História A Casa Isolada Na Floresta - Capítulo 5 - Inútil.

Capítulo 5 : Inútil.

Depois de ter chorado muito, minhas mãos estavam bem vermelhas, aquele sangue nas mesmas chegava a pingar no piso escuro daquele quarto. Não adiantava eu ficar naquele jeito, tinha que fazer alguma coisa. Me levantava aos poucos, mesmo com as palmas doendo, mesmo assim apoiava elas no chão e ficava me pé, em seguida pegava o arco que estava ali no chão e o segurava firme, com o dedo no gatilho e posiciono o mesmo certo, o pegando com as duas mãos. Viro o rosto para o lado da janela, ao ouvir uma voz vindo de lá de baixo, especificamente do jardim que tinha lá. Mas logo ouço umas batidas na porta e uma voz doce. Pisco meus olhos, suspirando bem baixo.

—Michele... Vim fazer uma visita!

Era a Agatha que tava lá na porta, mas como... Johann estava um pouco longe dali, por isso não tinha visto minha amiga. Dava alguns passos até a porta do quarto, abria, descia as escadas, mas deixava o arco encostado ao lado do sofá após ter chegado na sala. Ando mais um pouco e chego na porta de casa, abrindo a mesma bem devagar e já esticando o braço, segurando a mão de Agatha e puxando ela pra dentro. A mesma me olhava sem entender oque estava acontecendo, enquanto eu, apenas virava meu rosto pra direção do dela e soltava a mão da mesma.

—O que foi?? -ela disse, meia assustada.

Soltei a mão dela, começando a fazer alguns sinais, ate dizer tudo, aliás... Contar tudo que havia acontecido até agora.

—Pera... Emma e Robert morreram, e quem matou foi seu ex namorado... E naquela hora que eu tava na ligação com você... Ele tinha quebrado a tela do seu celular... Com uma faca, e ele agora ta querendo te matar e talvez seja uma vingança por você ter terminado o namoro?

Apenas afirmei com a cabeça, depois abaixei a mesma, dando passos pra trás, encostando na parede de madeira que tinha ali e passo a língua em meus lábios, erguendo a cabeça e deixando-a na direção de Agatha.

—Ahm... Você quer matar ele certo..?

Afirmo novamente com a cabeça, suspirando bem baixo e me desencosto dali, andando ate aonde tava o arco e pegando o mesmo.

—Pra que você quer isso? -Agatha dizia, coçando a cabeça com a mão.

Faço mais alguns sinais, ate dizer oque queria falar.

—Ah ta... Quer matar o Johann com isso... Só que tem que ser um tiro certeiro, na cabeça ou no coração...

Balanço minha cabeça pra cima e pra baixo, confirmando aquilo que ela havia dito e ponho o arco no mesmo lugar.

—Enfim... Eu posso tentar... Te ajudar, e talvez possa acertar esse tiro nele, já que eu enxergo e tals..

Reviro os olhos levemente, depois os fechando e cruzo meus braços, apenas confirmando. Abria meus olhos novamente, logo ouvia passos de Agatha passando do meu lado e pegando o arco, me viro para a direção dela, e dou alguns passos pra trás, ate ficar ao lado da janela, já que era a única que estava aberta naquela casa.

—Hm.. Então, eu vou tentar.. -suspiro num modo bem pesado.

Eu apenas abaixo a cabeça, ouvindo passos dela de novo, e a mesma fica ajoelhada a frente da janela aberta, mas antes dela atirar, ponho uma mão no ombro da mesma, e aperto de leve o local. Ela me olha, e me vê negando com a cabeça.

—Mas porque não??

Afasto um pouco, em seguida faço uns gestos com as mãos, sinais pra ser mais específico.

—Entendo... Você quer matar ele, sendo que... Você mesma que quer fazer isso, certo ?

Afirmo com a cabeça. Eu teria que fazer isso, até porque não iria ter nenhum sentido ela matar ele... Já que o mesmo era meu ex namorado e estava se vingando de mim. Então, ergui uma das minhas mãos, em sinal de que era para me devolver o arco que ela estava segurando.

—Ta bom.. Eu vou devolver... -Agatha sussurrava, mas dando eu ouvir ela falar e sinto que o arco estava nas minhas mãos novamente, ainda com aquela única flecha ali.

Dou alguns passos até o sofá, pondo a arma ali em cima mesmo, em seguida viro meu rosto em direção de minha amiga. Agatha já havia se levantado do chão e estava apenas me olhando.

Faço mais alguns sinais, até que ela entende o que eu quis dizer.

—Ahm.. você quer ficar sozinha ? Tudo bem então... Bem, eu vou ir pra casa tá ? Tenho que terminar de escrever mais algumas músicas...

Enquanto ela falava, minha cabeça ficava direcionada para a direção do chão, eu estava pensativa naquele momento, quase não prestava atenção no que ela falava… Mas apenas sorrio para a mesma e faço um sinal de afirmação, a chamando até a porta dos fundos da casa. Após termos chegado lá, abro-a para ela e dou espaço para Agatha passar.

—Bem... Depois a gente conversa, ta? -Ela dizia, passando pela porta e acariciando meu rosto com a mão, em seguida começando a dar passos pequenos ate seu carro.

Apenas afirmo com a cabeça, com um sorriso ainda visível em meus lábios. Ouço o som dos passos dela e fecho a porta logo após. Voltando para a sala, me sentando no sofá, pegando aquele arco e flecha, mas fico segurando o mesmo.

Como Agatha tinha saido pela porta dos fundos, ela estava meia assustada por causa da história que eu tinha lhe contado. Mas, ela não desconfiava de que Johann estava tão perto... Mas ele estava. O mesmo tinha visto ela sair da minha casa.

Johann sabia que eu tinha contado tudo pra ela, Agatha iria ser uma prova que poderia colocar os planos do meu ex namorado por água abaixo, sendo que ele não iria deixar isso acontecer.

O homem que percorria em volta da casa, percebeu alguém andando pelo meio da mata, logo ele corria até essa pessoa. Agatha ouvia seus passos, já que ele tava correndo e pisando em diversas folhas que tinha ali no chão.

Quando Johann consegue alcançar Agatha, ele apenas pegava uma faquinha, dando um golpe no pescoço da minha amiga e outro em suas costas. Jatos de sangue jorravam do buraco que tinha sido feito no pescoço dela. A mesma caia no chão, morrendo aos poucos, com os olhos abertos, mas apenas revirando os mesmos.

Como aquele merda não tinha piedade, ele desferia diversas facadas no corpo de Agatha que não havia mais sinais de vida e pra terminar, passava aquela faquinha por todo seu pescoço, em seguida arrancava a cabeça dela fora e jogava longe.

—Inútil... -dizia o assassino, vendo o corpo da garota ali no chão, sobre uma grande poça de sangue, pra completar, ainda sem cabeça. Apenas se levantava, guardando a faca no suporte que tinha na cintura e voltando para perto da minha casa.- Eu ainda vou me vingar daquela vadia... -sussurrava, balançando a cabeça negativamente.