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História A Megera e o Indomado - Banda


Escrita por: Cereijinha-

Notas do Autor


Boa tarde gente.

Capítulo 7 - Banda


Fanfic / Fanfiction A Megera e o Indomado - Banda


S A K U R A

Domingo a tarde Sasuke me levou para mais um ensaio da banda depois de muita insistência da minha parte, ele ainda estava com raiva pela noite passada.

Aquele lugar estava se tornando um dos meus favoritos, e as pessoas também, mesmo os conhecendo em tão pouco tempo. Era incrível como eu tinha mais paz dentro de um balcão abandonado do que na minha própria casa.

— Qual o nome da banda de vocês? — perguntei durante os minutos de intervalo.

Karin estava sentada no palco com as pernas balançando e Suigetsu deitado em seu colo, Juugo treinava algumas notas na sua guitarra e Sasuke estava sentado em um canto observando tudo em silêncio.

— Taka. — Suigetsu respondeu girando suas baquetas nos dedos.

— Por que Taka? — franzi o cenho, confusa.

Eles deram de ombros não sabendo explicar, e Karin resmungou algo sobre o nome ser curto e fácil de ser gritado pelos fãs.

Quis perguntar quais fãs, porque eles viviam escondidos aqui e tocavam apenas em um bar na cidade vizinha.

— Sakura vamos apresentar no bar hoje, você vai né? — a ruiva me olhou animada. — Tem que ver o quanto somos bons ao vivo, as pessoas curtem nosso som.

Estava curiosa para saber como era esse bar.

— Você vai me levar dragãozinho? — olhei para Sasuke, rindo da sua expressão tediosa.

— Não. — foi curto e direto.

— Claro que vai.

Ele não retrucou porque quem davam as ordens ali era eu. Sasuke sabia a hora de ficar calado em uma discussão, na verdade, eu odiava quando ele me ignorava e me deixava falando sozinha.

— Qual é o lance de vocês? Isso é um namoro ou o que? — Suigetsu perguntou confuso apontando de mim para o Uchiha. — Vocês não são nada românticos.

Me senti ofendida por um momento porque me esforçava muito para ser romântica e era uma pessoa amável.

— Pergunte ao Chihuahua, a loucura é toda dela. — Sasuke alfinetou não parecendo interessado em me olhar.

— Nosso romance não parece atrativo o suficiente para vocês?

— Só vejo vocês se alfinetando, nunca vi um gesto de carinho.

— Somos um casal discreto, não é meu dragãozinho? — alfinetei a fera.

— Vá se ferrar. — Sasuke bufou.

— Vá você. — retruquei e seus amigos riram, nos chamando de doidos

É claro que estávamos fazendo tudo errado. Qualquer um que olhasse perceberia que não éramos um casal, precisávamos treinar muito para chegarmos em uma sintonia melosa e patética. O que eu achava impossível por sinal.

— Eu acho que eles combinam. — Karin comentou e Suigetsu continuou a dizer que era estranho.

Sasuke e eu combinamos perfeitamente, cada um o mais longe possível do outro. Essas eram as palavras dos nossos queridos professores, desde que me entendo por gente eles sempre nos colocavam sentados um ao norte e outro ao sul para evitar uma guerra civil. Geralmente eu me sentava na frente e Sasuke no fundão, mas com tempo crescemos e as brigas diminuíram, um pouco, e hoje conseguimos ficar perto um do outro sem nos matarmos.

Os amigos de Sasuke começaram um assunto aleatório e eu me aproximei do Baby Uchiha, sentando-me ao seu lado. Por mais que gostasse de irrita-lo, no momento minha curiosidade era maior que qualquer provocação.

— Vim na paz. — fiz um sinal de paz com os dedos quando ele me olhou pelo canto do olho.

Sasuke sabia que eu estava longe de mostrar paz a alguém, e ele era da mesma forma, por isso me entendia em alguns aspectos. Eu o conhecia mais do que deveria, porque depois de tantos anos de brigas você precisa conhecer seu oponente, ou estará lhe dando uma chance para lhe vencer.

Estávamos disputando alguma coisa que não existia, mas sempre sentíamos a necessidade de humilhar o outro e sair por cima. Era um jogo apenas nosso e se alguém se intrometesse se ferrava.

— Você não cansa de me irritar?

— Não. — dei de ombros. — Qual o problema com sua mãe? Não que seja da minha conta, só estou curiosa pela forma que ela veio me abordar querendo saber de você.

— Talvez porque ela não me conheça e não queira conhecer. — Sasuke respondeu simplesmente para minha surpresa.

— Ela disse que vocês não têm uma boa relação, mas com Itachi percebi que ela não tem esse problema. — comentei pensativa, tentando desvendar o mistério da família Uchiha.

— Eu não moro com ela.

— Como assim não mora com ela? — franzi o cenho, confusa e surpresa.

Essa fofoca eu não sabia, minha mãe não estava fazendo seu trabalho direito com as irmãs da igreja.

— Meus pais são separados desde os meus 10 anos, moro com meu pai e Itachi com Mikoto. — o Uchiha explicou.

Agora muitas coisas faziam sentido, principalmente o fato de Mikoto não conhecer direito o filho. Será que é por isso que Sasuke tem tanta raiva do irmão? Seria ciúme porque Itachi tinha uma relação mais próxima com a mãe? São personalidades e criações diferentes aqui.

— Por que ninguém nunca comentou sobre isso? Minha mãe sabe das fofocas da cidade inteira.

— Meus pais são discretos.

— Qual o motivo da separação? — minha curiosidade estava só aumentando.

Eram raros os momentos que Sasuke conversava comigo como uma pessoa civilizada, isso acontecia quando ele tomava seus calmantes. Na verdade, percebi há muito tempo que o Uchiha sofria de alguma transtorno de bipolaridade e espero que ele esteja se tratando.

— Por que quer tanto saber da minha vida? — ele estava zangado agora, e percebi que a TPM voltava a atacar.

— Sou curiosa.

— É melhor mandar essa curiosidade pro inferno que o parta então.

— Está aí um motivo que ninguém te suporta. É um Grosso, estúpido, tô nem aí pra você também. — grunhi afastando-me daquele idiota e o babaca nem deu moral.

Ignorante de merda.

(...)

Dona Mebuki sempre ia à Igreja aos domingos a noite, e não foi difícil sair de casa escondida para ir assistir à apresentação da banda de Sasuke em outra cidade.

Meu pai já havia arrumado meu carro, o que facilitava minha vida. Pensei em chamar Sai para ir comigo, mas ele ainda não sabia sobre a banda e por enquanto era melhor manter esse segredo apenas comigo.

Ou talvez Sai apenas esteja guardando para si essa informação, não sei exatamente o que ele descobriu ao bisbilhotar o celular de Sasuke, ele estava sendo discreto e me escondendo algumas informações.

Aquele pilantra falso, pensei que amigos não escondiam nada um do outro, ainda mais segredos de seus inimigos.

Foi 1 hora e meia dirigindo até a cidade vizinha, e encontrar o endereço que Karin havia me dado foi fácil. Suna era conhecida por suas montanhas e dunas de areias. Particularmente era um lugar quente e seco que não me agradava de nenhum modo.

Estacionei o carro em frente ao bar do Orochi como estava escrito no papel, e apenas em observar a fachada já havia me interessado pelo local.

O bar era grande e com um visual de velho oeste. Entrei naquele local como se estivesse encontrando meu brinquedo preferido. Mesas rústicas, sinucas e um palco grande foram o que meus olhos viram primeiro.

Caminhei em direção ao enorme balcão de bebidas encontrando um homem bastante peculiar enfileirando algumas garrafas.

— Você não é de Suna é? — ele perguntou assim que me avistou meio perdida.

— Sakura de Konoha. — respondi rápido demais, ainda olhando tudo admirada.

Parecia uma criança boba.

— Então você é amiga dos caras da banda? Eles falaram que viria uma garota de cabelos cor de rosa com apelido de Chihuahua. — o homem sussurrou a última parte.

Sasuke não se cansava de me humilhar por aí.

— Chihuahua é a bunda do Sasuke. — bufei o vendo rir.

— Foi exatamente o que ele disse que você falaria. — o homem respondeu surpreso. — Você é dona daquela bunda?

— Digamos que eu mando nele. — dei de ombros sorrindo orgulhosa, vendo um brilho de felicidade passar pelos olhos do homem.

— Sou Orochimaru dono do bar. Sinta-se em casa Dona da bunda do Sasuke, você já tem o meu respeito.

Sorri me sentando em um dos banquinhos em frente ao balcão. Orochimaru me serviu o cardápio de bebidas e eu pedi um drink de abacaxi, ansiosa.

— Qual é a desse lugar?

— Você está no melhor bar de Suna, fundando a uns 100 anos, é um espetáculo. — o homem se gabou.

Observei seus cabelos lisos e longos, tendo uma invejinha, ele usava maquiagem e tinha várias tatuagens pelo corpo, uma em particular chamou minha atenção. Havia uma cobra enrolada em todo seu braço morrendo ao pescoço. Era linda e sinistra.

— Isso é um exagero.

— Talvez um pouco menos, mas muita história boa aconteceu aqui e eu presenciei todas, depois te conto algumas.

— Iria adorar.

Observei o bar que antes vazio agora enchia rapidamente. Era impressionante o número de adolescentes da minha idade, e em como eles não se importavam em serem pegos bebendo álcool.

Não vi nenhum sinal de Sasuke ou de seus amigos, mas minutos depois o pessoal estava gritando para que eles aparecessem.

Quando a banda subiu ao palco agitou todo o local, as pessoas ali ao menos pareciam dar valor a eles.

— Esses garotos são fogo. — Orochimaru comentou indo servir outras pessoas.

Concordei com ele brincando com minha bebida. Não era de beber muito porque perdia o controle de mim mesma, sempre bebia quando Sai estava sóbrio para aturar minhas merdas e cuidar de mim.

Mas quando as primeiras músicas começaram a tocar no ambiente e eu estava animada demais e não me importei em beber uns drinks além da conta.

Bebi, gritei e cantei junto com eles. Todos a minha volta estavam tão animados quanto eu, e estar em um lugar onde as pessoas tinham bom gosto era ótimo.

Algumas garotas se reuniram perto do palco gritando o nome deles. E não é que o baby Uchiha era famoso aqui? Na verdade, Sasuke parecia outra pessoa, suas expressões eram mais leves, sem tanto rancor.

Parece que tocar o tira da sua TPM constante, talvez seja uma terapia para ele, por isso Sasuke o mantém em segredo.

Eles tocaram durante uma hora e meia inteirinha, e depois deram espaço para uma garota cantar com um violão uma música mais calma.

— Já conhece Orochimaru? — Karin perguntou se sentando para beber ao meu lado. — ele é o melhor patrão de todos.

O homem estava ocupado servindo bebidas, mas ouviu e ergueu o polegar para a ruiva. Karin estava suada e elétrica, ela era muito boa no microfone e deveria estar rouca agora.

— Curti o cara. — confessei, virando mais um drink na boca. — Isso tá uma delícia. Amei esse lugar, eles nem pedem a nossa identidade.

— Suna é a cidade da perdição, gata, você é livre pra fazer o que quiser. — a ruiva ergueu um copo, brindando comigo.

Enquanto bebíamos ela me contava sobre seu trabalho aqui no bar, e como conciliava com a banda. Orochimaru os deixava tocar de graça, eles faziam isso para atrair mais cliente-la para o lugar, mas ganhavam uma gorjeta ao fim da noite, apesar de não ser esse o objetivo porque eles só queriam se divertir.

Karin confessou que o homem só lhes dava aquele privilégio por causa da sua tara pelo baby Uchiha.

Eu estava rindo e caindo da cadeira completamente bêbada quando Sasuke se aproximou para se sentar ao meu lado. Talvez a quantidade de álcool tenha afetado meu cérebro, mas por um momento achei aquele filho da puta lindo pra caralho.

Se esse babaca fosse feio ajudaria muito minha mente insana.

— Você não tem limites? — ele já chegou enchendo meu saco.

— Não vem encher meu saco, isso aqui é ótimo e tem gosto de abacaxi. — peguei mais um drink e antes que pudesse apreciar seu gosto, ele foi arrancado das minhas mãos.

Observei chateada aquele filho da puta entregar minha bebida para Suigetsu que apareceu para se sentar ao seu lado.

— Essas bebidas de mulherzinha não são meu forte. — o peguete da Karin entregou a minha bebida para Juugo, e ela foi passando de mão e mão até chegar em uma garota que aceitou feliz da vida.

— Odeio você, pode me pagar outra bebida agora seu estúpido. — matei Sasuke com o olhar.

— Já não está bêbada o suficiente? — o baby Uchiha reclamou.

Passei a língua nos lábios secos, desejando fazer birra igual uma criança que havia perdido o doce.

— Eu não estou bêbada, estou feliz seu imbecil, não me atrapalha. Não sabia que você era um estraga prazeres.

— Eu não me importo com o quanto você bebe megera, pode tomar todas as bebidas desse bar se me responder como vai embora bêbada. — ironizou tentando dar um de espertinho.

Odiava seus argumentos que batiam sempre com os meus e queriam ser melhores.

— Dirigindo bobão. — passei a mão por sua jaqueta de couro e seu olhar duro acompanhou meu toque em sua pele. — Você tá bonitinho hoje baby Uchiha. O que aconteceu? Fez uma plástica?

— Não adianta me bajular, você não bebe mais nada. — retrucou, mas me deixou continuar o tocando.

Até que ficar correndo atrás de um bola com um taco o faz ter um corpo bacana. Como eu nunca reparei nesse babaca antes?

— Virou meu pai agora? — deslizei a mão pela sua barriga buscando algum quesito de cócegas, mas a expressão do babaca continuava fechada.

Às vezes pareciam até que ele não era humano.

— Por mais que eu te deteste, odiaria ver você batendo em um poste, ou indo parar na delegacia por dirigir alcoolizada, podem colocar a culpa em mim e eu não tô afim de cobrir suas merdas. — explicou calmamente como se estivesse conversando com uma criança, deixando um tapinha na minha cabeça.

— Eu sou uma ótima motorista. — reclamei sentindo-me ofendida.

— Talvez sóbria dá pra enganar alguém. — Sasuke se levantou afastando minhas mãos do seu corpo, fiquei chateada. — Vamos embora! eu dirijo, mas depois vai me pagar, não faço caridade.

— Mas eu não quero ir agora. — bati o pé, emburrada.

O Uchiha apenas apontou para o relógio em forma de navio na parede. Não consegui ler as horas porque estava zonza de mais.

— São quase meia-noite, eu não quero ter que ficar aqui a noite toda ouvindo suas lamúrias e a vendo se embriagar ainda mais. Então seja boazinha, levante a bunda dessa cadeira e pare de me irritar.

— Eu não preciso de você babaca. — bufei inconformada.

— Você não está em condições de dar nenhuma opinião aqui.

— E sua moto de gangue?

— Juugo leva para mim amanhã.

— Por que está sendo bonzinho comigo?

— Vou te jogar na primeira vala que encontrar, não se preocupe.

Gargalhei junto com Karin que assistia toda a cena de camarote.

— Vocês são ridículos, chega a ser engraçado, até parece que estão falando sério. — a ruiva murmurou.

Por que ela acha que é brincadeira?

— Avisa o baby Uchiha que eu mando nessa merda e passa outro drink pra cá agora. — gritei para Orochimaru e ele negou com a cabeça rindo da minha situação deplorável.

— Baby Uchiha, depois dessa eu me jogava de uma ponte. — dessa vez foi Sugetsu que riu recebendo um olhar feio de Sasuke.

— Para de encher meu saco e levanta a bunda dessa cadeira logo Sakura.

— Me leva. — ergui as mãos pedindo colo fazendo uma expressão infantil.

A bebida me deixava carente e molenga, por isso evitava beber muito, para não passar vergonha, mas hoje foi tão divertido que não me importei.

Observei o Uchiha respirar fundo, provavelmente pensando em me jogar em uma vala agora.

— Eu deveria deixar você dormir em cima dessa merda de balcão.

— Você não se importa com ninguém mesmo, pessoas não deveriam ser más iguais a você seu ignorante de merda. — berrei e o dito cujo que eu me referia não se importou com a ofensa.

Sasuke sabia que era um maldito filho da puta mal-amado e cruel.

— Se eu fosse você iria com ele enquanto ainda está com paciência. — Orochi apareceu apertando meu nariz. — Você não está bem garota, é melhor ir pra casa, não quero adolescentes bêbados aqui.

— Tenho dezoito anos, sou quase adulta.

— Não completamente amor, tudo tem limites, eu posso ser preso por estar dando bebidas para menores de 20.

— Então, por que dá?

— Porque sou um cara legal. — me deu uma piscadela.

Sorri pra ele, ouvindo Sasuke bufar e pedir mais uma vez para que eu tirasse minha bunda daquela cadeira.

— Agora que a comemoração vai começar. — Karin reclamou pulando para o outro lado do balcão, vestindo um avental. — Não vão embora agora.

— Ela mal consegue ficar em pé. — Suigetsu riu de mim quando tentei me levantar.

Resmunguei tropeçando para frente e o Uchiha me segurou antes que eu caísse de cara no chão.

— Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas foi muito bom. — resmunguei.

— Eu não mereço isso. — meu dragãozinho preferido lamuriou. — Tem sorte de ainda me tirar do tédio garota.

Sasuke passou um braço em volta das minhas pernas levantando-me como se eu fosse uma princesa. Gargalhei balançando os braços gritando para todos que Sasuke me amava.

— Estão vendo o quanto ele me ama? Está me levando para o seu castelo agora. Castelo bat-caverna.

Consegui chamar a atenção de todo mundo agora. Muitas pessoas nos olhavam com curiosidade e os amigos de Sasuke apenas riam.

— Cala a boca ou vou passar uma fita.

— Não gosto de você. — cutuquei a bochecha de Sasuke com um dedo.

— Que ótimo, meus sentimentos por você também não são os melhores agora. — respondeu em um resmungo irritado.

Me despedi de todos ouvindo Orochimaru gritar para que eu voltasse mais vezes e com certeza eu voltaria.

Nós saímos do bar e encontramos um grupo de bêbados na porta rindo de algum coisa, acenei para eles que mandaram beijos para mim em resposta.

Os caras começaram a gritar por mim e a se aproximarem da gente, mas pararam quando o mal-humorado que me carrega os mandou ir se foder.

Sasuke era louco de procurar briga claramente quando estava em desvantagem, mas era impressionante a capacidade que ele tinha de assustar todo mundo a sua volta.

— Onde estão as chaves? — o baby Uchiha me colocou em pé em frente ao meu carro.

— No meu bolso eu acho. — resmunguei tentando me lembrar.

O Baby Uchiha enfiou a mão no meu bolso traseiro sem nenhuma dificuldade e tirou as chaves de lá abrindo o carro.

— Eu senti isso, você quer pegar na minha bundinha dragãozinho?

— Minhas idealizações com sua bunda são diferentes do que você pensa. — respondeu com pouco caso, me fazendo entrar no banco do passageiro.

Sorri abobalhada com aquilo, querendo saber mais sobre suas idealizações. Sasuke tinha um senso de humor incrível e eu gostava de trocar farpas com ele.

— Quais são suas idealizações? — perguntei assim que ele entrou ao meu lado, batendo a porta com uma carranca.

— Não está na hora de trocar essa lata velha? — reclamou do meu carro afastando o banco para trás causando um barulho irritante.

— Vou ganhar um novo em breve, não fala mal do carro caramba, só eu posso falar dele assim.

— Seu carro é uma lata velha, espero que ele não morra no meio do caminho. — respondeu óbvio, não se importando em ofender a porcaria do carro na minha cara.

— Você não respondeu a minha pergunta. — briguei o vendo ligar o motor.

— Por que não cala a boca e dorme? não tenho saco pra gente bêbada. — Sasuke olhou pelo retrovisor enquanto manobrava o carro para a estrada.

— Você sonha com a minha bunda. — gargalhei soltando um bocejo em seguido.

O Uchiha me ignorou ligando o som, um rock legal ecoou no ambiente.

— Ao menos seu gosto musical lhe salva. — o ouvi comentar e dei de ombros encostando a cabeça no vidro da janela.

Estava muito sonolenta e enjoada.

— Você é aturável quando está com sua banda, vocês são incríveis, deveriam mostrar seu talento ao mundo. — confessei baixinho.

O Uchiha não me respondeu, talvez não tenha ouvido devido ao som alto, e não falamos mais nada durante todo o trajeto até Konoha.

(...)

Sasuke estacionou o carro em frente a minha casa e eu resmunguei sem coragem de sair dali. Vi as luzes se acendendo e meus pais abriram a porta vindo em nossa direção, eles eram rápidos no gatilho.

— Vai se ferrar né? — Sasuke comentou.

— Você se importa? — resmunguei.

— Nenhum pouco.

Ergui o dedo do meio para ele, vendo resquícios de humor em sua expressão. Gostávamos de ver um ao outro se ferrando, fazia parte do nosso jogo orgulhoso.

— Filha. — minha mãe correu até a minha porta e eu a abri sentindo as mãos da mulher pelo meu rosto. — O que fizeram com você? Onde você estava? Fiquei tão preocupada.

A forma que ela falava parecia que eu havia sido sequestrada e passando 7 dias em cárcere privado.

— Estou ótima, fui me divertir um pouco. — forcei a voz a sair tranquila.

Mebuki era tão dramática que chegava a ser engraçada.

— Ela exagerou na bebida. — Sasuke explicou e minha mãe o encarou como se ele fosse o próprio Satanás.

— Você embebedou a minha menina. — acusou irritada.

Se ela bater nele vai ser engraçado, mas aposto que o Uchiha nem vai sentir dor. Aliás, por que ele não estava se defendendo? O babaca não tinha nenhuma culpa no cartório, Sasuke essa noite estava se esforçando para ser menos rancoroso possível.

Estava até aturável.

— Mebuki, Sakura sabe o que faz. — meu pai interferiu com calma.

— Ela não sabe, é apenas uma adolescente rebelde que precisa de paz de espírito. — a mulher bateu o pé fazendo birra.

Gargalhei atraindo a atenção de todos. Sasuke resmungou algo para que eu calasse a boca e Minha mãe estava indignada.

— Foram apenas alguns drinks mãe.

— É uma adolescente, deixa a garota se divertir. — meu pai ficou do meu lado.

— Isso não é o que chamo de diversão.

— Mãe eu estou bem, não seja chata. — resmunguei saindo do carro.

Mebuki me segurou quando tropecei nas próprias botas, rindo de uma formiguinha que passava por perto.

— Bom, já estou indo, só a trouxe porque não tinha condições de dirigir. — Sasuke avisou tranquilo, mostrando um pouco de educação que tinha em algum lugar perdido no meio de tanto rancor.

— Eu levo você até sua casa garoto. — meu pai ofereceu.

— Não precisa, moro a alguns quarteirões daqui.

— Eu insisto, é o mínimo que posso fazer por ter trazido minha filha em segurança.

Sasuke pensou por um instante e depois apenas assentiu, voltando a entrar no carro, com meu pai agora no volante.

— Vamos querida, vamos entrar. — minha mãe me guiou para dentro, mas eu ainda consegui dar tchau para Sasuke rindo da sua expressão de descaso.

Preciso anotar no meu caderninho de maldição ao Uchiha, seu primeiro ato humano. Era uma surpresa o baby Uchiha conseguir pensar em outras pessoas além do seu próprio umbigo, mas o questionamento principal da noite era: Por que o dragãozinho me ajudou?

Deve estar querendo algo em troca ou inflar seu maldito ego. Mas não posso negar que foi divertido, preciso de mais noites assim.

Quando cai na cama, rindo ao vento, tive uma ideia brilhante e mandei mensagem para o baby Uchiha logo em seguida, juntamente com uma foto inspiração para faze-lo entender quem é que manda nessa "relação".

" É melhor aparecer assim na escola amanhã."



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