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História A Chama de Sangue - UM REINO SEMPRE TEM INIMIGOS


Escrita por: CaldodaAlma

Notas do Autor


Olá! Sei que demorei, mas aliado à confusão de ano novo e natal, eu fiz um desafio de uma história em 10 dias, então acabei deixando as outras ( essa e siat.) de lado. Espero que gostem desse capítulo, por favor ,e digam o que acharam!!!

Monte Pedroso

Capítulo 5 - UM REINO SEMPRE TEM INIMIGOS


Fanfic / Fanfiction A Chama de Sangue - UM REINO SEMPRE TEM INIMIGOS

Capítulo 5

– Não é possível, Claire. Crissy não tinha inimigos. Não é possível. – Kamo repetiu, suas mãos cobrindo seu rosto. Seus cotovelos apoiavam-se em seus joelhos enquanto ele estava sentado.

Claire não conseguia ver o rosto de seu marido, mas sabia que a angústia o definia.

– Você acha que não tinha, mas se isso aconteceu, ela deve ter adquirido algum. – declarou a rainha, cansada de ficar toda a noite sentada esperando os médicos aparecerem.

O rei levantou os olhos, encarando-a. Piscou, confuso. Ela explicou:

– Um reino sempre tem inimigos, Kamo. – ponderou ela, encarando-o. – Você, mais do que ninguém, sabe disso. – Ela falou, levantando-se.

Kamo concordou com a cabeça, lembrando-se da história de seu país. Estava tão atordoado com o acontecido que não raciocinava direito. A sua esposa, por sua vez, estava, como sempre, atenta. Nada conseguia passar de seus pensamentos.

Os seus olhos se encontraram. Kamo levantou-se, aproximando-se de Claire e a abraçando. A rainha deixou uma pequena lágrima cair. Os olhos do rei estavam marejados, os dois assustados. Sempre foram muito aceitos por todos, assim como seus filhos. De onde o ataque veio?, era no que os dois pensavam.

Os dois abraçados, soltaram-se ao ouvirem um barulho vindo da porta. Era o cirurgião, seu rosto arrasado. O casal gelou.

O médico aproximou-se.

– Majestade. – falou, saudando os dois, abaixando sutilmente a cabeça. – Ela sobreviveu. – falou, como em um suspiro, aliviado.

– Mas? – perguntou a rainha, sabendo que se ele tivesse realmente conseguido, não estaria com aquela expressão.

O Médico abaixou os olhos, encarando o chão. Kamo intercalava o olhar, ansiedade enchendo no ar.

– Ela não acorda. Não sabe-se o que ela tem, seus sinais vitais estão normais, mas ela não responde. É como se estivesse em um sono profundo. – o médico hesitou, tentando medir as palavras. – Eu acredito que ela esteja.. – hesitou, novamente, medindo a grandiosidade do que falaria. – Em coma. – balbuciou, o peso do fato quase não o deixando sobreviver.

O silêncio tomou os corações do rei e rainha. Os dois sabiam que isso era uma descoberta extremamente recente, não sabia-se quase nada, o que significava que não havia cura, não havia como acordá-la. Só o tempo diria se Crissy voltaria ou não.

– Senhor, tem certeza que é isso? – indagou Claire, não querendo duvidar do médico, mas não querendo acreditar no que dizia.

Ele balançou a cabeça, em dúvida.

– Rainha e Rei – disse, olhando para os dois. – Não há como ter certeza. Talvez não seja isso, mas pelo que tudo indica ela se enquadra no quadro. – balbuciou, baixando a cabeça. – Como é uma descoberta muito recente, no entanto, não há como ter certeza. – frisou ele.

– Senhor Listion, tenho certeza que está, junto a sua equipe, fazendo o possível. Em nome de todo o reino de Ebut, agradeço sua cooperação e peço que qualquer avanço, por menor que seja, seja avisado a nós. – falou a rainha, encarando o médico.

– Garanto que estou fazendo o possível, mas nada é garantido. Sou um enorme admirador da princesa, farei de tudo para salvá-la, tenho certeza que com ela governando, o mesmo sucesso que vossa majestade obteu, ela obterá.

A rainha abriu um sutil sorriso, concordando com o que dissera.

– Listion, por favor, cuide de nossa menina. Qualquer avanço, por favor nos comunique. – Kamo disse, estendendo a mão ao médico, que a aceitou.

Os três, em pé, no meio da sala de espera, estavam imersos em pensamentos parecidos. Crissy.

Listion fez uma referência à rainha, ela olhando para ele com os olhos observadores. Os cabelos grisalhos e olhos verdes cansados dele mostravam o quanto o tempo havia o atingido. Claire, de início, havia se negado a deixá-lo trabalhar no palácio. Isso, no entanto, mudou.

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A peste assolava todos, inclusive a família real. Crissy, ainda bebê, estava nos braços de Francisca, uma das primas de Claire, enquanto seu irmão, André nos braços do pai. Os gêmeos haviam acabado de nascer, mas Ebut não conseguiu comemorar, pois a peste os pegou, mesmo a rainha tendo preparado todos.

Claire percebeu que os outros reinos estavam sofrendo com o surto, então fez tudo que estava a seu alcance para diminuir os efeitos da praga e até evitar que se espalhasse. Portanto, não era aconselhável sair de casa, só quando imprescindível. As viagens, majoritariamente, foram canceladas, afetando a economia do reino, visando a segurança de todos. As caravelas, que antes moldavam o litoral do reino, agora estavam, em sua maioria, ancoradas. Mesmo assim, a doença atingiu a todos. Inclusive a rainha.

Kamo estava desesperado, vendo a vida de sua mulher esvaecer por entre seus dedos. O parto dos gêmeos tornou a situação ainda mais difícil para ela. Não podia, no entanto, os ter nos braços. Claire ficava isolada de todos, mas o marido, mesmo sem a aprovação dos médicos, ficava com ela, até que ela o convencesse que deveria sair.

– Kamo, por favor, saia. – disse ela, mesmo seu coração de partindo ao proferir tais palavras.

Os olhos dele estavam marejados, uma lágrima quase caindo sob a seda da cama na qual a rainha estava quase desfalecida.

– Claire. – disse, pegando sua mão e acariciando-a. – Por favor, deixe-me ir por você. Não aguentaria ficar sem você, minha não qualquer mulher. – disse, suavemente, um sorriso tímido surgindo por entre seus lábios.

A rainha sorriu, entendendo a referência ao dia em que ele propôs o casamento, apertou a mão dele, com toda a força que tinha.

– Não deixaria que fosse por mim nem se pudesse, Kamo. – balbuciou, sua voz rouca, a doença a consumindo.

Um dos majores bateu à porta do aposento real, logo depois entrando. Ninguém podia invadir a privacidade dos dois, muito menos entrar no quarto onde uma vítima da peste estava. Os dois olharam para o homem, que tinha no rosto um misto de esperança, surpresa e medo.

– Major Rion, por favor retire-se. – pediu o rei. – Sua segurança está sob ameaça. – ordenou ele, os olhos severos.

– Majestade. – disse, fazendo uma reverência. – Peço que venha até a sala de comando. Temos um vistante bastante inesperado. – disse, a voz baixa em forma de respeito.

Kamo olhou para a rainha, ela mexendo a cabeça, aconselhando-o a ir. O rei levantou-se, antes dando um beijo na bochecha de sua esposa.

– Não faz diferença se é imprudente eu ficar aqui contigo, farei da mesma forma. – balbuciou para ela, sorrindo, indicando que logo voltaria.

Ela acenou enquanto ele caminhava até a porta, saindo do cômodo, acompanhando o major.

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Kamo estava inconsolável. Caminhava de forma automática, sem nem mesmo saber para onde ia. Podia conhecer o palácio extremamente bem, mas sua mente estava avoada, devido à doença de sua esposa. Todos os médicos possíveis já haviam visitado o palácio, mas nenhum havia conseguido curá-la, muito menos fazê-la melhorar. O desespero estava estampado em todos.

Após alguns minutos de caminhada, os dois chegaram à sala de comando. Um homem alto, vestido com trajes azuis, um nobre, estava no local. Seu rosto tinha uma expressão parecida com a do major, mas ele estava com orgulho estampado no seu rosto, algo não fechava na mente de Kamo.

– Sua Majestade. – reverenciou ele. – Sou Aurélio, médico especialista, e tenho a cura para a doença de sua esposa. – balbuciou ele, as mãos atrás das costas.

Kamo estava chocado, aquilo era a concretização de todos os seus apelos. A cura. A sala estava em silêncio, ninguém ousava respirar mais alto. O som dos pássaros, no entanto, tiraram o rei de seu estado de choque.

– No que consiste a cura? – perguntou ao homem, mantendo-se ao lado do major. O homem sorriu.

– Tenho quase certeza que não entenderá, majestade. – balbuciou ele, com ironia.

– Quem é você para dizer se eu entenderei ou não? – indagou. – Sou o rei, respeite-me. – Exigiu, fazendo sinal para que os guardas fossem até ele.

O homem continuou sorrindo, olhando o rei de forma irônica, desafiando-o.

– Kamo. – ousou, ao chamá-lo pelo nome, fazendo o rei fechar os punhos e apertar os dentes.– Consiste numa mistura de óleos naturais e alguns fungos, de forma simplificada.

– Nunca mais ouse em me chamar pelo meu nome e ou duvidar de mim. – ordenou, a voz rígida, aproximando-se dele, sua altura intimidadora não surtindo efeito sobre o médico. A tensão tomou o cômodo. Os guardas empunhavam suas armas, hesitantes do que fazer. – Dê-me a mistura. – mandou, olhando em seus olhos.

O médico deu alguns passou para trás, ainda sorrindo, zombando de todos.

– Sou o único que possui-a e não entregarei tão facilmente. – falou, agora, finalmente sério. – Demando uma recompensa.

Kamo olhava-o, sabendo que falaria aquilo. Olhou para o major, acenando sutilmente com a cabeça. Rion fez um gesto que indicava que seus guardas deveriam atacá-lo, mas eles não o fizeram. O rei e o major se entreolharam. Os guardas não obedeceram uma ordem indireta do rei, o médico abriu um sorriso maior ainda e aproximou-se do rei.

– Os guardas não o obedeceram, majestade? – falou num tom ameaçador. – Acho que todo o poder que tem não surte mais efeito não é mesmo? – zombou ele.

A raiva começava a consumir o rei, que cerrava o cenho e os punhos, a vontade de socar e ferir aquele homem crescia. Tinha que pensar, no entanto, que esse médico supostamente possuía a cura para sua esposa, então talvez tivesse que engolir o seu orgulho.

– O que você quer? – perguntou, a voz retraída, tentando conter a vontade de feri-lo.

Aurélio aproximou-se novamente, ignorando o olhar fuzilante do major.

– Quero a gêmea. – sussurrou no ouvido do rei, fazendo um arrepio descer a espinha de Kamo.

Ele demandava que tivesse sua filha. Isso era impensável. Kamo afastou-se, extremamente chocado, agora temendo pela segurança de sua família.

– Guardas, prendam-no. – ordenou o rei, uma sensação estranha percorrendo seu corpo.

Os homens não se mexeram fazendo a sensação que o rei sentia aumentar. Ele então entendeu o que era impotência. Não estava sendo obedecido, os guardas não eram seus. Devem ter invadido, será que já haviam descoberto. , pensava enquanto olhava para todos os lados.

– Você tem o sangue para governar algo muito maior do que isso. – balbuciou o médico, enquanto o major puxava-o para longe dele, conduzindo o rei para a saída do cômodo.

Os guardas falsos, no entanto, estavam logo atrás deles. O rei começou a correr, o major o acompanhando. Chegando ao hall principal, Kamo conseguiu esconder-se e acessar uma das passagens secretas do palácio. Foi até o quarto dos gêmeos, mas assim que entrou seu coração se despedaçou.

O brilho do sol que vinha das janelas moldava um dia lindo, perfeito em Ebut, mas terrível para o reino.


Notas Finais


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Monte Pedroso


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