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História A garota da clareira - Eu sou sua irmã


Escrita por: ariiiiadiangelo

Capítulo 31 - Eu sou sua irmã


Fanfic / Fanfiction A garota da clareira - Eu sou sua irmã

 

 Sonhei que estava correndo por um corredor branco. Várias portas estavam fechadas e eu estava meio perdida. Mas eu me sentia bem, como se eu soubesse o que eu estava fazendo, como se eu estivesse segura.

-Te peguei! – ouvi alguém gritar atrás de mim e eu comecei a rir assim que senti duas mãos me puxando para trás.

Era Thomas.

Ele estava mais novo, com um olhar mais inocente e feliz. Vestia roupas brancas e ria junto comigo.

-Eu peguei ela! – ele gritou e logo eu avistei duas pessoas se aproximando de nós.

Era Newt, com toda certeza. Ele também estava mais novo. Uns 12 anos talvez. Mas ainda mantinha os cabelos dourados e o olhar calmo. Ao seu lado estava uma menina, mais nova, loira. Tinha uma trança caída por seus ombros.

-Você corre muito rápido – Newt disse ofegante e rindo.

-Fui treinada para isso – eu disse. Minha voz estava mais fina.

-Vamos mais uma vez – a menina loira disse dando pulinhos.

Eu tinha impressão de conhecer ela de algum lugar.

-Irmãos contra irmãos – Thomas disse rindo e me puxando para seu lado.

Vi Newt e a menina loira ficarem um do lado do outro também.

-1, 2, 3! – eu gritei rindo e comecei a correr.

 

Acordei assustada. Fazia tempo que eu não sonhava algo daquele jeito. Queria poder entender o que tudo isso significava. Toda vez que eu sonhava uma lembrança, altas revelações surgiam. Parecia que alguém tinha controle sobre minha mente e queria me revelar segredos.

Olhei para o meu lado e vi que estava sozinha. O sol batia fortemente em minha barraca, deixando o ar lá dentro bem abafado.

Teria sido a noite anterior também um sonho?

Percebi que estava sem minhas roupas e sorri com aquilo.

Não, não tinha sido um sonho.

Fiquei um tempo deitada só tentando relembrar cada detalhe, que não deixavam minha mente nem por um minuto. Cada toque, cada palavra... Senti um sorriso se formar em meus lábios sozinho.

Levantei e me troquei. Assim que sai da barraca percebi que já estava uma movimentação intensa do lado de fora. Várias pessoas corriam e trabalhavam. O sol estava mais forte a cada dia e eu não aguentava mais aquele calor.

-Emily – ouvi alguém me chamando e vi Thomas andando em minha direção.

Ele estava com um corte em sua testa.

-O que aconteceu? – eu perguntei me aproximando dele.

-Você acordou agora? – ele perguntou ignorando minha pergunta.

Fiquei quieta sem entender o que ele estava querendo dizer.

-Já está quase na hora de almoçarmos – ele disse e eu arregalei meus olhos.

Eu tinha dormido a manhã inteira?

Eu sempre acordo cedo, com a sol surgindo. Costumes da clareira. Como eu não ouvi o barulho de fora da barraca?

-Você dormiu mal? – ele perguntou preocupado.

Dormi muito bem, na verdade. Eu pensei.

Fiquei pensando em alguma resposta, mas nada me vinha na cabeça. Eu não sabia mentir para ele muito bem.

Ai que percebi. Thomas e os outros iam tentar salvar mais crianças do CRUEL naquela manhã. Estava tudo planejado.

-Como foi hoje? – eu perguntei sentindo um pouco de nervosismo – Acharam Minho?

Thomas olhou para baixo um pouco decepcionado. Entendi o que ele queria dizer. Senti um aperto no meu peito e um sentimento de culpa. Toda vez que não achávamos nosso amigo eu ficava assim. Já fazia meses.

-Vou achar ele – Thomas disse segurando minha mão ao perceber minha expressão – Eu prometo.

Tentei forçar um sorriso. Ele me abraçou forte.

-Estou me sentindo uma inútil por não ter ajudado vocês hoje – eu disse sem olhar em seus olhos.

-Saiu tudo como planejado – ele disse – E foi perigoso. Tenta ir até a enfermaria. Trouxemos várias pessoas que precisam de ajuda medica. Você pode ajudar. Precisa ficar aqui ajudando.

Concordei com ele e comecei a andar até a enfermaria.

-Emily – Thomas me chamou antes que eu pudesse me afastar muito – Encontramos Aris e Sonya. E fique bem.

Concordei e fui até a enfermaria. Observei vários rostos novos, de crianças principalmente. Todas estavam assustadas.

Antes que eu pudesse entrar no local, senti alguém segurar minha mão.

Era Newt.

Senti minhas bochechas esquentarem na hora. Não olhei em seus olhos. Eu estava com muita vergonha para isso.

Ele percebeu minha reação e começou a rir, mas estava um pouco envergonhado também. Dava para ver.

-Bom dia – ele disse – Ou melhor, boa tarde, dorminhoca.

Ri com aquilo.

-Não consegui dormir direito – eu disse tomando coragem e olhando para ele de uma vez.

-Eu também não – ele disse rindo mais ainda.

Abracei o mesmo e fiquei em seus braços por um tempo. Aquela sensação era muito boa. Poderia ficar lá para sempre.

-Eu te amo – eu disse ainda abraçada nele.

Senti sua mão fazer carinho em minha cabeça, afagando meu cabelo.

-Eu também te amo – ele disse me afastando dele e selando nossos lábios.

Foi um beijo diferente. Não sei explicar. Parece que tudo mudou depois da noite anterior, como se fossemos diferentes e ao mesmo tempo nos completássemos. E eu sei que ele também sentia essa sensação nova, pois pareceu aproveitar o beijo com calma.

Me separei devagar dele e olhei em seus olhos. Como eu era sortuda por ter essa visão.

Entrelacei nossas mãos e entrei na enfermaria com ele. Varias pessoas estavam lá dentro. Me aproximei de um grupo de meninas e logo identifiquei Aris e Sonya.

Ver Aris ainda não me trazia sensações muito boas. Lembrar de tudo o que ele fez com Teresa ainda me trazia arrepios e eu tinha um pé atrás com aquele menino. Mas estava feliz que ele estava seguro.

Olhei para Soyna. Ela estava com as mãos machucadas. Me aproximei e comcei a limpar o seu ferimento.

-Voce está bem?  -eu perguntei e ela olhou para mim concordando.

-Foi ruim – ela respondeu – Mas eu estou bem agora.

Observei a menina melhor. Ela estava um pouco suja e magra. Parecia que não tinha comido e em seu olhar dava para ver medo. Era como se ela estivesse lembrando de algo. Seu cabelo estava preso em uma trança loira e eu senti um desconforto no peito ao reparar isso.

Era a menina do sonho. Com certeza. As mesmas tranças, o mesmo jeito.

-Te machucaram? – eu perguntei levemente alterada.

Ela negou.

-Minho? – eu perguntei com um pouco de esperança.

-Não vi ele em nenhum momento – ela disse – Mas estavam nos levando para uma cidade.

-Cidade? – eu perguntei surpresa.

-Sim, uma cidade. Tem uma Sede do CRUEL lá. Minho pode estar lá.

-Você já disse isso para Thomas?

Ela concordou.

Assim que terminei de ajuda-la, me afastei e fui até Newt, que observava a gente de longe.

-Preciso te contar algo – eu disse olhando para ele.

Ele endireitou a postura, como sempre faz quando esta preocupado e quer dar uma de líder.

-EU tive um sonho – eu continuei – E eu tenho quase certeza que Sonya é sua irmã.

Newt me olhou por um tempo sem reação. Ele abriu a boca algumas vezes tentando dizer algo e alternava o olhar entre mim e a menina loira sentada em uma maca a poucos metros da gente.

-Eu sabia que ela tinha algo – ele disse por vez.

Percebi um sorriso se formar em seus lábios. Ele não parava de encarar ela em nenhum momento.

-Por que não vai falar com ela? – eu disse feliz em ver Newt naquele estado.

Ele me encarou, ele estava bem nervoso com isso. Mas era algo que ele tinha que fazer sozinho.

Observei ele se aproximar de Sonya. Os dois conversaram por uns minutos. Newt estava sentado a sua frente. Os dois eram mesmo parecidos.

Sorri assim que vi os dois se abraçando. Achei melhor deixar eles sozinhos, para conversarem, então fui ajudar outra pessoa.

 

 

 Assim que anoiteceu e todos foram dormir, peguei minha mala, que já estava pronta e sai da minha barraca. Percebi o plano de meu irmão muito facilmente. O fato dele ter dito que iria achar Minho. Que eu tinha que ficar aqui ajudando. Para eu ficar segura. Aquele olhar protetor.

Ele iria sair para buscar Minho.

E assim que Soyna me contou sobre a suposta cidade, o plano de Thomas veio em minha mente. Se ele achava mesmo que iria atrás de Minho sem mim, ele estava muito enganado.

COmcei a andar até um galpão e observei Thomas lá dentro, perto de um carro.

Todos estavam dormindo. Era obvio que ele iria sair naquele horário.

-Acha mesmo que iria embora assim? – eu perguntei e vi o mesmo levar um susto, pulando.

-Emily – ele disse meio bravo – Volta para a barraca.

-Você não vai sozinho – eu disse cruzando meus braços.

Thomas bufou um pouco.

-Como sabia que eu ia? – ele perguntou.

-Eu sou sua irmã – disse dando os ombros. Acho que essa resposta já basta.

-Vamos logo – ele disse se convencendo e indo até o carro.

Sorri com isso e coloquei minha mochila nas costas.

-Onde pensam que vocês vão? – ouvi uma vez atrás de nós.

Fechei os olhos com força. Obvio que era Newt.

-Você também? – Thomas disse indignado.

-Você é meu melhor amigo – Newt disse se aproximando – E você é minha namorada. E vocês são irmãos. Eu conheço vocês melhor do que ninguém. Acham mesmo que eu não ia perceber que Thomas ia atrás de Minho? E que a Emily ia atrás de você, Thomas?

Olhei para meus pés envergonhada.

Newt conhecia a gente muito bem. E eu achando que eu estava no controle da situação. Newt sabia do meu plano o tempo todo também.

-Vamos logo com isso – Newt disse com uma mochila nas mãos – Eu trouxe ajuda.

Observei Caçarola surgundo de dentro do carro e sorri com aquilo. Ele estava ali o tempo todo?

Newt passou por nós e entrou no carro. O segui.

-Estou bravo com você – ele disse assim que fechei a porta – Você ia sem mim.

-Desculpa – eu disse me sentindo levemente culpada.

Caçarola estava dirigindo e Thomas estava ao seu lado.

-Odeio vocês – Thomas disse rindo.

Ele queria fazer tudo sozinho e agora éramos em quatro pessoas.

-Vamos logo – eu disse – Temos um amigo para salvar.


Notas Finais


O que acharam?


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