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História 9 meses - Modificação


Escrita por: Walflarck e AnneSadWalker

Notas do Autor


Bom dia! Iniciando mais um capítulo hoje. Tem sido uma loucura estabelecer o processo de seguimento, então desculpem atencipadamente porque tivemos que estender novamente a fanfic com eventos que não estavam exatamente programados, mas que foram necessários para o andamento.

Como sempre, eu e a @AnneSadWalker agradecemos o apoio e esperamos que possam compartilhar da emoção do capítulo.

Boa leitura ❤️

Capítulo 11 - Modificação


Fanfic / Fanfiction 9 meses - Modificação

Nunca foi tão difícil para Rey Johnson acordar como foi naquela manhã. A cama vazia, a luz do sol forte penetrando em sua pupila de um modo quase violento, a deixando completamente zonza.

Os olhos ainda estavam fundos, a cabeça ainda doía e não importava para onde olhava para Rey, tudo parecia um imenso vazio como o buraco que estava dentro dela desde que Matt foi colocado na UTI. Ela lutou para vencer o corpo cansado quando a visão de Ben Solo sentado na escrivaninha ridiculamente pequena para sua estrutura invadiu-a.

Os olhos castanhos de tom amarelado do homem, penetraram os dela mais do que o sol que vinha da janela sobre a cabeça morena. E Rey levou a mão a têmpora esfregando-a, deixando o cabelo mais embaralhado.

"Bom dia ou boa tarde?" A reflexão na pergunta dele a fez olhar para o relógio. O rubro estava gradativamente subindo à medida que o estado de inconsciência deixava-a e Rey passava para o mundo real, a realidade nada agradável de suas ações desesperada na noite anterior. 

"Que horas são?" Perguntou, tentando não se sentir tão baratinada por não conseguir ver os traços dos números formulados no monitor digital que ela espreitava, fosse pela visão do homem ou pelo fato que sua cabeça lateja pela noite mal dormida.

"Neste momento" Ben checou o pulso. "02:30 pm", respondeu. 

Estava tarde, o que indicava que havia dormido uma manhã inteira.

"Como pude dormir tanto?" Procurou pelo celular como se fosse uma região de seu corpo enquanto se agitava.

Alguém poderia ter ligado do hospital enquanto idiotamente estava na cama como uma doente. Foi quando ao se mover, Ben segurou-a pelo pulso. 

Os cabelos de Rey penduram para frente esfregando nos seus ombros, ao abaixar as vistas. Parecia um pouco surpresa pelo toque ou quem sabe impressionada com o fato dele tê-la tocado sem nenhuma reserva.

"Procurando por isso?" Entregou o aparelho de tela fina na mão dela. "Não se preocupe, não há nenhuma notícia recente além do que já saiba até o momento."

Rey tornou a se sentar na cama como se tivesse sido empurrada por um magnetismo misterioso. Não sabia se a falta de atualização do quadro era boa ou ruim. Não sabia tampouco se o fato de Ben Solo estar com o seu celular era para deixá-la feliz ou indignada.

"Desculpe o trabalho" Estava embaraçada por sua lástima.

O homem se retesou buscando as palavras, claramente se moldando para a situação que nunca viveu.

"Não é uma ideia ruim trocar de papel às vezes" foi o que disse como quem sugeria que ela relaxasse um pouco e tentasse confiar em quem estava ao seu lado (ele). "Você tem se cobrado demais... Pensando demais... E isso não é saudável para sua saúde, seja física ou mental" 

Ben estava refletindo sanidade como se ele fosse a mente de Rey trabalhando, dando conselhos, quando ela não sabia o que fazer. 

"Eu agradeço a preocupação Senhor Solo. Agradeço também por ter me mantido com a cabeça onde deveria estar ontem" foi sincera.

Rey não precisava dizer com palavras na opinião dele que estava arrependida de tê-lo provocado, aquilo estava refletido em cada ponto do seu rosto, enquanto ele mesmo, Ben, em contraponto ficou simultaneamente aliviado e irritado com a alegação. Aliviado por ela ter ciência que não deveria, mas irritando porque as palavras da moça eram como uma alegação de não aceitação dele. 

Mas quem em sã consciência aceitaria Ben Solo sendo como ele era? Essa era a pergunta que se fazia rotineiramente ao estar pensando constantemente nela.

O empresário era um homem comum, Ben Solo assumia em sua ciência que o padrão reservado, frio, insensível, incapaz de notar mudanças nas pessoas para compreender necessidades se não fossem em benefício dele mesmo, não era algo que agradaria uma mulher foste essa independe ou não.

Soava ridículo fazer ponderações sobre suas falhas, principalmente porque todas elas pareciam piorar perto da mulher que sabia que ele mesmo amava.

"Não precisa agradecer, apenas precisamos garantir que esse tipo de situação não aconteça mais." Estava tentando agir naturalmente, não deixar transparecer o que sentia incômodo no seu pensamento.

Enquanto do outro lado, por um motivo não tão claro para Rey, ela se magoou com a perspectiva que dele. Isso queria dizer que estava arrependido? Que não queria a beijaria nunca mais? 

Era estranho desanimar com o pensamento, não? Estava até poucos segundos atrás se desculpando pelo seu ato imprudente, antes dele colocar suas palavras.

"Certamente" concordou, não pelo que estava dentro dela e sim pelo que estava fora. "Eu garanto que não tomarei esse tipo de atitude novamente."

"Neste ponto concordamos" o coração dela mais uma vez se apertou. 

Ele já havia rejeitado-a uma vez no passado, deveria aceitar isso como naquela ocasião, porém como o beijo dele ainda queimasse em sua boca desde a noite e eles eram bem mais próximos agora do que quando ela chegou em Nova York, a decepção pela rejeição foi inevitável.

Onde ela estava com a cabeça? A sua fragilidade estava levando-a além do limite, enquanto ele parecia-se mais com o homem de Nova York a medida que estava se recuperando. O terno que usava naquela manhã era apenas mais um desses traços que indicavam o regresso do CEO que a contratou, alguém que nunca teve a intenção de se apaixonar por alguém simples como ela. 

"Você... Ainda pensa em desistir do contrato?" A pergunta foi natural. Eram tantas as dúvidas.

Os olhos dele desviaram-se causando mais aflição.

"Sendo sincero, talvez seja algo que deva discutir com Hux primeiro. Mais cedo, inclusive, informei que há necessidade de uma conversa sobre esse..." Ben parou por um momento, seus lábios tremiam em hesitação "Contrato…" A batalha foi vencida.

Por que foi tão difícil para ele gerir suas palavras? Aquela parecia mais uma das tantas dúvidas que ficariam em sua mente.

"Eu devo ir com o senhor?" não queria ser intrusiva e a pergunta também foi bem genérica dando amplas interpretações.

"Desta vez não. Eu gostaria de ter essa conversa de modo particular com ele" Era estranho... Era como se Ben estivesse criando um determinando distanciamento para ela, ou melhor, para algo que entre eles nunca existiu. 

Era isso ou ela estava sendo dramática demais? 

"Não devo ir para Nova York então?" A pergunta fez Ben se levantar e andar até a janela, antes de se virar para Rey novamente. 

"Não, você irá comigo" diferente das outras vezes não era seu tom autoritário predominando, era apenas ele falando o que realmente pensava. "Mas deve esperar o que for decidido depois disso." 

Ben estava com uma expressão indecifrável agora, uma expressão que a texana estava acostumada a ver em seu rosto quando o conheceu. Talvez pressionar não fosse o melhor metódo.

"Senhor Solo..." 

A voz fez com que ele colocasse as mãos dentro do bolso da calça, dando plena atenção. Não importava quantas vezes ele fizesse uma ação simples, todas elas, ele ficava bonito assim, com aquela luz penetrando pelas janela e tocando-o. Nítido como ia-se retraçando os sinais do seu rosto, a curvatura de seu nariz longo.

O nervosismo dominou-a, ela se encolheu. Rey sentiu-se pequena diante disso, diante da intensidade carga nele. Ben Solo era homem de negócios, assim como um homem tão bem entendido sobre a vida, alguém diferente dela e sua rotina campestre. 

"Ainda sente-se aborrecido comigo por ontem?"

Estúpida, ela repreendeu-se mentalmente. Para que voltou ao assunto? Haviam dito que iriam garantir que não iria acontecer, mas agora ela decidiu por um instinto estranho estar jogando sal em uma ferida que sequer cicatrizou.

"Aborrecido?" Passou a mão no cabelo, revelando levemente as orelhas avantajadas. "Não, eu não estou." 

Deveria ser o suficiente para Rey, então, por que não era? 

"Entendo..." Foi tudo que pode dizer com uma vergonha sublime do que ela era.

A poucos metros, ele sentia de novo aquela pontada desconfortável em seu estômago ao olhar para a expressão da moça que se torturava, o peito agitado. Ela estava partida, além disso, ela também estava envergonhada, talvez arrependida de ter-se deixado tocar. 

Ele podia ainda sentir a sua dor como se fosse física, tanto como podia sentir como era estar com ela em seus braços, apertar a sua boca, amansar a língua macia até que estivesse domada e seguindo as suas coordenadas. O gosto dos lábios dela não eram reais, mas a sua mente atribuía um gosto doce, agradável, único e completa de…

"Rey…" a voz saiu antes que pudesse controlar.

Rey Jonhson, a doença incurável a qual não podia lidar, novamente, ali o deixando sem ar. O fazendo sentir-se um cretino miserável quando desejava ir contra a sanidade por suas mãos grandes no pequeno rosto dela. 

Queria infinitamente a abraçar, afundar o seu nariz no topo da sua cabeleira castanha e sedosa. Inalar fundo o cheiro da sua pele... Ele estava tão perdido por ela. 

"É melhor você descer agora. O café da manhã e o almoço já passaram. Deve cuidar de si mesma, não será bom se ficar doente." 

Ela assentiu entendendo a preocupação dele ou foi algo que sua mente fantasiou. Quando percebeu estava voando alto como quando era uma adolescente idealizando um homem que só havia em sua cabeça, mas diferente daquela época a jovem mulher tinha uma consciência mais sólida que nunca passaria de uma fantasia, porque o Ben Solo de seu mundo não era real...

*

Curtos dias depois, a vida diária tomou conta de Ben e Rey. O homem já recuperado estava ocupado com as conferências da empresa e assuntos correlacionados. Enquanto isso, Rey mantinha a organização das inúmeras tarefas campestres que envolvia as plantas e os animais e estava sempre atenta a qualquer informação que viesse da suíça. 

As conversas entre ela e Ben eram mais curtas agora devido ao tempo ou porque também, de algum modo, eles se evitavam com certa intenção e frequência desde o beijo. Ficaram também mais polidos sobre a presença um do outro como se um medo tivesse se estabelecido por interpretações dúbias.

Em meio a isso, Rey crescia sua personalidade. A dificuldade que enfrentava a fazia ter que amadurecer de uma mulher jovem sem tantas responsabilidades para alguém mais madura e atenta. Além disso, conviver com Ben contribuia para formular uma disciplina que não conhecia antes, e agora, ela podia usar como um aprendizado criterioso para falar o que pensava.

Naquela tarde, em específico, a primeira aprovação chegava como uma prova final. 

Rey terminava de colher algumas cenouras da terra, quando Kaydel Ko Connix, vulgo sua bela amiga traidora, apareceu sem aviso no portão da fazenda carregando uma cesta de palha, encoberta por um pano branco.

"Rey!" ela gritou um tanto agitada ao avistar a moça.

"Connix?" A voz de Rey não saiu ao mirá-la.

Connix estava vestida com um short jeans curto e apertando que ia se combinando com uma blusa branca regata que deixava sua barriga de fora. Querendo ou não Connix era uma loira magnífica, e Rey, por mais que odiasse admitir podia entender o porquê de muitos homens gostarem da moça no sentido sexual. 

Rey era o oposto daquela bela visitante, ela era tão mais discreta, tão mais ela... Às vezes um pouco extravagante em seus gostos que não se combinavam como agora, que apesar do macacão jeans azul claro, calçava botas laranjas de borracha e luvas de jardinagem verdes. 

"Minha avó pediu para trazer esses doces" foi encurtando a distância ao passar pelo cercado "Por que não tomamos um chá?" Sugeriu sem deixar que ela pensasse muito já atrelando seus braços "Já sei, por que não uma tequila?" e ela estava pronta, sacudindo a garrafa transparente que apanhou em meio as guloseimas.

*

Tudo o que Johnson não queria era passar a tarde e o adentrar da noite está sentada na mesa da cozinha ao lado Ben, ainda mais quando estava sobre a inspeção insuportável de Connix a frente dos dois.

"Então em Nova York pode simplesmente ir em qualquer lugar e encontrar uma rosquinha diet?" Era uma banalidade, na verdade, Connix não estava interessada em saber. O que a loira queria mesmo era uma desculpa para continuar falando e de algum modo parecer-se interessante para Ben.

"Se fosse à Austin também não sentira esse tipo de contradição" ele referiu-se a capital.

"É mesmo? E já foi até lá Ben?" A loira dedilhou o polegar na borda copo de tequila, claramente buscando um flerte. 

Rey que observava estava andando no fio da vontade de enfiar o copo de vidro na goela da outra mulher. Ela contou. Aquela foi a terceira vez no dia que ela o chamava de Ben. O que Connix tinha na cabeça? E o que ela tinha na cabeça também? Talvez a decepção e incômodo de que ao invés de corrigi-la Ben continuasse a agir como se nada estivesse acontecendo estivesse sendo maior do que seu bom senso.

"Eu costumo viajar a negócios." Ele não parecia muito disposto a levar os diálogos a diante.

Acabou vendo a expressão de Rey irritada sobre eles. Será que ela não notava que ele também não gostava da presença daquela mulher estranha desde que a viu da primeira vez no Coffee do Walter? Tudo que ele queria era uma desculpa para sair da situação. Um modo que também não mostrasse o quanto hostil e antipático poderia ser quando queria.

"Bem, eu acho que preciso subir. Ainda tenho algumas coisas para verificar do meu trabalho." Foi tão genérico que Rey poderia ter dito que ele era um tolo, quando claramente queria só fugir.

A loira, no entanto, alheia a troca de olhares dos dois e suas percepções, se levantou imediatamente agarrando o braço de Ben.

Ele não queria ser grosseiro, mas ela não estava facilitando para que ele mantivesse sua cordialidade.

"Mas nós estávamos apenas começamos a beber. Não seja tão tímido" a loira deu um sorriso que deixou tanto a amiga como o hóspede sem reação. "Já sei, nós podemos falar da Rey" sugeriu como um jogo.

Queria atenção dele, não se importando portanto ter que usar ação que os deixavam desalinhados.

"Rey quando era mais jovem costuma beber muito comigo, então, certa vez, depois que terminei com meu ex-namorado" referiu-se ao homem que ela deliberadamente seduziu e que Rey amava "Nós duas fizemos uma aposta para ver quem beberia mais."

Foi uma situação constrangedora, porque a moça lembrava-se perfeitamente da ocorrência e se policiava até então sobre seus sentimentos sobre Ko, Alex e a traição.

"Tinha um cara no colégio, o nome dele era Poe Dameron, bem gostoso diga-se a verdade, e ele arrastava um quarteirão por ela. Qualquer idiota poderia ver" Ben tentou não focar nas palavras da loira, acontece que ela acertou sem saber na sua sensibilidade.

Um homem supostamente bonito apaixonado por Rey? Não tinha interesse de pensar em alguém assim, porém a mente faiscou de maneira boboca. Sabia que era idiotice não controlar a raiva por aquela palavras, por uma clara provocação.

"Então eu sugeri que se bebesse mais do que ela por causa do imbecil do meu ex-namorado, na manhã seguinte ela teria que beijar o Poe" piscou para moça ao lado dele. "O resultado foi o beijo do ano" a visitante tomou mais uma dose como quem comemorava a sua aposta bem sucedida.

"Connix, além de estar tarde. Eu acho que você já bebeu muito" Rey intrometeu em uma tentativa da mulher de colocar mais líquido no próprio copo vazio.

A fazendeira não precisava dizer que estava desconfortável. Lógico que não tinha interesse que ela continuasse sua história.

"Eu acho que a Rey está certa. Deveria parar." Ben argumentou em favor da outra.

Podia imaginar o quanto Rey não estava bem com toda a abertura que Connix criou sobre sua vida a expondo como se fizesse disso um motivo de piada de péssimo gosto. Para um homem feito, lidar com situações não causava abalos, diferente do que deveria ser para ela, afinal, mulheres pareciam dar muito valor para coisa como 'primeiro beijou' ou 'a primeira transa' e Rey parecia exatamente o tipo que se importava muito.

Era uma adulta hoje em dia na casa dos vinte, só que isso não fazia tanto tempo assim, enquanto ele já tinha transitado por muitas coisas em sua vida aos trinta, inclusive que incluíam pegar a sua ex-namorada com outro homem.

Ben podia ser compreensivo sobre os pensamentos dela, por isso apesar de evitar Rey por motivos lógicos, ele tinha que apoiá-la quando necessário.

"Vocês parecem tão estranho." Connix pareceu interditada, além de muito bêbada. 

Os ombros de Ben ficaram tensos, ele claramente não sabia mais se olhar para Rey ajudava ou atrapalhava na análise da loira.

"Isso me lembra que você falou que trabalha para ele." Continuou sem dar importância às observações sobre estar extrapolando e bebendo do próprio juízo. "O que faz exatamente?"

"É uma auxiliar" Ben respondeu, um pouco mais, provavelmente teria que carregar a bêbada para fora.

"Auxiliar?" A gargalhada que rompeu por parte da vista foi quase histérica, como se ele tivesse feito uma piada em um programa de entretenimento "Rey nunca foi a melhor da turma, se é que me entende é tão difícil acreditar nisso." desdenhou claramente "A minha avó pode até achar coerente essa versão contada por vocês, mas eu não sou ingênua..." ela se aproximou de Ben. "Soube inclusive por muitas bocas pela cidade que os custos do hospital do tio de Rey foram pagos por você, não foram?"

A moça finalmente de prontificou. 

"Connix, por que falar disso agora?"

Mas Ben não sentia que necessitava esconder a verdade.

"Sim, eu paguei os custo. Mas não entendo onde quer chegar com essa coisa toda" e a loira girou os olhos como se compreendesse toda a recusa que ele vinha direcionando as investidas dela.

Era uma mulher bonita demais para ser recusada por homens de qualquer tipo, porém alguns que agravada-a tinham mania se aproxima Rey por sua ingenuidade que poderia ser considerada um petisco. Em sua mente Rey não seria mais do que uma mosca morta, que tinha posicionamento de santinha, o que a levava a ter aquela amizade de anos – se é que poderia chamar assim – somente pelo benefício de usar Rey como isca para depois seduzir os homens que queria.

"Então, ela não é tão santa assim" a arrogância de Connix havia subido um tom "É tão claro para mim, por favor, não precisa mentir" disse se enervado. "Ela está trepando com você pelo seu dinheiro, não está?"

A bebida não era uma desculpa para que a loira falsa estivesse tão irritada, apenas aquilo que a fazia falar o que pensava sem nenhum filtro.

Ben ficou irritado com ousadia, Connix definitivamente havia pulado a linha do aceitável, contudo antes que ele pudesse puxá-la pelo braço para tirá-la dali, se surpreendeu com a atitude de Rey.

Os dias havia sobrecarregado a sua mente e ela se sentia cansada. A última coisa que queria era ser desrespeitada dentro da sua própria casa por uma mulher sem moral. O seu tio estava internado há dias em uma UTI na Suíça, o seu coração doía e a situação com Ben só ficava mais complicada.

O que ela achava saber sobre sua vida e suas escolhas? E pior, com que direito despertava tamanha vergonha nela?

Dias atrás havia tentado seduzir Ben por puro desespero, fato, mas Connix não entenderia os motivos de seu espírito, porque não tinha pensamentos nefastos como os dela, não era mundana ou tinha interesses vazios.

Rey apertou o seus dentes. Havia esquecido naquela altura da tamanha bebedeira. Havia se esquecido de como se respirava sem que a cabeça estivesse ao ponto de explodir. 

Empurrou todo o seu autocontrole para o local mais escuro da mente. Já não era mais ela ali, aquela era sua outra versão de Rey Johnson, um alguém que jamais conheceu em si mesma até que o som da palma de sua mão fosse alto o suficiente para ecoar na cozinha.

Logo os três rostos se tornaram perplexos. Cada um por um motivo distinto.

Mas já estava feito, além disso, perfeitamente desenhado.

A mão de Rey estava ainda em riste e Connix  com a marca de um tapa na cara. Rey não sabia de onde havia vindo o rompante ou a força que possuía em sua garganta quando as palavras chegaram em pura irritação:

"CHEGA!" As lágrimas nos olhos ganharam terreno e o corpo tremeu em violência.

Em outras épocas nunca teria feito aquilo, ela não era uma pessoa agressiva.

Connix que a conhecia tão bem quanto ela também sentia o choque, a surpresa. Era como se o tempo houvesse voltado para o celeiro para quando ela a viu com Alex, mas mesmo naquela época Rey não encostou nela fisicamente, mesmo que emocionante abalada.

"Como você pode?" A loira disse em uma voz falha. O rosto escondido sobre a própria mão para ocultar a vermelhidão em sua pele.

"Por favor, saia da minha casa" ela não ousava olhava para ela. Manteve sua voz firme e a visão mirando o chão.

Humilhada e sem condições emocionais pela ocorrência, a loira fugiu porta fora, deixando os dois ocupantes da fazenda sozinhos.

Bastou a porta bater… 

A realidade tornou.

O peso do que Rey fez a neta da senhora do café a sacudiu violentamente e ela soluçou. Perdeu tudo o que possui diante das vistas de Ben e acima disso sua própria dignidade quando viu-se irritada com ele também.

E ao vê-la chorar, Ben tentou se aproximar, no entanto a moça recuou como um passarinho machucado.

"Não." Balançou a cabeça negativamente "Fique onde está" a mágoa estava muito além de uma simples vergonha. Ela se sentia traída.

"Eu não fiz…"

"Sim." Não o deixou falar "Você fez" o acusou antes que terminasse, antes que fosse possível para ele compreender suas próprias ações inconscientes "Você não se importou."

"Do que está falando?" Agora estava confuso.

"Deixou até que ela o chamasse de Ben" a garganta secou ao revelar o que lhe doía.

Não foi só as insinuações, aquilo foi pelo conjunto de tudo que estava guardado nela, inclusive seu desconforto por ter deixado aquilo ir adiante.

"Óbvio quando esse este é o meu nome." defendeu-se incapaz de compreender a irritação que provocou nela, quando ele nada havia feito além de tantas contornar a situação ao seu lado.

"SIM!" Berrou perdendo novamente o controle. Sua voz saiu ferida "Eu sei!" Ela colocou a mão na testa antes de completar baixo, depois do rompante de raiva "O seu nome… O nome pelo qual prefere que não o chame..." E ela o contornou, levando a mão a boca para que não visse o quanto seu coração foi pisado por algo tão simples.

Não deveria ter dito aquilo, não deveria, mas foi além do que podia suportar através de tanta pressão que viva no presente. A confusão estava em sua mente, ela era incapaz de frear as feridas que ficavam, porque de algum modo ela se importava com ele mais do que imaginava.

Terminou dizendo:

"Boa noite... Ben Solo." Foi dura ao proferir o nome dele e subir as escadas com pressa, em direção ao quarto de seu tio.

O clima havia ficado realmente pesado, um dom que parecia fazer parte de Connix confeccionar toda vez que a encontrava.

Ben ficou frustrado com a ação. Podia fazer qualquer coisa, mas enquanto sua mente zunia daquela maneira ele não poderia descansar. Foi irracional, completamente inconsciente subindo as escadas meio segundo depois, bater na porta do quarto dela.

"Abra..." Solicitou sem saber ao certo o que iria dizer.

"Vai embora! Eu quero ficar sozinha" o repeliu do lado de dentro.

Droga o que ele estava fazendo? O que pretendia com aquela loucura, esclarecer suas ações ou a consolar?

As mãos tremerem parando as batidas e derrotado encostou a testa na madeira. Podia não vê-la a sua frente, mas podia imaginar que ela estava encolhida sobre a cama, abraçando suas pernas com a cabeça encostada nos joelhos.

Ben se afastou um pouco da porta, não vendo ação para si mesmo, ele falou do outro lado:

"Sabe…" cerrou os olhos pensando nas palavras "Foi um belo tapa e eu só queria que soubesse disso, Rey..." ele murmurou. 

Mais alguns segundos a porta, pensou em se afastar quando escutou uma pequena movimentação interna de passos suaves que o fizeram considera que disse a coisa certa. Podia senti-la quase como se a porta à sua frente não existisse, algo que a sombra abaixo que vinha pela fresta só ressaltava. Contudo ela continuou incapaz de falar e com o seu melhor ele tentou pelos dois:

"Boa noite..." Os passos dele então ecoaram no corredor e a porta do quarto ao lado do dela bateu.

Ele desistiu.

Pensativa, Rey levou a mão a boca novamente, abafando seu choro dramático incontido. Sabia que Ben não fez por maldade, e talvez mais que isso, sabia que ele se esforçou e lhe fez um elogio. Não foi algo para que ela saísse esbofeteando pessoas. Foi uma expressão de orgulho porque ela não aceitou calada o que Connix fez,  porque Rey era mais do que podiam julgar em uma visão torta. E ele sabia que ela não merecia ser humilhada.

Foi difícil para ela não ir até ele depois disso, porque um lado seu estava grato pelo reconhecimento, porém a sua outra parte – a maior dela – ainda estava irritada com ele, porque dessa vez, ele cometeu o erro mais crucial, o de não lhe pedir desculpas...

*

Para alguém sempre calmo e frio, Ben Solo tornou-se pensativo, na verdade, preocupado sobre o andamento da situação dele com Rey. Já havia predefinido e até por vezes descartado que não queria se entregar às sensações errantes e as voláteis; mas ainda estava incomodado com aquela pendência, com a forma como a texana o cerca desde a temporada fora de Nova York. 

Não havia dúvidas que a relação deles estava cada vez mais profunda e conectada apesar de ainda estarem brigados por causa de Connix.

Agora que Ben voltava para a habitual rotina de escritório e para casa era estranha a ausência que ela provocava para ele em sua vida. Embora fosse duro admitir sentia falta de escutar a voz de Rey todas as manhãs, não ter mais o som que fazia ao regar as plantas, o cheiro de suas panquecas invadido a cozinha, a sua organização na casa e uma escrivaninha pequena que o fazia dobrar muito as pernas ao se sentar. 

Parecia banal, uma rotina que foi fruto de um delírio somente dele, que mesmo sentia saudade como se sempre tivesse sido sua, ainda que Rey e eles não fossem nada além de duas pessoas dividindo uma casa.

No processo de intensas modificações e uma relação cada vez mais profunda, que confundida ou que era real com aquilo que ele queria, o homem estava ali agora, buscando soluções para estabilizar tantas dúvidas que vinham surgindo em sua cabeça.

"O que há de errado desta vez?" O ruivo disse sentando de modo articulado. 

"Preciso de alguma ajuda com a questão do contrato gestacional" Hux se aprumou na cadeira ao ouvir que estava tocando novamente no assunto.

Estranho que Ben estivesse revisitando a ideia, quando ele achava que tecnicamente estava tudo resolvido mediante a papelada.

"Tenho considerado muitas vezes desde que voltei do Texas. Nós poderíamos ter sido mais práticos procurando um programa qualquer para alugar uma barriga, não é o que casais homossexuais fazem?" Indagou desejando não ser invadido pela sensação de ser uma aberração.

"Falamos disso em princípio Ben, você sabe que também considerei a medida. Só que os trâmites são demorados… Por mais que tenhamos como pagar os custos, não conseguimos eliminar a burocracia." Com as mãos abertas ele começou a enumerar. "Você passaria por entrevistas, checagens criminais, análises de intenções. Acha que eles não saberiam que queria um bebê somente causa da empresa? Sendo assim, quem o aprovaria para esse tipo de coisa?"

Sim, Hux estava certo como sempre e ninguém em um programa resumido para realização da construção de uma família iria deixar passar tal coisa quando tinham casais necessitando de verdade. O que ele era mediante a essas pessoas?

Ben era um homem desesperado para manter o posto em uma empresa multinacional, por mais ridículo que o fosse. Nunca teve intenção de construir uma família, diferente de Hux, porque tinha todos os motivos para quer distância da paternidade e com sinceridade, talvez, ele nem estivesse considerando as consequências de sua escolha ainda. Não havia pensando o quanto sua vida mudaria ao ter um filho. 

Seriamente, o que ele faria depois com a criança? 

A convivência falha que tinha com Han e Leia na infância não era um exemplo para ele de como ser um bom pai, tanto que Ben Solo havia adquirido um trauma muito grande em sua vida, trauma este que refletia em má convivência com outras pessoas, quando não era Hux ou agora em alguns aspectos… Rey...

"Pela forma como coloca, me faz soar que contratar Rey foi uma ilegalidade" foi duro na perspectiva.

"Não é ilegal" não queria que Ben pensasse assim "Só adotamos um método particular por emergência. Além disso, pode parecer duro vindo da minha própria boca, afinal você me conhece, mas uma vida por 150 milhões, pode não ser um negócio tão ruim para ser gerido para algumas mulheres."

"Este é problema Hux." Ben se levantou da mesa do escritório, desta vez, expressando irritação. "Rey não é uma dessas mulheres!"

Hux olhou de esguelha, afetado.

"Eu acho melhor se sentar, Ben" orientou buscando lembrar de Rose, que sempre era boa em manter as situação alheia sob controle.

O primeiro passo pelo que aprendeu com a mãe de seu filho era manter a calma. Segundo passo, discursar com soluções plausíveis depois de entender a base do problema de seu paciente. Certo, Ben não era um paciente, mas poderia ser algo próximo quando ele sempre estava auxiliando em sua vida e decisões.

"Desde que voltou, agora que falou, eu percebo que anda um pouco mais agitado. Talvez, só talvez, você pudesse tentar uma nova sessão com a Rose" era o mais próximo que conseguia quando via o amigo parecer um leão com o cabelo sobre as mãos.

"Não posso continuar com isso..." Ben falou baixo como se houvesse vergonha. Estava sendo derrotista e quando sua voz parou retida na garganta, o maxilar rangeu dolorosamente.

"Eu imagino." admitiu como era difícil para ele também pensar em Rey envolvida no meio daquilo tudo. "O medo sempre nos puxa mais forte que nossas vontade." era uma análise franca "Agora que o tio dela está internado na UTI, eu suponho que isso triplica sua confusão."

Já havia se passado quase uma semana desde que o quadro vinha piorando e tanto Ben quando Hux não podia dizer que se surpreenderiam se a qualquer momento, uma notícia ruim chegasse mesmo não desejasse tão infortúnio.

"Mas deve respirar" e uma risada amarga veio de Ben.

Não estava nem perto de corrigir as dúvidas dele.

"Você realmente não pode entender" estava inconformado.

O ruivo precisou balançar a cabeça, a adrenalina rodava, talvez estivesse cego, ou somente negando o óbvio. O problema não era exatamente Rey ou o seu tio, o problema era a cabeça de Ben, ou melhor, os sentimentos que vinha sentido por Rey. Ele mesmo o alertou sobre isso, então, qual era a dificuldade em assumir que também estava vendo o que o seu amigo estava envolvido por ela?

"O problema Ben é que você se apaixonou…" Não era um segredo que pudesse bloquear de Hux, a questão seria a qualquer momento escancarada como se houvesse chutado uma porta.

"Não seja ridículo" mesmo com as sinalizações ele não admitiria, era um sujeito orgulho demais ou simplesmente tão duro consigo que nem sabia o que era o amor na concepção do advogado.

Ali, avaliando seu amigo, Armitage teve que tomar novamente a posição que sempre tomava. Por Ben, novamente, assumia o fardo de ser por vezes o advogado do diabo

"Não há tempo para anular o contrato. Faltam dias para que o prazo termine." resolveu não tocar no assunto com o emocional, mas sim o racional "Rey precisa ficar grávida até o final do mês…" viu muita relutância "O hospital está preparado. Se não fizer o que precisa, Snoke estará a um passo de assumir a empresa."

"Ele pode fazer isso desde agora, esqueceu que quer configurar uma eleição?" Argumentou.

"É diferente." O ruivo não podia acreditar que teria que despejar a clareza na situação "Se você não tiver um filho, isso coloca você fora da presidência… Permanente e para sempre. Não poderá assumir Ben, o testamento é claro."

Outra onda de miséria o envolveu. 

Enquanto o ruivo pensava que os sentimentos de um homem que teria um filho não podiam sobressair, ou seja, os seus sentimentos pessoais não podiam afetar sua análise. Hux tinha que ser racionalmente frio, por mais que ele odiasse o fazer.

"Pense com calma, podemos fazer dar certo. Ela pode se acalmar com o tempo sobre essa situação... Estamos ajudando, e pelo que conheço de Rey, ela jamais aceitaria sua ajuda sem fazer a parte necessária neste acordo. É orgulhosa demais para isso..."

"Não, ela é comprometida e altruísta demais, não orgulhosa" Ben o corrigiu. 

"Seja como for." necessitou abrir os seus olhos para o que se configurava "Se incomoda tanto. Se você teme o que pode acontecer, porque sabemos que se trata de um contrato com prazo definido" enfatizou "Você pode deixá-la naquela casa que tem em Montauk." viu os olhos de Ben ficando estáticos como se um medo estivesse percorrendo-o como um vento gélido. 

Só de mencionar o lugar dava para ver que o semblante do herdeiro da Falcon ficava diferente. Claro, óbvio, porque ele jamais superou aquele lugar.

"Sabe que não consigo sequer pisar naquela casa" Da certeza foi transitando para a negação.

Não sabia se era capaz de fato de se afastar dela como ele tentava convencer a si mesmo a cada meio segundo.

"Mas a ideia é que você não vai voltar a vê-la." O homem que ouvia parecia desnorteado com o que aquilo significava. "Assim deve ser…" tentava por racionalidade na situação "Sem sua inspeção ela terá a criança com mais tranquilidade, então, depois disso poderá voltar a ter a vida normal no Texas. Sem mágoas ou raiva..." Também queria se convencer disso.

De onde saia a frieza para lidar com suas colocações o advogado não sabia, mesmo porque somente estava tentando sugerir que seria fácil como quebrar ovos para fazer um omelete.

Mas no fundo, algo dizia que era impossível, ele sabia que para alguém como Rey Johnson não sair machucada pela tarefa não era opção, aquela mulher iria sim se afeiçoar a criança... Rose que relutava sobre a gravidez antes já havia se afeiçoado a ideia de ser mãe, então era lógico para Hux que iria acontecer com Rey com ainda mais naturalidade, porque o seu coração era grande e cheio de amor.

Racional, tentou afastar a pena que sentia pela moça interiorana e trágica história que a envolvia. Mesmo sendo sincero sobre o carinho que sentia por Rey, ele sabia que era justamente suas qualidades de bondade que o cativaram que a tornava ideal para salvar Ben… Em resumo, Rey não seria capaz de negar dar o próprio filho ao homem porque era comprometida e honesta demais para enganar qualquer pessoa.

Depois de seu pai Brandol, a sua mãe Michelle, Rose e o bebê que a psicanalista esperava – não necessariamente nesta ordem –, Ben era a pessoa mais importante em sua vida. Toda aquela conclusão era o que o levava naquele momento a brincava de Deus. 

E ele engoliu a própria saliva colocando a racionalidade na frente de qualquer pena.

"Você precisa de um filho, não podemos ser tolos." agora era a voz da razão, a parte que mantinha Ben e Rey afastados ao mesmo tempo que os interligava estranhamente como uma ponte de aço. "Outra coisa... A festa da empresa, será importante para estabelecer sua imagem. Rey precisa estar presente." 

"Achei que havíamos combinado que não era uma boa ideia, que eu ficasse perto dela" contrapôs.

Hux estava fazendo-o lidar com mais do que sua capacidade suportava.

"Deve ser a última vez que irá se aproximar." recomendou "Infelizmente é necessário. Não podemos deixar que todos saibam explicitamente que ela foi contratada para gerar um filho seu. É péssimo para os negócios, para a sua imagem mediante aos acionistas. Snoke usaria isso como um veneno…" Querendo ou não as ideias sempre mais absurdas e geniais eram daquele sujeito sem escrúpulo.

"O que sugere?" Estava ouvindo, embora não entusiasmado.

"Criar uma estória." retomou a explicação "Na cabeça de todos deve parece que você conheceu uma linda mulher. Apaixonou-se por ela e disso veio a criança..."

Não era completamente mentira, mas não era também completamente verdade. Pensar nisso o deixava fora da caixa.

"Agora você quem está sendo idiota" e Hux abanou a cabeça impaciente por ele chamá-lo daquele modo. "Por que não inventamos isso desde o princípio então?" Buscava entender o ponto de vista. "Como se aquela cambada de canalhas fosse acreditar, principalmente quando ela for embora" a palavra o pegou de surpresa fazendo embolar a língua.

Não foi um efeito da bebida que ele bebia antes do amigo chegar, ele ainda estava perfeitamente sóbrio. O que o atrapalhou foi pensar… Quando Rey fosse embora o que ele seria sem ela? 

Estava tão disposto a se sacrificar antes de Hux fazer todo seu discurso que nem sabia o que sentiria ao perdê-la… Fosse como fosse, de algum modo tinha a ciência que jamais Rey seria dele, pelo menos, não mais do que o contrato de gestação permitia...

"Isso foi antes… Antes do Snoke colocar um homem dentro da casa dela para espioná-lo." Hux trouxe novamente o seu ponto de vista. "Sem ao menos uma aparição dela como sua suposta namorada vai ficar difícil fazer os outros acionistas darem algum crédito a sua versão." foi eloquente. "Você pode continuar na presidência, mas jamais terá o apoio deles, porque nunca semeou dúvida" continuou a explicar. "Com sua personalidade e lógico que é difícil acreditar nessa versão de um homem que se apaixonou, mas é melhor uma tentativa do que assumir isso de modo desprezível sem ressalvas… Em outras palavras, sugerir a dúvida irá te salvar nestes jogos de interesses." 

Não importava como, ele tinha que pensar. Estava entre a cruz e espada. Não era fácil. Mais um pouco ele cairia no abismo…

"Então…" Posicionou-se repensando. "O que você indicaria ainda que tudo seja desfavorável é deixar tudo como está?"

Como advogado, Hux sabia que seu amigo nunca teve tanta vantagem sobre a contratante se pensasse friamente. A piora no quadro de Matt colocava Rey nas mãos de de Ben de modo muito mais comprometedor, embora ele mesmo abrisse mão desse poder, porque aquilo dava-lhe repulsa. 

"Como seu amigo sei que isso é antiético. E sei que poderia explorar as fraquezas dela, porém agora teme que ela se machuque." Ele sorriu sem pensar. "Sempre soube…" Hux levantou colocando as mãos no ombro do amigo dando tapinhas. "Você é um cara decente."

Descente? O que caralhos era aquilo? A palavra ecoou dolorosamente, porque era a primeira vez na qual a tal decência que ele nunca lutou para sentir o estava pondo em muita desvantagem aos seus olhos.

E entre a conversa que já demorava bons minutos o telefone de Ben tocou indicando na tela o nome dela.

"É Rey, por deus. Eu nem percebi que estava tão tarde..." Checou no relógio, pois ele havia prometido que ligaria para ela depois de falar com Hux. "Um momento" se colocou para atender. 

Hux ficou a espera para monitorar o amigo, tal qual suas reações.

"Oi…" levou alguns momentos até que sua testa formasse um vinco e ele colocasse a mão na cintura impaciente "O que? Que barulho é esse atrás de você?" A voz de Rey parecia um tanto confusa do outro lado da linha "O que está dizendo? Você está bêbada?" O sangue dele congelou quando outra mulher assumiu a linha falando pela texana. "Não, não a deixe sair daí… Já estou indo" desligou o celular. 

"O que houve?" Agora era Hux quem estava preocupado.  

"Rey estava em bar, eu não entendi. Parece-me no entanto ter bebido muito" ele estava entre a aflição de querer entender os motivo dela e raiva por ela ter feito algo tão estúpido.

Seja o que havia acontecido necessitava ser averiguado. Por que ela era assim? Quanto mais ele tentava se distanciar mais situações os colocavam na mesma linha.

"Ben..." Hux o parou. 

"O que?" Ele hesitou na porta arrumando o paletó. 

Naquele instante, Hux pensou em ponderar os motivos para que Ben não fosse ao maldito bar encontrá-la. Sabia que havia algo mais ali na expressão carrancuda do empresário… Temia que isso anulasse suas sugestões. Então quando ele olhou para Ben algo o fez perder a coragem, por mais que ele quisesse orientá-lo a ficar sentiu não ser algo para a sua escolha, não desta vez.

"Nada, não. Vamos." O ruivo também pegou seu paletó na cadeira e o seguiu.

Seria difícil mantê-los afastados, e está foi a conclusão mais inteligente que ele fez, que de algum modo ele teria que corrigir de algum jeito, em um futuro não tão distante assim.


Notas Finais


Sobrevivemos? Suave esse capítulo vai! Ninguém morreu com ele hahahah.

Bom para hoje como prometido estamos abrindo os comentários para que faça suas perguntas para os personagens. As melhores perguntas vão ser inseridas no jornal feito pela @AnneSadWalker então leiam as regras.

Regras:
– Citar o personagem com a pergunta.
– Prazo para perguntas até 5 dias da publicação (depois disso não serão mais aceitas. Nós precisamos escrever o jornal e ele deve sair junto com o próximo capítulo por isso estabelecemos o prazo).
– O número de perguntas não é restrito, mas agradecemos se fizerem um pergunta só a cada personagem que tiverem em mente (garante maior interação).

Bom, agora eperamos as perguntas e os comentários. Obrigada pelo acompanhamento! Beijos a todos e até a sequência.


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