1. Spirit Fanfics >
  2. 30 Dias >
  3. Dia 24

História 30 Dias - Dia 24


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Genteeee
Ainda tô numa correria infinita, que espero normalizar em breve!!! A empresa tá cansando de tanto serviço (que não tinha nada até um mês atrás e dava para escrever, agora tem 5x o volume normal e ta uma loucura) e eu acabo não conseguindo escrever! Graças a Deus eu sempre escrevo resumos dos capítulos e dá pra dedilhar alguma coisinha pra vocês, espero não cair a qualidade, o esforço é gigante, vocês sabem!

Amo vocês :****

Capítulo 89 - Dia 24


- Sarah, veja bem, essa cicatriz, mal vai dar pra notar. Eu estou questionando apenas porque algumas pacientes, quando sofrem qualquer tipo de ferimento que seja necessário pontos, optam pela cirurgia plástica para minimizar ainda mais o sinal. Em outros casos, pacientes preferem manter a cicatriz como memória, por exemplo mulheres que fizeram cesariana. Muitas preferem manter aquele sinal como memória do nascimento do seu filho, que para muitas é o início da vida – ele disse pacientemente.

- Eu sei. Eu só... eu... – ela voltou a me olhar.

Eu a encarei, eu sabia o que ela queria. Eu queria ela daquele jeito, com aquela marca, com aquela firmeza que sempre teve em sua vida e sem a insegurança do que eu iria ou não achar de qualquer atitude ou decisão dela.

- Sarah, meu bem – segurei suas mãos e a fiz olhar em meus olhos – Eu sei que quer que eu a ajude nessa decisão e eu só tenho a dizer que ela é sua. Eu amo você do jeito que você é, com suas escolhas, com seus defeitos, com suas qualidades. Seu corpo aqui, é lindo, eu amo cada parte dele, mas tenho total consciência que daqui há 30 anos ele não estará igual. Portanto o que eu amo em você ultrapassa qualquer sinal que possa ter.

- Mas...

- Essa cicatriz... é a maior prova de amor que você me deu na vida. Qualquer coisa que fizer com ela, jamais vai apagar a lembrança do que foi capaz de fazer pela minha vida.

- Ellen – os olhos dela brilharam.

- Eu estou aqui para apoiá-la em tudo o que decidir.

- Eu não quero... não quero a cirurgia.

- Muito bem – ele me olhou claramente incomodado – Seus exames estão ótimos. Não pode fazer muito esforço, então nada de voltar a suas funcionalidades no exercito, a não ser que sejam tarefas que não envolvam esforço físico.

- O outro rapaz já deixou isso claro.

- Ótimo. No mais, semana que vem já quero fazer novos exames porque sua evolução está mais rápida do que qualquer outra que já vi neste consultório.

- Sem problemas – ela respondeu ignorando-o.

Ele receitou alguns remédios para o caso dela sentir qualquer dor e nos liberou. Seguimos até o carro e para nossa surpresa o comandante estava parado ao lado dele, olhando para a pista, como se esperasse ali pensando na vida. Ao nos ver, virou-se nos encarando seriamente. Segurava chaves nas mãos, e brincava com eles de maneira nervosa.

- Sarah... Ellen.

- O que faz aqui? – Sarah perguntou com a voz seca.

- Eu precisava falar com as duas.

- Comigo ainda há algo a ser discutido? – ela questionou.

- Eu soube o que houve com Rafael, ele me ligou da prisão. Ele... bom, eu consegui liberação dele para poder ser julgado...

- Você o que? – a tenente quase gritou.

- Sarah.

- Você fez o que? Não me diga que ajudou aquele filho da puta a sair.

- Veja só...

- Sério? – eu acabei perguntando completamente surpresa com o que ele havia acabado de dizer.

Como ele poderia dizer, de maneira tão tranquila, que ajudou um psicopata a sair da cadeia e voltar para fazer a merda que quisesse. Eu não conseguia acreditar em como ele podia errar tantas vezes em tão pouco tempo. Eu sentia um nojo tão grande daquele homem que queria voar em seu pescoço e estrangulá-lo até a morte.

- Ellen, por favor, você tem que compreender a confusão que aquele homem está sentindo ao entender a mulher da sua vida descobriu-se homossexual...

- Ela sempre soube – disse aflita – Ela sempre soube disso, mas tinha medo de um psicopata maluco feito Rafael resolver fazer alguma merda à mulher que ela ama e qual a nossa surpresa? Estou vendo dois psicopatas. O senhor e Rafael.

- Não seja tão dura com aquele homem, ele não sabe...

- Escute aqui, comandante – Sarah deu um passo a frente e o ódio em seus olhos era tão grande que sentia um arrepio na espinha só em ouvir sua voz rígida e decepcionada – Eu juro que ainda achei que você teria o mínimo de consideração pelas besteiras que aprontou, feito um moleque. Mas já vi que amadurecimento ainda não bateu em sua porta, noção de perigo muito menos e bom senso passou longe – disse entre os dentes – Aquele homem que você deseja tanto que desculpemos, que entendamos o que ele está passando, socou o rosto da minha noiva. Só para que o senhor compreenda melhor, ele... socou... o rosto da minha noiva. O senhor sabe muito bem o que isso quer dizer, o senhor sabe muito bem que tipo de crime isso é e pode ter certeza... que nossos laços de amizade que um dia tivemos, aqui se rompem.

- Sarah, por favor...

- Por que você também irá a julgamento.

Eu parei e olhei para ela tentando entender o que ela queria com aquilo. O comandante ir a julgamento sob qual acusação? Mas ela estava tão firme e tão focada que parecia saber exatamente o que estava dizendo, foi quando ele, um tanto quanto nervoso até, engolia a seco, olhava apreensivo, respirava rapidamente e soltava o ar com força. Ele sim parecia entender, mas não queria se fazer de entendido.

- Do que está falando, Sarah?

- O senhor ocupa um cargo alto, de respeito, de exemplo. Que exemplo você tem ao proteger e libertar um homem que ameaçou uma tenente do exército e agrediu uma cabo militar? O que você acha que todas as autoridades irão dizer, ao saberem que você ajudou um criminoso a responder em liberdade, quando deveria respeitar as leis do seu país e cumprir a pena sem direito a fiança?

- Sabe que perante a lei, ele tinha esse direito.

- Não, senhor. Quando há uma agressão ligada a lei Maria da Penha, não existe direito de resposta em liberdade, o senhor bem sabe disso. Apenas um Juiz poderia conceder a liberdade provisória, tendo em vista que o acusado foi pêgo em flagrante, existe uma testemunha e houve uma perícia. Não duvidaria em dizer que você usou do seu nome e do seu cargo para conseguir o que queria.

- Sarah...

- Eu vou acabar com você, Henrique. Já chega dessa brincadeira de viver a minha vida sem a minha autorização. Se quer guerra, terá guerra.

Ela não quis mais ouvir uma palavra sequer do que ele diria. Ele ainda tentou, chamou, acenou, pediu uma chance, mas ela recusou. Dando a ré saiu da área do hospital e seguiu em direção a avenida principal. Aquele não era o caminho de casa.

- Sarah, para onde está indo? – perguntei seriamente.

Ela nada respondeu, apenas guiou o carro em direção a essa avenida e aos poucos, se aproximando do grande campo de concentração dos militares da cidade, percebi suas intençõs. Sarah tinha nome, havia conquistado respeito de todos por missões bem executadas. Eu sabia que ela usaria disso para acabar com a reputação do comandante e por mais que eu achasse que ela devesse sim fazer aquilo, tinha receio da repercursão. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...