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História 30 Dias - Dia 10


Escrita por: trishakarin

Capítulo 37 - Dia 10


A noite caiu logo. Montaram o acampamento completo em questão de minutos e ficaríamos por ali por um dia até que fosse reorganizado todo o planejamento da missão. Antes de se despedir de todos, o comandante pediu para que Sarah e eu o acompanhássemos até sua barraca. A nossa foi montada próxima a dele, quase ao lado e com dois soldados próximos para manter a segurança.

Não que nosso sequestro houvesse sido por nossa causa, mas porque foi muito simples que nos pegássemos e passássemos tanto tempo em suas mãos. O comandante nos deu passagem, mas não fechou a cortina da barraca, sentamos nos bancos dobráveis e ele permaneceu em pé, olhando para os lados como se procurasse uma melhor maneira de falar o que estava dentro de si.

- Eu não sei como conversar isso com vocês – ele começou – Tenente, eu confesso que estou surpreso com o que houve.

- Com o que exatamente?

- Com o relacionamento de vocês. Eu estava muito preocupado e quando os soldados nos libertaram, fomos imediatamente resgatá-las. Eu sabia que matariam a policial e consequentemente você seria a próxima. Mas quando entrei, vi aquela quantidade de sangue no chão, os homens ainda se debatendo, quase mortos. Saber que foi capaz disso, tenente.

- Sabe muito bem que fomos designados a matar todos. É uma chacina, senhor.

- Claro, claro. Eu sei e compreendo que cumpriu ordens. Mas sabe que não matou daquela forma por cumprir ordens.

- Eles iriam matá-la.

- Compreendo. Iriam, eu ouvi e o rapaz que estava nos rendendo disse o que fariam. Mas seus pulsos estão cortados e seu ombro bastante ferido pelas investidas contra a porta. O que quero dizer, Sarah, é que você arriscou-se muito.

- Quando servi ao exército, jurei defender o meu país e proteger os meus colegas, comandante.

- Nada disso está sendo julgado. Tiro o meu chapéu para você, tenente, desde o dia que servimos juntos. O que coloco em pauta aqui, é que quero que sejamos claros uns com os outros. Há algo mais acontecendo entre vocês duas, não há?

Sarah me olhou, como se confirmasse inicialmente comigo a existência de alguma coisa. Eu sorri, meio sem jeito, mas animada. Ela não parecia interessada em esconder e seu olhar era inseguro a meu respeito e não ao seu. Respirou fundo e pegou minha mão enquanto encarava, desapontada, preocupada, o comandante.

- Senhor... sabe o quanto preso pela responsabilidade em uma missão. Inicialmente estava aqui com a presença da policial Ellen apenas para catalogar e demarcar os territórios que seriam invadidos. Passaríamos aqui, trinta dias e ela voltaria para casa enquanto executássemos até o fim nossos planos. Não foi possível. As coisas saíram de rumo, eu perdi o controle e um deles nos descobriram e fui obrigada a iniciar nossa missão final antecipadamente. Ellen foi uma surpresa – ela olhou para mim – Eu não a seduzi e muito menos ela o fez. Mas devo dizer que parecia tudo muito trabalhado para acontecer. Eu estou... – ela respirou fundo novamente – completamente apaixonada por essa mulher. Se for necessário uma punição, eu estou favorável a ela. Pois mereço, mas peço desculpas, porque não abrirei mão de protege-la até que voltemos para a base em segurança.

- Sarah... eu jamais a julgaria. Nunca me deu motivos para duvidar da sua capacidade. Devo dizer que estou surpreso – ele passou a mão pelo rosto – Eu não sei o que dizer. Eu não sei como explicar isso aos demais, pois com certeza aquele cretino do Kevin já envenenou a todos.

- Não acho que seja necessário que alguém saiba – interferi.

Ambos olharam para mim e acreditei ter feito algo de errado. Talvez fiz sim, interrompi um superior em um sermão. Ao menos era o que estava parecendo. Mas o que me incomodava é que não estávamos ali como um casal, nem mesmo como lua de mel, mas como uma tenente e uma policial em treinamento. Estávamos juntas em uma missão e não havia razão alguma para sermos tratadas de maneira diferente.

- Continue – Sarah pediu com carinho.

- Desculpe interrompê-lo, comandante... mas por qual razão deveríamos ser tratadas de forma diferente, se estamos aqui com o mesmo dever de todos?

- Como assim?

- Ela continua sendo uma tenente capaz. Executou todos de forma rápida e sem chamar a atenção das demais bases. Falhamos, sim, fomos pegas, mas ela contornou tudo com uma coragem que poucos dos soldados teriam. Aliás, os soldados com certeza estariam voltando para casa, pelo que disse. Se Sarah e eu estamos juntas, não tem nada haver com a missão. E não permitiremos que isso interfira nela.

- Ellen tem razão, senhor – Sarah sorriu para mim – Nada mudou, continuará igual. Seguiremos para o próximo acampamento e acabaremos com todos eles.

- Tem razão – o comandante parecia aliviado – Mas se me perguntarem...

- Você será claro... Isso não interessa. Se perguntarem algo a respeito da missão, da falha que cometeram ou qualquer coisa relacionado ao que devemos fazer, deverá responder, pois é o seu dever. Mas sobre o relacionamento da tenente com a policial... isso não interfere em nada.

- Tudo bem. Resolverei o problema que tivemos com eles. Todos que se recusaram a cumprir minhas ordens, serão punidos. Vocês duas estão dispensadas.

Sarah se levantou, fiz o mesmo e a acompanhei. Na saída, Kevin estava sentado no tronco, com a mão em seu rosto, bastante manchado de roxo, devido aos golpes dados pelo comandante. Eu senti um misto de prazer dentro de mim, ao mesmo tempo pena dele. Homens tinham essa coisa dentro deles, como se o relacionamento de duas mulheres interferissem em sua masculinidade.

Eu estava passando direto, não havia mais nada a ser dito a um crápula como aquele. Mas Sarah pelo contrário, foi em sua direção. A forma como ele a olhava, cheio de desdém era uma afronta até mesmo a hierarquia de toda a equipe. Ele era um garoto novo, sem experiência em nada, estava ali porque queria pegar uma mulher e não porque queria evoluir em seu cargo. A tenente ficou de frente a ele e olhou para os demais.

- SENTIDO.

Surpresos, todos se ergueram e bateram continência. Eu fiz o mesmo, afinal eu não tinha nenhum motivo para receber tratamento especial. Todos acabaram me encarando, visivelmente surpresos também com isso e Sarah, que olhou para trás, sorriu, como se agradecendo.

- O soldado Kevin aqui presente, se mantêm com sua postura desrespeitosa aos seus superiores – ela disse.

- Eu o que?

- SILÊNCIO, SOLDADO – ela gritou, se aproximando tanto que seus rostos ficaram apenas centímetros de distância – FIQUE CALADO ENQUANTO EU FALO E SOMENTE QUANDO AUTORIZADO TERÁ DIREITO A PALAVRA – voltou a se afastar – Esse olhar cheio de ironia e falta de respeito não serão aceitados aqui. O primeiro que começar com comentários maldosos, frases agressivas e descumprimento de ordens, será severamente punido.

O comandante se aproximou, apenas observando o que estava acontecendo.

- Se eu avistar você, soldado, lançando esse olhar nojento para mim, para a policial ou qualquer outro, a sua pena será muito pior do que já está por vir. TENHA CERTEZA.

- Me dá a palavra? – o comandante pediu.

- Claro.

- Aos soldados que cuidavam da limpeza do local, tanto de higiene, quanto das nossas coisas, estão liberados dos seus afazeres, permanecendo o soldado Kevin responsável por essa parte.

- Senhor...

- Você veio para cá para servir... é dessa forma que servirá! O banheiro foi montado à esquerda, sinta-se a vontade para limpá-lo de forma sustentável, soldado. TODOS! DESCANSAR!


Notas Finais


Adoro quando homem se ferra :D
kkkkkkkkkkkkkkkkk
nada contra eles, até pq já ta claro que o comandante é ótimo e alguns soldados prestam.. Mas sempre tem uma fruta podre!


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