História A Alma do Demônio - Como Mestre e Mordomo

As pessoas que passavam pela mansão já notaram o quão estranho ela está de volta da noite pro dia, mas sem explicações acabam resolvendo ignorar e isso deixava Ciel um pouco mais aliviado, somente um pouco porque ele ainda tinha que lidar com o insolente do seu mordomo/demônio. Ele não havia conseguido preparar um café da manhã decente, Ciel se revoltou e disse que era melhor ir cortar o cabelo, obviamente ele reclamou da falta de habilidades do demônio.
-Mil perdões.Eu preparei de acordo com a receita,porém...
-Você não provou?
-Meu paladar é diferente dos humanos.
-Todavia, temos muito o que fazer hoje. Há um monte de coisas que eu não sei sobre essa mansão, porque meu antecessor faleceu antes que pudesse me contar- disse Ciel serio.
-Os assuntos domésticos serão constantes, mas sendo o atual chefe de família você terá que alcançar um discernimento e educação que rivalizá com os adultos- Sebastian começou a explicar no mesmo tom- A sociedade têm monstros à espreita muito piores do que um demônio como eu, uma criança como o jovem mestre seria a presa perfeita- suspirou ao ver Ciel lhe fechar a cara- Idiomas e economia, caça e equitação...são muitas as coisas para você aprende- cortou mais um pouco do cabelo do pequeno antes de prosseguir- Andei olhando por ai noite passada, parece que esses assuntos foram deixados para uma governanta anteriormente, então teremos que entrevistar uma nova...
-Não quero contratar ninguém para cuidar da mansão no momento.
Sebastian sabia o porque de Ciel dizer aquilo, por fora um menino arrogante, mas por dentro é só um moleque medroso, ele está com medo de ter que lidar com pessoas as quais deveria depositar confiança novamente, pelo simples fato de ele não conseguir mais confiar em ninguém.
-Embora isso possa soar arrogante- Sebastian sorriu de lado- Deixaria-me ser o substituto então?
-Você?- Ciel virou a cabeça surpreso.
Sebastian virou sua cabeça novamente para frente- Eu não vivi esse tempo todo a toa- disse aguardando a resposta.
-Por mim tudo bem- Sebastian havia terminado com o cabelo de Ciel e colocou seu tapa-olho- Conde e mordomo...Não estamos neste nível ainda- ficou de pé- Temos que alcança-lo o mais rápido possível.
-Certamente.
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Ciel pode descobrir que Sebastian era muito exigente, entretanto ele mesmo não ficava atrás.
-Você deveria traduzir isso como A princípio" e não "Desde o Início"- Sebastian balançou a cabeça indignado- Você já se esqueceu que cometeu o mesmo erro ontem?
-Okay, por favor tire seu anel- Sebastian sorriu- Abra as mão.
"Sínico"-pensou Ciel- "Aposto que está adorando cada momento"- nem teve mais tempo de pensar pois Sebastian havia batido com a ricótia em suas mãos, fazendo ele gemer brevemente de dor.
Sebastian pôs nove livros grandes e pesados na frente de Ciel.
-Bom, então transcreva dez poemas em latim dez vezes cada. Recomece!- Ciel sentiu sua mão doer tanto pelo chicoteio quanto pela antecipação de ter de escrever aquilo tudo.
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-O chá de hoje é o mariage frères de darjeeling- sorriu ao ver Ciel tomando o chá.
-Sebastian, abra suas mãos.
O mordomo ficou confuso, mas logo o fez e Ciel derramou todo chá nelas, fazendo Sebastian perder a face de mordomo impecável que ele tinha.
-Isto não é um chá, é só água marrom- disse serio mais por dentro estava rindo largamente "Vingança é algo muito bom"- pensou- Recomece!- disse batendo a xícara na mesa.
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-Apoie-se em seu queixo e mire cuidadosamente- Sebastian já estava ficando irritado com a falta de habilidades de Ciel em atirar.
Passou seu braços envolta dos de seu mestre para lhe mostrar como se segurava, causando um arrepio repentino no menor que resolveu ignorar aquilo e continuar focando no trabalho.
Ciel errou os tiros e enquanto Sebastian fazia uma cara de despaciente. Ciel culpava Sebastian mentalmente por distrai-lo.
-Não está pressionando seus braços com força suficiente- pegou a arma de sua mão- Você só pode sonhar em caçar cavalgando se continuar assim.
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-Este garfo está sujo- Sebastian o olhou com raiva, sem que ele visse é claro- Você pretende que seu mestre jante com essa prataria toda suja?
-Mil perdões- disse retirando o talher de sua mão pensando brevemente se não deveria enfiar no pescoço do menor, retirou logo esse pensamento da cabeça afinal era melhor aquilo do que ter problemas com Lúcifer.
-Você derramou molho na borda- disse Ciel apontando para o local- Comida que é saborosa,porém parece ruim é a pior que há.
-Serei mais atencioso com relação a isso- suspirou cansado.
-Eu não comerei nada ao menos que eu possa me sentar e comer imediatamente- bateu a mão na mesa- Recomece!
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-Endireite-se! Encontre o ritmo com seu corpo- disse tentando parecer o mais calmo possível.
-Ah. C-certo- disse Ciel nervoso.
-Por favor comece chutando o abdômen do cavalo delicadamente.
Ciel errou na força do chute e o cavalo ficou irritado fazendo cair, mas antes que pudesse sofre um impacto com o chão Sebastian o pegou no ar. Essa foi a primeira vez que Ciel ficou no colo de Sebastian em posição de noiva, mal sabia ele que aquela cena se repetiria inúmeras vezes.
-Se você vacila você perde, tratando-se de animais- Sebastian falou com Ciel ainda em seu colo, ele não sabia porque mais gostava do garoto ali- Você deve mantar sua dignidade. Seja firme e faça-os saber que você é o mestre- colocou Ciel novamente no cavalo, o garoto estava com um tom rosado no rosto- Portanto, vire-se para frente. Recomece!
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Os gritos das pessoas gritando de dor ao lado de fora não deixava Ciel dormir, aquilo estava o deixando irritado.
-Você está fazendo muito barulho, Sebastian!- gritou da janela de seu quarto.
-Mil perdões.Há um monte de invasores, então isto está me tomando um pouco de tempo.
-Eu não posso aceitar isso toda noite! Você não pode fazer essa "limpeza" mais silenciosamente?- gritou irritado- E também, eu disse para deixar um, assim poderíamos solucionar quem está por trás disto!
-Ah! Me desculpe...
-Eu não vou pegar leve contigo se você se esquecer outra vez!!- fechou as janelas com raiva.
No entanto Ciel acordava todas as noites, independente do barulho. Atormentados por pesadelos, ele acordava gritando, Sebastian nada podia fazer alem de tentar ajudar.
-Jovem mestre, você está bem?- perguntou entrando no quarto escuro com um castiçal.
-Quem está ai?
-Sebastian- sorriu- Seu mordomo.
-Sebastian...
-Você teve um sonho ruim de novo?
-Eles estão todos mortos- agarrou o travesseiro- Todos me encarando...
-Não há mais ninguém na mansão além de você e eu. Mais ninguém.
-Sebastian...Nada aconteceu hoje?
-Exato, É uma noite tranquila.
-Venha, deite-se- tentou toca-lo
-Não me toque- disse Ciel apavorado- Não me toque.
-Então irei retirar-me, se precisar de qualquer coisa...
-Fique...aí. Até que eu caia no sono.
-Yes, my lord.
Enquanto Sebastian esperava Ciel pegar no sono pensava que se fosse um humano teria muita pena daquele ser, imagine que a unica pessoa em que você pode confiar é um demônio que nem liga pra você e só está esperando a primeira chance para devorar sua alma. Isso é realmente a pior coisa que se pode acontecer a um humano, principalmente a um garotinho de dez anos, mas apesar de tudo Sebastian concluiu que mesmo que fosse um humano não teria pena, afinal o garoto enfrentava a situação da maneira mais admirável possível, e seria isso que ele sentiria admiração.
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E lá estava Ciel de novo esperando a avaliação de Sebastian, estava nervoso.
-Jovem mestre- Ciel tremeu-Excelente- sorriu Sebastian, dessa vez sincero- Pontuação Máxima!
Ciel aliviou a expressão e deu um pequeno sorriso de satisfação, estava orgulhoso de si mesmo.
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Para hoje preparei o chá Mariage frerès de darjeeling.
Ciel provou, aquele chá estava excelente, mas ele não ia subir a bola do demônio tanto assim, fez uma expressão seria- Aceitável- e voltou a tomar o chá.
-Muitíssimo obrigado- respondeu o mordomo fazendo uma leve reverência.
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Ciel acertou o pato em cheio, outra vez, estava muito contente de finalmente ter conseguido.
-Esplêndido!- disse Sebastian segurando as avês mortas.
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-Aqui está seu apetitivo- disse colando a mesa um prato atrativo para os olhos.
-Qual será o prato prinicipal de hoje?
-Um roti de pato que o jovem mestre caçou.
-E a sobremesa?
-O bolo de chocolate que o Bocchan gosta- disse sorrindo por Ciel não ter criticado seu trabalho novamente.
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-Deveríamos subir a colina hoje?- disse Ciel montado no cavalo.
-Devo lhe acompanhar.
Ciel sorriu de uma maneira travessa- Se puder me acompanhar!- começou a correr com o cavalo.
-Ai ai...- Sebastian sorriu ao começar a correr atrás de seu mestre
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-Isto não é bom- disse Sebastian a um dos invasores, tapando sua boca com o próprio cachecol do homem e apertando a faca em sua garganta- Convidado deveriam entrar apropriadamente pela porta da frente, e também quando o jovem mestre está acordado- sorriu rasgando a garganta do homem
Ciel continuava a dormir em seu quarto tranquilamente.
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Apôs alguns dias Ciel recebeu uma carta de vossa Majestade, o chamando para ir lhe visitar, dizia está preocupada com ele,  está muito ressentida pela morte de seus pais e que está muito feliz pela segurança do mesmo.
Ciel mandou que fizesse um traje especial para ir ver a rainha, que dizia que gostaria de passar-lhe o titulo de lorde, que por direito herdará de seu pai.
-Isto ainda doí?- perguntou Sebastian ao ver Ciel avaliando a marca em suas costas.
-Não- respondeu ainda a encarando- Ao invés da dor, sinto uma raiva incandescente.
-Então uma raiva impassível queima em você- soltou uma leve risada nasal- vendo por esse lado, está ferida repulsiva não é tão ruim, né?
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-Isto lhe cai bem, jovem mestre- disse referente ao traje de honra que o mesmo vestia.
-Sua bajulação está cada vez mais parecida a de um mordomo....
-Obrigado, porém não estou mentindo
-Hm, Sebastian, vamos!
A cerimonia durou mais ou menos duas horas, uma somente do discurso da rainha, todos os nobres de Londres e redondezas estavam presente para homenagear Ciel, porém por dentro Ciel queria que no momento em que esse titulo passasse a ele seus pais estivessem presentes,mas esse titulo lhe passou justamente por eles não estarem ali, mas Ciel não podia demonstrar tristeza, não poderia parecer fraco na frente daquelas pessoas. Sebastian estava observando tudo de longe- "Realmente um garoto muito azarado"- pensou- ele sabia como Ciel estava se sentindo por dentro, mas aquela era sua triste realidade.
Ao terminar a cerimonia, Madame Red, veio lhe conversa.
-Você deveria ter ido assistir mais de perto- Sebastian observou Ciel novamente.
-Você é como uma família para Ciel a partir de agora- Madame Red sorriu, suas palavras eram muito verdadeiras.
-Seria presunçoso de minha parte me considerar como uma família, porque eu sou simplesmente um mordomo- sorriu presunçosamente com suas palavras finais.
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Agora você é oficialmente um conde, o status, a fortuna, uma linda noiva. São todos seus agora-disse atraindo a atenção de Ciel- O que acha disso- Sebastian perguntou com seus olhos e dentes de demônio- Abdicaria de uma tolice como a vingança e viveria feliz assim? 
-Isto não soa mal...-Sebastian ficou contente por um momento em que achou que pudesse finalmente se satisfazer daquela alma- Porém- Ciel virou-se para ele- Após obter este título, conde Ciel Phantomhive...Não há outra forma de proceder a não ser ir em frente. Eu não "voltei" para alcançar a felicidade. Vim para lutar.
Sebastian descobriu naquele momento ele não poderia manipular o garoto, isso o fazia esta preso a ele até a ordem do contrato ser desfeita, mas isso não era a maior das suas preocupações, afinal uma vida passa como um minuto para ele, o que estava em seus pensamentos agora era o porque de o próprio Lúcifer ter lhe enviado a alma desse garoto. Ele sentia que descobriria isso da pior maneira.