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História A Megera e o Indomado - Em família


Escrita por: Cereijinha-

Notas do Autor


Penúltimo capítulo, o próximo será o último e depois teremos um epílogo.

Capítulo 26 - Em família


Fanfic / Fanfiction A Megera e o Indomado - Em família

S A K U R A

Acordar na cama de Sasuke Uchiha não era meu objetivo de vida. E ironicamente depois de tudo que passamos, este é meu destino final.

Vida cruel, mas que sabe agir da forma certa. Eu deveria estar chorando, mas só quero rir. Não me lembro de me sentir tão bem assim antes.

A Sakura de antes não imaginava que poderia gostar tanto de acordar com alguém a abraçando.

— Que horas são? — forcei minha voz a sair, me sentindo perdida no tempo.

A noite de ontem foi uma loucura total. Sasuke me arrastou direto para sua casa quando acabou a festa de Ino. Nós mal conseguimos chegar inteiros no seu quarto, e espero que o interior da casa não tenha câmeras, porque a escada foi vítima de obscenidades.

Eu nunca fui chupada em cima de um degrau antes e deve ser por isso que minha bunda está dolorida.

— Não sei e não quero saber.

Tateei as mãos pelo cabeceira encontrando um celular provavelmente de Sasuke, e apertei os olhos tentando não morrer com aquela claridade.

— Puta merda.

Eram exatamente quase meio dia. 

— Tarde, muito tarde. — tentei me soltar do seu agarre.

— Não importa, podemos ficar mais tempo aqui, eu não quero ver minha família mesmo.

A família dele estava lá embaixo, senti vergonha mesmo não sendo uma pessoa que sente esse tipo de coisa.

— Eu estou com fome. — resmunguei sentindo minha barriga roncar. — Não pode me manter presa no seu cativeiro sem comida.

O baby Uchiha se virou para me encarar, e eu me esforcei para não parecer uma idiota encarando demais. Ele parecia muito bem, ao contrário de mim que me sentia atropelada.

Ontem foi uma noite e tanto. Começando com as nossas confissões, e acho que depois de tudo estamos bem agora é oficialmente namorando.

Posso lidar com isso, não deve ser tão difícil namorar um babaca.

Sasuke suspirou e se levantou indo para o banheiro.

Olhei para minha fantasia aos trapos no chão. Eu não poderia vestir aquilo, acho que está até rasgada.

Olhava com desânimo para o vestido agora em minhas mãos, quando Sasuke apareceu me entregando a camisa havaiana do meu pai, juntamente com um cinto.

Aquilo ficaria um vestido em mim e pelo sorriso maldoso do Uchiha, sabia o que ele estava pensando.

— Aqui se faz, aqui se paga.

— Você é um infeliz de coração ruim. — resmunguei.

— Lei do retorno megera.

Bufei entrando no banheiro para me trocar e tentar arrumar a bagunça que me encontrava.

A camisa do meu pai ficou um vestido horroroso e o cinto fazia-me sentir um saco. Eu estava horrível e o com o pescoço cheio de chupões mostrar.

— Parece que fui atacada por um chupa cabra. — reclamei voltando para o quarto.

— Quer ver minhas costas? Acho que uma pantera me atacou. — Sasuke retrucou com descaso e eu bufei.

Ele estava totalmente vestido agora, 

— Minha bunda está dolorida.

— Não me lembro de ter colocado nada aí.

Peguei um travesseiro e joguei na sua cara, antes de sair do quarto batendo os pés sentindo sua presença atrás de mim.

— Para o que devo me preparar?

— A minha mãe teve a ideia de vir almoçar com a gente 2 vezes por semana, trazendo meu irmão junto, é claro.

— Isso é estranho?

— É insuportável.

— Seus pais pelo visto se entendem.

— Mikoto só é inconveniente e meu pai não tem outra alternativa a não ser suportá-la, mas ele nunca fica em casa nos almoços, apenas Itachi e eu.

Mesmo Fugaku sendo um grosso idiota, imagino o quanto seja estranho almoçar com a ex mulher, que o traiu.

Desci a escada da vergonha ouvindo vozes no andar debaixo.

Mikoto foi a primeira pessoa que encontramos, ela estava na cozinha dando ordens para uma cozinheira. E assim que nos viu a mulher ficou surpresa.

— Filho. — ela sorriu e depois olhou para mim. — Você é a garota do jogo e amiga do Sasuke na infância.

— Acho que você está enganada sobre eu ser amiga dele.

— Lembro de ser chamada na escola várias vezes pelas brigas com uma menina, se isso não é amizade, o que é?

Ódio?

A deixei me abraçar, forçando um sorriso. Ela estava animada e mesmo eu não indo muito com a cara da mulher, não queria estragar aquele momento.

Sasuke a encarava com seriedade e não moveu um músculo quando ela foi abraçá-lo. Não o julgo, ela ferrou com a cabeça do coitado quando era criança. Imagina a dor que seria ver sua mãe com outro homem.

Eu não consigo imaginar passar por uma situação parecida.

— Como você está querido?

— Melhor se você não estivesse aqui. — foi curto e direto.

A mulher soltou um riso sem graça e constrangido.

— A comida está quase pronta, podem ir para o jardim, Itachi já está lá.

Fizemos o que ela pediu e fomos para o jardim. Tinha uma mesa de madeira grande onde Itachi já estava lá, mexendo no celular.

Assim que notou nossa presença, ele nos olhos parecendo surpreso e depois constrangido.

— Belo vestido. — comentou para mim.

Eu estava horrorosa e sabia que ele estava zombando.

— Não gosto de você, então não me elogie. — avisei puxando uma cadeira para me sentar à sua frente.

— Tudo bem. — ergueu as mãos para cima e olhou para Sasuke. — Olá irmão.

— Também não gosto de você, não ouse falar comigo se não quiser ficar sem um nariz.

Sasuke deve estar realmente o odiando depois que Itachi contou sobre a banda para Fugaku.

— O que eu fiz de errado? 

— Ainda pergunta? Melhor ficar calado. — retruquei o vendo assentir e voltar sua atenção para o celular como um cachorro maltratado.

— Sabe se o nosso pai virá hoje? — ele ainda ousou perguntar para Sasuke.

O Baby Uchiha deu de ombros roubando uma uva na mesa.

— Não estará perdendo nada.

Percebi que Itachi ficou chateado. Parece que o que ele disse na festa era verdade, só queria um pouco de atenção do pai e acabava sentindo ciúmes de Sasuke por ainda ter as migalhas de Fugaku.

Família complicada. Nunca agradeci por ter um pai e uma mãe, e não precisar dividi-los com ninguém.

Ficamos em um silêncio irritante, até Mikoto aparecer trazendo as comidas com a ajuda da empregada. Ela estava empolgada enquanto ditava as ordens de onde deveria ser colocado tudo.

— Onde está seu pai? — ela perguntou para Sasuke quando tudo estava pronto.

Espero que ele não demore para aparecer porque eu estou morrendo de fome e observar toda essa comida não ajudava.

Quando o baby Uchiha iria dar uma resposta mal-humorada, alguém fez antes.

— Estou aqui.

O rabugento do Fugaku apareceu puxando uma cadeira na ponta da mesa para se sentar, não dando moral para ninguém.

Pelo olhar de todos era uma surpresa ele está aqui hoje.

Mikoto sorriu aliviada e até os olhos de Itachi se iluminaram. 

— Bom já que estamos todos aqui…você não pode comer antes da oração. — ela brigou com Sasuke que roubava mais uma uva.

Ops. Parece que temos a versão de Mebuki aqui também.

— Itachi ore pelo nosso alimento.

— Por que eu? — ele coçou a cabeça parecendo estar envergonhado.

— Porque não vamos pedir isso para a visita, e não daremos esse papel ao seu irmão e acabar com nosso almoço. — ela lançou um olhar sutil e duro para o filho mais velho que fechou os olhos e começou a orar.

— Senhor obrigado pelo alimento…

Observando tudo aquilo, até parecia uma família normal. Não queria sorrir, mas era engraçada toda aquela situação porque acabava me lembrando da minha família.

— Podem atacar. — Mikoto avisou quando a oração terminou e nós realmente atacamos.

A comida estava uma delícia e eu sabia que não havia sido ela que havia feito, mas o cuidado dela em organizar tudo já valia a pena. A mulher realmente parecia estar se esforçando para juntar sua família, mesmo que ela tenha a separado.

Talvez seja remorso.

— A quanto tempo vocês estão juntos? — Mikoto perguntou para nós.

— Desde ontem.

Ela parecia empolgada com a ideia, e olhava fixamente para meu pescoço todo marcado. Joguei os cabelos para frente tentando disfarçar o constrangimento.

— Falei que não queria você com essa garota Sasuke. — Fugaku apontou pra mim com descaso.

— Isso não cabe a você decidir, a vida é minha e a namorada também. — Sasuke retrucou sem se importar.

— Fugaku você não pode falar isso na frente da garota que seu filho está namorando. Deveria apoiar o primeiro relacionamento dele.

— Que relacionamento? Esses dois vivem causando problemas por aí. Por acaso esqueceu de todas a ida à diretoria?

— Eles não são mais crianças, sabem o que estão fazendo.

— Eles não têm idade para namorar, não sabem nem limpar a bunda direito.

Idade? Ele está falando sério? Temos 18 anos caramba.

— Eu sei limpar a minha bunda muito bem. — entrei no meio da discussão da minha vida.

Odiava ser falada da terceira pessoa.

— Me desculpe querida, Fugaku é rabugento assim mesmo. — Mikoto se desculpou.

— Se eu sou rabugento, o que você faz na porra da minha casa? Já não basta tudo o que fez para destruir essa família? — o homem estava amargurado agora.

Houve um momento de silêncio e Mikoto parecia triste agora.

Minha boca estava cheia de comida enquanto observava tudo e acho que é agora que o clima bom vai embora.

Sasuke apenas observava tudo em silêncio e eu preferia que ele ficasse calado mesmo para não piorar a situação.

— Não fale assim com ela. — Itachi interviu.

— Fique na sua garoto.

— Ficar na minha? É isso que você fala ao me ver? Nem ao menos a porcaria de um bom dia você me deu. Por acaso tem uma pedra aí dentro?

Fugaku encarou o filho mais velho e soltou um suspiro parecendo estar arrependido de suas palavras.

— Como você está filho?

— Acho que já deu por hoje. — Itachi apenas se levantou e saiu.

Ele estava realmente chateado.

Continuei observando aquela situação e finalmente resolvi intervir.

— Vocês são umas porcarias de pais. 

O ex casal me olhou com indignação e vergonha.

— Concordo. — Sasuke me apoiou.

— Você não sabe… — Mikoto começou a falar e eu a cortei.

— Quer saber como resolver essa situação? 

— Não quero conselhos de uma pirralha. — o rabugento do Fugaku se intrometeu.

— Caguei pra sua opinião. O que vocês devem fazer é...Você — apontei para Mikoto. — passe um tempo com Sasuke...E você — apontei para Fugaku — passe um tempo com Itachi e assim a metade dos problemas de vocês serão resolvidos.

Eles ficaram em silêncio e eu voltei para minha comida, sentindo a mão do baby Uchiha em minha perna, como se tivesse concordado com minhas palavras.

Mikoto me olhou com carinho agora.

— Obrigada por estar aqui hoje, Sakura, e por dar uma chance ao meu filho. 

— Seu filho é um idiota, mas consigo lidar com ele. — retruquei a fazendo rir.

Olhei para Sasuke e ele não parecia irritado, até mesmo me lançou um olhar agradecido. Fugaku apenas ignorava tudo e Itachi voltou minutos depois, juntamente com porco-espinho que resolveu se juntar a nós com toda sua fofura.

O resto do almoço foi finalmente tranquilo e na paz, sem brigas ou provocações.

Aquela família precisava apenas de um terapeuta.

— Você não vai levar a megera. — Sasuke reclamou quando estávamos saindo do almoço e eu tentava levar seu porco-espinho.

A megera havia se identificado comigo e acho que nos tornamos boas amigas.

— Deixa eu passar só uma semana com ela?

— Não, se levá-la não irá mais devolver.

— Eu juro que devolvo. — menti.

Não iria devolver mesmo.

— Seu juramento não é de nada.

— Ingrato. — resmunguei tentando esconder a megera dentro da minha roupa.

— Larga o porco-espinho Sakura. — ele me olhou por cima do ombro, como se soubesse dos meus crimes.

Que cara mal.

Resmunguei me despedindo dela, e a soltei no jardim a vendo correr para sua casa. Ela tinha uma enorme casa aqui e isso me dava vontade de voltar para esse lugar mais vezes.

Apenas para visitá-la é claro.

Sasuke e eu agora estávamos em um impasse. Ele esperava pacientemente minha decisão enquanto eu tentava não xingá-lo, encarando a máquina mortífera na minha frente.

— Não vou subir nessa coisa. — anunciei apontando para a moto à minha frente.

— Você sempre sobe. 

— O fato de sempre subir não significa que eu queira.

— É só fechar os olhos que nem verá nada.

— Vamos a pé.

Ele me olhou como se eu fosse louca e quisesse me estrangular por isso.

— Vamos na moto.

— Pode ser até um ônibus. — sugeri.

Aquela ideia não era nada mal. Era econômico andar de ônibus.

— Preciso chegar no ensaio hoje, não amanhã.

— Como quer ser meu namorado se nunca concorda com o que digo? — retruquei começando a me irritar.

— Falou a dona da razão.

— Algumas coisas nunca mudam. — Itachi passou por nós indo em direção ao seu carro.

Ele estava zombando, mas não foi isso que me fez encarar em sua direção.

— Nem pense em pedir carona para ele. — Sasuke leu meus pensamentos.

— Tem ciúmes do seu irmão?

— Você nem gosta dele.

— Não gosto dele, mas gosto do carro.

— Você não gosta da moto, mas gosta de mim. — retrucou audacioso.

Exibido.

— Quem disse que gosto de você? — resmunguei.

Essa seria minha frase constante, enquanto eu não engolia meu orgulho. Não seríamos aquele casal meloso que dizia eu te amo ou coisas fofas a cada duas palavras. Sasuke e eu seríamos o casal que não precisava de muitas palavras para saber o que o outro estava pensando ou sentindo, seríamos o casal que mesmo discordando de tudo por pura birra, estaríamos lá um para o outro em tudo que precisássemos, seríamos o casal que defenderia um ao outro com unhas e dentes e ninguém ousaria se meter com a gente ou no nosso relacionamento, porque era assim que éramos desde sempre.

Cinco minutos se passaram de discussão sobre eu gostar ou não de Sasuke e acabei perdendo porque ele jogou algumas coisas na minha cara e meu orgulho foi pro chão.

No final eu acabei subindo na porcaria da moto.

— Agora sim parecem um casal. — Karin comemorou quando chegamos ao ensaio da banda. 

Fazia um tempo que eu não os via e já estava com saudades daquelas pessoas. Eles tinham uma energia contagiante e era fácil se tornar amiga de todos.

— Não desapareça assim de novo. — a ruiva reclamou quando a abracei.

— Você vai enjoar de ver a minha cara agora.

— Já que está aqui aproveita para cantar com a gente.

Olhei para o palco improvisado, e ela me arrastou até ele. Os garotos me cumprimentaram e me deram a oportunidade de cantar com eles.

Eu só queria me perder naquele momento para sempre, porque a felicidade e leveza que sentia não tinha comparação.

Sinto que uma carga enorme é rabugenta saiu das minhas costas durante todos esses dias que passaram. A Sakura que não fazia amizade com garotas agora tinha uma quase melhor amiga, a Sakura que tinha certos traumas de cantar em público agora estava 100% a Sakura que tinha medo de se apaixonar, estava completamente apaixonada e ferrada. A Sakura que se importava apenas com o seu umbigo, queria ajudar o próximo agora.

A Sakura que antes odiava, hoje sabia amar.

Eu fechei às portas do meu coração para o amor e Sasuke simplesmente a arrombou sem ser convidado, mas poderia ficar porque eu deixaria e tinha espaço suficiente para ele aqui.





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