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História A Cima da Dor - Você não me conhece


Escrita por: AnneSadWalker

Notas do Autor


A Blake pode ser dura as vezes...

Hahaha demorei mas atualizei, aproveitem meus 11 leitores fantasmas, amo vcs ♥

Capítulo 8 - Você não me conhece


Já são duas da manhã. E não há nenhum enfermeiro a vista, nenhum médico. Me ajeito no sofá, e passo as mãos pelos cabelos. 


-Senhor?! -ouço uma voz familiar me chamar. Me viro e vejo um rosto conhecido, Gruver um amigo da faculdade. 


-Gruver. -digo esfregando os olhos, confesso que estava quase pegando no sono. O cumprimento.


-Norman?! Quanto tempo. Como está? -ele pergunta simpático.


-Bem obrigado. -digo sério. Não que eu não goste de Gruver, é só estou preocupado com Blake e ninguém me dá notícia alguma.


-Estou procurando o marido de uma das minhas pacientes.-ele diz assumindo um mais tom profissional. 

-O que faz perdido pela minha ala? Ou melhor, o que faz perdido num hospital do subúrbio?


-Ah, encontrei o senhor! -diz a mesma recepcionista que pegou os dados de Blake quando chegamos se aproxima com uma bandeja de gazes e algodão nas mãos.

-Sua esposa está bem. Pediu pra avisar que se o senhor quiser ir pra casa se quiser descansar, está tudo bem. -ela diz. E Gruver me olha abismado.


-Você se casou Norman?! Você?!-ele pergunta com a mão apoiada no meu ombro. Coço a cabeça. Droga como vou explicar isso?


-É uma longa história Gruver. -me viro pra mulher. 

-Será que posso vê-la? 


-Se o senhor quiser...


-Espera? Você é o marido da Blake?A ... Blake Clark? -ele pergunta sem acreditar. 


-N... bem, é complicado. -me enrolo. Isso não é bom. Ele vai espalhar essa invenção pra minha família, mídia e droga! Onde eu fui me meter?


-Então acho que é você quem eu estava procurando. -ele me dá dois tapinhas no ombro.

-Pode deixar dona Auroro, eu acompanho meu amigo até o leito da esposa dele. -Gruver diz e me guia  pelos corredores. Me olhando de soslaio.


-Gruver? Como ela está? -pergunto coçando a cabeça.


-Ela está tomando glicose pra bebedeira e um calmante. -Gruver diz andando pelos corredores.

-Blake estava agitada.


-Você a conhece? 


-Sim, eu era um grande amigo de Harper. -ele diz de cabeça baixa. Franzo a testa, há alguma coisa além, que eu estou por fora. Quem é Harper?

-O ex noivo dela, Norman, vocês são mesmo casados? 


-Não. -digo e ele me encara de sobrancelhas erguidas.


-Eu sabia! -ele diz convencido e ri.

-Blake é ingenhosa, sempre foi. Aposto que ela pediu pra você mentir lá na recepção, certo? -ele ri pelo nariz, mas há um outro sentimento ali, parece passar.


-De certa forma. -digo meneando a cabeça.

-Mas... espera. -paro o médico no meio do corredor. 

-Me esclareça uma coisa Gruver, você sabe por que ela está assim não sabe? É por causa desse ex noivo dela, Harper ele fez alguma coisa com ela? Ou isso tem algo haver com um acidente à dois anos? 


-Ela não te contou sobre Harper ou todo o resto? -nego.

-Então sinto muito, não serei eu a fazer isso meu parceiro, Blake é minha amiga a anos e já passou por maus bocados para alguém da idade dela. Mas não a precione, não agora, isso ainda a faz sofrer muito. A fizeram sofrer mais do que alguém merece. -ele nega em silêncio.


-Tudo bem. -digo exausto. Voltamos a andar.


-É aqui, você pode ficar se quiser. -ele diz olhando o relógio.


-Obrigado Gruver, por cuidar dela e me dar cobertura. -aceno com a cabeça, ele retribui o gesto e some no mundo sem fim de corredores brancos.


Entro no leito, ela está ali deitada sob um lençol azul claro, seus cabelos soltos, derramados como ouro branco e levemente bagunça dos dão a ela um ar mais maduro, de uma deusa nórdica.

Blake está de olhos fechados, me aproximo, sua respiração e baixa e calma, o soro goteja lentamente na canula que some cravada na sua pele alva, sua testa tem um curativo manchado de sangue e seu pé que escapa de debaixo das cobertas está enfaixado.


Não sei o que fazer. Nem como me mexer, estou completamente perdido nessa situação. Acabo esbarrando na poltrona próximo à cama.


Ouço uma risada abafada. Blake.


-Eis aqui um lado de Norman Dashwood que eu não conhecia. Desajeitado. -ela zomba com a voz rouca do sono, agora abrindo os olhos.


-Digo o mesmo de você Blake. Eis aqui seu lado que eu não conhecia -digo tentando não soar ríspido ou ressentido. Ela olho pro outro lado do quarto e suspira.

-Eu não sei o que está acontecendo. -digo.


-Não quero que você se envolva. -ela sussurra. 


-Acho que já estou envolvido Blake. -gesticulo para o quarto do hospital e suspiro. 

-Droga! Porque você não me diz o que está acontecendo? -pergunto um pouco exasperado.


-Porque eu te conheci ontem! -ela diz no mesmo tom. 

-Não, já é dia dois de janeiro, na verdade. -corrijo. -Nos conhecemos há dois dias.


-Que seja, mas não saio por aí envolvido desconhecidos na minha vida. -abana a mão.


-Acho que você não pensou muito nisso quando me ligou hoje cedo. Ou quando me mediu ajuda quando te liguei.


-Eu teria pedido ajuda a qualquer um que me ligasse naquela hora, OK? -ela diz.

-E sobre mais cedo eu só... só queria pedir desculpas por tê-lo xingado. 


-Tudo bem. -digo de braços cruzados. Irritado.


Ela suspira de olhos fechados.


-Estamos sendo infantis. -murmura. E eu bufo, bufo por concordar com ela.


-Você vai responder as perguntas que tenho pra te fazer? -pergunto.


-Quem sabe depois de você me levar pra jantar e me pagar uma bebida. -ela diz zombando. A Blake de antes voltou, como se nada de dramático tivesse acontecido.


-Eu não estou brincando Blake.


-Nem eu. -ela gesticula com a mão livre do soro.

-Eu não vou contar nada da minha vida pra alguém que eu não conheço.


-Eu sei que você lê romances, tem uma coisa de mecânico no seu porão e é fã de Star Trek. -digo tentando a convencer.


-Star Wars Norman, Wars. -ela me corrige e eu estalo a língua. -Também sei que o céu a azul, que há quatro estações do ano e que o sol nasce pela manhã. -ela dá de ombros e contorce os lábios de um jeito engraçado.

-Viu como o termo conhecer pode ser relativo? -ela diz petulante.

-Você nem mesmo sabe minha cor favorita, ou como eu gosto dos meus ovos pela manhã. -retruca.


-Então me conte. 


-Por que você se importaria em saber trivialidades ao meu respeito? -seguro a vontade de responder. 


Por que eu quero saber mais de você. Tudo sobre você, por que você me fascinou no momento em que tive o privilégio de vê-la despontar na esquina daquela rua surfando no seu skate.


-Você precisa descansar. -me ajeito na poltrona ao seu lado enquanto ela me observa.

-Mas resolveremos esses nossos problemas de comunicação. Vamos jantar juntos amanhã, sábado e, conversaremos amenidades. Nada de assuntos sérios ou perguntas sobre seu passado. 


-E se mesmo assim eu não quiser te contar nada?


-Sou paciente. -digo e me aconchego na poltrona.


-E se mesmo assim...


-Descanse Blake. -digo fechando os olhos. Ouço Blake suspirar, não durmo, o silêncio sepulcral me permite notar o exato momento em que a respiração de Blake se torna regular e suave minutos depois.


Abro os olhos, levanto e me aproximo da cama, não sei o que estou fazendo. Mas é quase que involuntário, toco a mão dela. Fria.


Seguro sua pequena mão em meio às minhas e a afago até chegar numa temperatura aceitável. 


Ela ressona totalmente entregue ao sono. Eu suspiro, totalmente entregue a dúvida. 

Blake me ajudou quando eu achava que não precisava de ajuda, por mais que eu dissesse obrigado não seria o bastante. Ela claramente precisa de ajuda e, assim como eu não via o quanto era necessário, ela também parece não ver. Talvez eu não seja a melhor pessoa para ajudar Blake, mas quem imaginária que uma garota tão jovem seria a melhor pessoa para  ajudar um completo desconhecido na noite de ano novo? 


Além do mais há esse incomodo comichão na estômago quando estamos perto um do outro é como se ela pudesse me ver em minha totalidade. E também há uma certa impulsividade nas coisas que penso e digo quando Blake me desafia. Como esse jantar que acabei de marcar com ela para amanhã, eu realmente quero saber tudo sobre Blake e, não é só porque estou curioso ou por que quero ajudá-la, é pelo simples fato de querer ficar perto dela, saber mais sobre ela, e poder participar.

Afinal a quem eu quero enganar? Estou atraído por essa garota magricela e atrevida, pelo seu jeito misterioso embora nos conheçamos a tão pouco tempo. 


Puxo a poltrona pra mais próximo à cama, apoio os braços no colchão macio e a cabeça em cima dos braços bem próximo à lateral do corpo de Blake.


Fito Blake, vasculho seu rosto tão bonito e delicado. Não sei o que estou procurando, mas olhá-la e vê-la perto me trás certo alívio. Blake está aqui, bem perto, onde eu posso ficar de olho nela. 


Adormeço ali.



Notas Finais


Até o próximo chuchus. Desculpe qualquer erro ou incoerência q surgir, revisarei melhor o capítulo depois das 22:00. Bjs


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