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História A Herdeira - The Royals I (JIN) - You should see me in a crown


Escrita por: Jeon_Annie13

Notas do Autor


Enjoy XD

Capítulo 4 - You should see me in a crown



• Castelo de Edimburgo, Edimburgo, Escócia. 26.06.2062•

Grande parte dos hóspedes já retornava para seus lares, e a outra parte se preparava para ir embora. Agora sem as crianças brincando pelos jardins e corredores, sem a infinidade de pessoas andando de um lado para o outro é conversas à mesa de jantar, aquele castelo era grande demais para duas rainhas desoladas.

A Corte da Coréia do Sul partira naquela manhã, todos os sete prestaram suas condolências uma vez mais antes de entrarem no carro preto que os levariam até o aeroporto.

As demais cortes e delegações se foram após o almoço, não restando uma mísera alma naquele enorme castelo além de Aurora e Mary e os empregados que estavam ocupados demais arrumando a bagunça dos últimos dias.

Todos retornariam para o próximo fim de semana, quando seria a coroação de Aurora. O triplo de convidados era esperado para a cerimônia, e ao menos 1/3 destes se hospedarias no próprio castelo e os demais ficariam em hotéis próximos a Castle Rock, tudo custiado pela Corte Escocesa.

Aurora estava parada em frente a cama do irmão, na suíte real, em um corredor com apenas dois cômodos: o quarto e o escritório do monarca.

Aquele corredor em breve seria seu, então deveria ser transformado para se adequar a suas vontades. A decoração atual era bege e dourado, a cama de madeira era coberta por lençóis carmesim e travesseiros combinando.

-Eu não quero essa cama. – A voz de Aurora chamou a atenção dos arquitetos e decoradores que tiravam as medidas do ambiente. A ideia de dormir na mesma cama que seu pai e irmão, ambos morreram naquele mesmo lugar, lhe trazia um desconforto visível.

Talvez fosse algum tipo de maldição. Todos os reis que dormiam naquela cama estariam fadados a morrer.

Mas Aurora não era um rei. Ela era A Rainha.

- Eu gostei das cores. – Apontou para as paredes cor creme e detalhes dourados – Quero todos os quadros fora, - realmente aquele quarto tinha muitos quadros, e não que Aurora não apreciasse a arte, mas ter diversos quadros de Jesus Cristo espalhados por ali e lhe observando enquanto dormia não lhe deixava nem um pouco feliz. – um ou dois quadros de paisagens. Brasil, talvez, lá tem paisagens lindas. – Suspirou se lembrando da viagem até o país. – Tragam também meu violino e minhas estantes de livros, além de uma penteadeira, quero uma maior. – Aquele quarto era o dobro do seu, e até ecoava um pouco – E por favor, tirem esse carpete.

O carpete era da mesma cor das paredes, mas estava ficando manchado por conta dos anos. Sem falar que Aurora não suportava carpetes e a poeira que de acumulava neles.

- Algo mais, senhora? – uma das decoradoras parou ao seu lado com um caderno e uma caneta nas mãos – Alguma preferência do rei que devemos acrescentar? – a mulher de pele negra se distraiu anotando algo no caderno e não percebeu quando Aurora levou um leve susto com a pergunta.

Por um momento, um mísero momento, Aurora esquecera do casamento. E bem, como era de praxe, os dois dormiriam juntos, naquele quarto.

Isso não passara por sua cabeça em qualquer momento. Não conhecia Jin o suficiente para saber seus gostos, o que gostaria ou não em seu novo quarto.

Nem mesmo conversaram sobre se iriam morar mesmo na Escócia.

Por isso casamentos entre reis de nações diferentes era tão raro e complicado, resultando em diversas traições e escândalos, mas não podiam se divorciar por:

1. Se fossem católicos, a Igreja não permitiria.

2. Afetaria os países de diversas formas, principalmente economicamente.

Ao estabelecer uma união entre dois soberanos, os dois países começavam a depender um do outro.

Aurora certamente não deixaria a Escócia, e muito menos Jin deixaria a Coréia.

- Por enquanto é só. – Sorriu para a mulher ao seu lado.

A princesa não estava de vestido, e sim com uma calça preta e uma blusa social por dentro da calça, com um cinto preto e um salto alto. Usava seus anéis, brincos e colar, mas não havia nenhuma tiara em seus cabelos negros.

“Uma rainha não mostra seu poder apenas com uma coroa.” Palavras de sua mãe.

Em momentos teria uma reunião no parlamento, e sabia que viria bomba atrás de bomba.

O mundo podia estar diferente, mais tolerante e aberto às diferenças após a Guerra que devastou tantos lugares.

Mas continuava o mesmo para mulheres.

Pouquíssimos países eram governados por mulheres. Em muitos, a linhagem masculina era superior, ou seja, se o homem nascesse depois da mulher, ainda sim ele seria o herdeiro.

Aurora era a mais nova, mas as leis na Escócia eram claras: o filho mais velho seria o herdeiro ao trono, independente do gênero.

Então nunca foi algo que lhe preocupara, mas conhecera muitas princesas que eram mais velhas e seus irmão seriam os reis.

A ideia de ter uma mulher no trono não agradava o parlamento constituido em sua maioria por homens velhos que lutaram e sobreviveram à Guerra, ou que já estavam naquela posição antes disso.

Múmias. Era isso que vinha em sua cabeça sempre que os encontrava.

Aurora se virou para a porta dupla que dava para a sacada da suíte, abriu e deixou que a brisa fresca do verão circulasse pelo quarto.

Pelo que se lembrava do Palácio da Rainha, em Seul, era um lugar claro e aberto, com muitas janelas espalhadas por toda construção.

-Lolla- Aurora chamou a decoradora que falava ao telefone com algum fornecedor. A mulher pediu licença da ligação e se aproximou

-Sim, Majestade?

-Você acha que seria possível fazer uma janela panorâmica nesse quarto? – Aurora apoiou as mãos no mármore da sacada, observando a vista da cidade de Edimburgo ao longe.

-Com certeza, Majestade. Mas não ficaria pronta até a coroação. – Lolla já examinava toda a extensão da parede que ia de um canto ao outro do quarto.

- Mas ficaria pronta até o casamento?

- Certamente, Majestade.

Seu cérebro ainda demorava a processar toda vez que a chamavam de “Sua Majestade”, um termo que fora usado até pouco tempo para se referir ao rei.

Com um suspiro, a futura rainha balançou a cabeça assentindo, voltou para dentro do quarto.

- Muito bem, então. Eu também quero uma sacada extensa, façam duas saídas laterais, coloquem plantas, mesa, cadeiras, o que seja, mas façam um espaço confortável.- Aurora pegou seu blazer preto que jazia na cadeira perto da porta e o vestiu.

-E quanto as cortinas? – os olhos da Arquiteta e decoradora já brilhavam com a nova ideia de uma reforma.

Seu time também já estava em posição tirando medidas e anotando os desejos da rainha enquanto telefonavam para fornecedores e equipes de obra.

- Qualquer coisa que combine com o quarto. – Dito isso, Aurora abriu a porta da suite e saiu pelo corredor.

Estava na hora de seu encontro com as múmias.

••••••••

• Seul, Coréia do Sul, 26.06.2062. Fim de noite. •

- Eu não acredito que finalnente chegamos em casa! – Jung Hoseok espreguiçou os braços acima da cabeça e abriu a boca para um bocejo alto.

- Não acredito que com tanta tecnologia, não inventaram aviões mais rápidos. – Resmungou Jimin enquanto os sete entravam em um restaurante vazio no centro da cidade.

- Aish, parem de reclamar! – Min Yoongi passou pelos dois e desferiu um tapa nas nucas dos dois.

- Aigoo - Jimin esfregou a nuca e soltou um resmungo baixo.

Depois do tão esperado pouso, os rapazes só sabiam reclamar do quanto estavam com fome e com sono.

- Nem parece que vocês acabaram de voltar de um funeral, só sabem falar de comida, comida, comida. – Taehyung foi o primeiro a tomar um acento na mesa reservada aos sete.

- Bom, com todo respeito, é claro, mas James morreu e eu tô vivo, e pessoas vivas sentem fome. – Jungkook sentou-se ao lado de Jimin, e Namjoon chutou sua canela por baixo da mesa. – Hyung!

- Ô seu desnaturado, pelo finja que está triste pelo acontecido! – Kim Namjoon chutou novamente a canela do mais novo dos meninos.

- Está tudo acontendo tão rápido que nem temos tempo para isso. Semana que vem já é a coroação. – Min Yoongi se encostou na parede, cruzou os braços e bocejou.

De repente toda a atenção fora direcionada para Seokjin, que estava calado desde o pouso.

- O que? Yoongi está certo – O mais velho levantou os braços e as sobrancelhas, ajeitou a postura e suspirou – Vocês não precisam ir se não quiserem. Meus pais comparecerão, muito provavelmente, então a presença de vocês não é obrigatória.

Suspiros de alívio circularam pela mesa, mas Kim Namjoon fez uma careta.

- Meus país muito provavelmente me farão ir para encontrar uma esposa. – Namjoon cruzou os pés embaixo da mesa e passou as mãos pelos cabelos castanhos escuros.

Todos suspiraram também, mas dessa vez de frustração.

Todos estavam procurando uma parceira. A maioria era filho mais velho, então herdaria o título de sua casa e todas as obrigações. Os que eram filhos mais novos pretendiam terminar as faculdades antes disso, mas ainda sim precisavam estar abertos às opções.

- Cara, esse negócio é um saco. – Jungkook reclamou. O duque tinha recém entrado na faculdade de audiovisual com foco em fotografia, seu quarto era repleto de imagens tiradas em suas viagens e no seu cotidiano.

- É, bom, meus pais já estão no meu pé. – Min Yoongi também fez ums careta. Este se formara na faculdade de música no ano anterior, e agora daria aulas de canto e piano no conservatório de música de Seul.

- As vezes é um saco ser o irmão mais novo. A gente não precisa se preocupar em cuidar de assuntos gerais de nossas Casas, podemos ter o emprego que quiser, precisamos manter uma boa imagem, mas, porra, só falam de casamento. – Jung Hoseok fechou a cara

- Do que vocês estão reclamando? Eu que sou o rei dessa merda! – Jin revirou os olhos e riu em seguida.

Ele entendia a situação dos amigos, os mais velhos e herdeiros já assumiram os títulos, faziam parte da Corte, concluíram cursos superiores na área de direito, administração e contabilidade para saberem como cuidar das finanças da família, proteger o status e ganhar uma posição no Conselho ou no Parlamento algum dia.

Enquanto que os filhos mais novos podiam trabalhar na área que quisessem, mas deveriam casar, ter filhos legítimos.

Todos poderiam subir na hierarquia casando com uma mulher de posição mais alta, o mesmo com as mulheres.

A mãe de Kim Namjoon era uma baronesa, se casou com o arquiduque e tio de Jin e assim se tornou arquiduquesa e seu filho entrou para a linha de sucessão ao trono e assumiu o título da família.

Mas nenhum deles estava sendo forçado a se casar. Nenhum deles havia sido prometido a uma princesa aos 5 anos de idades. Eles ainda poderiam encontrar o amor, e Jin tinha inveja disso.

Todos fizeram seus pedidos e conversavam enquanto comiam, discutindo desde a atual situação do país até fazerem piada com o mais novo.

No final da noite, depois de bons drinks e conversa fiada, cada um voltou para o seu lar em seus carros, menos Hoseok que estava tão ruim que nem se aguentava em pé direito.

••••••••

Seu quarto estava impecavelmente arrumado, perfumado e limpo. A cama king size estava pronta para acomodar o rei, mas este não não parecia nem um pouco interessado em se deitar.

Andava pela suíte somente de cueca e com um copo de whisky em uma mão e o celular na outra.

Seus olhos encararam a tela do aplicativo de mensagens aberto em sua última conversa com Sun, no mesmo dia que recebera a notícia da morte de James.

“Mal posso esperar para dormir ao seu lado, Majestade”

Ao que tudo indicava, a mulher lhe bloqueara no aplicativo. Ao ligar para sua casa, o pai de Sun havia lhe dito que esta não se encontrava, mas Seokjin sabia muito bem que era mentira.

Suspirou e bloqueou a tela do celular, colocou em cima da mesa de centro e encarou o luar pela janela panorâmica de seu quarto.

Seu coração estava partido sem a presença de Sun em sua vida. A única mulher que fora capaz de dominar seus pensamentos havia partido porque ele fora prometido a outra.

Maldita aliança.

A única maneira de ficarem juntos seria através um caso, como muitos reis faziam, mas Jin não queria submeter Sun a isso, aos olhares, fofocas, e ele nunca seria mais nada além de amante do rei.

Não teria um título.

Não teria posição de respeito.

Não teria vida.

E isso era muito pior do que a situação atual.

- Aish!

Bêbado e com raiva, Seokjin lançou o copo pela varanda acertando o gramado, fechou as portas e se jogou na cama onde o cheiro de lavanda ainda era presente.

• Sede do Parlamento Escocês, Edimburgo, Escócia. 26.06.2062. Início da tarde •

Todos os 20 homens presentes na sala fizeram uma reverência para as duas rainhas que entraram escoltadas por dois guardas.

Aurora sentou-se na ponta da mesa com sua mãe ao seu lado direito, na outra ponta estava o primeiro-ministro.

- Saudações, Majestades. – John era um homem arrogante, egoísta e machista, como grande parte dos homens ali.

Aurora e Mary apenas acenaram com a cabeça, os rostos sérios e as posturas tensas.

- Eu entendo que os acontecimentos da semana anterior foram de grande...

- Eu estou realmente cansada de falar desse assunto. – Aurora interrompeu, atraindo a atenção de todos na sala. – Meu irmão morreu. Ele não vai voltar. – Sua mãe se mexera desconfortável na cadeira – Não quero suas condolências ou suas palavras bonitas, quero falar do que faremos daqui pra frente. – Seu tom era ríspido e tão frio quanto a noite.

John pigarreou, ajeitou a gravata e apoiou as mãos na mesa.

- Bom, economicamente o país vai bem. A importação de grãos tem crescido assim como a de obra-prima. Mas, os impostos continuam altos e o povo não está nada feliz com isso.

- O que é feito com os impostos?

- 30% é usado para a remuneração de soldados da guerra, 10% para transporte público, iluminação, asfalto, entre outros; 20% vai para a educação: universidades, escolas e 25% é usado na saúde em geral. – John lia os dados de uma folha que fora retirada de dentro de uma pasta.

- E os outros 15%? – Aurora não tinha dúvidas de que parte desses impostos eram roubados pelos mesmos homens naquela sala entre outros.

- Despesas da corte.

- Bom, faremos algumas mudanças. – Aurora se empertigou, cruzou as pernas e levantou uma sobrancelha.

- Mudanças? – Um dos parlamentares questionou

- Sim. Começando pelo exército. – Limpou a garganta – 10% é mais do que o suficiente para a remuneração. Os 20% deverão ser divididos entre a saúde e a educação e bem-estar público...

- Majestade – John a interrompeu – seria necessário uma votação.

- Eu não me lembro de ter terminado, primeiro-ministro. – Aurora se levantou, apoiando as mãos na mesa. – Engraçado, quando meu irmão era rei, nenhuma de suas ordens era questionada. Ele mesmo fez diversas mudanças nos impostos durante seu reinado. Comigo é diferente por que ... Eu sou mulher?

Silêncio.

Aurora balançou a cabeça.

- Vocês se esquecem quem manda aqui. Meu pai os colocou nos lugares onde estão, e eu posso muito bem tira-los. – Sua voz era direta e seu olhar era direcionado para todos. – Eu sou a rainha, vocês são os intermediários entre mim e o povo. Até mesmo no país do meu noivo, é assim que as coisas funcionam.

- Obrigado por tocar no assunto, Majestade. Nós, do parlamento, acreditamos que de agora em diante, toda e qualquer proclamação deverá ser aprovada, também, pelo rei Kim Seokjin.

Aurora paralisou. O sangue fervendo em suas veias.

- Sua Majestade passou tanto tempo fora do país e longe da corte...

Aurora levantou a mão.

- Mesmo longe do meu país, eu fiz meu dever de casa. Cumpri com minha obrigações, estudei, acompanhei meu irmão diariamente, então não me venha falar o que eu sei ou não. – Respirou fundo – Kim Seokjin é o rei absoluto de seu país, Coréia do Sul, e em breve, rei consorte do meu país, Escócia. Ele não manda em nada aqui.

- Aurora...- sua mãe sussurrou.

- Eu sou a rainha, eu governo esse país. Não ele, não vocês. Eu. Minha palavra é final.

A mais nova se virou para deixar o recinto, quando se lembrou de uma última coisa.

- Quero os ajustes dos impostos implementados até segunda-feira ou podem procurar novos empregos. – E, com isso, deixou a sede do parlamento junto de sua mãe.

•••••••••

- Essa menina é uma piada! – Disse um dos homens ainda na sala.

- Se acalmem, companheiros, ela não irá durar muito naquele trono.


Notas Finais


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