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História A luz que nunca se apaga - May Jailer


Escrita por: louthefluid

Notas do Autor


Opa, aqui vai o último capítulo pronto. O que vier depois dele vai ser inédito. E quem conseguir sacar a referência musical, deixe nas reviews :). E você, que está lendo agora, vou precisar da sua ajuda pra continuar! Até as notas finais, espero que goste do capítulo :3.

Capítulo 9 - May Jailer


A conversa entre mãe e filho perdurou por longos minutos, quase horas. Mesmo não havendo muito que falar, Draco se prolongava e se recusava a parar enquanto a sensação de desconforto não se dissipasse. Buscava ávido o mesmo alívio que obteve na primeira conversa com ela, sem tanto sucesso. Sua impaciência em resolver as coisas era um grande empecilho.

–Como eu posso voltar a confiar nele, mãe? Seria uma das maiores besteiras da minha vida.

–Faça-o provar que mudou.

–Grande ajuda, Narcissa. Debochou, irritado. –Como eu faço isso?

–Eu não posso falar por você, Draco. Você tem que procurar entender o que você quer com ele, o que espera disso tudo e então terá sua resposta.

Depois de ouvir aquilo, Draco já estava mais frustrado do que nunca. Deixou o quarto e tentou dormir, com um forte cansaço o dominando. Antes pudera ver os flocos a seu lado num brilho fraco, quase apagados. Curioso demais para deixar pra lá, tocou-os. Precisava saber o que Harry estava sentindo.

Na visão, lágrimas. Isso o fez fomentar uma fúria flamejante dentro de si. Frustrado, magoado, ao mesmo tempo desesperado por vê-lo chorar, exclamava socando o travesseiro:

–Maldito Potter. Por que você fez isso? Por que tinha que estragar tudo? Chore agora, eu não me importo. Por que fez aquilo comigo? Por que tinha que ser tão... Apaixonante?

Enterrou as unhas na própria pele, enfurecido. Suas mãos tremiam e ele evitou ao máximo derramar lágrimas. Enterrou o rosto no travesseiro, pensando em quantas lágrimas seriam aceitáveis pra se chorar nesse momento. Começou a conta-las, até que perdeu a conta, se afundou nelas e adormeceu.

O sono de Harry fora extremamente perturbado. Os sonhos que tivera só lhe deram mais saudade do ex e aumentavam o vazio que sentia. Faltava ele ali na cama ao seu lado, o cheiro dos lençóis ainda permanecia, os abraços em que era envolvido em seu sono... Não ter mais nada disso só fazia odiar a si mesmo. Conseguira finalmente passar o dia sem chorar de minuto em minuto, mas nada fazia o incômodo passar.

Enquanto bebericava seu café para manter-se acordado, uma belíssima coruja branca bateu com o bico em sua janela. Ela o fazia lembrar muito de Edwiges, exceto pelos olhos que eram azuis escuros como o céu estrelado da madrugada. Carregava um pergaminho no bico. Abriu a janela para que ela entrasse, acariciou suas penas e a deu um pedacinho de torrada. A letra delicada denunciava que era de Luna. Convidava-o para passar o dia em sua casa, contando que Chang chegaria no mesmo dia e iriam encontra-la num nobre pub bruxo. Nada de Hogsmeade dessa vez. Observou a assinatura com um pequeno desenho cintilante de Netuno e pensou na possibilidade.

Seria ótimo passar o dia com suas amigas, lhe trariam um pouco de distração e conforto. E era do que ele precisava. Sua curiosidade sobre a casa delas o deu mais ímpeto de ir até lá. Aparatou e deparou-se num jardim lindo e gigantesco, afastado da cidade. Uma bela casa coberta por ramos de flores trazia cor e alegria ao local. Fora até lá, ansioso. Nem precisou bater na porta.

–Sabia que você viria. Disse Luna com um sorriso satisfeito antes de abraçá-lo.

Uma mesa com café da manhã farto os esperava e Hermione ficou radiante ao ver o amigo.

–Harry! Como se sente?

–Eu não sei. Um pouco melhor, eu acho. Essa casa é realmente bonita!

Era um lugarzinho aconchegante, lotado de desenhos mágicos relacionados à astronomia. As plantas não cessavam nem mesmo dentro da casa. Um leve perfume de lavanda embalsamava todo o local e o vento soprava, fazendo as folhas das árvores do bosque balançarem levemente. Luna acariciava calorosamente a corujinha.

–Galileu é cego de nascença, mas é de longe a melhor coruja que existe.

–E como estão? Ansiosas pela chegada de Cho?

–Sim! Como ela vai chegar tarde, estará num pub em Charriot. A cantora favorita dela vai tocar lá. Vamos todas estar lá. Ron e Neville também vão. Vamos, Harry?

Ele não pôde negar. Seria uma chance de distrair-se. E imaginar a reação que Ron teria ao saber daquele poliamor que envolvia sua irmã o deliciava. Precisava ver isso de perto. E seria um bom passatempo para todos os momentos horríveis que vinha enfrentando. Ainda não conseguia controlar a imagem do ex que vinha constantemente perturbá-lo e fazia força para não tocar naqueles flocos. Quando despertou do transe, notou que Luna continuava falando:

–... E nós vamos de trem, dizem que o caminho até aquela vila é lindo! Agora que somos maiores podemos ir sem problemas. Dizem que lá todos os lugares são vivos, animados, cintilam! E suspirava de saudades da namorada.

–O que será que ela tem pra nos contar de novo dessa vez? Ela sempre volta das temporadas com histórias cada vez mais malucas! Foi a vez de Hermione interromper os devaneios da namorada. Ao perceber que o amigo permanecia alheio à conversa, perguntou:

–Você conhece May Jailer, Harry? É um fenômeno promissor na música bruxa. Tem voz macia, é envolvente, acho que você iria gostar.

O olhar curioso de Harry fez Hermione levitar o LP com a varinha e coloca-lo para tocar. –Essas engenhocas trouxas são realmente interessantes de se usar. Murmurou.

A música era lenta e a voz da bruxa inebriante. Envolvidas pela batida, as namoradas dançavam e riam, fazendo Harry acompanha-las no riso também. Seguia as batidas batendo levemente os dedos na coxa, esgueirando-se preguiçosamente na poltrona. Começou então a prestar atenção na letra, e ao mesmo tempo em que ela o deprimia, o animava. O deprimia, pois o fazia lembrar-se de Malfoy. O animava, pois se identificava com o que era dito. Na verdade, a música o despertou para um lado da situação que nunca havia visto.

Trying to learn about something important

You keep taking off space you’re annoying

But I love you so

Yeah you already know

They're trying to teach me about new ways of living

They're trying to teach me about ways of forgiving

But you make it hard

You’re such a bad, bad boy...

Era exatamente o que havia acontecido. Sua mente tentava abstrair-se de Draco, com ajuda de seus amigos, e como era irritante o espaço que ele tomava! Como sentia falta dele, como sentia... Mesmo com todos os seus defeitos, o amava e queria estar com ele.

I care about how this turns out

It’s just more than I

You didn’t think about anyone else

You didn’t think about any of us

When you left that place...

Nunca havia visto por esse ângulo. Seria Draco um egoísta por ter deixa-lo e nem ao menos pensar na situação e tentar perdoá-lo? Por não querer mais nada com ele? Valia mesmo toda a mágoa? E oras, por que considerava tanto o que a música dizia? Talvez pela cantora parecer entendê-lo melhor do que todos que estavam ao lado dele. Deixou-se transportar para um universo paralelo enquanto as palavras ecoavam em sua cabeça. Quando desviou o olhar do chão, pôde ver as duas amigas trocando um beijo cúmplice, cheio de amor e carinho. E não pôde evitar o sorriso. Era muito bom vê-las assim. Passaram todo o dia fazendo atividades das mais diversas juntos para manter a mente ocupada. Essa era uma das noites mais ansiadas pelas amigas, e Harry ficara extremamente curioso para ver como tudo isso terminaria. Seria um evento agradável afinal. E tentou não entristecer-se ao constatar que os flocos tiveram brilho novo durante toda a canção.

Draco acordou mais tarde do que gostaria. Tivera uma noite sem sonhos, porém o despertar fora difícil. Lembrou-se de tudo que as horas de sono apagaram. Encarava o teto sem ânimo para levantar. Quando então se levantou e olhou no espelho, sentiu-se horrível. Seu rosto tinha agora olheiras fundas e parecia ter envelhecido 10 anos naquele intervalo de poucos dias. Frustrado, decidira finalmente fazer algo contra tudo aquilo que tanto o chateava. Iria sair, tomar um porre talvez, mas não ficaria vagando por aquela casa sem nada que o divertisse ou o ocupasse. Aprumou-se com afinco extremo para compensar seu estado atual e desceu as escadas, sem muito ânimo para o café. E então, uma vontade estranha de ligar o rádio o atingiu. Fazia muito tempo que não ouvia música, apesar de ser algo que sempre gostou – sem nunca assumir, obviamente. Ignorando o fato de que estava sendo levado por seus instintos novamente – preferiu chamar aquele impulso de vontade – ligou o suntuoso aparelho feito em madeira nobre. Girava devagar os botões para achar sinal em alguma estação. Logo um anúncio em uma rádio bruxa sem muita audiência prendeu sua atenção:

–E teremos a presença inédita do mais novo fenômeno bruxo, May Jailer, irá tocar hoje no pub Black Kelpie! Ela promete chegar às 22h. O locutor dera risos sem graça antes de continuar:

–E vamos ouvir um de seus sucessos, aqui na rádio Golden Leprechaun!

Draco bufou. Como aquilo era patético. Mas pôs-se a ouvir a música, lembrando que o tal pub era extremamente famoso entre os bruxos da idade de seu pai quando era criança. Ficava em Charriot, se não se enganava. Até teria ido lá uma vez para ser exibido para os amigos de Lucius. Meneou a cabeça para afastar aquelas memórias e escutou o rádio atentamente:

You have a right,

To live your life,

Like no one else does,

Like no one else might.

If you have visions,

Come on and live them out.

All you need,

Is some peace, for while you are here.

Just let go,

Till you are home, dear.

Mmmm…

A voz da tal cantora era envolvente e de tirar o fôlego. Draco logo entendeu a razão de estar se tornando um fenômeno progressivamente. Mas nunca iria alcançar o sucesso se fosse divulgada por aquela rádio independente patética, pensou. A letra o dera mais ânimo e então já havia decidido para onde iria naquela noite. Era estranho como uma simples letra o pudesse definir tanto... E já estava pronto para esbravejar, desdenhar a moça e desistir de sair na próxima estrofe:

You have a choice,

To hear the noise,

Or hear the sweet sound,

Of your sweet voice.

I know i've heard it,

I heard it in my sleep…

Que merda ter que encarar aquela música descobrindo toda sua alma e seus sentimentos. Ela o fez lembrar-se do quanto sentia falta de dormir ao lado de Potter e ouvir a voz dele. Sentiu vontade de chutar o rádio. Queria se convencer que a vontade de desistir da noite se devia ao fato da cantora ser desafinada, à qualidade musical ser das piores... Mas não era nada disso. Desistiria devido à saudade de seu ex. Não sabia como lidar com aquele sentimento e já estava pronto para tornar o seu impulso de destruir o aparelho realidade quando outro trecho o fez acalmar-se.

This is life,

This tonight, peace in the quiet.

Happiness,

Is the sky...

Então se permitiu dar uma nova chance a seu plano. Só poderia libertar-se da saudade e mágoa que sentia tentando. Talvez pudesse realmente encontrar certa felicidade naquela noite, algo que com certeza fazia falta a ele. E evitou questionar-se sobre o fato de estar dialogando internamente com uma canção. Também se segurou para não tocar os flocos que tinham brilho renovado enquanto a ouvia. A última coisa que queria era lembrar-se de Potter.

O dia arrastou-se muito lentamente. A ansiedade já era tanta que Draco decidiu tomar o trem para chegar uma hora mais cedo. Não suportava mais as paredes daquela casa, as conversas com a mãe pareciam de nada adiantar e só desejava que o tempo passasse logo. O caminho para Charriot era muito mais bonito quando visto de noite. Tanto tempo visitando Hogsmeade e conseguiu esquecer-se de suas diversões mais nobres. Aquela vida esnobe já não o pertencia e a achava estúpida, mas certas coisas não eram esquecidas. Seu prazer era muito maior por estar ali do que nos pubs sujos de atmosfera animosa da vila ligada à sua antiga escola. Havia no mínimo 17 outras vilas, por que não as havia explorado antes? Talvez novos caminhos estivessem abertos uma vez que atingira a maioridade. Perguntou-se se obteria algum prazer naqueles velhos hábitos. Algo dizia a ele que sim. E sorriu, altivo e satisfeito.

O local brilhava em estabelecimentos suntuosos. O tal pub era bonito, exceto talvez pelo excesso de decorações relacionadas à Irlanda. Havia poucas pessoas ali, e uma delas chamou a atenção do loiro. Uma mulher elegante, cabelos lisos e negros descendo-lhe pelas costas. Algo dizia a ele que já a conhecia. Chegando mais perto, pôde constatar que estava certo:

–Chang?

Nunca havia reparado muito nela exceto pelo incidente da Brigada Inquisitorial. Sentiu-se estúpido ao lembrar-se daqueles tempos em que era um verdadeiro sem-caráter. E entenderia caso ela o empurrasse ou talvez socasse sua cara. Mas ela fora amigável.

–Malfoy? Um pouco desconfiada, sim, talvez com certo rancor. Mas amigável. E, observando-a em detalhes, estava muito bonita. Um novo brilho envolvia seu rosto. Com toda sua perspicácia, conseguiu evitar que o encontro se tornasse constrangedor:

–Faz muito tempo, tanta coisa aconteceu... Acho que você só deve lembrar-se de mim pelo que aconteceu no sexto ano.

Ela fez um olhar de estranheza.

–Sim, basicamente...

–Agora que tudo acabou e eu desisti das minhas ideologias, eu queria pedir desculpas. Podíamos começar tudo de novo, certo? Afinal, somos outras pessoas.

–Acho que sim. Riu-se. –Que faz aqui?

–May Jailer me agrada. E você?

–Voltei de mais uma temporada de quadribol. Virão me encontrar aqui. May Jailer é minha favorita, a propósito. Jamais imaginei que você saísse para se divertir, ainda mais sozinho. Sempre me pareceu tão sério.

Ela falava de um jeito quase enigmático, doce, porém sem baixar a guarda em nenhum momento. Desvendar aquelas expressões era difícil, mas interessante. Era uma companhia agradável.

–Sozinho dá para apreciar tudo melhor. Companhias muitas vezes me irritam. Você disse que virão te buscar... Sua família?

Chang era engenhosa. Sabia manter a conversa sem medo de se expor, mas escolhendo muito bem suas palavras. Deixava sempre uma ponta de mistério, um caminho que Draco gostou de traçar. Ela o encarava como igual, sem medo. Isso o instigava mais ainda. Apesar de sempre querer manter a superioridade, gostava de uma companhia que não tivesse medo de enfrenta-lo.

–Pode-se dizer que sim. É minha namorada... Na verdade, minhas namoradas. E abriu um sorriso meigo, nostálgico e hipnotizante. O interesse dele por ela se mostrava cada vez mais ávido.

–Deve ser atormentador. Com uma pessoa pra mim já foi extremamente difícil... Amaldiçoou-se por dentro. Por que tinha acabado de dizer isso? Repreendeu-se por não controlar seus instintos. Ninguém precisava saber do que havia acontecido com Potter. Mas já havia formulado o perfeito escape antes que ela continuasse a conversa.

–É maravilhoso. Acho que quando se sofre um trauma você tem a vontade de ter mais pessoas por perto... O que me deixa intrigada em saber como uma pessoa como você esteve em um relacionamento.

O olhar interrogativo de Draco a fez prosseguir:

–Você mesmo diz que não gosta de pessoas por perto. Me pergunto como conseguiu se conectar a alguém ao ponto de sacrificar a sua solidão. Você não é realmente do tipo que forma laços fácil, pelo que eu pude perceber.

Ele agora encarava fundo nos olhos dela, que retribuía sem vacilar. Que garota interessante era Cho. Tão desafiadora e misteriosa... E como era difícil ler suas emoções! Decidiu ceder um pouco para ver onde isso o levaria.

–Quando se consegue ler o interior das pessoas, se conectar é realmente bem mais difícil. Quebra de laços acontece o tempo todo, é natural pra mim. Dissera, impondo mais força no olhar. E então se encontrou capturado pelos olhos dela, que disse devagar:

–Mesmo? Pois eu posso muito bem ver que dessa vez foi diferente. Você não só não estava preparado, como sente... Falta. Oclumência. Também sou ótima nisso. Bom, seja quem for a pessoa, ela deve ter sido especial pra você.

Sorriram um para o outro. Draco odiou-se por ter seus sentimentos descobertos. Conseguiu esconder a informação crucial ao menos. Os conselhos de sua mãe o tornaram mais solto em situações sociais, e ele não tinha certeza se gostava disso. Pelo menos não com todas as pessoas. Aquela noite tinha se transformado em algo surpreendentemente agradável. Ambos pareceram colocar as armaduras um pouco de lado.

–Ansioso pela May? Perguntou o rapaz.

–Sim. Você realmente parece mudado. Está bem diferente... Constatou. Então ele percebeu que, depois daquele jogo de manipulação que ela havia vencido, conversas triviais poderiam ser deixadas pra lá.

–Eu não poderia continuar a ser aquela pessoa imatura e desprezível de antes. Digamos que agora só me importo com coisas realmente valiosas.

–Creio que é o que uma guerra faz, afinal.

–Eu ainda estou intrigado. Como consegue manter vários relacionamentos sem enlouquecer?

–Não são vários. É um só. E, ao contrário do que você está pensando, não me sufoca e nem me atrapalha. Estou lá porque quero e tenho minhas liberdades. É incrível perceber que tem várias pessoas ao seu lado lhe querendo bem em sintonia. Só não digo que você deveria tentar, seria difícil para os outros envolvidos. Gracejou.

Ora, Chang lhe lembrou muito de si mesmo em alguns momentos. Conseguia ser até mais interessante que seus próprios amigos. Não pôde evitar a risada. Como ela poderia ter exatamente o mesmo senso de humor que ele?

–Sim, e eu assumo. Eu até diria que pra você isso é possível por ser alguém agradável, se eu não tivesse a impressão de que você é tão difícil quanto eu.

–Podemos ter a confirmação pelos fatos. Eu consigo, você não. É bem simples.

Não poderia acreditar. Com certeza Chang seria um devaneio. O que Draco não sabia era que ela sofrera tanto quanto ele. E buscou numa postura defensiva, analítica e observadora a sua defesa. Era um dos caminhos mais óbvios, que ele havia tomado também. Mas ela, diferente dele, não se prendia a isso. Era alguém livre. Algo que ele sempre quis ser. Poderia aprender muito com ela, qualquer que fosse a convivência. Não podia negar que estava atraído. Encostou sua mão na dela, e ela não recuou. E então o momento esvaiu-se como fumaça quando ela avistou quem estava esperando.

Granger, Lovegood, Weasley, Longbottom, mais um Weasley... E Potter. Um suor frio inundou todo seu corpo e todos os sentimentos que buscou esquecer em sua saída voltaram com força total. O beijo que Chang dera em sua bochecha para despedir-se queimou como brasa. Automaticamente virou as costas para todas aquelas pessoas e para o olhar de susto do ex. Os outros se dividiam entre olhares calorosos para a corvinal e preocupação para Potter. Weasley era o único que destoava da situação, exibindo um olhar de profunda contradição para suas companhias e de desgosto para ele. Tentou desligar sua mente de tudo aquilo e arrancaria os próprios olhos antes de ceder à vontade de olhar para Harry. O outro não conseguia parar de encará-lo, mas não achava coragem para levantar e ir até ele. Ambos esperavam que a música de Jailer os consolasse daquele conflito. Como estavam enganados. Após subir ao palco, a primeira música fez ambos estremecerem silenciosamente.

Another day is over

Another day is done

Another night I'm waiting

Waiting for the sun

Hey there, what you doin'?

Would you like a little company?

Hey man, how you doin'?

Would you like to sit next to me?

Jailer era uma mulher discreta, com aura calma e melancólica. Tinha uma maldita capacidade de descobrir sentimentos e explorá-los, deixando quem os guardava completamente nu. Chegava a ser uma habilidade por vezes mais eficiente que oclumência. Harry sentia um aperto no peito ao ver o outro só e muita vontade de sentar-se perto dele. Como desejava que ainda estivessem juntos... Mas o receio o prendia exatamente onde estava. Só conseguia encarar a solidão que causara. E aceitar que isso nunca mudaria. Todos os progressos que tivera para amenizar a dor haviam sido destruídos. Sua noite havia sido arruinada. Era o fim de mais um dia.

 


Notas Finais


E então, o que acharam? Seguinte gente, duas coisas: não descrevi a May para que vocês pudessem imaginá-la como quisessem, portanto, me digam como vocês a imaginaram nos comentários, eu posso usar a descrição no próximo capítulo :). E quanto ao shipp Draco/Cho, vocês acham que poderia rolar alguma coisa a mais? (Drarry volta, não se preocupem). Deem suas sugestões e me ajudem! Vou agradecer muito :3. Até a próxima!


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