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História 366 Rabiscos - Capítulo 14 - Jantar


Escrita por: PriyTaisho

Notas do Autor


Não joguem pedras!
Oi!
Não sei bem como escrever essas notas depois de tantos anos (quase 3, pra ser mais especifica), mas quem é vivo sempre aparece e... olha eu aqui! hahahahah
Gente, esses últimos anos foram uma loucura. E de fato, posso confessar que voltei a escrever de verdade do final do ano passado pra cá. As histórias antigas são as mais difíceis, então comecei com one-shots e fui trabalhando a ideia aos poucos.
Tive um surto de inspiração e consegui aprontar dois novos capítulos pra essa história de uma única vez, fiquei surpresa comigo mesma, pq achava que ia ser uma das últimas a serem atualizadas... Enfim, continuo nas notas finais!
Espero que gostem,
Boa leitura!

Capítulo 14 - Capítulo 14 - Jantar


11 de Março de 2016 – 20:35min

Esse era, de fato, o dia mais longo que eu tinha tido em toda a minha vida. É exagero dizer que a sensação eram de que tinham se passado três anos e não apenas algumas horas desde que a nossa pequena viagem havia começado?

Talvez, eu tenho tendências ao exagero.

Por todo o jantar, mantive os olhos fixos em meu prato, em uma tentativa inútil de me fazer invisível durante a guerra fria que estava acontecendo na mesa de jantar dos Uchihas. E que aparentemente, tinha sido adiantada com a chegada inusitada dos tios de Sasuke e Itachi.

Obito era parecido com Fugaku, os mesmos cabelos negros e olhos escuros, com exceção de que ele era tão falante quanto Itachi. Haviam traços de gentileza e curiosidade em seus olhos toda vez em que ele me observava, sempre fazendo questão de dizer algo que revelasse mais sobre mim. Ele também era engraçado e quebrava o clima com piadas, acompanhado de Itachi e as vezes de Sasuke.

A mulher dele, Rin, aparentava uma áurea falsamente angelical. Digo falsa, porque vi a forma com que ela conversava com Mikoto, com o mesmo tom superior que Kaguya usava.

Sasuke, sentado ao meu lado respirava fundo todas as vezes em que as coisas começavam a sair do controle. Eu sabia que ele logo perderia a paciência com as coisas.

- Faz tanto tempo que não vejo a mesa cheia assim, vocês deviam vir nos visitar mais vezes. – Madara falou sentado a cabeceira da mesa, com ambos os filhos ao seu lado. – Ouviu bem, Fugaku?

- Vou tentar, pai. – Fugaku falou com simplicidade antes de beber um pouco de vinho. – As crianças estão em aula, temos que aguardar um feriado. – Ele acrescentou sob o olhar inquisitivo do patriarca Uchiha.

- Ah papai, não fale como se nós fossemos crianças. – Itachi resmungou ao meu lado esquerdo, exatamente como uma criança faria. – Eu estou na faculdade, já posso sentar na mesa dos adultos. – Acrescentou fazendo com que todos nós déssemos risada.

- Você sempre será uma criança para nós, querido. – Mikoto depositou a mão sobre a de Itachi. – Pra sempre sentará na mesa das crianças. -  Ela sorriu e o moreno fez uma careta emburrada, novamente, trazendo um pouco de descontração para a mesa.

- Mikoto você mima muito esses garotos. – Kaguya falou em meio a um riso nasalado. Ela já estava em sua segunda taça de vinho e sua simpatia acida ficava cada vez mais evidente. – Ainda bem que Fugaku é o pulso firme nessa família, amor demais estraga. – O sorriso dela não contrastava com o sorriso simpático que ela exibia.

Sasuke prendeu a respiração ao meu lado e por baixo da mesa, coloquei a minha mão sobre a sua, numa tentativa de reconforta-lo. Nos encaramos pelo canto dos olhos, enquanto ele enlaçava meus dedos frios com os seus.

- Minha mãe diz o contrário. – Comentei atraindo a atenção de todos pra mim. – Amor demais nunca estraga, o importante é que todos tenham respeito. Nós temos uma relação muito boa, somos quase como duas amigas morando na mesma casa, é muito divertido. – Por baixo da mesa, Sasuke apertou minha mão em agradecimento.

- Você mora somente com sua mãe, Sakura? – Madara perguntou interessado, enquanto sua mulher apenas perscrutava meu rosto em busca de qualquer coisa que pudesse me denunciar.

- Não, moro com o meu pai também, senhor Uchiha.

- Kizashi Haruno, pai. Temos o mesmo ciclo de amigos, devido ao trabalho. – Fugaku falou e a surpresava no patriarca Uchiha foi visível. – Os meninos e Sakura são amigos desde o nascimento, basicamente.

- Ah, que bela amizade! – Foi Obito quem falou atraindo nossa atenção. – São amigos de infância, como eu, Mikoto e Fugaku. Acredite em mim, Sakura, com o passar dos anos as histórias só pioram. – Ele riu consigo mesmo e eu sorri.

- Mal posso suportá-los agora. – Confidenciei colocando a mão sobre a boca, em uma falsa encenação para que somente ele ouvisse. Obito estava em minha frente e não conteve a gargalhada. – Mas é impossível, já que me apaixonei por Sasuke. – O tom pesaroso em minha voz fez com que Sasuke soltasse um riso baixo.

- Ele é o pior dos dois. – O tio falou acompanhando-me no tom de pesar. – Fica ai, com essa expressão serena como se nada o abalasse, mas aposto que dá mais trabalho do que deixa transparecer. A mim você não engana, garoto. Eu também sou o irmão mais novo.

- Adoraria se vocês dois parassem de falar de mim tão descaradamente. – Sasuke, pela primeira vez, estava participando da conversa com bom humor. – Tio Obito, você colou fogo nas sobrancelhas quando era mais novo, eu não cheguei nem perto disso. – Acusou ele em meio a uma risada.

- Quase incendiou a casa, mas isso não está em pauta no momento. – Itachi intrometeu-se na conversa. – O que você tem contra irmãos mais velhos, hein?

- Seu pai era extremamente cruel comigo quando eu era criança. – Obito falou olhando de soslaio para o irmão mais velho, que acompanhava toda a conversa em silencio. – E por ser o filho mais velho, nunca foi penalizado.

- Não fale o que não pode provar. – A resposta de Fugaku tinha sido rápida e certeira, causando outra gargalhada no irmão.

- Não existem filhos favoritos. – Kaguya quem falou dessa vez, cortando qualquer coisa que Obito pudesse dizer. – Mas e você, Sakura, tem irmãos? – Já disse o quanto o olhar dela pesava? Era uma das sensações que aqueles orbes cinzentos causavam.

- Não, sou filha única. – Respondi. – Não tive a chance de ter isso que eles têm. Minha mãe trabalha muito e ficou com medo de não conseguir dar atenção para dois filhos. – Expliquei e tive o vislumbre da sombra de julgamento em suas expressões.

- Com o que sua mãe trabalha?

- Ela é dona da Ma Chérie. – Ao ouvir minha resposta, Rin (que estava quieta até o momento), me observou com interesse. – Às vezes ela precisa viajar e passar alguns dias fora, é um pouco puxado no pré-lançamento das coleções.

- Ma Chérie, a grife de roupas? – Rin perguntou com surpresa e eu apenas aquiesci. – Isso é surpreendente. – Comentou e eu apenas aguardei até o momento em que ela desviou sua atenção de mim. – Sogra, podemos ir fazer compras amanhã? Preciso de um vestido para a festa.

- Tenho certeza de que encontraremos algo. – Kaguya falou atenciosa. – Ou você pode pegar algum dos meus vestidos novos, tenho uma dúzia deles no closet.

Observei a interação entre as duas mulheres e foi impossível não olhar para a senhora Uchiha com preocupação. Ao contrário do que pensei, ela possuía uma expressão tranquila e conversava baixo com Madara, pelo que entendi, eles estavam organizando algum passeio entre eles.

A preferência era notória e o jantar prosseguiu sem eventos catastróficos.

A casa dos Uchiha, como de praxe, era gigantesca mesmo para acomodar apenas duas pessoas. Haviam oito quartos, sendo que quatro eram destinados aos hospedes. Os pais de Sasuke ocuparam o antigo quarto de Fugaku, os Tios permaneceram no quarto de Obito e eu me surpreendi ao saber que Kaguya havia conservado o quarto dos filhos da mesma maneira que eram antes dos casamentos.

- Não sei que tipo de relacionamento vocês possuem e nem que tipo de liberdade seus pais te dão. – Kaguya falou enquanto nos guiava pelo longo corredor com portas de madeira escura. – Mas aqui na minha casa, cada um ocupa um quarto. – Ela olhou para Sasuke por cima do ombro por um breve momento.

- Não tem com o que se preocupar, vovó. – Sasuke respondeu sem ânimo algum. – Sério, você está fazendo tempestade em copo d’agua. – A fagulha de irritação em sua voz era perceptível e acredito que por isso, a avó dele tenha parado para analisa-lo.

- Quero conversar com você depois, Sasuke. – Ela comunicou com seriedade. Os olhos acinzentados pousaram em mim por um momento e eu não consegui sustentar o olhar por mais do que alguns segundos. Não conseguia entender qual mensagem ela estava disposta a me passar, mas com absoluta certeza não era positiva. – Me encontre no escritório daqui a pouco, tudo bem? – Sasuke apenas aquiesceu e ela afagou o cabelo negro com carinho. – Senhorita Haruno, seu quarto é o último, próximo da janela. Não tive tempo para preparar uma decoração adequada, mas espero que fique confortável.

- Tenho certeza de que vou gostar, muito obrigada. – Agradeci sem jeito e sob o olhar firme dela, entendi que era a dispensa mais educada que eu conseguiria naquele momento. – Nós vemos depois? – Falei para Sasuke e ele aquiesceu, me dando um abraço rápido e um beijo no topo de minha cabeça.

- Fique atenta ao celular. – Foi o que ele murmurou somente para que eu escutasse.

- Vou te ajudar com as malas, cunhadinha. – Itachi falou em voz alta, atraindo a atenção da avó para si. – Eu não trouxe mais do que três peças, com certeza você vai demorar bem mais. – Acrescentou prestativo, enquanto enlaçava meus ombros com o braço direito. – Vamos lá? – E antes que eu pudesse negar, ele começou a me guiar em direção ao meu próprio quarto.

- Itachi!

A voz de Kaguya fez com que nós parássemos em frente a porta. Ela nos encarava com severidade e esperava que o neto mais velho a olhasse, mas Itachi apenas abriu a porta de meu quarto e me puxou para dentro.

Por um momento, a expressão tranquila que Itachi ostentava transformou-se em uma de puro cansaço. Ele fechou os olhos, respirou fundo e passou a mão pelos próprios cabelos para acalmar seus ânimos.

Me sentei na cama de casal que estava disposta no centro do quarto e aguardei até que ele estivesse pronto para conversar. Não era comum vê-lo fora dos eixos daquela maneira e bem, eu não sabia o que fazer além de aguardar.

- Me desculpe por isso. – Ele murmurou quando voltou a me observar. – Peço desculpas em nome de todos nós.

- Não tem com o que se preocupar. – Garanti abanando a mão em um gesto de descaso. – Famílias são complicadas. Eu sei como as coisas funcionam. – Itachi sorriu brevemente e logo estava deitado ao meu lado, encarando o teto com frustração evidente.

- Minha avó e Rin são complicadas. – Itachi confessou com um riso repleto de escárnio. – As duas juntaram-se em uma aliança macabra contra mamãe. Somente elas não conseguem ver que Mikoto Uchiha é uma mulher incrível.

- Então elas são cegas. – Resmunguei contrariada, deitando-me ao lado de Itachi. Passei a observar o teto impecavelmente branco, que possuía molduras em gesso da mesma cor. – Sua mãe é uma mulher incrível, não merece nada disso. – Acrescentei enquanto revivia a conversa que havia acontecido no jantar. – Você acha que Sasuke está encrencado?

- Ele vai se sair bem. – Itachi respondeu em um sussurro e em seguida, colocou o braço sobre os olhos. - É algo que vale a pena lutar.

- O que?

- Você. – O moreno disse após alguns segundos em silencio. – É algo que vale a pena que Sasuke lute.

O Uchiha não disse mais nada e eu permaneci quieta, refletindo sobre suas palavras. Havia tanta propriedade que eu não tinha ousado questioná-lo. Só esperava que Sasuke ficasse bem.

 12 de Março de 2016 – 00:27min

Sasuke:

Está por ai?

Sakura:

Com toda certeza. Está tudo bem?

Sasuke há 1 minuto:

Posso dormir aí hoje?

Sakura:

Destranquei a porta.


Notas Finais


Continua... Se alguém ainda está ai, pode me dizer o que achou? hahahaha será que ainda to enferrujada?
Como eu disse nas notas iniciais, essa foi uma das fanfics que eu acreditei que demoraria para voltar a mexer, mas preciso agradecer, do fundo do coração, todos os comentários que vocês deixaram no capítulo anterior ansiando pelo retorno. Eu li cada um deles e peço desculpas pela demora. Muito obrigada, mesmo.
Até a próxima (e prometo não demorar).
Beijão,
Priy Taisho.


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