– Kayla, para de graça. Nós precisamos ir.
– Louis, não fale assim com a garota, isso é tudo muito novo pra ela.
– Vai defender ela agora, Daniel?- Disse Louis.
– Cara, a garota está mal.
As vozes dos dois ecoavam como nada em minha mente. Até sentir uma mão em meu ombro.
– Kayla, você tem todo o direito de ficar assim. Mas precisa vir com a gente.
Reconheci como a voz de Minna. Assenti com a cabeça e me levantei, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
– Tudo bem, eu vou. - Falei, depois de alguns minutos de silêncio.
– Creio que ela não sabe voar ainda?- Perguntou o garoto que estava com eles.
– Não. Eu levo ela. - Disse Louis.
– Pode deixar que eu levo- Disse o garoto.
Espera. Voar? Eu odeio altura. Se eu voar, vou vomitar. Decidi não falar nada.
– Eu a conheço, ela confia em mim. Eu levo. - Respondeu Louis.
– Louis, você está machucado pela luta. Pode derrubá-la.
– Está duvidando de minha capacidade de vôo?
– Meninos! chega! Eu irei levá-la. Estão parecendo duas crianças! – Se intrometeu Minna.
– Mas..- Começou Louis. O interrompi.
– Eu irei com ela.
Não houve mais discussões. Minna me pegou no colo e voou. Caraca, como isso é estranho. Eu acho que vou vomitar.
Só estou rezando para que isso seja um sonho. Um sonho bem ruim, porém um sonho...
– Ela ficará bem.. -
Foi a última coisa que ouvi.
[...]
A cama estava macia..os cobertores cheiravam flores..espera..meu cobertor não cheira flores.
Abri os olhos.
Tinham duas pessoas em volta de mim.
– Ela acordou! - Gritou um garoto. Ele tinha um tapa olho esquisito no olho.
– Quem é você? - Perguntei.
O cabelo dele era castanho escuro. Bem escuro. Ele tinha um câmera pendurada no pescoço.
– Eu..sou..
– Hey cara! - Gritou uma garota lá de trás.
Ela tinha....
Cabelo rosa.
Que bizarro.
– O que foi Mikaela? Cadê o Louis?
– Daniel foi chamá-lo. Minna já está vindo também. - Respondeu a garota.
– Espera, espera. Minna? Daniel? - Perguntei.
– Sim. - Respondeu o garoto.
– Então não foi...um sonho... - Cochichei para mim mesma.
– Kayla! - Gritou o garoto. Acho que ele era o
Daniel...
– Ér..oi...
– Você está bem?
– Estou. Onde está o Louis?
Ele pareceu não gostar da minha pergunta. Ué.
– Ele disse que não quer vim.
Nossa. Tudo bem.
– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo?
– Acho que depois de ontem você já deveria ter tomado as conclusões, não acha? - Disse o garoto com o tapa-olho
As pessoas costumam ser sempre grossas aqui? Por que bom, eu gostei.
– Não faço o tipo esperta.
– Percebi..
– Hey, leve-a até a casa da Minna. Eu preciso ir falar com o Louis. - Disse Daniel.
– Tá bom. Vamos Kayla.
Me levantei e fui seguindo o garoto. Casa da Minna? Onde eu estou?
– Em que cidade estamos? - Perguntei enquanto andávamos.
Ele riu.
– Você é mesma filha da sua mãe?
– Ah não, acho que sou adotada.- Revirei os olhos.
– Bom, faz todo o sentido.
– Vai me responder ou não vai?
– Nós não temos um nome específico.. Alguns chamam de cidade dos mortos, outros de cidade dos anjos, mas o nome que prevalece é Cidade das Almas Perdidas. Sabe..almas.. E perdidas.
– Acho que entendi, bem criativo.
– Eu queria que se chamasse Gotham, mas ninguém deixou.
– Gotham? Parece melhor que Cidade das Almas Perdidas.
– Acho que só você concorda comigo. - Ele riu e virou em uma rua.– Estamos quase chegando.
– O que vocês são?
– O que nós somos, querida. Olha, não sou seu professor e to com a maior preguiça de explicar. Você é a primeira que não sabe de nada. Minna vai te explicar tudo.
– Tudo bem.
Faca.
Uma faca passou por meu rosto e cortou minha pele.
– Fique atrás de mim! - Gritou o garoto.
Não precisa nem mandar.
Um cara mascarado apareceu em nossa frente. Ele tinha asas também, que droga.
Quando pisquei o garoto do olho cortado já estava com suas asas fora da "ilusão" em que ele a escondia.
– Quem é você? - Perguntou. O homem riu.
Sua voz ecoou pela rua silenciosa.
– Eu sou alguém que você não pode derrotar. Saia da frente, não quero te machucar.
– Nem pensar.
– Você não é o tipo que defende as pessoas, não é?
– Você não me conhece!
– Ah, eu conheço sim. - Ele riu. – Você só luta por si mesmo.
– Tem razão. Só luto por mim mesmo. Mas sabe de uma coisa? Eu odeio perder.
Ele voou com suas asas (ava) e uma jarrada de vento me atingiu. E quando vi, facas estavam voando em direção ao homem com a máscara.
Facas e mais facas voavam, porém o homem desviava com tudo, com água saindo pelas suas mãos. Que bizarro!
– É melhor ir embora! - Gritou o garoto.
– Você é só uma criança. Saia da minha frente e me deixe levá-la!
– Eu. - Faca– Disse- Faca– Que odeio-Faca–Perder!
E dessa vez foi com força total. Três facas atingiram o homem no ombro e ele caiu, impotente.
O garoto foi até ele.
– Agora veremos quem é você.
– Eu..acho..que não..
E sumiu. Simplesmente sumiu.
– Droga!
– Como ele fez isso? - Perguntei, me aproximando.
– Não faço a mínima ideia. Você está bem?
– Estou.
–Ah, e a propósito, meu nome é Darwin. Agora vamos, preciso levar você até a casa da Minna.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.