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História A Lenda - Falta de memória


Escrita por: SrtaAnaSnape2

Capítulo 38 - Falta de memória


Capítulo 38 – falta de memória

 

Snape jamais foi fã da mansão Malfoy, sempre evitou ficar nela mais do que o necessário. Não ligava para a suntuosidade do chão de mármore ou para o jardim bem cuidado, muito menos para os móveis caros e antigos herdados geração por geração. Nada daquilo era válido para ele, seus olhos nem mesmo os percebia. Porém não podia negar que o anoitecer era extremamente belo, ainda mais com a proximidade da primavera. Nessa hora o sol, já baixo no céu, joga seus últimos raios tingindo o horizonte de laranja e iluminando as folhas do jardim com sua luz fraca e seu calor mínimo. Era belo aos olhos ver o tom verde e o colorido das flores tingirem-se de laranja e balançarem com a brisa leve.

Mas nada daquilo se comparava a beleza de Harry esparramado em sua cama com o corpo nu banhado pelos mesmos raios de sol. A luz vagava pela pele branca fazendo brilhar os pelos das pernas e arrepiar os das costas. O homem permaneceu parado apenas o olhando, admirando-o e guardando em sua memória aquela imagem para se lembrar quando tudo for pesado demais. Lembrar que o menino era dele, que se deitava em sua cama e se entregava somente a si.

Devagar se aproximou do menino e tocou em seu calcanhar com a ponta dos dedos. Harry fez um leve movimento com a perna, mas continuou dormindo. Os dedos avançaram pela perna tocando os pelos negros até a parte de trás do joelho onde sabia que ele sentia arrepios, não se surpreendeu ao ver as costas se arrepiarem mais com isso. Continuou a avançar passando agora para as coxas e de lá para o monte macio de suas nádegas. Harry se mexeu um pouco respirando fundo, mas ainda adormecido. Devagar Snape se ajoelhou na beirada da cama e se inclinou trocando os dedos pelos lábios. Seus cabelos caíram sobre o corpo de Harry provocando cocegas, mas as cocegas não eram nada se comparado com os lábios de Snape beijando-lhe com delicadeza. Aos poucos o sono era abandonado e Harry voltava a realidade sentindo a avalanche de prazer se derramar em seu amago e esquentar seu baixo ventre onde a mão de Snape estava perigosamente perto. O gemido que saiu da boca de Harry fez Snape sorrir e morder levemente sua bunda fazendo-o rir.

- Se soubesse que iria ser acordado por meu marido dessa forma deixaria que me pegassem mais vezes. – Comentou o menino ainda com sua voz pastosa de sono.

Snape riu baixinho e continuou beijando a pele de Harry enquanto subia para suas costas até encostar os lábios na nuca dele causando-lhe arrepios fortes. As mãos de Harry fecharam-se no lençol com força quando sentiu o corpo do homem deitando sobre o seu e a mão de Snape passeando por sua costela e quadril.

- Isso não tem graça, Harry. – Sussurrou mordendo seu lóbulo e causando outro gemido no menino. – Mas a ideia de fazer de você meu prisioneiro é tentadora.

Harry gemeu novamente sentindo as carícias de Snape e levantou o quadril encaixando-se nele e indicando claramente seu desejo. Snape rosnou de leve em seu ouvido e apertou seu quadril com força colado em seu corpo.

- Não me tente, Harry.

- Confessa que você não consegue ficar longe do corpo de seu marido. – Gemeu Harry com a boca aberta e balançando o quadril sentindo o volume das calças de Snape aumentar a cada movimento.

- Ora, que marido safado eu tenho. – Disse Snape inalando profundamente o perfume dos cabelos rebeldes antes de agarrar o menino pelos braços fortemente e o virar deitando de costas. – Assim está melhor, posso ver seus olhos.

- Você gosta dos meus olhos?

- Sempre gostei. – Disse inclinando-se e beijando o pescoço dele. – Seus lindos e verdes olhos sempre assustados ou atrevidos. E essa pele deliciosamente perfeita, eu poderia ficar o dia todo beijando e tocando-a.

Harry sorriu com as caricias de Snape em seu peito com os dedos longos e a mão gelada enquanto a boca se divertia em seu pescoço beijando-o. Jamais imaginou Snape agindo daquela forma, carinhoso e atencioso. Era bom e o deixava extasiado de amor. Poderia ficar o restante da vida ao lado daquele homem sentindo-o em si compartilhando uma alma. Os beijos de Snape eram doces, muito diferentes de todos os outros que já recebera antes. Tudo fora diferente de antes, jamais se imaginou nos braços de Snape naquela entrega profunda. Tão profunda que chegava a doer dentro de si como se realmente fosse a última vez que veria Snape daquela forma. Apenas um humano que ama.

- Severus. – Sussurrou chamando o homem enquanto um pensamento passava por sua mente arrepiando sua espinha, porém não de prazer.

- Humm. – Fez o homem enquanto descia os lábios até o mamilo de Harry.

- Severus. – Chamou novamente dessa vez agarrando-lhe o rosto e o fazendo o olhar. Snape apoiou-se no cotovelo e olhou profundamente para o menino enquanto acariciava sua bochecha com carinho. – Você me ama? – Perguntou Harry percebendo um brilho antes nunca visto nos olhos do homem.

- Sim. – Disse Snape sem rodeios. – Eu o amo mais do que qualquer coisa no mundo, Harry.

- E você está me dizendo isso por que...

Snape não completou, mas não era mais preciso, Harry sabia a resposta. Ela se formou em sua mente do nada como se já soubesse desde que o homem entrou naquele quarto. Era dolorido falar em voz alta. Seus olhos marejaram quando encararam o rosto do homem.

- Você vai apagar minha memória.

O rosto leve e apaixonado de Snape mudou para um triste e angustiado.

- É a única forma de protegê-lo. – Disse em um sussurro fraco.

- Meu Deus. No único momento em que você realmente se entrega ao nosso amor, quando eu te tenho por inteiro, justo depois disso você apaga minha memória? É por isso que fez amor comigo daquela forma, por isso disse que me ama e se entregou assim. Você me deixou ver a verdade, saber que você é inocente, apenas uma marionete nas mãos de Voldemort. Você vai me fazer odiá-lo de novo, eu vou pensar que você matou Dumbledore por vontade própria. Não pode fazer isso comigo.

- Harry, não sabe como eu queria que você pudesse saber e continuar sabendo. Mas não posso permitir isso. Você precisa ir embora com seus amigos e a única forma de proteger você é fazendo-o esquecer.

- Eu não quero. Eu o amo.

- Eu sei, eu também te amo, Harry e não há nada no mundo que eu queira mais do que ficar com você dessa forma. Mas não é assim que as coisas acontecem.

Harry suspirou e se agarrou com força ao homem sentindo seu corpo tremer. Por que então não morria, simplesmente se entregava a morte e sumia dessa bagunça toda? Mas sumia com a sabedoria do amor de Snape.

- Você precisa ir, Harry. Seus amigos precisam de você.

A imagem de Hermione, Rony e Dino veio a sua cabeça. Onde estavam? Como estavam? Snape tinha razão, precisava continuar, precisava seguir em frente em sua missão quanto a achar as Horcrux e matar Voldemort.

- Ele vai voltar logo, preciso te tirar daqui o quanto antes. – Disse Snape se soltando dos braços de Harry e se levantando. – Vou apagar sua memória, você não lembrará de nada do que houve entre nós, apenas que está preso aqui como os outros. Passei uma mensagem na mente da senhorita Granger lhe informando que quando vocês estiverem na masmorra um elfo irá ajudá-los a sair daqui e que ela deverá cuidar de você.

- Então Hermione pode saber a verdade e eu não?

- A senhorita Granger tem capacidade em Oclumência. – Respondeu entregando a roupa suja e rasgada do menino. – Você não tem e mesmo sabendo que ela ainda está nas mãos de Belatriz, sei que Bela não conseguiu tirar nada dela.

Harry nada disse, apenas se vestiu e ficou olhando para o homem com os olhos marejados. Sua vontade era correr para os braços dele e novamente se entregar aos seus desejos deixando-o tomar seu corpo até que sua alma estivesse pronta para deixar esse mundo junto com ele.

- Se eu pudesse jamais deixaria você ir para longe de mim, mas eu não posso, Harry.

- Você sempre tem que se sacrificar, não é?

- Alguém tem que fazer isso.

- Eu vou saber a verdade no final? Por favor me diga que você não vai me deixar te odiar para sempre.

- Quando tudo isso acabar, se eu não estiver morto...

- Por favor, não diga isso, não vou suportar que você esteja morto.

- Se eu não estiver morto, a primeira coisa que eu vou fazer é correr atrás de você. Você é meu, Harry, e não vou deixar que dê bandeira para outra pessoa.

Os olhos negros ferveram de amor e Harry não suportou apenas olhá-lo, jogou seus braços no pescoço dele e selou suas bocas em um beijo intenso e preciso, carente de contato, desesperado de saudade e triste pela verdade. Snape correspondeu ao beijo apertando o corpo de Harry ao seu até que a falta de ar os obrigou a se afastar.

- Está pronto? – Perguntou Snape pegando sua varinha.

- Não.

Snape sorriu, mas o sorriso não atingiu seus olhos. Ele abriu a boca e disse um eu te amo sem emitir som. Harry iria responder que ele também, porém a luz da varinha de Snape se acendeu e o feitiço atingiu seu corpo fazendo-o cair em um estado de transe como se não fizesse mais parte desse mundo. Não havia mais Snape, nem mansão, não havia mais nada, era tudo branco e silencioso até que ouviu a voz baixa e sedosa em sua mente.

- Continue correndo sempre para longe, faça o que Dumbledore te mandou fazer sem desistir. Fique escondido e com seus amigos. Não desista. Fique seguro.

O rosto de Snape estava franzido de concentração. As imagens dos dois no quarto passavam diante de seus olhos enquanto as retirava da mente do menino e ditava o que ele precisava fazer. Os olhos verdes estavam desfocados e vazios. A última imagem, o último beijo dado fora retirado da mente de Harry, agora era somente ir embora da vida dele de novo, deixá-lo seguir em frente e para longe de si. Sabia que precisava sair da mente dele, abandoná-lo de vez e rezar para que voltassem a se ver, mas estava tão vulnerável naquele momento que simplesmente sussurrou:

“Eu te amo”

Quando voltou a realidade Harry ainda estava com os olhos desfocados. Aproveitou esse momento para fazer o outro feitiço, aquele que desfigurou seu rosto o deixando irreconhecível, talvez um pouco mais do que o trabalho que Hermione havia feito antes. Verificou o cheiro e a sujeira em seu corpo. Depois fez o mais difícil. Fechou os olhos e com força empurrou para longe todas as lembranças das últimas horas, trancou-as em um baú e as escondeu atrás de grossos muros de concreto. Sentiu seu corpo mudar, seus ombros tencionaram e seu rosto endureceu. Sua postura ficou dura enquanto seus dedos apertavam a varinha com força. Seu peito acalmou-se regulando a respiração. Não havia mais emoção que lhe fizesse arrepiar ou sentir. Agora não havia mais nada.

Ao abrir os olhos e olhar para Harry não havia emoção para com ele. Por isso não lhe doeu quando o agarrou pelo braço com força e saiu porta afora levando-o diretamente para a sala onde Belatriz estava sentada na poltrona com Granger aos seus pés tendo sua consciência presa por um fio. Jogou o menino no chão fazendo-o cair ao lado da amiga.

- Hermione. – Sussurrou Harry voltando a realidade ao ver a menina no chão. – Hermione.

- Então? – Disse Belatriz se levantando. – Brincou o suficiente?

- Nem tanto quanto eu queria. – Disse Snape olhando para a comensal. – Leve-os para a masmorra.

- Como assim? – Questionou Lucius aparecendo. – Não arrancou nada dele?

- Tudo que eu arranquei dele não serve para seus propósitos, Lucius. – Respondeu Snape. – Já disse que eles não têm nada sobre Potter. Potter não está com eles há muito tempo. Deixe-os nas masmorras junto com os outros até o Lord voltar e dizer o que deveremos fazer com eles.

Snape fez um sinal com a cabeça e Rabicho pegou Harry pelo braço arrastando-o até as masmorras, mas Belatriz o impediu de levar Hermione. Snape levantou uma sobrancelha pensando no que a bruxa faria com a menina. Aquilo não estava em seus planos. Ouviu ao longe os gritos de Rony chamando-a.

- O que pensa que está fazendo?

- O prazer de matar essa aqui será meu.

- Sabe que está fazendo uma besteira.

- Na verdade não. O Lord vai me perdoar por isso. Chame-o Lucius.

Snape viu Lucius arregaçar a camisa e mostrar a marca negra em seu braço, ele apontou a varinha para a marca e a tocou fazendo-a ficar mais negra e se mexer em seu braço pálido. Podia ter parado ele, dizer que não deveria fazer isso, mas na verdade nem se importou, apenas assistiu a um homem acabado chamar seu algoz ao seu encontro.

- Muito bem Lucius. – Disse sentindo a marca arder em seu próprio braço. – Agora vamos esperar a chegada do Lord.

Snape rodou sobre os calcanhares e se dirigiu para o corredor que o levaria de volta para seu quarto, mas antes de sair das vistas de Lucius ouviu a gritaria e se virou apenas para ver Ronald Weasley apontando a varinha para Belatriz que segurava Hermione Granger fortemente em seus braços com a adaga apontada para seu pescoço. Sem se mexer assistiu a todo o acontecido até o momento em que Dobby levou todos para algum lugar bem longe. Belatriz urrou de raiva, Lucius ofegou de surpresa e Draco se aproximou da mãe. Snape apenas sorriu com desdém.

- Novamente, eu estarei esperando a chegada do Lord em meu quarto.

Ignorando a surpresa dos comensais dirigiu-se para seu quarto e se trancou dentro dele deixando-se sentir o alívio da fuga e o prazer de imaginar o castigo de seus “companheiros”. Sabia que a cólera do Lord seria horrível de sentir, ele fora interrompido em seja lá o que estiver fazendo e todos sabiam como eram proibidos de o interromper. Agora era só esperar.

A hora não demorou a chegar. Lord Voldemort chegou apenas alguns minutos depois do chamado e urrou de fúria ao saber o que acontecera. Claro que Belatriz e os Malfoy não ficaram impunes quando ele descobriu o acontecido. Esperava respostas e quando não as recebeu satisfatoriamente ficou desapontado. Snape também fora chamado ao seu encontro e mesmo curvado em reverência, sem ver seu rosto, sabia que o ódio do homem era avassalador.

- Chamou, milorde?

- Sim, Severus. – Disse o homem com sua voz arrastada dotada de raiva. – Meus servos me decepcionaram hoje, Severus. O que tem a dizer sobre isso?

- Vi o que aconteceu milorde. Estava presente quando pegaram os prisioneiros. Eu mesmo li a mente da menina Granger e do menino que estava com eles. Nenhum deles sabiam de Potter, infelizmente milorde, pois se soubessem eu mesmo teria chamado o senhor.

- Belatriz me disse que você ficou horas com o menino em seu quarto.

- O menino me interessou e pensei que talvez conseguisse tirar alguma coisa dele. Infelizmente não tive satisfação em nenhum ponto.

- Que má sorte, Severus. – Disse Voldemort tocando o ombro de Snape com a varinha indicando que deveria se levantar. – Acredito em você, meu caro, porém não posso me dar ao luxo de ficar de fora das imagens que sua mente tanto guarda. Estou curioso.

Snape não perdeu a calma, apenas fechou os olhos e aguardou que Voldemort invadisse sua mente. As imagens já estavam ali, organizadas e arquitetadas para mostrar a ele. A invasão era dolorida, mas era possível aguentar como sempre fora. No fim Voldemort saiu de sua mente e o olhou com a mesma confiança de sempre enchendo seu peito de alívio.

- Ótimo. Continua sendo fiel, Severus, e isso é bom. Diga-me. Trouxe o colar?

- Está em seu quarto, milorde. Protegido pelos feitiços que me indicou.

- Ótimo.

Snape seguiu Voldemort pelo corredor até entrar no quarto pertencente a ele. Voldemort pegara de Lucius não somente sua mansão e sua dignidade, mas até mesmo sua cama. O Lord seguiu direto para a cômoda onde brilhava o colar de rubi que outrora repousara no peito infantil de um menino e agora era erguido pelos dedos pálidos de Voldemort.

- Sabe o que é isso, Severus?

- Não, milorde.

- Isso é o que me garantirá a vitória no fim. O colar de Godric Griffindor. Com esse colar poderei vencer.

- Não compreendo, milorde. – Disse Snape pesando cada palavra. – O senhor me disse certa vez que tinha algo que o daria pleno poder e o deixaria invencível, mas me fez entender que era algo a longo prazo. No entanto, o colar está em suas mãos nesse momento.

- Tem razão, Severus. Mas na ocasião eu não falava do colar, falava de outra coisa. Algo que já está feito e que só precisa amadurecer aos meus cuidados. Esse colar será algo momentâneo.

- Sei que estou sendo atrevido, milorde, mas como funciona esse colar? Não detectei nenhum nível de magia nele. Temo ter falhado em minha missão e pego o colar errado.

- Não se preocupe, fez o trabalho certo. Esse é o legitimo colar de Godric Griffindor e para seu conhecimento, esse colar impede que eu seja morto pelas mãos daqueles que em sua casa residem, ou seja, grifinórios como Harry Potter.


Notas Finais


Gente como Snape se sacrifica neh... meu Deus....


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