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História A grande família - Scorose - Capítulo único - O grande jantar!


Escrita por: ReidGray

Notas do Autor


Capítulo revisado.

Capítulo 1 - Capítulo único - O grande jantar!


Fanfic / Fanfiction A grande família - Scorose - Capítulo único - O grande jantar!

— Scor, você tem certeza? Quer dizer, papai quase matou você quando eu te apresentei. Você sabe que só ficou em bons termos com ele porque você torce pro Chudley Cannons, não sabe? — veio a voz suspirada e nervosa.

— Rose, seu pai me ama! — disse o loiro com um sorriso de canto.

Era verdade que Ronald Weasley quase o matou quando ele se apresentou como um Malfoy e namorado de sua filha - dois termos que ele nunca sonhou em ouvir em uma frase, mas quem poderia resistir ao charme, não?

— Bem, mamãe e seu pai eram rivais na época da escola. E é claro que mamãe é uma mulher madura agora, mas seu pai adora aparecer e papai disse que eles sempre se estranham pelos corredores do ministério. — a voz de Rose se perdeu entre os lábios de Scorpius, se entregando ao namorado prontamente.

Às vezes ela pensa muito. Tão IGUAL a mãe.

— Papai só gosta de provocar, Malfoy é demais sabe. — ele recebeu um tapa no braço e suprimiu uma risada. Rose ficava linda irritada. — Tudo bem amor, mamãe vai estar lá para segurar o temperamento dele.

— Falando sobre temperamento e família. — Rose desviou o olhar, mordendo o lábio inferior.

— O que você fez, Rosie? — ele segurou no queixo dela, a fazendo encarar-lhe. Arregalou os olhos com a possível realização. — Não me diga que...

— Albus sabe disso e isso já não ajuda, já que ele quer ver isso AO VIVO, porque vai ser uma noite DAQUELAS...E Hugo talvez tenha falado com Lily… — ela gesticulava com as mãos, tentando parecer o mais normal o possível.

— Quantos?

— Mamãe, papai, Hugo, Albus, Lily ... Os Potters e todo o resto da família Weasley?! — a afirmação saiu mais para uma pergunta.

— Isso com certeza vai ser uma noite daquelas. — disse Scorpius, segurando a cintura da namorada e a guiando até o escritório do pequeno apartamento que eles dividiam por um par de meses após a graduação.

Parece que teriam muitas cartas para mandar até domingo.

Que Merlin os ajude.


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A Mansão Malfoy nunca ficou tão brilhante. Tudo reluzia, brilhava ao ponto de refletir, tamanho o empenho usado na limpeza. Tudo gritava o nome da família: Malfoy em todos os jeitos. O imóvel já não tinha o seu ar de mistério e sobriedade como tinha na época da guerra, se tornando um local gostoso de morar, com vida. A Mansão nunca esteve tão maravilhosa, perdendo apenas para o dia do casamento de Draco e Astória, e é claro, o primeiro aniversário de Scorpius. Mas aquela noite com certeza entraria para a história. 

A enorme sala de jantar estava pronta para todos os convidados, tudo em seu devido lugar, tudo de acordo com Astória e sua tão adorada sogra. Nada fora do lugar: comida, bebida, talheres e prataria, tudo perfeito. Astória estava animada e nervosa ao mesmo tempo, desde que seu único filho começou a namorar a filha dos Weasley, nada mais foi como antes. Principalmente quando seu amado marido gostava de provocá-los imensamente. Em toda oportunidade o possível.

Saiu de seu quarto usando um lindo vestido azul cintilante curto que combinava com seus cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo. Estava belíssima. Estava confortável, confiante e o melhor exemplo de elegância que se espera de uma Malfoy. Desceu a enorme escada até chegar à sala de estar, Narcisa Malfoy estava usando um clássico vestido branco - há tempos havia abandonado as cores escuras, era uma nova mulher - seus cabelos - que agora apresentavam um belo tom grisalho - perfeitamente alinhados em um coque.

Olhou para a poltrona negra perto da lareira. Draco usava um terno azul escuro que contrastava com seus cabelos platinados, que estavam mais curtos agora. Ao longo dos anos, ele cresceu, ganhando massa corporal, mas continuava o mesmo homem belo pelo qual ela havia se apaixonado. Ele bebia um gole de Whisky de Fogo enquanto encarava a madeira queimar na lareira. Sabia que ele tentava controlar o temperamento. Mesmo após a guerra, os preconceitos em torno das linhagens de puro-sangue ainda prevaleciam, sem contar o fato de que a rivalidade entre seu marido e os Weasley não havia mudado nada. Principalmente quando se tratava da Weasley-Granger, em particular. Tudo era um bom motivo para brigas bobas sem fundamentos e apostas ridículas. Às vezes, se perguntava onde tinha ido parar à 'maturidade' deles.

— Não está cedo para beber?

Os olhos de Draco foram até sua mulher, que adentrava a sala de estar e caminhava em sua direção. Astória era uma visão! O tempo tinha apenas melhorado o que já era belo. O corpo esbelto ainda se mantinha de tirar o fôlego e os longos cabelos de um loiro mais escuro que o seu, realçaram ainda mais sua beleza. Dona de olhos tão azuis quão os seus, até mais - ele acreditava.

— Mantendo o foco para não fazer merda, querida. — falou ele, dando um tapa em sua coxa para que sua esposa se sentasse. Observou que sua mãe estava concentrada com um dos livros da empresa e não prestava atenção a mais nada ao seu redor.

— Espero que todos contenham seus ânimos. — pedia Astória em sua cabeça, rogando a todos os deuses que pudessem estar ouvindo. Sentando na perna de seu marido, ela arrumou a gravata dele em um tique nervoso. — O que acha que Scorpius tem a dizer?

— Queria que fosse o anúncio do fim desse relacionamento louco que ele mantém com a Weasley filha, mas eu duvido muito que ele tenha pedido tudo o que pediu e convidado todos que convidou para isso. — suspirou pesadamente.  —Tenho medo de descobrir o real motivo. — revelou o loiro, tirando um riso baixo de sua esposa.

— Acho que possa ser algo bom. — respondeu ela calmamente, para em seguida ouvir o pequeno elfo doméstico anunciar a chegada de algum dos convidados, suspirou. — Deixe-me ver quem chegou.

Astória se levantou, atravessando a sala e indo em direção a porta ao mesmo tempo que seu marido e sogra se levantavam para receber quem quer que fosse. A loira parou próxima a porta e sorriu alegremente.

— Daphne, você está espetacular. — disse ela, admirada em como sua irmã mais velha ficava elegante em um vestido bege.

Draco suspirou aliviado e tornou a sentar em sua poltrona. Olhou para Narcisa, que sorria para os recém chegados. Desde a morte de Lucius, ela se mantinha bem, muito bem, lidando com a morte do marido de forma muito mais tranquila do que Draco. Mas isso eram mágoas passadas, e ele ficava feliz por ver a mãe sorrir assim. Todo o mal havia acabado e eles puderam recomeçar.

— Tory…— Daphne disse animada, abraçando a irmã. Ela adentrou, indo até Narcisa e lhe abraçando para em seguida ir em direção à Draco, o abraçando mesmo com ele sentado, sorriu para a cunhada.  — E você, não vá estragar o jantar, entendeu? É algo importante para o meu sobrinho.

— Eu sei disso. — falou ele, acalmando-a.

— Tio. 

Draco desviou sua atenção para a sobrinha, sorriu. Abriu os braços para receber a menina, já não tão menina. Amy, era filha de Daphne e seu grande amigo Theodore. Beijou a face da menina que ria pelo carinho recebido do tio.

— Como você está, princesa? — perguntou, analisando a face da menina. Ela tinha os olhos verdes e o cabelo puxado para o castanho claro, era mais parecida com Theo do que com Daphne, que era loira dos olhos azuis como a irmã.

— Eu estou bem, mamãe não parou de falar nesse jantar durante todo o caminho. Sobre o que é? — perguntou a menina, que já se encontrava nos braços da avó de consideração, ganhando um beijo.

— Eu também gostaria de saber, princesa. — lamentou ele.

— Draco, onde está o Whisky? — perguntou Theo, olhando entre as garrafas no mini-bar localizado no canto da sala. Ele usava um terno escuro como o seu, ao contrário da sobrinha, que usava uma cor mais clara, rosa. — Onde estão todos? por Merlin! Pensei que estivéssemos atrasados.

— Eles estão atrasados, nada que já não fosse esperado. — respondeu o loiro, revirando os olhos. Já havia se passado meia hora desde o horário combinado para o começo do jantar. — Vá se acostumando!

Amy soltou uma risadinha, observando seu primo descer as escadas.

 — Scor! — exclamou, indo abraçá-lo. Recebeu um beijo em sua testa, Scorpius era um par de anos mais velho e sempre havia lhe tratado como a irmã que nunca teve. No auge dos seus 20 anos, Scorpius sempre havia desejado ter um irmão, mas seus pais haviam se contentado com apenas ele, e de todo jeito, ele tinha Albus. — Você pode nos informar o porquê desse jantar?

Scorpius deu um pequeno tapa na ponta do nariz da menina, que revirava os olhos. Já estava acostumada. 

— Logo saberá, curiosa. — respondeu ele, para logo ver o pequeno elfo tornar a anunciar mais convidados.  — Não falei?

Os olhos azuis de Scorpius seguiram o caminho até onde os Weasleys e os Potters se encontravam, entrando em sua casa. Observou sua avó cumprimentar felizmente cada um deles, para logo ver seu pai se levantando e fazendo o próprio caminho até eles, sua expressão inabalável já a mostra, nem parecia o mesmo Draco que estava a morrer de tédio a segundos atrás.

— Olá a todos, desculpem pelo atraso, mas Ron esqueceu onde havia colocado a varinha. — anunciou Hermione, dando um pequeno abraço em Astória. Ambas se davam muito bem, obrigada. Para alegria de Scorpius e Rose. Ela adentrou a sala, usava um lindo vestido cinza que realçava seu tom de pele acastanhado, os cabelos agora lisos e curtos realçam seus traços. Rose havia puxado a beleza da mãe, com certeza. Olhando para Narcisa, sorriu animada enquanto se cumprimentavam, para logo desviar sua atenção para a menina próxima a si. — Amy?

—Olá, tia Hermione! — disse a menina, indo abraçá-la. Rose e Amy eram boas amigas, apesar da diferença de idade, sem contar que ela e sua sobrinha, Lily, eram inseparáveis. Theo se aproximou, dando um pequeno tapa no ombro de Hermione em cumprimento, para logo voltar a se jogar no sofá. Daphne lhe deu um beijo na face e ela retribuiu. —Como você está linda, tia!

—Você também esta belíssima, igual a sua mãe. —  afirmou Hermione, educadamente. Sua atenção voltou-se para o loiro que lhe encarava meticulosamente, como se ela apontasse uma varinha para ele. Ia ser uma noite daquelas, ela pensou. A castanha fez seu caminho até ele, erguendo a mão para cumprimentá-lo. —Malf... Draco.

Os filhos haviam implorado a ambos que pelo menos se tratassem pelo primeiro nome, já que eles estavam juntos a tanto tempo e não havia o porquê de não fazer. Mas era difícil, nada que eles não manejaram. Tudo pelo bem dos filhos, não? Draco olhou para a mão dela e apertou um pouco forte demais. Deu um sorriso irônico quando ela fez uma careta. 

— Hermione, seja bem vinda. — falou ele, soltando a mão. Ambos se entreolharam de forma dura, mas nada mais disseram. Os insultos que trocavam na época da escola já não faziam mais sentido. — Wea... Ronald. — direcionou sua atenção ao ruivo, que pegava um copo de bebida com Theo.

—Draco.— cumprimentou ele, aproximando-se da esposa e lhe laçando a cintura com a mão livre. Draco cumprimentou cada um dos ruivos até ficar tonto, passou pelos Potters e finalmente respirou aliviado. Quanta gente!

Draco olhou para a sala de estar e teve a sensação de deja-vú, quando comemoravam um dos aniversários de Scorpius, a cena era parecida. Simplesmente via a maioria de cabeças loiras e ruivas, com algumas cabeças negras à parte. Olhou para Harry, que bebia e conversava com Nott, ele havia engordado. Theo mantinha a mesma estrutura forte dos tempos de escola, mas Harry estava até em boa forma sendo um Auror e tudo mais, havia se desenvolvido, assim como o ruivo próximo a ele. Harry e Gina tinham três filhos e um feliz casamento.

Albus era o filho do meio e melhor amigo de seu filho, surpreendendo a todos já que os pais eram rivais na época de Hogwarts. Draco via a amizade que eles tinham e se orgulhava por seu filho ter uma amizade assim. É claro que o fato de ambos serem da mesma casa havia facilitado tudo. Sonserina ainda seria a casa em sua linhagem por um bom tempo, pelo menos, era o que imaginava.

James era o mais velho, Grifinória, assim como sua sobrinha. Draco sempre achou que eles dois acabariam em um relacionamento, já que ambos ficavam sempre vermelhos um na frente do outro. Ele morreria de rir se isso se confirmasse; Theo havia rolado no chão de tanto rir quando descobriu que Scorpius estava namorando Rose. Ele bem que ia gostar de ver o amigo passar pela mesma coisa. E por falar em rivalidade, ela ainda estava lá. Assim como Theo queria que Amy acabasse por namorar o filho de Pansy e Blásio, Antony, ele queria que seu filho ficasse com alguém da mesma casa. Mas lá foi ele se apaixonar por uma leoa.

Lily era a caçula dos Potters e melhor amiga de sua sobrinha, era uma menina linda se Draco admitisse. Era esperta como a madrinha. Simpática e forte como a mãe.

— Bem, pessoal. —  Scorpius chamou a atenção de todos. Rose já estava ao seu lado, usando um belo vestido dourado, os fios ruivos dançando soltos. Ele por sua vez usava um terno cinza, combinando com os olhos. — Por que não vamos jantar? Devem estar todos com fome! — disse ele, um tanto ansioso.

Seguiram para a sala de jantar, que nunca havia visto tanta gente em um só lugar, mas que prontamente serviu para todos se sentarem. Draco estava na ponta, como chefe da casa. Astória estava à sua esquerda, Hermione a sua direita. Ronald e Harry próximos a ela, seguidos por Nott e Daphne, Narcisa e Molly e todos os outros cabeças vermelhas. Rose e Scorpius estavam ao centro, cercado dos amigos. Normalmente Scorpius estaria à direita de seu pai, mas ele queria ficar perto da namorada, então Hermione trocou de lugar com ele. Hugo e James estavam sentados com Amy no meio deles, ambos flertando com ela de forma animada.

Tudo parecia perfeito. Ou pelo menos, quase tudo.

O jantar seguiu animado, regado a conversas e piadas, até mesmo Draco participou de algumas conversas de forma tranquila.

Tudo estava indo bem até demais, até a briga começar.

Draco levou seu garfo a travessa de vidro onde a carne se encontrava ao mesmo tempo que Hermione, que por um acaso do destino - ou seria provocação? - furava a mesma carne que ele. Ambos trocaram um olhar forte.

—Eu peguei primeiro. — afirmou ela em um tom baixo, tentando puxar o pedaço para apenas ser impedida pelo loiro.

—Pois escolha outro. — retrucou ele. —Esse pedaço é meu.

—É claro que não! — disse Hermione tentando puxar o pedaço novamente.

—Solta a minha carne, Granger! — respondeu ele, nunca iria perder a mania de chamá-la assim, principalmente quando discutiam. —Solta logo!

—Eu já disse que peguei primeiro, Malfoy. — falou ela, irritada. Eles puxavam a carne cada um em sua direção, fazendo com que a carne começasse a se dividir. A essa altura, todos à mesa já tinham seus olhos voltados para eles.  — SOLTA VOCÊ!

—GRANGER! — ele gritou, quando a carne finalmente se partiu e ele acabou por bater no braço em sua taça, fazendo com que todo o vinho se espalha-se pela mesa e até mesmo sua roupa. —OLHA SÓ O QUE VOCÊ FEZ, SUA LOUCA!

—Se você tivesse soltado o MEU pedaço de carne, nada disso teria acontecido. — ela explicou, tentando conter o riso.

—Você quer o seu pedaço? Eu vou te dar o seu pedaço, sua louca! — Draco disse nervoso, pegando o pedaço de carne com a mão e o empurrando contra a boca de Hermione, que acabou por mordê-lo. Que deselegante, não? —VOCÊ ME MORDEU?

— Bom saber que não é tão burro! — respondeu Hermione, o fuzilando. Se um olhar matasse, Draco estaria a sete palmos a essa hora.

Draco estava à beira de seus nervos, ela só podia estar brincando com a cara dele, mas ele sendo quem é e como é, não deixaria isso passar. Ele levantou a taça da própria e derramou todo o líquido sobre o vestido dela. —Você está muito melhor agora, Granger. Até mais bonita, se me permite dizer.

Hermione estava em choque. Seus olhos navegando entre seu vestido manchado e os olhos azuis de Draco.

 —Você derramou vinho em mim, Malfoy? — a voz estava em um tom baixo, tentando controlar o próprio temperamento.

— Vejo que não é tão burra. — Draco utilizou as palavras dela. Um sorriso sarcástico em seu rosto.

Hermione se levantou, sua mão se aproximando da enorme tigela de vidro que continham uma salada de macarrão com maionese, respirando pesadamente, ela se virou em direção a ele e despejou todo o conteúdo na cabeça de Draco, o vendo ficar sujo e vermelho ao mesmo tempo. 

— Digo o mesmo a você, Malfoy.

—SUA LOUCA! EU...

—VOCÊ O QUE DRACO? VAI CONTAR PRO SEU PAI? AINDA NÃO PASSOU DESSA FASE?

Draco arregalou seus olhos para ela, ela era uma atrevida! Ele bem sabia que sempre falava algo parecido na época da escola, mas ela não tinha permissão de usar isso contra ele. Draco olhava para todos os pratos sobre a mesa buscando o que seria melhor, encontrou o arroz e como ela, repetiu todo o processo.

Enquanto isso, todos à mesa estavam em choque, Astória e Ronald se olhavam como se quisessem saber o que fazer; Narcisa e Molly estavam chocadas pela falta de educação de seus filhos, ambas vermelhas. Harry tentava não rir alto da cara de Draco enquanto Gina o olhava de forma censurada, Nott por outro lado recebia tapas de Daphne para que parasse de rir. O resto dos Weasley também estavam se retorcendo para não chorar de rir. Albus, Lily e Hugo encaravam Rose e Scorpius com olhos arregalados. Rose estava vermelha, horrorizada pela cena, Scorpius estava sem palavras, sabia do temperamento de seu pai e sua quase-futura-sogra, mas nunca pensou que chegariam a esse nível. Amy, que parecia ser a única a ver tudo de forma racional, estalou os dedos à frente do primo. 

—Faça alguma coisa antes que eles usem toda a comida na mesa!

Scorpius respirou fundo, buscando pela mão de Rose e apertando-a, como se avisasse o que estava pensando. Os olhos dela se arregalaram ainda mais, mas ela consentiu com a cabeça. Era isso ou ver toda a comida ser jogada um na cara do outro. Ela levantou-se e se postou ao lado do namorado. Scorpius limpou a garganta para chamar a atenção de todos, ganhando olhares também de seu pai e sogra. 

— Nós temos um anúncio a fazer!

Todos os olharam com curiosidade, finalmente havia chegado o momento onde descobririam o motivo daquele jantar. Draco passou a mão sobre suas vestes para tentar tirar os grãos da comida que grudaram no tecido, sua atenção voltada para o filho que engolia em seco, observando-o. Draco era um bom pai, bem diferente de Lucius. Scorpius não havia conhecido o avô, mas tendo ouvido histórias, podia dizer que o pai parecia muito com o avô agora, estava irritado. Hermione também passava as mãos pelas roupas e cabelos, na tentativa de tirar os resquícios de comida. Precisavam ser fortes!

Respirando fundo, Scorpius olhou para Rose, que tinha uma expressão serena, mas conhecendo a namorada que tinha, sabia que por dentro tinha um tsunami de sensações.

— Nós estamos noivos, vamos nos casar em seis meses! — Scorpius disparou, observando a todos a mesa.

Molly e Narcisa estavam aos prantos, mas riam animadas, levantando-se para parabenizar os netos pelo casamento. Amy era a alegria em formato de gente, dando um beijo nas bochechas de Hugo e de James, ambos vermelhos pelo ato. Theo ria incontrolavelmente da situação em que Draco se encontrava, Daphne ao seu lado sorria alegremente. Os Potters estavam até bem animados com a afilhada estar se casando, sabiam que Scorpius era um bom rapaz. Albus estava rindo, mas já havia parabenizado os noivos. Na outra ponta da mesa, os tios e tias de Rose já especulavam sobre o tão escandaloso casamento.

Astória estava calada, os olhos se enchendo em lágrimas. A loira soluçou, chamando a atenção de todos à mesa, ao mesmo tempo que finalmente as lágrimas desciam por seu rosto. Scorpius olhou para mãe, preocupado. —Mãe. 

—Oh, meu bebê cresceu! — disparou ela, se levantando para abraçar o filho que sorria pela reação da mãe. Sabia que ela estava feliz por ele, de verdade.

Ronald olhou para Rose e estreitou os olhos, a ficha ainda não tinha caído. Respirando fundo, tentou controlar seu coração. 

 —Você está saindo de casa, Rosie? —perguntou como se fosse uma novidade. Nem parecia que sua menina já estava morando em um apartamento com o namorado a meses.

A ruiva olhou para o pai, que parecia tentar se conformar com a situação. Até então, ele parecia não querer aceitar que sua filha tinha crescido. Agora ela ia se casar, e com um Malfoy. Ron estava arrasado por perder sua menininha para outro homem. 

—Oh, papai. — ela disse, indo abraçá-lo. —Eu sempre vou voltar para casa.

—Minha menina está me deixando. —murmurou abraçando a filha, que aceitava os seus carinhos.

—VOCÊS VÃO O QUE?

Todos se assustaram com os gritos que vieram de Draco e Hermione. As orbes estavam arregaladas, em puro choque. Todos à mesa estavam calados agora, menos Theo que não conseguia parar de rir. Não importava quantas vezes afirmassem que não se importavam com quem os filhos namorassem, eles ainda eram inimigos e ainda implicavam um com o outro.

—Nós vamos nos casar. — disse Rose, pausadamente. Lembrava-se de quando contou aos pais que estava saindo de casa para morar com Scorpius. Sua mãe havia chorado e até mesmo feito chantagem emocional, sendo controlada por seu pai, que fora racional. Quem diria, não? Olhou para a mãe, que colocava a mão sobre o coração, como se tivesse sido acertada por um balaço.

Scorpius encarava o pai, que colocava a mão na cabeça e abria a boca, completamente pasmo. Se recordou de quando seu pai ficou sabendo de sua decisão de ir morar com Rose. Não foi nada fácil, Draco havia lhe acusado de trair seus sentimentos. Havia dito que nunca tinha sido tão desvalorizado em toda sua vida, passando duas semanas sem falar com o filho. Draco só deu o braço a torcer quando a esposa fez chantagem. Sem sexo até ele voltar a falar com Scorpius.

—A culpa é sua, sim, sua...— murmurava Hermione, se virando e apontando para Draco, completamente insana. — É TUDO CULPA SUA!

—CULPA MINHA? A ÚNICA CULPADA AQUI É VOCÊ, SUA LOUCA! — gritou Draco, indo em direção a ela, colocando as mãos em seus braços. —QUEM MANDOU VOCÊ DEIXAR SUA FILHA FICAR PERTO DO MEU FILHO?

—NÃO ENCOSTA EM MIM, MALFOY! — gritou a morena, tirando as mãos deles de seu corpo. —VOCÊ É O ÚNICO CULPADO! SEU FILHO PERSEGUIA MINHA FILHA!

—ESTÁ DIZENDO QUE MEU FILHO É UM MANÍACO? — gritou ainda mais alto, a essa altura, Draco já estava vermelho de raiva. — SABE TUDO IRRITANTE METIDA A BESTA!

Nada ruim que não possa piorar, não é?

Hermione abriu a boca em choque antes de pular sobre Draco. Não era a primeira vez que todos viam eles personificando uma luta de MMA - Hermione era mais forte do que parecia e Draco havia assistido a algumas lutas para aprender a lidar com ela. Todos estavam assustados, correndo para tirar Hermione de cima do loiro, que estava sendo afogado na tijela do purê de batatas.

—MÃE, SOLTA! — gritava Rose, abraçada a Scorpius que estava embasbacado com a cena a sua frente. Haviam conseguido fazer com que ela parasse de afogar Draco no purê apenas para ver ele jogar a primeira coisa que achou na cara dela: um pedaço de carne. Irônico, não? Mas logo ela estava livre e em cima de Draco novamente, rolando ambos pelo chão entre comidas e bebidas.

Draco era erguido por Theo e Harry, sendo mantido sujo e vermelho no lugar enquanto George e James seguravam uma Hermione com pedaços de tomate por todo o cabelo.

—SUA...

—VOCÊS DOIS, PAREM COM ISSO Agora! — gritou Astoria, Ronald estava ao seu lado, vermelho. Se de raiva ou por querer segurar riso, nunca saberemos. —VOCÊS ESTÃO AGINDO COMO DUAS CRIANÇAS DE 10 ANOS! POR SALAZAR, DRACO SE EU NÃO SOUBESSE DO SEU AMOR POR MIM E NÃO TIVESSE CASADO COM VOCÊ E HERMIONE COM RONALD, DIRIA QUE VOCÊS SÃO DOIS LOUCOS UM PELO OUTRO! — Ronald apenas concordava com a cabeça. Respirando fundo, ela continuou. —Agora vocês dois vão agir como dois adultos racionais e pedir desculpas um ao outro, hoje é um dia importante para os nossos filhos e vocês estão acabando com toda a comida!

Ambos se encaravam embasbacados, Astória não era uma mulher de gritar, Ronald era um homem de gritar. Quantos papéis trocados em uma noite só ainda aconteceriam? Hermione respirou fundo, assegurando o cunhado e afilhado que podiam soltá-la. —Me desculpem, eu perdi todo o meu controle. — Hermione olhava para a filha, estava chateada por ter quase acabado com um momento tão feliz para ela. — Eu fico feliz que você esteja se casando com um bom rapaz, Rose. Cuide bem da minha filha, Scorpius.

O rapaz assentiu com a cabeça para a sogra. Todos os olhares se voltaram para Draco, que ainda estava vermelho mas tentava ao máximo voltar a colocar sua face inabalável novamente. Se soltando dos braços dos dois homens, ele caminhou até o filho e o abraçou. Não precisava falar nada, eles se entendiam. Olhou para Rose e sorriu para ela, ela era uma boa menina no final das contas. Merlin ajudasse seu filho se ela tivesse o mesmo temperamento da mãe.

Hermione e Draco se entreolharam, mas resolveram se ignorar. Quando olharam para frente, viram uma Astória zangada batendo o pé no chão e com os braços cruzados, fuzilando os dois. 

 — Eu acho que disse para vocês pedirem desculpas um ao outro, não?

Hermione bufou, se virando para Draco. 

—Me desculpe, eu agi como uma irracional. Eu não devia ter te atacado, no futuro eu tentarei não brigar com você, Draco.

O loiro engoliu em seco, isso era mais difícil do que ele planejava. Descruzando seus braços de seu filho, caminhou até Hermione e olhou no fundo de seus olhos. 

—Eu peço desculpas pelo meu mal comportamento com você, eu não devia ter te chamado de sabe tudo irritante...

—Está tudo bem, Draco.

—Agora, se abracem. —  Astória tornou a falar, parecia lidar com crianças.

Eles olharam para ela com olhos arregalados, isso já estava indo longe demais. Respirando fundo e dando-se por vencidos, se viraram um para o outro. Cada um deu um passo à frente, Hermione passou seus braços pela cintura de Draco, enquanto o loiro enlaçava seus ombros. O abraço não durou nem meros 10 segundos.

Ao fundo, podia se ouvir Theo rindo descontroladamente. Isso estava indo melhor do que ele pensava.

Rose limpou a garganta, chamando a atenção de todos, estava nos braços de Scorpius novamente. 

 —Agora que estão todos resolvidos, eu e Scor queremos fazer mais um anúncio.

—O que mais, crianças? — Astória perguntou para eles, começando a ficar um pouco tensa. Olhos vagando entre Draco e Hermione ainda tensos.

—Eu e Rose vamos ter um bebê, daqui a sete meses. Estamos grávidos! — Scorpius anunciou, sorriso de orelha a orelha.

O próximo som ouvido fora o de Draco caindo duro no chão. Hermione estava pálida, todo o sangue havia sido drenado de seu rosto. Meros 5 segundos e ela havia se juntado a Draco no chão. Desmaiados. Todos olhavam para a cena, suspirando e fazendo seu caminho até a sala novamente, logo eles acordariam e Merlin sabe o que aconteceria.

Uma noite daquelas, mesmo.



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