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História A Casa no Lago - A origem do mal


Escrita por: Joisilly e larishim

Capítulo 11 - A origem do mal


– Veja, Sr. Brook. Como é lindo esse lugar! - Brook riu da empolgação da mulher ao seu lado. – Tudo é tão verde e brilhante, não?

– Realmente é um belo lugar. - Sentiu o coração apertar em saudade com o sorriso da bela mulher de olhos dourados, o lembrava do sorriso sempre animado de sua filha. – Perdoe-me a indiscrição senhorita, mas é seu filho?

– Oh, não. E-eu não tenho filhos. É só... Como eu imagino que seria meu filho se eu tivesse tido, digo, se eu me tornar uma mãe.

– Entendo. Realmente é um desenho adorável. - Observou mais uma vez os traços da criança de cabelos e olhos castanhos com pequenas sardas no papel amarelado.

– Sr. Brook, acha que realmente vamos poder nos reencontrarmos com nossos entes queridos? Acha que eles serão capazes de nos ajudar? - A mulher tinha um fio de esperança em seu olhar, queria realmente que fosse possível.

– Eu não sei, senhorita Monet, mas eu espero que sim. ‐ Brook possuía suas reservas com aquele grupo estranho que os ofereceu ajuda quando buscavam por algo que os ajudasse a ter contado com o além, porém eles eram sua única esperança depois de inúmeras tentativas falhas.

– Quem o senhor quer encontrar? - A jovem mulher perguntou curiosa, mas logo se deu conta de sua fala. – Oh, me perdoe a intromissão, isso foi insensível de minha parte.

– Não há problema algum. Eu quero reencontrar minha filha que perdi em um acidente. - Um sorriso triste dançou nos lábios do homem ao relembrar de sua fatídica perda.

– Eu sinto muito, sei como é doloroso perder um filho. Quer dizer, eu imagino o quanto seja ruim. - Brook a agradeceu com um sorriso. Era divertido vê-la tentar disfarçar sobre seu filho sem muito sucesso, mas ele não a julgava. Seria um problema para ela se outras pessoas soubessem de sua indiscrição naquela sociedade julgadora em que viviam. – É meu sonho ter uma família.

– Tenho certeza que você terá uma belíssima.

– Obrigada, Sr. Brook.

– Não há de quê YOHOHOHO.

– Perdão as palavras, mas sua risada é...

– Diabólica. - Ambos pularam de susto com a presença de Absalom. – Desculpe, não queria assustá-los.

– Está tudo bem, você só chegou de repente. Um pouco exagerado, mas descreve bem a risada do Sr. Brook.

– Muitas pessoas me dizem isso.

– Eu acredito que seja um belo elogio. - Disse sorrindo levemente. – Senhorita Monet, vim chamá-la para a preparação, hoje a Lua será regida pela Terra.

– Ah, sim. Vamos.

Brook observou eles adentraram a casa e os seguiu logo depois. Jamais imaginaria fazer algo tão desesperador quanto pedir ajuda a uma seita que diziam ser capazes de fazer contato com pessoas mortas, mas a terrível dor da perda e o arrependimento o corroeram à tal ponto, imaginava que com Monet não era diferente. 

Seus olhos percorriam o local observando a estranha moradia e o lago estonteante ao lado de fora. Havia uma energia terrivelmente assustadora no local.

– Algum problema, Sr. Brook? - A voz doce de Perona se fez presente.

– Não, não, senhorita. Apenas... Sente essa energia?

– É linda, não?

– Eu não usaria essas palavras. Ela parece... maligna.

– Por isso mesmo. Ao que parece esse local era usado para rituais antigos, mas foi demolido após muitos anos para essa construção. Dizem que as divindade se sentiram ofendidas por ter seu templo blasfemado então mataram todos os que trabalhavam na construção e todos os que foram enviados a seguir. Demorou muito tempo, mas a casa foi terminada, o dono dela, porém, assim como os construtores que ele sacrificou por sua ganância, morreu afogado no lago pelas forças soberanas.

– Isso foi terrível, espero que não seja o que realmente aconteceu aqui... Mas vocês usarão essa energia além do eclipse, não é? - Perona sorriu.

– Canalizaremos a energia da regência da Terra apenas, a energia será de conforto ao nosso senhor.

Brook sentiu um incômodo por aquelas palavras, mas tentou relevar, afinal, aquele grupo era o fio de esperança que lhe restava para encontrar sua querida filha e se desculpar por não ter conseguido evitar sua morte, mesmo que os métodos usados fossem um pouco sombrios. Acreditaria no que fosse preciso para rever Laboon mais uma vez.

[...]

Monet já havia sido levada para um cômodo da casa para fazer sua iniciação. Não entendia completamente como tudo aquilo funcionava, mas faria o que fosse necessário para rever sua pequena ao menos uma vez mais.

A ansiedade que dominava Brook fez com que se levantasse e andasse pela casa, na esperança que o tempo passasse mais rápido. Viu uma pequena fresta da porta de um cômodo pouco iluminado e se aproximou. Algumas velas estavam espalhadas pelo local e havia um altar com duas fotografias.

Ao se aproximar notou assustado que as fotografias no porta-retratos eram sua e de Monet. Ele não entendia os símbolos ou palavras espalhadas ao redor, mas sabia o que o desenho de um Sol e uma Lua gotejando sangue sobre o corpo de uma garota de ponta cabeça, naquele livro que Absalom carregava, significava sacrifício.

Se sentiu completamente patético por, ao menos cogitar, que aquela era uma boa ideia. Era muita tolice acreditar que aquelas pessoas o ajudariam, era óbvio que eles não tinham bons planos para eles e agora suas vidas corriam perigo. Engoliu em seco sentindo o pânico lhe dominar, seu cérebro tentava cogitar as possibilidades que haviam para que fugissem daquele local isolado.

Saiu apressado do cômodo em busca de se acalmar. Deveria sair logo e tentar fugir, ou esperar qualquer brecha que surgisse.

– Sr. Brook, está na hora. Vamos? - Sobressaltou com a voz de Perona próxima à si. Tentou disfarçar o nervosismo, teria que seguir a segunda o opção.

– S-sim.

– Não se preocupe, tudo sairá bem. - Brook concordou olhando pela janela vendo o eclipse solar total. Já havia começado há algum tempo, então teria que conseguir atrasá-los alguns minutos, eram apenas alguns minutos.

Engoliu em seco ao se aproximar do cômodo e ouvir os gritos de Monet. Tentou se afastar da garotinha em seu encalço, mas foi segurado por mais dois homens grandes. Não era um bom lutador, mas fez de tudo para acertá-los e se soltar. Não soube quanto tempo conseguiu segurar eles, mas já havia sido pego e levado para dentro.

– Sr. Brook, me ajuda. - A garota tinha um olhar de súplica e desespero enquanto as lágrimas corriam por seu rosto. Brook se sentiu compadecido por ela. Ele já havia vivido muito e estava sozinho no mundo, não precisava mais viver, não faria diferença. Mas ela era apenas uma jovem, uma jovem não havia visto quase nada da vida e sonhava em construir uma família.

A garota se contorcia com as cordas que a amarravam no chão dentro do pentagrama. Haviam velas ao redor e sangue dos presentes encapuzados dentro de um cálice que forçavam a garota a tomar. Ela cuspiu o que pode do líquido manchando o vestido e pele branca com o líquido escarlate, enquanto tossia engasgada.

– Após a oblação, ele será o alimento para o nosso Senhor. Não resistam e deixem o mal vós dominar. - Gekko Moria que liderava o grupo mantinha um livro aberto em mãos enquanto começava a proferir as palavras de língua estranha dando início ao ritual.

Todos sentiram a força das palavras proferidas atingirem suas mentes e o homem grande que detinha o livro em sua posse se abalou por alguns instantes, mas não tardou a retomar o que estava fazendo. Os presentes em respeito se ajoelharam curvando-se sobre o chão enquanto os que não podiam apenas se mantinham em posições respeitosas.

Brook aproveitou que os homens que o seguravam haviam baixado a cabeça em respeito às palavras e os empurrou. Correu até Hogback que mantinha um punhal em mãos e, aproveitando a distração do outro, o chutou pegando o objeto. Se apressou a chegar na jovem e rompeu as cordas que seguravam seus pulsos. Os homens rapidamente voltaram a segurá-lo e Monet se apressou em soltar as cordas de seus pés.

– Corra, Monet! Viva sua vida. - Brook gritou para a garota na esperança que ao menos ela vivesse. A jovem o olhou pesarosa, mas correu por sua vida com lágrimas escorrendo por sua bela face enquanto agradecia a bondade do homem.

Suas pernas corriam com toda a velocidade que conseguia. Tinha que tentar sair daquela casa o quanto antes, mesmo que tivesse que correr pela floresta desconhecida. Ela tinha que aproveitar a chance que ganhou de Brook para tentar escapar. Ela tinha que correr por sua vida!

Se virou em alguns corredores da casa até ver a porta da saída. Só precisava correr mais um pouco e conseguiria escapar com vida. Estava quase chegando quando sentiu seus cabelos serem puxados e seu corpo caiu dolorosamente no chão. Gritou a plenos pulmões e se debateu como pode, mas foi arrastada por todo o corredor pelos cabelos até chegar no cômodo novamente. Sentia uma dor intensa em seu coro cabeludo, mas não se importava, tinha que tentar fugir, mesmo que de nada adiantasse, precisava tentar. 

Suas orbes quase saltaram fora ao ver o homem que tentou lhe salvar ser queimado vivo enquanto agonizava em dor.

Os gritos de agonia eram aterrorizantes. Sentiu o estômago embrulhar com o cheiro de pele queimada e a visão da pele se deformando enquanto era carbonizada. Gritou horrorizada e sentiu seu corpo ser puxado e em seguida jogado dentro do pentagrama novamente. Os gritos de dor cessaram e o corpo carbonizado caiu sobre o chão ainda em chamas.

Como foi tola por acreditar que aquelas pessoas a ajudaria apenas, sem más intenções. Se arrependeu de entrar em contato com eles. Se arrependeu de ter tentando entrar em contato com seu amado morto. Se arrependeu de não ter conseguido impedir que sua família matasse seu bebê ao nascer. E por fim sentiu o ódio por todos aqueles que causaram seu tormento a dominar completamente.

O punhal foi cravado no coração da jovem, momentos após a Lua se desalinhar do Sol e da Terra. O sangue da jovem foi derramado na joia do Sol e da Lua encerrando o ritual. As portas da maledicência e perversidade foram abertas e naquela noite todos os responsáveis por abri-las tiveram suas almas devoradas.


Notas Finais


Lembram que eu disse que não achei que estava muito assustadora a história? Foi por isso

Vou explicar também porque escolhi assim. Primeiro que se eu fosse para o lado de exorcismo vocês não precisariam nem ler para saber se eles iriam ou não sobreviver, já que seria óbvio que não. Exorcismo nunca – ou quase nunca – da certo, e se eu quiser fazer alguém sobreviver seria muito forçado nessas condições.
Outra coisa era que também não existe nenhum padre ou coisa assim para ajudá-los e mais, ninguém ali, desde os que já morreram e os que ainda estão vivos, tem fé para fazer algo do tipo funcionar, então foi isso. Acho que agora ficam mais tranquilos, né? Não é tão assustador

Bom, essa semana vai ser para vocês entenderem o que está acontecendo aí, obrigada por ler ♡


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