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História A Brisa do Chazinho - Capítulo Único


Escrita por: jankenpon

Notas do Autor


Boa leitura!


E me diz o que achou 🙃

<33

Capítulo 1 - Capítulo Único


O amado chá estava ligeiramente mais avermelhado, ou talvez fosse apenas resultado dos últimos acontecimentos que o estavam deixando mais paranóico a cada dia.


Aproximou a caneca do rosto para sentir o aroma, se arrepiando com o conforto que o vapor quente da bebida causava em seu corpo. Sempre teve que manter o autocontrole para não exagerar na quantidade que bebia por dia mas não podia evitar, para alguém que sofria de insônia, acumulava frustrações, ansiedades e estresse o líquido era como um abraço dentro de um copo. 


Sem contar o cheirinho de camomila que jurava sentir exalar de dentro do próprio corpo mesmo horas depois, adorava o conforto da sensação de estar cheirosinho. Era um consolo por viver em meio à animais selvagens, fedorentos e barulhentos que lhe tiravam o tão estimado sossego.


Aproveitou o momento de paz para tirar o casaco da tropa e deixá-lo estendido meticulosamente nas costas da poltrona, ficando apenas com a camisa branca de botões que vestia por baixo.Abriu o primeiro botão para ficar mais à vontade. Com sorte ninguém viria perturbá-lo, afinal era fim de tarde e as atividades já haviam se encerrado, poderia desfrutar de seu chá sem interrupções. Nesse horário se esforçava para deixar de lado o caos que existia do lado de fora, nunca conseguindo completamente.


Ainda desconfiado deu um pequeno gole, o suficiente para atestar uma doçura inabitual que logo se transformava em acidez. Gostou da sensação. Talvez a camomila estivesse passada ou algo assim, mas não fazia mal então saboreou toda a bebida sentado na poltrona do escritório enquanto checava os documentos empilhados na mesa. Não saberia dizer o quê mas algo naquilo tudo era extremamente engraçado.


Havia consumido metade da bebida quando viu a porta se abrir revelando a criatura sombria que vinha em missão de tirar-lhe de seu momento de tranquilidade, tão petulante que nem sequer bateu antes de entrar. Entretanto não foi capaz de expulsar Mikasa a chutes como gostaria, só conseguiu deitar a cabeça na mesa amassando a bochecha na madeira e esticando um sorriso que não sabia de onde veio. Sentindo um borbulhar ácido em seu estômago por um curto período de tempo.


Que merda é essa?


Encarou o chá e apertou os olhos se dando conta do que estava acontecendo. Ergueu a cabeça para xingá-la mas uma risada alta saiu no lugar, o borbulhar havia se tornado cócegas.


A desgraçada assistia a cena de frente, com os braços cruzados, avaliando cada detalhe de sua obra mais recente.


- Maldita… - ele levantou e tentou falar entre risadas - V-vo... Ah! Você...- caminhou na direção dela mas uma gargalhada frenética fez com que se curvasse, levando uma mão à barriga e a outra à coxa, tentando controlar o ataque de riso - ...Me paga!


Sim, ele estava rindo mas a vontade era de a estrangular com aquele maldito cachecol. Principalmente pela cara de satisfação que ela esboçava ao ver o quanto ele estava sofrendo e sem controle de si. O que tinha naquele chá afinal?


- Cogumelos do Riso diretamente do norte de Shingashina. Ouviamos muito falar disso quando éramos crianças mas nunca achei que realmente funcionaria. Agora está comprovado.- sem dúvidas era a melhor revanche de sua vida, colocaria o capitão no lugar por ter incluído seu cachecol nos planos malígnos de troca de farpa dele. 



O sorriso vitorioso que a oriental ostentava se alargou, como raramente acontecia, mas ela não soube se era pela cena hilária ou pelo formigamento estranho que a risada do capitão estava causando em seu estômago.


Por um momento, desejou ouvir aquele som mais vezes, mais natural, sem a influência de um chá envenenado. Sem toda aquela carranca pesando no rosto e assumindo uma expressão leve, divertida, o capitão conseguia ficar ainda mais bonito que o normal, principalmente pelo ar desleixado que a clavícula à mostra pela camisa mal abotoada lhe dava.


Mas tratou de piscar os olhos, afastando o pensamento e recuperando o foco que jamais deveria ter perdido. Que devaneasse em outro momento quando estivesse sozinha e sem o receio de seus pensamentos serem descobertos pelo capitão. Com calma. Agora era hora de aproveitar o resultado do trote que trabalhou tanto para executar.


Só que num ímpeto ele tomou impulso em seus próprios joelhos e, literalmente, avançou nela com certa violência. As mãos fortes do capitão prenderam os pulsos menores contra a parede enquanto seu corpo se apertou contra o dela, prensando.


Mikasa ficou estática, não havia distância de por meio para lhe dar segurança diante da presença dele. Pior, o calor dele era bom. A respiração da oriental perdeu o ritmo, o olhar prendeu no dele por um mísero segundo - tempo suficiente para fazê-la enrubescer - e de repente tudo estava quente.


O aperto poderia ser ameaçador, deveria ser, mas uma nova crise de riso o obrigou a afrouxar e deixar as mãos caírem para a cintura da moça. Encostou a cabeça no ombro dela e descansou ali, o cheiro ainda melhor que camomila. Como ela conseguia ser tão boa e ao mesmo tempo tão cruel?


- Você é terrível quando quer.


- Aprendi com o melhor.


Mais uma vez a crise o atingiu, agora bem mais alto e forte que antes, tanto que ele teve que levar as mãos à barriga involuntariamente, a cabeça pendendo para trás, e recuou alguns passos guiados pelo seu descontrole.


- Pirralha! - o moreno já lacrimejava, sentiu até dó - Faça isso parar agora mesmo…


Ela levou a mão até o rosto de Levi, enxugando as lágrimas contidas nos olhos do moreno - que se recusava a permitir que elas caíssem e derramassem por rir tanto - com um sorriso diabólico no rosto.


- Não tem como parar, meu bem. A menos que se renda.


- Isso nunca! - respondeu ofegante, inclusive estava cada vez mais difícil de respirar entre as risadas.


- Então morra de rir.


O tom risonho dela chegava a soar estranho, atípico, - talvez ela tivesse sido contagiada pelas risadas do capitão -  mas ao mesmo tempo era gostoso de ouvir. Melhor, seria se ele não estivesse completamente desprovido do domínio de seu próprio corpo por culpa da diaba que sorria doce de seu sofrimento por puro sarcasmo.


E ela já marchava em direção à porta, o deixando para trás abandonado aos risos, quando o capitão começou a tossir. Olhou por cima do ombro e o semblante divertido cedeu ao desespero quando a mão que ele levou a boca para cobrir a tosse voltou manchada de sangue.




Notas Finais


Como uma amante viciada em chá eu só posso dizer que entendo o amor do Levi.
Esse cogumelo foi mencionado brevemente em Rurouni Kenshin/Samurai X mas eu acabei de ficar sabendo que ele realmente existe ;-;

Obs: tomem cuidado com as toxinas hein


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