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História A Maldição Herdada - Seladas


Escrita por: SkyWhiteSoul

Notas do Autor


Obrigado por aqueles que estão acompanhando.
Aproveitem.

Capítulo 3 - Seladas


- Olá... – Disse a daiyoukai de cabelo prateado, enquanto um sorriso assassino surgia em seus lábios.

           Embora a jovem de cabelo curto já tivesse dito anteriormente que a youkai a mataria, ela, ainda assim, arfou em desespero quando a youkai sorriu maquiavelicamente. Encolheu-se mais ainda contra o tronco da árvore em que estava encostada. Sentiu novas lágrimas formarem-se sob olhos, escorrendo rosto abaixo.

- Ohh.... Então traidoras também choram, huh? – Falou a daiyoukai em tom frio. – Vamos acabar logo com isso, K....

           Kagome levantou-se de súbito, ficando de frente para a daiyoukai. De pronto, pôs o seu arco em direção a ela. Notando que sua flecha a poucos centímetros do rosto da youkai e sua presença entre as duas havia chamado a atenção da youkai, ela aproveitou a deixa para intervir.

- Não irão acabar com nada. – Os olhos de Kagome queimavam com uma fúria justiceira sobre a daiyoukai - Venha conosco para que possamos refazer o selo, ou...

- Quem é você? – Disse a daiyoukai enquanto deixava o rosto cair para seu ombro direito.

- Isso n...

- Kagome-sama! – Arfou Miroku.

-O qu.... – Exclamou ela quando notou um líquido escorrer pelo braço da daiyoukai e tomar força substancial em sua mão direita. Uma foice. A daiyoukai ergueu a foice e a mirou em Kagome.

-Hmmm... – A daiyoukai baixou a foice transversalmente em tamanha velocidade que Kagome teve dificuldade para desviar do golpe a tempo. Porém, não antes de acertar a flecha sobre o ombro esquerdo da daiyoukai, pois não podiam matá-la. – Kagome...

            A daiyoukai gemeu, mas pôs a mão na flecha e tentou arrancá-la manualmente. Logo após, começou a cantar a música.

“ Kagome.... Kagome...

Kago no naka no tori wa...[ O pássaro em uma gaiola]

Itsu Itsu deyaru [quando você vai me libertar? ]

Yoake no ban ni [na noite de madrugada]

Tsuru to kame ga subetta [ O grou e a tartaruga escorregaram e caem]

Ushiro no shoumen [ quem está atrás de você? ]

Daare?"

           Enquanto a daiyoukai cantava a música e retirava a flecha, Kagome só pôde sentir ódio por ter que ouvir a odiosa música que tanto brincaram com ela quando pequena. Ao terminar a música, Kagome sentiu uma malícia em sua voz, mas não pôde notar o que aquilo significava.

- Inuyasha... – Sussurrou ela, como se respondesse a ela. De certa forma, Inuyasha realmente estava atrás dela. Subitamente, a daiyoukai se moveu. Kagome reagiu, atirando uma flecha, mas a flecha acertou o vazio. Pois a daiyoukai já estava avançando para Inuyasha.

            Inuyasha impediu a foice com a Tessaiga, e assim a manteve enquanto Miroku liberava um selo. Jogou o selo no ar, e apontou dois dedos em direção a ele. Soltou o feitiço de expulsão e um círculo cheio de letras brilhou em direção a ela. A daiyoukai foi empurrada repentinamente por uma força sobrenatural, como se tivesse sido socada no estômago.

           Sua foice despedaçou-se, e ela voou em direção as árvores. Chocou-se em uma, fazendo-a perder o fôlego. Caiu no chão, que estava a poucos centímetros de si. Ao se levantar e cambalear em direção a eles novamente, ouviu um som.

- Osso Voador! – Gritou Sango, enquanto jogava seu bumerangue feito com ossos de youkai. Acertou novamente a daiyoukai em seu estômago.

           Sentiu seus olhos encherem-se de lágrimas pelo impacto da arma em seu estômago, mas impediu as lágrimas de dor de escorrerem rosto abaixo. Ela não iria chorar. Respirou fundo e tentou levantar-se da grama, contudo, Kagome avançou, rápida como um raio, para cima da daiyoukai, pulando em cima dela com arco e flecha apontadas.

            O joelho direito de Kagome caiu por cima do ombro esquerdo da daiyoukai, fazendo a mesma grunhir de dor. Em cima do tórax da daiyoukai, Kagome apontou a flecha para centímetros de seu nariz. A daiyoukai calou-se de imediato, sabendo que estava derrotada.

- Chame a garota, vamos refazer o selo antes que seja tarde demais. – Kagome disse, com seriedade.

- Tem certeza? – Protestou Miroku – Este selo pode custar mais de nossa energia do que poderíamos suportar.

- Sei que podemos fazê-lo.

           A garota surgiu poucos minutos depois, acanhada. Parecia ter vergonha em olhar no rosto da youkai. A mesma olhou em sua direção furiosamente, como se a culpasse. Ignorando a atitude estranha de ambas, Miroku liberou um feitiço para impedir a youkai de se mexer.

            Colocou 5 pedaços de papéis com feitiços escritos no chão ao redor dela, formando um círculo. Quando o círculo brilhou no chão abaixo dela, provando que o selo de prisão estava pronto, Kagome pôde finalmente sair de cima dela. A youkai lentamente se sentou.

- Então é assim que vai ser até o fim, não é mesmo? – Falou a youkai, enquanto Kagome e Miroku preparam o feitiço. Ela direciona o olhar para a garota tímida ao seu lado – Eu vou morrer aprisionada em você, irmãzinha. Enquanto você viverá a vida que sempre quis ter....

- Irmãzinha? – Repetiu Sango, com incredulidade na voz. Vira-se para a jovem de cabelo curto. – Ela é sua irmã? Você quer que nós aprisionemos sua irmã?

- N-não escutem o que ela diz. Ela está mentindo para que vocês fiquem do lado dela. – Gagueja a jovem.

- E então, partimos para as acusações sem crédito ou prova. – Disse a youkai, com voz maliciosa. – Agora você pretende me deserdar?

À medida que a conversa entre as duas segue, Kagome e Miroku param de tentar iniciar o feitiço. Todos, agora, concentram-se na conversa, pois, a partir do momento que a youkai era irmã da jovem, a história mudava totalmente. Embora as chances fossem pequenas, todos sabiam que não podia ser impossível.

- Minha irmã nunca tentaria matar – Falou a jovem, tentando justificar suas atitudes.

- Iria – Retrucou a youkai em defesa a si mesma – Se tivesse sido traída e abandonada pela irmã há mais de 3 anos atrás. Decidiu escutar mais a aqueles monges do que a m—

- Parem as duas com essa discussão inútil – Falou Inuyasha, com um tom mais alto que o normal. – Não chegaremos a lugar nenhum aqui.

- Exatamente – Continuou Kagome – Não podemos decidir quem é mais confiável. Está decidido. Não iremos selar ninguém, e também não iremos matar ninguém hoje. Teremos que ouvir a história de vocês calmamente, e de ambos os lados. Vocês irão passar esta noite na vila, e, amanhã, poderemos ouvir cada uma separadamente.

- Se ouvirmos duas histórias completamente diferentes, não importará quem tiver mentido, iremos matar as duas. – Falou Inuyasha. Kagome não pareceu satisfeita com essa decisão, mas precisava ser firme para que pudesse receber sinceridade de ambas.

          A jovem de cabelo curto arfou, seus olhos arregalaram-se e ela tentou dizer algo em sua defesa, mas gaguejou tanto que preferiu ficar quieta. Ao contrário de sua dita cuja irmã, a youkai apenas soltou um longo suspiro, que não era de alívio. Ambas permaneceram caladas enquanto Sango e Inuyasha puseram suas armas próximas ao pescoço de ambas.

           Miroku soltou o selo que impedia a youkai de fugir, mas Kagome e Inuyasha estavam com armas apontadas a ela. Assim, a mesma apenas levantou-se lentamente e seguiu com eles para a vila, acompanhada pela humana a poucos metros atrás, que estava sendo interceptada por Sango e Miroku.

           A youkai foi selada em uma cabana, enquanto a humana ficou na cabana de Kagome e Inuyasha, os quais tomariam conta para que ela não fugisse.

           Ambos, sacerdotisa e hanyou, pediram para que Miroku e Sango ficassem de olho na jovem, enquanto eles iam discutir sobre a atual situação. Miroku e Sango concordaram e pediram mais uns instantes a Rin. Quando se reúnem, estavam sob o céu estrelado, em cima de um pequeno morro, de onde podiam ver grande parte da vila.

           Inuyasha e Kagome estão sentados, em posição de lótus, bem próximos um do outro sob a grama verde. Do outro lado da fogueira, também sentada sob a grama e próxima a uma árvore, estava Kaede. Nos olhos da velha, era possível distinguir a preocupação que a abalava.

- Decidiram manterem-nas aqui na vila sem meu consentimento? – Retrucou Kaede após ambos explicarem a situação.

- Nos perdoe, Kaede. – Disse Kagome, enquanto se curvava diante dela. – Mas senti mais do que mentiras na voz da youkai, e acredito que a situação seja mais complicada do que prevíamos.

- Kagome – Respondeu Kaede – Entendo que queira ser justa diante a situação de ambas, mas espero que não vá muito a fundo nesta situação, sabe o que aconteceu com Onigumo quando sua irmã lhe mostrou bondade. Além disso, quero que saiba que, independente do que ocorrera, uma das duas terá que pagar pelos erros do passado.

- Então, está dizendo que, eu devo castigar uma das duas, mesmo que o erro não provenha de nenhuma delas? – Falou Kagome.

- O que eu quero dizer é.... – A velha pegou suavemente as mãos de Kagome com suas mãos enrugadas e sofridas pelo tempo, apertando-as em forma de preocupação – Tenha cuidado. Youkais tendem a não retribuir o que você lhes oferece. Sendo o maior exemplo, o seu marido.

           Inuyasha soltou um bufo de indignação, sentindo-se totalmente insultado. Mesmo depois de toda aquela confusão, parecia que a velha Kaede não iria esquecer o que estava escrito em seu passado. Inuyasha virou-se em direção ao morro, ficando totalmente de costas para a velha Kaede.

- Hmpf! – Bufou ele, em completa indignação – Saiba que fui eu quem ajudei a salvar a vila, velha Kaede!

- Está tudo bem, Kaede. Irei tomar cuidado. – Disse Kagome, enquanto soltava suas mãos para abraçar o corpo da velha sacerdotisa. – Pode confiar em mim.

- Ah.... Kagome.... – Sussurrou a velha, com voz doce. – Eu confio.

 

 

           Embora tivesse sido jogada e selada na cabana como um animal, nunca se sentira mais livre. O cheiro de poeira e sujeira junto ao ar frio que adentrava a cabana pela mínima janela fazia suas mãos tremerem de felicidade. Não havia mais o branco infinito ao seu redor, nem mesmo o silêncio mortal. Não tinha mais que ouvir o próprio desespero e o próprio choro para que pudesse se acalmar. Estava no mundo real novamente.

           Enquanto ouvia o som dos animais e youkais noturnos na floresta, cresceu sobre ela um medo que nunca tivera antes. Se ela dormisse, será que acabaria novamente naquele lugar? O terror de voltar alimentou-se de sua felicidade por estar lá, e começou a importunar a mente da pobre jovem youkai. Parecia-lhe que a própria mente fazia-a lembrar-se dos piores momentos até que somente o que ficasse seria o terror. Sua respiração torna-se mais tensa e rápida enquanto as batidas de seu coração tornam-se cada vez mais audíveis em sua cabeça até que....

           Rin abre a porta da cabana. A youkai gira o rosto em reflexo, ao mesmo tempo que tenta fechar novamente suas emoções, o que consegue com esmero. Rin parece surpresa com sua primeira reação, e, no mesmo instante, se retrai. Ao ver ela não reagir com nenhum movimento brusco, Rin arrasta com cuidado uma tigela de arroz para dentro da cabana.

- Sei que daiyoukais não precisam de comida humana... – Tentou dizer Rin, ao mesmo tempo que tentava desviar dos olhos dourados da daiyoukai. – Mas é que...

           Rin não completa a frase, e fecha a porta da cabana. A daiyoukai olha a porta como se tivesse tentando desvendar o que ela queria dizer. Em seguida, desce o olhar para a tigela de madeira cheia de arroz.

 

 


Notas Finais


A intenção era de que a daiyoukai vencesse a luta, mas, quando juntou os quatro, a personalidade deles não me deixou brecha para que ela pudesse ter a mínima chance.
Até a próxima.


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