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História 30 Dias - Dia 22


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Todo mundo releu o de ontem pelo visto kkkkkkk
Esse ficou grandinho... mas vai né?!

=*****

Capítulo 75 - Dia 22


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Dia 22

O sol invadiu pelo vidro da varanda com toda força atingindo a lateral do meu rosto, me fazendo grunhir levemente. Abri os olhos forçadamente e lá estava Sarah, ainda adormecida, na parte com sombra do sofá. Me movi cuidadosamente, eu estava ainda completamente nua, igual a mulher perfeita ao meu lado. Não demorou muito e ela abriu os olhos lentamente, olhando pela sala primeiro, antes de encarar-me e sorrir tranquilamente. Espreguiçou-se feito uma gata manhosa e aninhou-se ao meu corpo.

- Bom dia, preguiçosa – cumprimentei e ela riu.

- Meu Deus, desde que comprei esse sofá, nunca apaguei nele.

- Sempre há uma primeira vez pra tudo – sorri beijando-lhe a cabeça.

- E nunca mais acordei com tanta fome.

- Isso também é bom. Vamos, você vai tomar banho porque precisamos ver como está esse ferimento e eu vou preparando alguma coisa pra gente.

- Enfermeira, cozinheira e melhor ainda, futura esposa.

- Prometi cuidar de você, garota.

Sarah se levantou preguiçosamente. Vê-la levantar-se daquele jeito, espreguiçando-se, caminhando com toda sensualidade que envolvia aquele corpo nu, fez meu corpo estremecer, mas eu teria todo tempo do mundo para matar todo desejo do mundo. Corri para o quarto de Sarah, pegando os vestidos pelo caminho e jogando na cama. Abri minha mala que estava no canto, ouvindo o barulho do chuveiro. Agarrei uma calcinha e uma regata branca, voltando para a cozinha logo depois.

Preparei um sanduíche rápido, com peito de peru, alface, queijo e uma manteiga sem gordura. Não que eu fosse fresca para essas coisas, afinal, comemos um peixe quase sem gosto no meio da floresta. Espremi algumas laranjas e coloquei em dois copos. Tirei toda a mesa do jantar, arrumei, passei um pano, afinal o que aconteceu naquela mesa não foi tão somente o jantar. Coloquei tudo, arrumei e finalmente fui até o quarto. Ela estava tirando o esparadrapo com cuidado para não machucar.

- Eu vou tomar um banho rápido e fazemos o curativo, deixe respirar um pouco.

Como disse foi bem rápido. Eu sempre fui bastante rápida do que se dizia a banho. Nunca me demorei muito. Logo estava com o cabelo molhado, com a mesma regata e a mesma calcinha, pois não passei tanto tempo a ponto de sujá-las. Sarah, estava deitada sobre a cama, ainda sem camisa, apenas com um short confortável. Ela me olhou dos pés a cabeça, com o olhar faiscando de desejo, eu ri e ergui a mão impedindo-a de ter qualquer pensamento perverso.

Limpei os pontos, que já não estavam tão vermelho quanto antes, parecia ter se recuperado quase totalmente. Ela também se movia com mais agilidade e com menos caretas, o que me levava a crer que realmente estava melhor do que esperávamos. Nos arrumamos rapidamente e seguimos para a mesa do café da manhã. Ela com aquela expressão surpresa por toda organização e cuidado que tive, um sorriso bobo.

- Eu não sei onde eu estava que não te encontrei antes – Sarah disse se acomodando.

- Por aí, esperando a hora certa – ri – Sarah, tenho que te perguntar uma coisa.

- Pergunte-me.

- Essa história toda de casamento, é verdade ou foi uma forma de provocar sua mãe?

Sarah engasgou com o suco e me olhou chocada. Eu não quis dizer dessa forma, mas ainda me assustava com tudo aquilo. De repente eu estava noiva de alguém que há um mês atrás era completamente estranha para mim. Estar ali com um anel no dedo, olhando para uma mulher tão linda a minha frente, que arriscou-se tanto por mim. Era como se tudo fizesse parte de um sonho e eu logo acordaria.

- Ellen, você realmente acha que faria isso?

- Não, Sarah, não acho. Mas é tão estranho...

- O que é estranho?

- Você é perfeita demais para ser minha.

- Eu que acho que não merecia tanto – ela segurou minha mão com força – Mas nós merecemos e eu vou fazer de tudo para continuar merecendo isso. Nós vamos nos casar, Ellen. Se você ainda quiser, claro.

- É claro que eu quero, Sarah...

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a campainha tocou. Eu me levantei rapidamente e fui até o quarto, vestir uma calça. Apressei-me enquanto Sarah ainda ria da minha pressa. Abri a porta e lá estava o comandante.

- Comandante – cumprimentei sem muito ânimo.

- Bom dia, Ellen.

- A que devo a honra?

- Gostaria de visitar Sarah e te perguntar se já tem alguma resposta sobre a proposta.

- Entre – respondi sem o menor prazer dando passagem para ele.

Sarah olhou para trás e ao vê-lo, da mesma maneira que eu, demonstrou mais desprazer do que qualquer coisa. Ele ficou parado ali, olhando-a sem nem saber o que dizer ou fazer.

- Bom dia, Sarah – ele parecia constrangido.

- Bom dia – ela disse seca virando-se de volta a mesa.

- Quer alguma coisa? – perguntei educadamente.

- Nada, obrigado, eu não vou demorar.

- Sente um pouco. Estamos no meio do café da manhã e Sarah precisa se alimentar.

Ele foi até a cadeira e sentou-se de frente para Sarah, enquanto eu voltei ao meu lugar. Ele parecia um menino adolescente conhecendo os pais da namorada pela primeira vez, envergonhado, não sabia nem pra onde olhar.

- Sarah, eu queria... bom, eu queria pedir desculpas pelo ocorrido no hospital.

- Certo – ela respondeu sem nem olhá-lo.

- Eu sei que o que fiz não tem perdão, mas eu ainda assim queria tentar.

- Comandante... Aliás, eu não sei até hoje porque o chamamos assim. O senhor é Major, deveria ser tratado como tal.

- Comandante é um termo mais sociável. Manter uma distância hierárquica os desestimulam. Eles acham que estão lá simplesmente como peões enviados para morrer e comandante é um termo inexistente, de alguém que comanda, mas que também arrisca-se.

- Tudo bem.

- Sarah, eu não quis que nada do que houve na missão tivesse acontecido. Falhamos em vários pontos...

- Você perdeu o foco a partir do momento que não aceitou o tipo de relação que existia entre mim e Ellen. Esse foi o seu problema.

- A relação de vocês duas desestabilizou o grupo, Sarah.

- COMO PODERIA? – ela se exaltou – Que relação todos vocês tem comigo e com Ellen? São vocês que estavam se relacionando conosco ou era algo intimo meu e dela. SOMENTE MEU E DELA.

- Sarah, você tem que tentar me entender. Nós falhamos...

- E agora quer colocar a culpa em mim?

- Esperem – eu tentei interferir – O senhor veio para cá pra tentar provar que a culpa dos seus comandos terem falhado é de Sarah?

- Não, eu...

- Como sempre agiu sem pensar? O senhor é um homem altamente instintivo, que age sem planejamento, com isso furou a própria missão e rapidamente arrumou um culpado que o livrasse, não é?

- Não é isso... por favor.

- Quanto a minha resposta... Major Henrique, eu aceito a oferta.

- Que oferta? – Sarah perguntou.

- Ellen será transferida de Cabo da Polícia Militar, para Cabo do Exército. Ela estará servindo diretamente ao seu grupo.

- Desde quando isso?

- Desde que eu tentei te pedir perdão pela minha atitude.

- Quando soube que errou, Henrique?

- Sarah...

- Só me responda isso. Qual foi o momento que você percebeu que estava fazendo a maior merda da sua vida?

- Quando reconheci as atitudes de Rafael – ele baixou os olhos.

- E isso foi...

- Sarah, Rafael me jurou te fazer a mulher mais feliz do mundo, mas quando vi que suas atitudes eram completamente contrárias ao que ele dizia, eu... bom, me arrependi.

- Você interferiu onde simplesmente não deveria. Você foi tão covarde a ponto de aproveitar a minha amnésia momentânea, para agir contra mim. Conta minha vontade, que com tanto respeito e carinho a você, contei. Confiei a você uma verdade sobre mim que não havia confiado em mais ninguém e você simplesmente passou por cima.

- Eu entendo...

- Eu não posso confiar no senhor novamente. Monte minha equipe, assim que estiver completamente recuperada voltarei ao meu cargo e executarei minhas funções.

- Sobre isso... Sarah, como você tentou me alertar as minhas falhas, executou suas funções que extrema habilidade, tanto nessa última missão, como nas três missões anteriores, o Marechal Luís pediu pela sua promoção.

- Pela minha promoção?

- Exatamente.

- Isso quer dizer...

- Será condecorada Capitão Sarah Collins. Deverá receber uma solicitação de reunião diretamente dos Oficiais do Exército. Bom, eu acredito que você irá aceitar, trabalhou duro para isso e finalmente e merecidamente conquistou.

- Claro que aceitarei.

- Bom... eu acho que eram somente esses assuntos que tinha para tratar com vocês – ele se levantou.

- Será bem difícil recuperarmos o tipo de confiança que tínhamos.

- Eu sei disso.

- O que fez foi muito grave – Sarah continuou.

- Eu farei tudo o que puder, Sarah.

Ele seguiu até a porta e eu o acompanhei.

- Ellen – ele sussurrou – Eu tenho que te pedir desculpas também, agi completamente errado com você.

- Senhor, creio que tenha noção que de mim não receberá nada.

- Preciso que venha para o quartel, assim regularizaremos todos os assuntos e explicarei o que deverá ser feito.

- Irei logo depois.

- Tudo bem.

Logo após sua passagem pela porta, fechei-a. Diferente de como fazíamos com conhecidos e amigos, que aguardávamos que entrassem no elevador, ele não era merecedor daquele tipo de atenção. Então ignorei os modos e fechei a porta o mais rápido possível. Ainda segurava na madeira, com a palma da mão aberta. Havia algo faltando, que não encaixava no que estava acontecendo. Ele falhou desde que descobrira de nós, os soldados falharam, desde que Kevin, enciumado por ter perdido para uma mulher, resolveu sabotar a missão. Ignorando tudo o que aconteceu ou tentando impressionar Sarah de alguma forma, o comandante simplesmente agiu de forma errônea.

Eu já não sabia nem mesmo o que pensar ou que atitude tomar, mas eu sabia que estaria ali por Sarah, independente de qualquer coisa.



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