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História A Lenda - Amor


Escrita por: SrtaAnaSnape2

Capítulo 37 - Amor


Capítulo 37 - Amor

 

Sua cabeça doía imensamente, parecia que alguém havia perfurado seu crâneo com uma adaga de prata e a rodado atingindo também seu cérebro que demorava a processar as imagens diante de seus olhos semicerrados. Seus pulsos estavam rasgados pelas cordas que os prendiam juntos e pelas inúteis tentativas de se soltar que só fez com que ficasse mais apertada. Havia uma mão em seu cabelo puxando-o com força quase arrancando-o de seu coro cabeludo. Sabia que era um dos sequestradores, pois ele fedia a suor, sujeira e sangue, seu sangue.

Um gemido ao lado o informou que Hermione acabara de levar um tapa na cara, foi bem forte devido o estralo que ouviu, provavelmente cortou-lhe o lábio perfeito e fez o sangue sair. A raiva esquentou dentro de si por isso. Hermione, sua querida Hermione, presa, machucada e visada por Belatriz que em sua loucura desejava arrancar-lhe a alma se fosse preciso para saber sobre a espada. Rony estava muito quieto, mas era possível sentir seu nível de magia de longe, estava muito intensa devido sua raiva e preocupação com Hermione. Sabia que não havia nada mais do que isso na mente dele e que não poderia contar com ele para pensar em um plano para fugir daquele lugar, muito menos com Dino ou Grampo. Era tudo por sua conta, estava tudo em suas mãos e na de Draco que evitava o olhar enquanto seu pai insistia que ele deveria reconhecê-lo.

Os olhos cinzentos estavam tão confusos, tão lotados de ressentimentos e medo enquanto analisava seu rosto evitando seus olhos verdes. Draco sabia que era ele, o reconheceu no momento em que o levaram para aquela sala, então por que não falava logo que ele era Harry Potter? Eles estavam com o grande alvo de seu mestre, o maior empecilho para que Voldemort vencesse, por que Draco nada dizia?

Foi então que se recordou do dia no alto da torre, Draco estava lá, diante de um Dumbledore machucado, fraco e vulnerável sem sua varinha e, no entanto, ele não tivera coragem, seu braço estaria baixando, aos poucos o menino loiro que carrega em seus ombros o fardo dos Malfoy deixaria sua varinha cair e então Dumbledore acabaria conseguindo vencer os comensais que estavam ali, porém antes que o menino se entregasse a sua fraqueza eles chegaram e arrancaram de si a possibilidade de terminar aquilo de outra forma. E então chegou ele, caminhando firme e com o rosto duro até diante do diretor. Harry se lembrava muito bem daquele andar e daquele rosto, pois o assustava todas as noites em seus pesadelos e agora que estava novamente diante dele parecia que estava dentro de um horrível e vívido pesadelo que caminhava em sua direção com olhos profundos e vazios, tão negros quanto a própria morte.

Os olhos de Harry não conseguiam se distanciar daquela visão, não conseguiam disfarçar os batimentos cardíacos que se aceleravam a cada passo que o homem dava para dentro da sala, devagar com passos tão silenciosos como somente ele sabia dar. Todos se calaram no momento de sua entrada, mas para Harry isso era indiferente, pois mesmo que uma guerra estivesse acontecendo ao seu redor, tudo o que conseguiria ver ou ouvir seria Severus Snape.

Hermione se mexeu inquieta ao seu lado, o medo dela passava para seu corpo como uma brisa congelante. Queria dizer a ela que se acalmasse, que nada iria acontecer, mas não conseguia abrir a boca, somente olhá-lo entre as fendas de suas pálpebras inchadas. Draco se afastou indo para uma poltrona no canto da sala aproveitando a distração de todos para se esconder e ser esquecido. Esse ato fez Harry ter uma melhor visão do corpo masculino em pé na sua frente. Ele estava bem, em perfeito estado na verdade, o mesmo Snape de sempre, o mesmo comensal que conhecia, seu marido. Harry balançou a cabeça, não podia pensar nessas coisas, não podia permitir que alguém soubesse disso, acabaria pondo tudo a perder, Voldemort não conseguiria ler sua mente, mas os outros sim e bastaria uma pequena olhada de Belatriz para que tudo estivesse acabado naquele mesmo instante. Precisava pensar em outra coisa, mas quanto mais tentava, mais pensava nos momentos dos dois juntos. Não podia, tinha que se acalmar.

- E ninguém me chamou para a festa? - Ouviu Snape dizer em meio a uma risada cruel.

- Isso não é da sua conta Snape. - Disse Belatriz mostrando claramente seu descontentamento pela presença de Snape ali. - O que faz aqui?

- Creio não ser da sua conta o que faço aqui, Belatriz. - Respondeu Snape desviando os olhos da mulher e postando no menino ajoelhado. - Que bela captura. Agora poderei reportar o paradeiro dos alunos sumidos.

- Não são simplesmente alunos sumidos, Snape. - Vociferou Belatriz. –Não está vendo que recuperamos o trio de ouro de Dumbledore? Vamos chamar o Lord e comunicar nossa captura, quando ele chegar seremos recebidos com entusiasmo.

Snape riu na cara de Belatriz deixando a furiosa, Harry permaneceu duro onde estava. Snape sabia que era ele, desde a primeira vez que o viu ali nas mãos daqueles sequestradores, diante de Draco, talvez antes mesmo disso, talvez tenha sentido sua presença assim que adentrou os terrenos luxuosos dos Malfoy. Seja lá quando foi, ele sabia e Harry se perguntava o que ele faria com essa informação. Tudo estava nas mãos de Snape agora. Ele diria para Belatriz que era Harry Potter? Confirmaria as suspeitas da comensal ou mentiria e diria que ele não era o menino que tanto procuravam? Harry não sabia qual seria a reação de Snape. A única coisa que sabia era que se Snape estava do lado deles como seus sonhos lhe diziam então aquele era o momento de descobrir.

Assim que Snape virou os olhos e novamente o prendeu dentro dos seus, Harry fez todo o possível para passar a mensagem para Snape, precisava da ajuda dele e sabia que somente o homem poderia ler seus olhos e descobrir seu desespero, mesmo que seus olhos verdes sejam agora escuros. Snape fez um mínimo movimento com a varinha que passou despercebido pelos outros, mas que Harry compreendeu como sendo um legilimens. Quando o feitiço atingiu a mente de Harry, cravando se nela como unhas de demônio o menino fez um grande esforço para não se mover e nem mesmo gemer. Doía, mas sua vida e de seus amigos dependiam de sua força. Respirando fundo concentrou-se na mensagem que queria passar. Primeiro deixou vir a tona toda a raiva e ódio que sentia, deixou que o homem visse e sentisse sua dor, o quanto tudo estava sendo penoso e difícil. As garras fecharam-se com força em sua mente quase fazendo Harry desmaiar, mas ele não desistiria agora. Esforçando-se e sentindo a testa suar mudou o rumo das memórias, agora via cada momento desde o início, mostrava a Snape o receio que teve ao se casar e depois as entregas. Viu claramente a imagem dos dois fazendo amor na cama de Snape sob um lençol negro de seda. Os corpos se esfregando, suados e os olhos de Snape repletos de desejo enquanto entrava em si, completando-o.Transmitiu isso para o homem e todas as outras vezes, todos os sorrisos que abriu em seus lábios somente para ele, todo o amor que entregou em suas mãos longas e belas e por fim quando os olhos negros já não estavam mais tão duros e as garras começavam a afrouxar ele pensou:

"Por favor, Severus, me ajude. Por favor, me salve, eu te amo.”

A garra foi embora em um rompante e Harry sentiu seu corpo bambear no lugar, Snape ainda estava parado a sua frente olhando-o. Parecia que não tinha passado nem mesmo um minuto em que ele estivera em sua mente. Belatriz ainda esperava uma resposta quanto a risada que o homem dera.

- A única coisa que vão receber se chamarem o Lord e ele largar o que estiver fazendo para vir até aqui será seu completo desprazer e acho que você já sentiu o desprazer de nosso senhor não é, Belatriz? - Questionou Snape olhando a mulher arregalar os olhos. - Vocês capturaram alguns alunos, mas Harry Potter não está no meio deles.

- Como pode saber isso? - Perguntou Lucius Malfoy.

- Estudei junto com James Potter durante anos e depois dei aula para o filho que é a cara dele. Sei muito bem reconhecer Potter e esse menino diante de vocês não é Harry Potter.

Harry queria arregalar os olhos a ponto de fazer sua sobrancelha tocar nos cabelos, mas a dor era grande demais por isso apenas deixou seu coração acelerar novamente. Snape estava mentindo para protegê-lo.

- Tem certeza? - Perguntou Belatriz.

- Acha que tenho cara de quem erra ou se engana? - Perguntou Snape olhando penetrantemente a mulher.

Belatriz permaneceu com o olhar fixo no homem e com uma feição de desagrado no rosto, mas que logo substituiu por um sorriso nojento que Harry quis apagar junto com os ossos que queria quebrar quando a mulher levou a mão até o rosto de Snape e acariciou suas bochechas.

- Claro que não, meu caro. Então vamos matá-lo.

- Não. Quero interrogá-lo. Ele está viajando com Granger e Weasley. Talvez tenha algo que ele saiba que seja importante para nós. Levem-no para meus aposentos. - Disse para os sequestradores. - Depois leve os outros para a masmorra.

- Menos a Granger. - Disse Belatriz. - Eu vou interrogá-la. Digamos que vamos ter um papinho de mulher.

- Está bem. - Disse Snape após alguns momentos. - Mas não a mate ou a torture demais, ela pode ser valiosa.

Harry sentiu seus cabelos serem quase arrancados quando o sequestrador o levou para longe de seus amigos. Harry lutou, mexeu-se e empurrou, mas estava sem varinha e o homem que o levava era muito mais forte do que ele. Não havia formas de se soltar, apenas sentiu seu corpo ser levado a força para o corredor onde ficavam os aposentos. Antes de virar uma esquina viu Belatriz pegar Hermione pelos cabelos e a afastar de Rony que lutava para resgatá-la enquanto gritava seu nome. Harry também queria gritar, chamar por Hermione, expelir de seu pulmão o ódio pelo que estavam fazendo a ela, queria poder salvá-la. Mas não podia. Qualquer coisa que fizesse agora iria somente confirmar sua identidade. Por isso apenas se deixou levar até um quarto no fim do corredor onde foi jogado no chão com brutalidade.

- Fique aí e não se atreva a tentar sair. - Disse o comensal postando o pé na frente do rosto de Harry e ameaçando chutá-lo. - Aposto que é sangue ruim. Não tenho como confirmar agora, mas esse vai só por que estou com vontade.

Harry sentiu o chute o atingir com forca no abdômen jogando para fora todo seu ar e o deixando sem conseguir por para dentro o oxigênio necessário para pensar. O comensal riu.

- Se você for realmente o Harry Potter, serei muito contente por ter a oportunidade de chutar o saco de estrume que você é. - Disse o comensal dando outro chute no menino que o fez cuspir sangue. - Agora, se você for só mais um sangue ruim imundo, vou me sentir contente da mesma forma, pois vocês são lixos que devem sumir.

O outro chute foi certeiro em seu rosto. Harry tapou o nariz com a mão, mas de nada adiantou, a dor e o sangue eram violentos. Enquanto o comensal ria mais um pouco Harry se afogava no próprio sangue. Seus olhos estavam fortemente fechados e sua mente estava prestes a apagar quando ouviu a porta abrir e fechar e logo depois um gemido vindo da boca do comensal que o chutou. Com dificuldade abriu uma pequenina fresta dos olhos e viu entre os cílios sujos a imagem de Snape em sua roupa negra e carregada de homicídios inocentes diante do comensal que sufocava pela mão que esmagava sua garganta. O mestre de poções tinha as feições duras e cruéis. Ele tinha a mão da varinha abaixada segurando-a com firmeza enquanto a outra mão agarrava o pescoço do comensal e se fechava com facilidade como se os músculos e ossos do homem fossem nada mais do que uma folha de pergaminho com uma das provas que ele corrigia na escola.

- Severus... - Balbuciou Harry estendendo a mão para o homem. A última coisa que Harry viu foi o olhar de Snape prender-se ao seu e a raiva homicida se transformar claramente em uma preocupação desesperada.

 

Assim que o som de seu nome chegou aos seus ouvidos, fraco e quebrado, Snape olhou para Harry e o viu estendendo a mão em sua direção, chamando-o, com medo. Mas antes que tivesse chances de ir ao seu chamado a mão estendida caiu pesadamente no chão com um baque surdo. As pálpebras de cílios grandes e negros se fecharam e o corpo moído e maltratado aquietou-se.

Snape sentiu o comensal que segurava tentar se desvencilhar de sua mão, mas nada adiantaria, Snape era muito mais forte e poderoso do que ele. Ainda olhando para o menino Snape fechou mais sua mão na garganta alheia e ouviu o grasnar que antecedia a morte, aquele som encheu sua casca oca de prazer. O som que o levava ao sorriso homicida, por um único instante fechou os olhos e se distanciou da imagem de Harry para sentir a vibração em seus dedos do coração pulsando loucamente tentando bombear o sangue e levar o oxigênio. O sorriso se alargou mais quando as mãos que tentavam inutilmente lhe atingir começaram a ficar moles e caíram ao lado do corpo do homem que tremia em espasmos em seus últimos segundos de vida.

Snape abriu os olhos e os dedos. O corpo do comensal caiu sem vida ao lado de seus pés com os olhos abertos encarando o menino inconsciente, o motivo de sua morte. Teve que respirar algumas vezes com força para se controlar e levar para o fundo de sua mente aquela sensação de glória. Agora deveria preocupar-se somente com Harry e não com seu próprio prazer. Harry precisava de sua concentração e inteligência.

Sem se preocupar com o corpo, Snape passou por cima dele e trancou a porta do quarto depois voltou-se para o ambiente e lançou feitiços que ocultariam o som e impediriam que qualquer pessoa conseguisse acesso aquele local enquanto ele estivesse ali. Quando tudo estava feito guardou a varinha no bolso da capa e se aproximou do menino. Harry estava de barriga para baixo, mas suas pernas estavam cruzadas deixando-o torto e em uma posição estranha. Estendeu suas mãos e o virou delicadamente, Harry não acordou, seu corpo estava mole nas mãos de Snape que verificava os sinais vitais do menino. O pulso estava fraco, mas estava ali. Rapidamente ergueu Harry em seus braços reprovando a leveza e o levou até sua cama onde o deitou com cuidado. Um grito foi ouvido do lado de fora, Belatriz estava se divertindo com a Granger, esperava que a comensal se refreasse, não queria ter que intervir e deixar Harry ali. Postou a mão em cima do peito do menino sentindo o subir e descer muito lentamente causando lhe receio. Harry não iria morrer por culpa daquele verme. Pensando rápido Snape pegou alguns vidros de poções que sempre separava para os dias em que Lord Voldemort descontava em seus servos a raiva de suas falhas.

- Vamos Harry, aguente.

Após destampar os vidrinhos e os deixar em cima do criado mudo Snape retirou a roupa dele com cuidado, primeiro a blusa, depois a camiseta e o tênis e por fim a calca e a cueca. A visão do corpo nu de Harry deveria ter lhe dado desejo e o deixado excitado, mas as marcas de chutes e machucados pela pele só o fizeram sentir raiva por não poder protegê-lo mais do que fazia. Engolindo o ódio molhou um pano com a poção e passou devagar no corpo completo do menino. Primeiro nos pés inchados, depois nas pernas magras e brancas com pelos negros lhe cobrindo. Aos poucos Harry retornava a ter suas próprias feições, o rosto que tanto amava. Afastando os olhos daquele rosto passou o pano pelos joelhos inchados e depois para as coxas. Suas mãos tremeram ao aproximar-se do membro do menino.

Por mais que tentasse ser profissional ao cuidar dele, não havia a possibilidade de simplesmente esquecer-se dos momentos entre os dois, por isso teve que fazer um esforço enorme para simplesmente passar a poção no membro limpando e fazendo sarar as feridas dos chutes assim como no abdômen, costelas e tórax. Ao chegar ao rosto o pano molhado fez carinho naquelas bochechas alvas e afastou os cabelos negros da testa. 

- Seu moleque idiota. - Disse Snape destampando outro frasco de poção e o forçando a beber.

Harry, mesmo inconsciente, bebeu todo o conteúdo e quase imediatamente uma cor mais saudável apareceu em seu rosto. Agora era só aguardar uma hora e todos os ferimentos dele estariam curados. Respirando mais aliviado Snape o carregou para o banheiro onde o banhou cuidadosamente e depois o deixou repousando em sua cama, tudo ficaria bem. Outro grito veio da sala. Belatriz e Granger era uma combinação bem perigosa. Bufando deixou Harry em sua cama, oculto por um feitiço e saiu para o corredor arrastando o corpo do comensal pelo chão.

- O que você fez? - Questionou um comensal parado próximo a janela apenas assistindo Belatriz. - Você o matou?

- Pensei que era capaz de perceber o óbvio, Changler. Mas como vejo que não vou elucidar sua mente. Sim eu o matei. - Confirmou largando o corpo aos pés do outro comensal.

- Pensei que traria o corpo do ralé, Snape, e não de um dos nossos. O Lord não irá gostar disso.

- Duvido muito que o Lord sequer saiba que ele exista e o matei, pois ele torturou o menino deixando-o inconsciente.

- E você está protegendo um possível sangue-ruim? Enlouqueceu? – Gritou Belatriz.

- Dificilmente. Eu mandei aquele verme levar o menino para meus aposentos e o deixar lá e, no entanto, ele o deixou inconsciente. Além do fato de que não conseguirei arrancar uma única informação de alguém no estado dele, o menino era meu. Você sabe muito bem como fico quando mexem nas minhas coisas. Agora tenho que deixar o menino se curar para depois poder, brincar com ele.

- Seus gostos são realmente muito estranhos, Snape. - Disse Belatriz virando o corpo com o pé e olhando o rosto morto. - Seja lá quem for, teve o que mereceu. Igual a Granger aqui que não quer nos dizer onde está Potter e nem como pegou minha espada de dentro do meu cofre.

- Acredito que espancá-la e quebrar todos os dentes dela não a fará dizer alguma coisa.

- Faça melhor, então. - Disse a mulher sorrindo desafiadoramente e se sentando em uma poltrona enquanto apontava para a menina no chão arfando entre sangue.

Snape se aproximou devagar da menina e olhou seu corpo cansado, tinha que admitir que ela era mais forte do que imaginava, aguentou cruciatus de Belatriz como muitos outros trouxas e bruxos não aguentaram.

- Se eu soubesse que você iria ficar admirando a menina a deixaria em seu quarto assim você pode fazer uma festinha completa.

- Paciência, Belatriz. - Disse Snape calmamente erguendo o tronco de Hermione e a fazendo o olhar entre o cansaço e a vontade de desistir. – Concentre-se. - Sussurrou para que somente ela escutasse antes de lançar o feitiço

Ao contrário de Harry que se manteve calado durante a invasão em sua mente, Hermione gritou assim que sentiu o leve pesar das unhas de Snape em sua cabeça. Parecia que algo havia batido com força em seu crâneo e o sangue escorria por seu corpo, mas depois percebeu que eram somente os arrepios que o homem lhe causava.

"Granger, fique quieta."

A voz soou límpida e forte em seus ouvidos, por um único momento Hermione abriu os olhos e olhou para o homem, ele nem ao menos se mexera e seus olhos permaneciam focados nos seus. Então entendeu que Snape não havia falado, pelo menos não em voz alta, ele falou em sua mente.

"Concentre se que a dor irá passar."

E realmente passou, porém não sem esforço, Hermione teve que pedir toda a força que seu corpo tinha para aguentar aquela sensaçãohorrível e então havia somente ela e ele, suas mentes conectadas de uma forma que jamais imaginou ser possível. Snape girou a varinha e transmitiu o que queria para a menina que arregalou os olhos com medo antes de senti-lo afastar-se e finalmente deixar sua mente livre. Ela caiu no chão exausta e arfando.

- Granger faz jus ao que dizem, inteligente demais. - Disse Snape se levantando e passando por cima de Hermione sem lhe dar atenção.

- O que quer dizer com isso? - Perguntou Belatriz.

- Ela aprendeu Oclumência, e muito bem por sinal. Apesar de ser capaz de aprender sozinha, acredito que alguém a tenha ensinado.

- Potter?

- Potter não tem essa capacidade. Enfim, a menina não tem suas respostas, tudo que vi foi ela, o senhor Weasley e aquele menino andando juntos. Não havia Potter.

- Alguma chance de você estar errado ou ela ter escondido isso de você?

- Alguma vez eu errei?

- E a espada, Severus? – Perguntou mudando de assunto. - A espada que estava no meu cofre.

- Eles dizem a verdade, não entraram em seu cofre, aquela espada é falsa, uma replica que pegaram da escola antes de saírem. O que aliás vai garantir a expulsão de qualquer um que possa tê-los ajudado.

- Expulsar? Vamos matá-los, isso sim.

- Se quiser, vá em frente. - Disse abrindo caminho para Belatriz até a menina. - Porém não acredito que o Lord ficaria satisfeito em saber que os amigos do santo Potter foram capturados e mortos antes dele mesmo interrogá-los.

Snape abriu um sorriso cruel de lado ao ver a reação de Belatriz ao ser trazida para a realidade da cólera de seu mestre amado. A mulher rosnou com raiva e transferiu seu ódio em um crucio que fez Hermione arquear as costas e gritar profundamente como se seu corpo estivesse prestes a quebrar.

- Deixá-los como os Longbottom fará o mesmo efeito.

- Afinal de que lado está, Snape?

- Dos inteligentes. - Sem dizer mais nada Snape saiu em direção aos seus aposentos particulares. – Prenda-a na masmorra junto com os outros e nem se atreva a chamar o Lord, Lucius, seria a última coisa que conseguiria fazer.

Logo os gritos de Hermione voltaram a preencher o ambiente reverberando pelas paredes cruas e oscilando as chamas dos archotes. Ela seria levada para as masmorras, abaixo de puxadas de cabelos e feitiços, mas iria viva. Snape caminhou com passos contidos e pesados até chegar a porta de seu quarto onde parou por um segundo apenas a encarando até que finalmente adentrou ao recinto onde o menino dormia de bruços estirado sobre o lençol com seu corpo nu e curado.

Quando sua mente o trouxe para a realidade Harry se surpreendeu com seu corpo, não havia dores, não havia machucados que ardessem. Suspirando abriu os olhos e se encontrou entre lençóis negros de seda sobre uma cama grande e extremamente confortável. Uma luz vinha da janela aberta junto com uma brisa morna que o fatigava deixando-o sonolento a ponto de querer se entregar ao sono novamente, mas assim que fechou os olhos não foi o sono que o visitou, mas sim as imagens dos últimos acontecimentos. A discussão na barraca, o nome de Voldemort dito em alto e bom som, a captura, a mansão Malfoy e então Snape.

Arfando, Harry se sentou bruscamente encontrando o homem parado ao pé da cama. Snape estava apenas com seu sobretudo habitual, não havia a capa de comensal, muito menos outra máscara que não a de sua expressão. Seus olhos eram indecifráveis, brigavam entre frio e gelado enquanto olhavam para si, os lábios finos estavam cerrados e seus braços devidamente cruzados no peito. 

Harry tentava entender o que ele estaria pensando, mas era inútil, pois ele mesmo não conseguia organizar seus pensamentos. Então, ao invés de se matar tentando achar uma lógica para tudo, resolveu que naquele momento, naqueles últimos momentos de vida antes da falha de seu dever e da morte levar sua alma, entregaria-se aos instintos e assim o fez erguendo-se e ficando de pé em cima da cama. O lençol negro escorregou por seu corpo nu e caiu silenciosamente no colchão. Snape acompanhou o caminho do lençol e depois subiu o olhar pelo corpo do menino que se aproximou devagar até estar diante dele. O mestre de poções sabia que deveria falar alguma coisa, mas não havia nada para dizer, Harry estava nu diante de si e ambos estavam trancados em um quarto impenetrável, finalmente somente os dois e Harry tocava-lhe o rosto com suas perfeitas mãos enquanto seus olhos o admiravam.

- Potter. - Sussurrou Snape.

- Shh. - Fez Harry postando um dedo nos lábios do homem. - Não diz nada.

Ainda tomado de completo desejo Harry enlaçou a cintura do homem com uma perna e apoiando-se firmemente no ombro dele enlaçou a outra perna obrigando Snape a segurá-lo com uma mão espalmando suas costas e a outra sua nádega.

- Não sabe quanto sonhei por esse momento. - Sussurrou no ouvido de Snape. - Te tocar de novo, sentir sua pele, seus dedos em mim. 

- Pare com isso, Potter. - Disse Snape tentando se desvencilhar do menino. 

- Sei que irá me matar. Eu não ligo. Porque se eu vou morrer então que seja em seus braços. - Sussurrou o menino beijando-lhe o rosto e enterrando os dedos em seus cabelos negros. - Eu te amo, Severus, e mesmo que você não me ame. - Mordeu o lóbulo da orelha. - Quero que finja, quero que me tome como antes, que se enterre em mim e me deixe sentir que sou seu. - Mordeu o lábio inferior do homem e prendeu seu olhar no dele. - Depois pode me matar, mas antes me faça acreditar que você me ama, uma última vez, por favor, faça amor comigo.

Snape apertou o menino contra seu corpo segurando-o apenas com um único braço, a outra mão subiu pelas costas brancas que arquearam ao toque. Snape sentia o coração pular por poder tocá-lo, seu Harry entregando se como último pedido antes de pular para o princípio das sombras. Seus olhos arderam em chamas e teve que fechá-los por um instante tentando contê-los, mas nada adiantava, ainda conseguia sentir a textura da pele sobre sua mão, quente e macia como pêssegos recém colhidos ao sol. E havia o perfume que ele exalava, um perfume mais forte que qualquer outro, um perfume feito para ele e que o invadia fazendo-o reagir ao pedido sussurrado.

"Por favor"

- Você é um tolo, Harry Potter. - Disse Snape abrindo os olhos e encarando com desejo e luxuria queimando suas íris. - Um tolo.

A mão de Snape se enterrou nos cabelos de Harry e mais bruscamente do que pretendia o puxou para si selando seus lábios aos dele, beijando-o com tanto desespero e pressa como se o fim estivesse no canto de mãos esticadas apenas aguardando-os. Harry soltou um soluço e apertou-se contra o homem abrindo os lábios para recebê-lo enquanto lágrimas caiam de seus olhos cerrados. A língua de Snape era voraz e bailava com a de Harry freneticamente. O único momento em que se soltaram foi quando o ar faltava aos dois. Harry ofegou e encostou a testa na de Snape enquanto respirava fundo com medo de abrir os olhos, mas logo fez e não se arrependeu, Snape tinha o rosto corado e os cabelos bagunçados, um homem completamente desestruturado.

- Me fode. - Pediu Harry mordendo o lábio e se esfregando em Snape. 

- Não. - Disse Snape vendo as lágrimas caírem mais pesadamente do rosto jovem. - Não vou fodê-lo, você pediu que eu fizesse amor com você e eu vou fazer amor com você.

Harry arregalou os olhos e se segurou mais fortemente quando Snape subiu ajoelhado na cama e o depositou com carinho em cima do lençol de seda. Respirando rapidamente viu o homem se erguer e devagar desabotoar seu sobretudo calmamente sem tirar os olhos de si até que todas as peças de roupa estivessem caídas ao chão.

Snape subiu novamente na cama e ficou ajoelhado aos pés de Harry, pés que pegou com carinho em suas mãos acariciando a pele e beijando o tornozelo que antecedia as pernas banhadas com alguns pelos negros. Harry tremeu quando seus lábios tocaram a base de sua coxa, bem no joelho e subiu molhando sua pele delicadamente e desesperadamente devagar. Snape não parecia ter pressa, beijou cada pedaço da perna e coxa esquerda de Harry, depois fez a mesma coisa com a direita, somente após isso subiu sua mão pelo quadril do menino e encostou seu lábio na virilha dele, Harry gemeu e postou a mão na cabeça de Snape sem fazer movimento ou esforço, apenas a deixou ali sentindo os cabelos negros enquanto o homem passava seus lábios para seu abdômen e de lá diretamente para seu queixo e lábio. As pernas de Harry entrelaçaram a cintura do homem o puxando para mais perto fazendo-o quase esmagar seu corpo, para ele isso não importava, no entanto que tivesse Snape consigo tudo estaria bem. 

- Severus. - Gemeu Harry erguendo o quadril de encontro ao homem.

- Shh. - Fez Snape simplesmente antes de descer os lábios novamente pela pele de Harry.
Desta vez seus dedos desceram pelo braço do menino até encontrar-se com suas mãos e ali entrelaçar seus dedos sentindo-os ser apertados pelo garoto. Seus lábios se aventuravam pelo tórax ainda definido pelo Quadribol. Sua língua por sua vez bailou pelo mamilo duro e sensível que fez o menino gemer alto e mexer-se novamente.

- Merlin. - Disse em meio a um gemido quando os dentes do homem rasparam de leve o mamilo rosado, mas nada se comparou ao grito de prazer que o menino deu quando sua língua encostou-se na cabeça rosada de seu membro duro.

- Shh. - Fez Snape novamente mesmo sabendo que não havia a mínima possibilidade de alguém ouvi-los do lado de fora. 

Apertando novamente os dedos entrelaçados aos seus Snape beijou de leve a cabeça do membro de Harry e depois o lambeu até a base do saco já roxo de desejo. O comensal fechou os olhos, a sensação de sentir o corpo de Harry em sua boca salgando-lhe a língua enquanto saboreava o membro ereto era tão conhecida e nova que o deixava tonto. Harry abriu mais as pernas e mexeu os dedos das mãos atritando suas peles, levando arrepios as suas partes baixas.

- Severus! - Chamou Harry em meio a um grito quando o homem abocanhou seu membro chupando-o vigorosamente como jamais pensou ser capaz.

Liberando sua mão Harry a postou na cabeça do homem acarinhando os cabelos negros e acompanhando o movimento de sobe e desce que ela fazia. Snape aproveitou e passeou a mão pelo peito de Harry arranhando o mamilo firme e fazendo o menino gritar ao mesmo tempo em que pressionava sua cabeça firmemente no membro que expelia o gozo direto para sua garganta. Ofegante Harry deixou seu corpo relaxar e sentiu Snape engatinhar em cima de si até seus rostos estarem na mesma altura, o homem tinha o rosto vermelho e a boca molhada com uma gota saliente escapando no canto, uma gota que Harry fez questão de limpar antes de beijar os lábios finos com desejo tamanho capaz de queimar a pele. Seu próprio gosto estava misturado com a familiaridade daquela língua. Havia tanta coisa familiar naquele homem. O cheiro, o gosto, a pele, a força dominadora dele. Seu Severus.

- Eu te amo. - Disse Harry novamente abraçando Snape e beijando-lhe o ombro. 

Snape não respondeu, apenas se deitou de lado trazendo Harry para perto de si abraçado ao seu corpo e ainda tremendo pelo orgasmo recente. Devagar afastou o rosto do menino e o contemplou, seus olhos verdes tão límpidos, puros e inocentes, a bochecha tão claramente corada e os lábios vermelhos que atrevidamente lhe tirara várias noites de sono.

- Ah Harry. - Sussurrou fechando os olhos e encostando os dedos nos lábios do menino.

Os olhos de Harry marejaram, era a segunda vez que ouvira aquele nome sair dos lábios de Severus. Achou que ficou perfeito na voz arrastada do homem e que poderia se acostumar a isso, poderia se não estivesse diante da morte. Com um sorriso aceitou o fato de que ele o mataria, pelo menos era ele, pelo menos morreria pelas mãos daquele que lhe proporcionou os melhores momentos e o maior milagre que já poderia ter tido. A linda menininha que aquela hora estaria em algum lugar aos cuidados de Tia Petúnia, segura. Sim, ele poderia morrer naquele momento que tudo estaria bem.

- Queria poder ficar com você para sempre, Severus, queria apenas poder te abraçar e dormir ao seu lado sentindo sua respiração em meu pescoço como fazíamos em Hogwarts. Você lembra, Severus? Lembra do dia em que eu dormi a primeira vez com você? - Perguntou Harry antes de rir baixinho e esconder o rosto na curva do pescoço de Snape. - Claro que não lembra, não foi importante para você, mas eu me lembro de cada detalhe, de cada segundo, cada toque seu. Eu sonhei todos os dias com isso, era o que me mantinha vivo, sua memória, ouvir sua voz em minha mente.

Como ele podia dizer que não se importava ou que não lembrava? A única coisa que o fez seguir adiante e não desistir foi exatamente a memória que tinha muito bem guardada desses momentos únicos que somente um tolo jovem como Harry poderia fazê-lo sentir falta.

- Eu me masturbei noite após noite pensando em você desejando que fosse sua mão em meu membro me fazendo gozar. No começo me odiei por isso, eu deveria te odiar, querer te matar. - Devagar levantou o rosto e olhou dentro dos olhos de Snape passando a ele sua verdade pura. - Mas depois percebi que não havia como ficar longe de você e odiá-lo, eu te amo demais para isso. Você é parte de mim, está tão fundo em mim que não dá mais para te tirar. Desculpe, mas eu não consigo.

Harry apoiou se no cotovelo e levou os dedos até a bochecha de Snape acariciando devagar antes de descer pela pele até o tórax e parar em cima de uma cicatriz antiga onde se podia sentir o batimento do coração sobre a pele.

- Não consigo te odiar.

- Deveria.

Harry arregalou os olhos quando, depois de dizer essa palavra, Snape o agarrou com força e o deitou novamente na cama virando-o de bruços e se deitando sobre ele fazendo com que seu membro duro cutucasse seu quadril.

- Ah, Harry, você deveria me odiar. - Disse Snape em seu ouvido mordendo o lóbulo de sua orelha. - É mais seguro.

Seus lábios beijaram a nuca do menino fazendo-o gemer sentindo como se aquela língua fosse uma labareda que queimava sua pele como se fosse uma tora de madeira em uma lareira. Um grito escapou de sua boca quando o homem mordeu seu ombro fortemente e depois raspou os dentes pelas costas descendo até a base de suas nádegas.

Harry sentia seu pênis endurecer novamente e teve certeza de que poderia ter gozado só com o tapa que o homem deu em sua bunda antes de mordê-la e beijá-la. Snape jogara definitivamente o controle para o alto e se entregara apenas ao desejo, luxuria e amor que explodiam dentro de si. Precisava se enterrar em Potter e se tornar um só, dessa vez não em sonho, mas na realidade. Respirando rápido levantou o quadril de Harry deixando-o de quatro e deu-lhe mais um tapa deixando a pele vermelha e marcada antes de abrir a fenda onde enterrou seu rosto beijando-lhe a porta de seu desejo. Sua língua era ligeira e tremia enquanto o lambia mais e mais conforme ouvia os gemidos alto do menino. Harry apertava o lençol fortemente com a mão, a boca de Severus era quente em sua bunda. Pela primeira vez Snape o saboreava, pela primeira vez tomou seu membro em seus lábios e usou sua língua para lhe dar prazer, estava amando ter essas novas sensações, mas logo foi trocada por dedos habilidosos.

Dedos que rodearam sua entrada pedindo espaço, um grito rouco saiu da garganta de Harry quando um dos dedos o invadiu e iniciou o movimento lento de vai e vem, preparando-o cuidadosamente e com uma lerdeza cruel.

- Severus, não aguento mais. Preciso de você agora.

- Vou te machucar.

- Foda-se. - Disse Harry erguendo a cabeça e gemendo alto. - Ou melhor, foda-me. Por favor, Severus, preciso de você dentro de mim, por favor.

Ouvir o choramingar de Harry foi como uma faca em seu peito, seu menino precisava de si, de seu corpo. Não iria decepcioná-lo. Ajoelhando-se Snape levou seu membro até a entrada de Harry e se posicionou forçando a entrada devagar, mas a necessidade dele era maior do que imaginou, em um único movimento Harry empurrou seu corpo para trás enterrando o membro em si, por um momento fechou os olhos com força e apertou os lençóis até seus dedos ficarem brancos. A dor da pele rasgada era enorme, pareciam lâminas que cortavam cada pedacinho, mas quando ouviu o gemido de Snape em seu ouvido soube que era o certo.

Snape sentiu seu membro entrar completamente no corpo do menino e não conseguiu segurar o gemido atrás dos dentes, ele saiu alto e rouco de sua garganta reverberando pelas paredes frias do quarto. Sem pensar curvou-se sobre o menino e o abraçou espalmando a mão em seu peito e beijando-lhe as costas. Agora não havia mais dúvidas, Harry era seu lar, estar dentro dele era como retornar para casa após um longo período de viagem. Seu corpo, sua vida, sua alma pertenciam aquele menino que tremia embaixo de si, ali era seu conforto, somente com ele conseguia ser um. Era Harry e jamais seria outra pessoa. Ele era seu um.

De repente, não mais do que de repente a verdade intensa explodiu em seus olhos em forma de lágrimas que marejaram as ônix e fizeram sua voz tremer. Abraçou o menino mais forte e encostou os lábios em seu ouvido sussurrando suavemente.

- Eu te amo, Harry.

Os olhos de Harry se arregalaram e sua cabeça virou-se automaticamente para ver o homem, porém Snape postou sua mão em sua cabeça e a empurrou para o colchão impedindo-o de olhar para ele. A outra mão segurou firmemente seu quadril fazendo sua pele esquentar e arrepiar e então começou os movimentos que fizeram com que as lâminas no traseiro de Harry se mexessem ardendo sua pele. Mas depois, quando o homem o soltou e segurou seu quadril mais firmemente enterrando-se rapidamente, a dor se transformou em prazer e seus gemidos de dor transformaram-se em gritos de tesão.

Harry sentia sua bunda bater fortemente contra o quadril de Snape fazendo um baque forte, seu pênis balançava respingando o líquido prematuro do gozo próximo.

- Ah, Severus, isso. Eu não vou aguentar mais.

- Então goza pra mim. - Disse Snape curvando-se e beijando-lhe a nuca.

- Não. - Respondeu Harry surpreendendo Snape. - Não assim, eu quero ver você.

- Não. - Disse Snape aumentando as estocadas.

- Por favor, Severus, eu quero olhar nos seus olhos. Por favor, não me negue isso.

Harry sentiu o momento em que o membro o abandonou e nem mesmo soube como Snape fez aquilo, mas em um piscar de olhos estava deitado de costas e Snape entrava novamente em si preenchendo o rápido vazio que sentiu. Agora o homem o penetrava com força e o olhava tão intensamente que era capaz de sentir sua alma. Seus olhos traziam a fome e o desejo, mas traziam também a completude que preenchia suas íris negras.

- Você está chorando. - Disse Harry limpando uma lágrima que escorria pela bochecha do homem.

- Harry...

O menino não disse palavras apenas puxou o rosto de Snape para si e reivindicou seus lábios beijando-o como jamais o fez. Era o beijo da completa entrega, aquele logo após a descoberta do verdadeiro amor, aquele único beijo capaz de sarar todas as feridas e apagar o passado.

- Goza comigo, Severus, juntos. - Disse Harry sentindo a comum pontada no baixo ventre que antecede a contração dos músculos até o alcance do ápice total.

Snape apertou as mãos nos lençóis ao lado da cabeça de Harry e intensificou os movimentos sentindo o menino entrelaçar as pernas em sua cintura o puxando de encontro a ele. Harry abriu a boca quando sentiu a proximidade do momento, Snape também. Ambos se olharam compartindo o momento de glória e então tudo aconteceu muito rápido. Harry jogou a cabeça para trás e gritou, Snape apertou-se em Harry derramando-se dentro do menino. Suado e tremendo Harry olhou para Snape que arfava de olhos fechados e rosto vermelho, seus lábios estavam entreabertos e seus cabelos caiam na testa suada. A pura imagem do prazer atingido.

- Olha pra mim, Severus.

Quando Snape abriu os olhos e o encarou, Harry sentiu-se caindo em um abismo profundo, diretamente para as verdades de Snape, uma verdade que somente naquele momento de vulnerabilidade ele lhe deixava escapar. Viu-se novamente em Hogwarts, assistiu as diversas conversas com Dumbledore, os planos para lutar contra o Lord e protegê-lo, inclusive a idéia suicida de Dumbledore. 

- Por quê?

Perguntou quando sentiu voltar a realidade, mas qualquer busca da verdade fora deixada para trás ao olhar para Snape, o homem tremia e tinha os olhos perdidos nos seus. Mais lágrimas caiam de seus olhos, lágrimas do peso que precisava carregar, o assassinato planejado da única pessoa que confiou cegamente em si, das mentiras que tinha que dizer e do controle que precisava ter dia após dia sobrecarregando-o e guardando no fundo a dor de tudo. 

- Está tudo bem, Severus. Eu estou aqui. - Disse enxugando as lágrimas dele. - Volta pra mim Severus, eu estou aqui agora, estou com você, não vou te deixar.

- Harry. - Sussurrou Snape respirando fundo e sugando o ar com força como se por um momento tivesse esquecido de como se respirava.

- Está tudo bem, vem. - Puxou-o descansando a cabeça dele em seu ombro. Snape ainda tremia. - Vai terminar tudo bem, eu estou aqui, estamos juntos e nada vai nos separar agora que sei a verdade, jamais vou te abandonar.

Snape o apertou em seus braços, ele queria que fosse tudo assim, que Harry jamais precisasse sair de seus braços, mas não era assim, nunca era assim. Nunca.

Harry sentiu o homem sair de dentro de si trazendo a tona o sentimento de abandono e depois ser coberto por um lençol que escondeu seus corpos nus entrelaçados um no outro enquanto o sono, cansaço e exaustão carregavam ambos para um mundo só deles. Algo distante e seguro que era preenchido pelo riso infantil de uma garotinha.



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