrentar coisas ainda piores do que já era ter Jimin longe do meu alcance. A dor de tal fato estava completamente exposta no meu corpo encolhido contra a porta, os olhos fechados no ardor das lágrimas e o peito sufocado dolorosamente.

Durante meus vinte anos, quando estava para me casar com o alfa e tudo parecia decair gradativamente em minha vida pessoal, eu costumava pensar que estava tudo bem em sofrer se no fim eu pudesse sorrir. Afinal, mesmo com tanta negação da parte de minha família, eu ainda poderia voltar sempre para o abraço de certo Park. E isso sempre funcionava até seis anos atrás. Valia a pena minha dor, que em contraste com agora, soava significativa.

Forcei uma tosse ao me engasgar em meu próprio choro, tentando a todo custo me acalmar, pois já era tarde e não poderia ficar naquele estado deplorável até o amanhecer. Sobretudo, eu tinha responsabilidades. Sem contar que, em meio toda aquela agonia, minha marca voltava a esquentar, só que de modo que me fez franzir o cenho tamanha quentura que me atingiu.

Senti o ar rarefeito por um momento e arfei enquanto tocava no pescoço, sentindo meu coração disparar e até mesmo uma tontura devido a intensidade das emoções emitidas pela marca. Lágrimas incontidas ainda deslizavam pelas minhas bochechas, mas minhas emoções subitamente foram se tornando em outras, mais desesperadas e ansiosas.

Ouvi o telefone tocar pouco distante das escadas e ainda que minha visão estivesse turva pelo choro, teimei em abrir os olhos e encarar naquela direção donde vinha o som irritante. Poderia jurar que deveria ser minha mãe pronta para me xingar do que não pôde anteriormente, senão Yoongi preocupado – em ambos os casos eu definitivamente não queria me dar ao trabalho de levantar, pois 1) Eu não queria piorar meu estado e 2) Não queria preocupar meu irmão e preferia deixá-lo acreditar que já estava em sono profundo.

Você tem uma mensagem gravada na caixa registradora. — a voz robótica e programada do aparelho anunciou, decretando fim da ligação de quem quer que estivesse do outro lado.

Respirei fundo, ouvindo um som de destrave que anunciava a reprodução da gravação, e por isso estendendo alguns segundos de silêncio enquanto a máquina processava. Nesse meio tempo voltei a apertar as pálpebras, pois se fosse minha mãe, preferia estar preparado para segurar mais uma rodada de choro. Mas então eu ouvi uma respiração pesada e por mais preparado que estivesse para os berros da senhora Jeon, foi inevitável as mesmas lágrimas de antes retornarem fortes na mesma proporção em que estancava no lugar por ouvir aquela voz. Aquele timbre tão bem conhecido por mim.

Amor? Q-Quer dizer, Jungkook…? Droga, eu nem sei se ainda está com essa merda de número! Mas eu não posso perder tempo, nem o dinheiro que gastei com essa chamada... É só que, bem... O que eu ia falar? — ele parecia tão desnorteado e eufórico… — A-Ah, sim, há muita coisa, mas em breve teremos tempo para colocar tudo em dia. Eu já disse que sou eu? Jimin? — então meu coração falhou algumas batidas e o ar de meus pulmões pareceu exaurir — Me desculpe isso do nada, eu nem imagino como seja ou se tenho o direito de- Merda, merda, merda de tempo! — e ele parecia tão bravo… — Jungkook, eu só queria dizer que te amo e que não aguento mais tudo isso, mas por nós dois eu vou voltar. Na verdade, por nós três. Tae, eu... Droga! — algo por perto foi socado impiedosamente e não pude conter o susto que me fez pestanejar, fazendo algumas lágrimas acumuladas tomarem o mesmo rumo que as outras — Jungkook, eu estarei de volta, eu prometo! Eu nunca descumpri uma promessa minha, certo? Quer dizer, eu não sei, mas isso eu prometo! Por nós, Jungkook!- — e com essa declaração final, a chamada foi cortada abruptamente, deixando o eco de suas palavras em minha cabeça.

— Fim da mensagem gravada. — anunciou a voz robótica enquanto apenas restava o som de uma fita girando em meio o silêncio arrebatador da casa.

Minha boca se abriu e fechou diversas vezes enquanto eu tentava compreender o que tinha acabado de acontecer, ou melhor, de ouvir. Minha pulsação estava tão intensa que me sentia surdo ouvindo-a reverberar contra meus tímpanos, tão atordoados pelo que ouviram quanto minha própria mente estava.

Jimin havia me ligado, era isso? Depois de seis anos sem qualquer sinal de vida além da marca, eu finalmente tinha conseguido ouvir aquela sua voz razão da minha pouca mente sã? Ou estava febril e deveria ter dormido exausto no chão, fazendo tudo aquilo não passar de um sonho…?

O pequeno estalo do fim de registros ecoou e eu caí em um choque de realidade enquanto minha bochecha ardia com resquícios de lágrimas que se secaram ali. Tamanho era o choque que travou até mesmo minha córnea de gerar mais um choro incessante – o que não durou muito, pois quando a ficha caiu e fez-me sentir como se levasse um soco, tornei a me desfazer sem resistência alguma; tanto que mal podia pensar na hipótese de correr até o telefone e ouvir aquela declaração de novo, pois sabia que cairia na metade do trajeto curto.

Bastou apenas um “eu te amo” naquela voz fanha, um sútil apelido carinhoso como “amor” e os “por nós” constantes em poucos segundos de ligação, para a vida me fazer até mesmo esquecer algo tão natural quanto respirar – razão pela qual me fazia acreditar que estava quase hiperventilando, tentando não ter uma parada cardíaca.

Mas ainda que em meio tudo aquilo e às lágrimas intrusas que caíam sem eu poder impedir, acabei fazendo o que menos esperava ao final daquela noite desastrosa. Eu sorri. Tão abertamente que minhas bochechas doerem e me fizeram soltar um riso frouxo de modo que precisei apoiar os pulsos de ambas as mãos na testa, abaixando a cabeça sem entender o que eram aquelas reações que, se vista por olhos de fora, poderiam assustar alguém.

Droga! Eu estava chorando desamparado minutos atrás e ao invés de me pôr em choque pelo fato de ser Jimin naquela ligação, apenas conseguia rir enquanto chorava copiosamente; a cabeça tão atordoada de pensamentos desenfreados, que não sabia ao que dar atenção primeiro quando a inclinei até repousa-la no amadeirado da porta, rindo entre arfares enquanto rastro quentes ainda desciam até minha clavícula e se uniam ao tecido da blusa.

O quão surreal era o fato de Jimin ter me ligado? Ter feito minha marca latejar como se houvesse acabado de cravar seus dentes ali pela primeira vez?

Eu estava me sentindo febril e atordoado, desprovido de saber o que fazer além de chorar naquela situação. Então eu fiz justamente a única coisa que me parecia viável e não liguei se preocuparia Taeyang com meus soluços mais altos.

Então eu odiei Jimin novamente por me fazer sentir tão intensamente coisas que, para mim, eram humanamente impossíveis.


Notas Finais


TÁ, VOCÊS ACERTARAM SOBRE SER UMA PROPOSTA DE CASAMENTO e mostraram que sou um fracasso com suspense!!1111 Agora já podem começar as sugestões de onde o Jimin se meteu, ainda que eu não venha a falar tão cedo u.u

Aproveito aqui pra panfletar a fanfic que atualizei esses tempos atrás: https://spiritfanfics.com/historia/acompanhante-de-cio-9517448 e quero pedir só uma coisa para vocês, cupcakes :3. POR FAVOR, SE DEIXAREM EU FECHAR O CAP COM 16 COMENTÁRIOS EXATOS (igual nos ultimos capitulos), EU VO CHORAR DE DESESPERO. Isso ta me desesperando que vocês nem imaginam, então colaborem pro meu lado kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Mas de todo modo espero que tenham gostado <33 Vejo vocês na proxima att >.<
~bye-bye~


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