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História A Flor da Pele - Um ultimo beijo?


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 15 - Um ultimo beijo?


Fanfic / Fanfiction A Flor da Pele - Um ultimo beijo?

O Bar do Gold estava mais cheio que o habitual. Muitas pessoas sentadas às mesas e outras em pé por toda extensão do bar e a frente do mesmo. Regina Tomou a frente, e os três rumaram para o balcão, onde puderam avistar Gold andando de um lado para o outro tentando atender a todos os pedidos.

– Noite agitada, não? – Regina perguntou provocando com um sorriso no rosto.

– Não é? – Gold respondeu cansado, mas parecendo realmente animado, saindo para atender um rapaz na outra ponta.

– Nossa, nunca vi esse bar tão cheio. – Exclamou Zelena.

– Realmente. – Regina olhou em volta. – Procurem um lugar para sentar, vou dar uma mão para Gold.

Zelena e Kristoff partiram para o meio do bar, e Regina passou para a parte de trás do balcão. Encontrou um avental, um bloco e uma caneta. Como trabalhara por um tempo ali, conhecia bem o lugar e o procedimento. Já estava atendendo quando Gold se deu conta de que ela estava ali.

– Muitíssimo obrigado. Prometo que a gorjeta é sua.

– Não precisa. Prefere que eu fique aqui, ou que parta para as mesas?

– As mesas. Não consegui chegar lá ainda. – Falou com um sorriso.

Assim, Regina Tomou uma bandeja nas mãos e partiu para atender aos pedidos. Achou graça em quanto lhe pareceu natural voltar a sua antiga função. Mesmo com o local cheio e muitos pedidos a serem atendidos, se virou facilmente. Philipp ao chegou ao bar, teve a mesma surpresa que eles. Encontrou Regina atendendo uma mesa logo a entrada.

– Uau. O que aconteceu aqui? – a interpelou.

– Noite agitada. – Disse simplesmente. – Zelena e a Kristoff estão mais lá pra dentro.

E partiu para a próxima mesa, onde um grupo de meninas conversava animadamente. Não percebeu logo de cara quem eram, mas ao se aproximar, se deparou com Sara, um caso antigo.

– Vocês vão querer o que? – Falou com um sorriso discreto no rosto.

Uma morena sentada à cabeceira da mesa olhou para cima e abriu um sorriso no mínimo sacana, no que foi prontamente correspondida por Regina. Força do hábito talvez, mas lhe saía natural, fácil.

– Você. – A morena falou já um pouco alterada pela bebida. – Pode ser?

– Não estou no cardápio, mas agradeço. – Brincou. Estava flertando abertamente, fazendo com que Sara fechasse a cara por um instante apenas, se recompondo em seguida.

– Então, mais uma rodada de chopp. – Sara devolveu com um sorriso de tirar o fôlego.

– Certo. – Regina anotou o pedido no bloco que trazia no bolso do avental. – Eu já volto com o chopp.

Fingiu abertamente que não reconhecera Sara, mesmo podendo sentir o olhar dela cravado em seu rosto. Ignorar era a melhor jogada. Provavelmente, isto faria com que Sara viesse atrás dela em algum momento e aí então, seria simpática, mas a cortaria. Não gostava de alimentar esperanças e mesmo que a outra lhe dissesse que entendia e que só o que queria era sexo, ainda assim, sabia do risco que era retomar qualquer contato. Em geral, mesmo dizendo que não queria compromisso, que não estava interessada, a maioria das mulheres queria sim ter uma nova chance e conquistar Regina. Conhecia bem demais as regras do jogo para cair numa dessas. Saiu andando em direção ao bar com um sorriso no rosto. Gostava do jogo. Por um curto tempo havia esquecido o quanto gostava de flertar e de ir à caça. Havia um prazer nisso que o sentimento por Emma nublara. Pensar em Emma lhe provocou a já conhecida dor. Uma pontada no peito que lhe tirava o ar. Empurrou a dor para o lado. Lidaria com ela mais tarde, sozinha e de preferência debaixo do chuveiro gelado.

A noite transcorreu tranquilamente. Sara a procurou e jogou seu charme. Era uma mulher bonita e definitivamente boa de cama, mas era problema, por tanto Regina muito delicadamente, a dispensou. Já a morena, esta ela levou para a parte de trás do bar. Sexo rápido e sem culpa. Voltou para de trás do balcão e tirou o avental se espreguiçando. O bar fora esvaziado rapidamente. As poucas mesas ainda ocupadas, incluía um grupo de amigos um pouco bêbados e a mesa ao fundo com Zelena, Kristoff e Philipp que conversavam animadamente. Jogou-se em uma cadeira ao lado de Philipp e logo Gold entrou no salão com travessas e pratos. Serviu um jantar com o que conseguiu reunir na sua cozinha e que parecia delicioso. Sentaram-se todos à volta da mesa para comemorar.

– A essa super noite! – Gritou Zelena erguendo seu copo. Repetiram todos em uníssono, brindando ao amigo.

– E ao Kristoff que passou no concurso! – Emendou Philipp.

– À Kristoff! – Todos brindaram.

A refeição se deu em um clima descontração total. Regina só sentia uma falta imensa de Wendy naquele momento. Com a ausência dela, a família não se fazia completa. A amiga andava evitando qualquer contato, o que levava Regina a crer que ou a amiga encontrara uma nova diversão, ou voltara para a anterior. Sabia que a ex tentara uma reaproximação logo que o caso com o residente em seu hospital desandou, mas Wendy fora irredutível na época. Regina conhecia bem a amiga para saber também que seria quase impossível para ela resistir. Por mais magoada que estivesse, ainda era apaixonada pela mulher e conhecia na pele o quanto era difícil resistir quando um sentimento tão forte ainda as unia.

Estava ajudando Gold a fechar o bar, quando Kristoff se aproximou e puxou a porta de ferro com ela.

– Foi uma ótima forma de comemorar. – Kristoff disse com um sorriso no rosto. – Me sinto em casa entre vocês. Espero de fato um dia fazer parte desta família.

– Você já faz, Kristoff. De verdade. – Regina falou com sinceridade.

– Obrigada Regina. – corou. – Para mim é muito mais importante a aceitação e a acolhida de vocês, do que da família da Zelena. Com exceção de você, é claro. - Regina o olhou por alguns instantes sem responder, fazendo com que Kristoff se sentisse ainda mais envergonhado, se retificando rapidamente. – Desculpa Gina. Não foi minha intenção falar mal dos seus pais de forma alguma. – Se enrolou. – É que sei o quanto Zelena a estima e o quanto a sua opinião pesa para ela, mais do que a de qualquer outra pessoa.

– Não precisa se desculpar, Kristoff. Entendo isso perfeitamente. – disse ainda com a mesma expressão. – É somente estranho pensar na minha família de nascença. Esta me é tão mais presente e por tanto, importante atualmente, que me esqueço que meus pais ainda fazem parte das nossas vidas, ou ao menos da de Zelena. – Completou triste.

– Eu sinto muito. – Foi só o que Kristoff conseguiu dizer. Sabia da relação turbulenta de Regina com os pais. Zelena havia lhe contado, mas nunca ouvira da própria, qualquer menção aos mesmos.

– Não sinta. Já faz tanto tempo que é somente estranho.

– Ainda te dói? – Perguntou sem pensar e logo se arrependeu. – Desculpa. Fui inconveniente de novo. Se eu disser que a culpa é da cerveja, você acredita?

– Para de se desculpar, Kristoff. – Regina falou delicadamente. – Não precisa pisar em ovos comigo. – Parou, respirou e prosseguiu. – Não sei se dói. Eu apenas não penso muito nisso. Acho que acabei abstraindo o fato de eles não me aceitarem. A culpa também é minha, mas quando amadureci o bastante pra me dar conta disso, já era tarde demais. Não existe mais nada para resgatar. Isso é triste. Tenho minhas mágoas, mas tenho também boas lembranças da infância. Sinto pelo Zelena. Acho que boa parte do que faz a relação dela com nossos pais tão estranha, é parte da decepção que eu provoquei neles.

– Não acho. – Kristoff disse após ponderar por alguns segundos. – Zelena tem os próprios problemas com os pais. Nenhum deles tem qualquer ligação com você.

Regina sorriu para o cunhado. Aprendia a gostar cada vez mais daquele menino. O jeito meigo e um pouco tímido às vezes, escondiam na verdade uma força e uma determinação muito grandes. Ele tinha uma maturidade que escondia por de trás daquele semblante angelical e a forma doce com a qual cativava. O senso de humor afiado e a percepção que era capaz de ter de tudo e todos a sua volta somente comprovava isso.

– Eu estou te enrolando. – Kristoff disse por fim.

– Me enrolando? – Regina perguntou achando graça.

– É. Tenho uma tarefa que não sei ainda se devo executar. – Falou devagar, como se pesasse o efeito das suas palavras, mesmo que enigmáticas.

Regina logo percebeu do que se tratava, e da confusão, sua expressão se fechou em entendimento e rigidez. Respirou fundo. Sabia. De uma forma ou de outra, em algum momento, sabia que Kristoff lhe procuraria para falar de Emma.

– O que ela pediu que me dissesse? – Perguntou enfim.

– Nada. Ela mesma quis dizer. – E Kristoff tirou do bolso da calça um pedaço de papel, que Regina logo percebeu ser uma carta.

– Ela não poderia ter ligado? – Perguntou irritada pegando o papel que o outro lhe estendia.

– Acho que não teve coragem de falar. Mas posso também estar redondamente enganado. Nós quase não temos nos falado. Ela vem me evitando. – Disse por fim.

– Tudo bem. – Regina soltou o ar pesadamente. – Você não tem nada com isso. Obrigada, Kristoff.

A maneira com que falou, encerrava o assunto e Kristoff entendendo que a cunhada gostaria de ficar sozinha, pediu licença e voltou para dentro do bar.

Regina olhou para o papel em suas mãos e fechou os olhos. Não conhecia o conteúdo da carta, mas era capaz de imaginar muitas coisas ao mesmo tempo. Explicações, desculpas, muito provavelmente um adeus. É claro que seu coração lhe traiu e criou esperanças infundadas. Uma declaração de amor. Um pedido para que a esperasse, uma confissão de que sentia exatamente o que ela Regina, sentia. Afastou esses pensamentos mais rápido do que lhe ocorreram. Era melhor estar pronta para o pior. Andou pelas ruas sabendo que Kristoff explicaria a sua ausência. Acendeu um cigarro e se afastou indo em direção ao seu prédio, passando diretamente por ele. Conhecia aquelas ruas como ninguém, e mesmo sabendo que seria imprudente andar por ali a noite sozinha, seguiu adiante. Sentou-se no chão contra o muro de uma casa, e tendo apenas a iluminação de um poste um pouco a frente, abriu a carta e segurou em suas mãos as páginas que poderiam mudar tudo novamente em sua vida.

 “Minha querida, Regina.

Talvez neste momento você me odeie por ter mantido distância, por não ter te ligado, por não ter feito qualquer contato. Ou talvez simplesmente já tenha me esquecido. Gostaria que fosse assim, por mais que me doa. O que vivemos foi tão lindo e tão intenso, que mesmo agora estando longe, posso sentir suas mãos sobre a minha pele, e seus lábios a me cobrirem de beijos. Seus sussurros roucos em meu ouvido ainda me assaltam, e me arrepio inteira só com a lembrança da sua voz. Das palavras de carinho, dos gemidos de prazer, de amor. Quero que antes de tudo saiba que eu te amo. Te amo ainda com a mesma intensidade que amei a menina que me ensinou o que era amor, o que era felicidade quando ainda era tão imatura para compreender a dimensão desses sentimentos.

Privei – me de vivê-lo e me dói fazê-lo novamente. E mais uma vez não posso culpar a ninguém, a não ser a mim mesma por essa decisão. É uma escolha dura. Uma escolha impossível. Viver plenamente o nosso amor mesmo com todas as incertezas, ou ficar perto da minha filha. 

Não entrarei em detalhes, porque de certa forma sei que no final somente a minha decisão impera. Tenho uma vida estruturada ao lado do Graham e não me acho no direito de machucá-lo dessa forma. Ele é o pai da minha filha, o homem que ficou ao meu lado em momentos difíceis, que me aceitou do jeito que eu sou e que me ama incondicionalmente. Estou sendo covarde, eu sei, mas é muito para abrir mão. 

Enquanto estava nos seus braços, vivendo o sonho e a fantasia de poder viver uma vida inteira te amando e sendo amada por você, achei que seria capaz de Tomar as atitudes necessárias com relação a minha vida aqui. Mas a verdade é que a realidade é tão mais complicada, que não tive coragem de nem ao menos falar com você.

Sei que é injusto com você até mesmo te dizer essas coisas. Não existe obrigação alguma sua em me entender ou mesmo de ainda me amar. Estou mais uma vez te deixando por medo. Um medo diferente daquele que me fez te deixar ir embora da primeira vez, mas ainda assim medo. Medo de perder a minha filha, medo do sofrimento que poderei causar a ela. Não é justo que ela pague por algo que não é nem ao menos é capaz de entender. 

Afastar-me de você é defesa. Mesmo que nem por um segundo eu seja capaz de te esquecer, a distância e o tempo vão cicatrizando as feridas e assim eu me protejo. Não posso viver plenamente o nosso amor neste momento e te peço perdão por ter dito que o faria. Se ainda é meu desejo? De todo o meu coração. Não há nada no mundo que eu queira mais do que ficar ao seu lado, te amar todos os dias, cuidar de você e dormir nos seus braços. Mas não posso. Eu te amo tanto, mas a Alice é a minha existência. Eu não poderia ser feliz vivendo longe dela, mesmo que ao seu lado.

Eu sei que deveria ter dito tudo isso cara a cara, mas seria difícil demais, fui covarde. Não resistiria a você e seria ainda mais doloroso deixá-la outra vez. 

Eu só posso desejar que você seja muito feliz. Mesmo de longe, torço por você sempre. Você é uma pessoa incrível. Generosa, amiga, batalhadora, inteligente, criativa e merece toda a felicidade do mundo. Você é a dona do meu coração. Meu amor será sempre seu. Te amo.

Um beijo. Um último beijo.

Emma”



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