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História A Mistura Perfeita - Capítulo 29


Escrita por: C_Mar_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 29 - Capítulo 29


Fanfic / Fanfiction A Mistura Perfeita - Capítulo 29

Minha cabeça estava tão pesada que eu não conseguia abrir os olhos. Acordei há alguns minutos, mas meu corpo não me obedecia. Eu não sabia se era pelo calmante forte ou pela mistura que fiz. 

Era difícil acreditar que desmaiei e deixei minha filha preocupada ao ponto de pensar que morri. Natsu também ficou preocupado e estava tremendo tanto. Como uma pessoa podia fazer tanta coisa errada sem intenção?

"Ela já acordou?" – Natsu disse baixinho.

"Não! Mamãe ainda 'tá 'dumindo." – pude ouvi-la bufar.

Quis rir, mas nem isso consegui.

"Você não acha que é 'meió 'acoda 'eia?

"Não, ela 'tá muito cansada e por isso ainda não acordou."

"Mamãe 'pecisa de um beijo 'pa 'acoda."

Claramente Natsu se engasgou com algo. Eu queria muito ver isso. Reage corpo, reage.

"V-você sabe o que é um beijo?"

"'Caio, mamãe 'sempe me beija e eu beijo 'eia."

"Ah, sim." – notei o alívio em sua voz.

Não sei quantos anos ele pensa que ela tem.

"E eu vi no 'deseio." 

Natsu vai acabar infartando.

"Hum… Por que você acha que ela precisa de um beijo?"

"A "'Beia 'Adomecida" só 'acodou com o beijo do 'pincipe e a mamãe é uma 'pincesa tamBém."

"É…"

"Mas a mamãe 'sempe me chama de 'pincesa. Então 'eia é 'iaiia. 'Seiá que vai 'funciona?"

O silêncio dominou o ambiente. Queria muito abrir os olhos, mas estavam tão pesados. Precisava acordar agora, por favor.

"Então eu vou beijar sua mãe, porque sou o rei dessa rainha."

Ah, pelo amor de Deus. Revirei os olhos mentalmente.

"Fecha os olhos, princesa. Irei salvar a rainha agora."

"'Po que eu não posso 'oia?"

"Porque… Hum…" – inventar desculpa para criança era tão fácil, como ele ainda não conseguia? — "Porque não funciona com alguém olhando."

"Aaaah."

Seus lábios tocaram os meus em um selar carinhoso e eu simplesmente abri os olhos.

Ah, pelo amor de Deus.

— Eu salvei a rainha! Vida longa ao rei!

Sorri e neguei com a cabeça, virando de barriga para cima. Foi então que percebi que estava com soro no braço.

— Ah! – exclamei quando Nashi sentou com tudo na minha barriga.

— Mamãe, você 'acodou finalmente! – me abraçou.

— Nashi, cuidado!

— Não, tudo bem. Você se preocupou muito?

— 'Xim! – deitou a cabeça no meu peito.

— Tudo bem, Lucy? – sorri pequeno. — Acho que sua mãe quer água. – confirmei.

— Eu pego. – ela desceu cuidadosamente e mesmo assim quase caiu.

— Tudo bem?

Neguei.

— Minha cabeça e olhos estão pesados. Eu 'tava acordada, ouvindo a conversa de vocês, mas não conseguia abrir os olhos.

— É por causa das duas noites acordadas e também pela burrice de misturar energético com remédio. Você apagou. – me surpreendi. — Até vomitou.

— O quê?

— Pois é e mesmo assim não acordou. Pedi a um cara que trabalha comigo que viesse te ver. – ué? — Ele era médico, mas largou a área por alguns motivos. Me disse que você estar dormindo pesado era normal. – Nashi entrou com a garrafinha e me entregou. — Vomitar, suar frio e ficar gelada, tudo era devido aquela burrice que você cometeu. Claro que ele não te chamou de burra, nunca permitiria tal coisa, isso é meu.

— Tsk.

— Nashi passou a tarde vigiando você e depois o soro. 

— É mesmo? – ela assentiu. — Obrigada por cuidar de mim.

Com cuidado, Natsu tirou o acesso do meu braço e jogou o saco vazio do soro no lixo.

— Você sabe fazer isso? Eu não sabia disso.

— Não sei, ele me explicou muito bem como tirar e eu queria fazer pelo menos isso.

— Ah. – fiz carinho nos cabelos dela  — Você deu o soro a ela e comidas leves?

— Sim.

— A febre passou?

— Sim e não teve mais.

— E a barriga, meu amor, parou de doer?

— 'Paiou.

Me senti aliviada. Sua aparência estava melhor.

— Quero ir 'pra sala.

— Papai vai te 'pega no 'coio. – nos olhamos confusos. — Pega 'eia.

— Eu posso andar, sabia?

— Não pode 'anda. O 'dotô disse que é 'pa você 'faze 'ie… – pareceu pensar na palavra. — 'Iepo… 'iepouso. 

— Verdade. – soltou uma risada.

Natsu passou um braço por trás dos meus joelhos e com o outro apoiou minhas costas. Ele me pôs deitada no sofá e ao olhar para a janela, vi que já havia escurecido.

— Aff, eu não sou inválida. – sentei. — Que horas são?

— 20h30.

— Nossa, eu dormi o dia todo? – estava surpresa. — Caraca! Por que ainda me sinto com sono? – ele me encarou e eu o interrompi. — Eu sei, não precisa me dizer.

— Mamãe, 'qué 'come? – assenti. — Papai, 'eia 'qué 'come. – eu ri.

— Ué, pensei que você fosse colocar a comida dela.

— Eu não posso, sou 'quiança. – sentou ao meu lado. — Vou 'vigia a mamãe.

— Você ficou com o mais fácil, né?

— 'Xim. – ela riu.

— Bom, acho que eu mesma vou levantar e colocar minha comida. – disse.

— Não, mamãe, não pode.

— Mas vocês estão demorando muito. – fiz bico.

— Ok. – ele foi.

— Mamãe, eu 'queio 'vê 'deseio. Você tamBém 'qué? – assenti. — Papai, 'eia 'qué 'vê 'deseio. – ri.

— Me dá o controle. – quando liguei a televisão, ele chegou com a comida. — Ah, obrigada. 

Sentou-se na poltrona e eu comecei a comer. Estava muito bom, mas me sentia desconfortável com Natsu me encarando.

— Não 'tá conseguindo comer? – perguntou.

— Não é isso…

— Então come.

— Fica difícil, com você me encarando assim.

— Desculpa.

— Não, tudo bem.

Virou para a televisão, mas ainda me olhava às vezes. Em meio a tanto desconforto, terminei a refeição.

— 'Tava muito gostoso, Natsu.

— Obrigado.

— Aqui, mamãe, 'cuco… – soltou uma risadinha. — É Suco.

Peguei o copo e bebi tudo sob o olhar atento da menina. Ela pegou o copo vazio e correu à cozinha, entregando a ele. Natsu voltou e sentou ao meu lado no sofá e pôs Nashi em seu colo.

— Oh, quanto amor e carinho vocês estão me dando. Obrigada aos dois. Aqui, um presente 'pra cada um. – dei um beijinho no bochecha dela e um selinho nos lábios dele.

— Eu gostei do 'pesente. – sorriu.

Ah, é por esse lindo sorriso que eu vivo.

— Assim você me quebra, Lucy. Eu 'tava pronto 'pra brigar contigo. – riu e negou com a cabeça.

— Não pode 'biga com a mamãe. – disse emburrada.

— Não precisa brigar, já aprendi minha lição.

Beijei o ombro dele e depois deitei a cabeça no local. Ficamos assim por um tempo, até eu me tocar de uma coisa.

— E seu trabalho?

— Avisei que não ia.

— Não vai te prejudicar? Eu não quero atr...

— Você nunca atrapalha e não me arrependo de ter ficado. Eu fiquei extremamente preocupado e assustado. Um homem adulto ficar perdido da forma que fiquei, parece até piada. — levantei a cabeça e ele me encarava. Um olhar tão penetrante, parecia enxergar minha alma. — Já pensou se eu não estivesse aqui? – desviei o olhar e ele segurou meu rosto. — Nunca mais faça algo assim!

— Prometo não fazer.

Ele grudou nossos lábios e eu ouvi uma exclamação surpresa. Nos separei meio sem jeito e olhei para a menina que nos encarava boquiaberta.

— 'Po que papai beijou a mamãe? 'Eia não 'tá 'dumindo. – cruzou os braços.

— Porque… – não conseguiu.

— Porque ele ficou preocupado e me ama.

— Eu também amo a mamãe. – me beijou.

— Também te amo, meu bebê.

— Eu não 'xou um bebê. – fez bico.

— Você sempre será meu bebê. – beijei seu narizinho.

Minha cabeça doía, mas não seria eu a quebrar esse momento, não agora. 

Ela desceu do meu colo e saiu correndo.

— Nem parece que me chutou naq… – percebeu que falou demais.

— O quê?! – desviou o olhar. — O quê?! Quando?!

Suspirou.

— Quando você desmaiou, eu dei tapinhas no seu rosto e ela achou que eu 'tava te batendo. – disse rindo, mas eu não achei graça.

— Você brigou com ela?

— Não, eu 'tava muito ocupado me desesperando pelo seu desmaio.

— NASHI VEM AQUI AGORA! – senti uma pontada na cabeça. Ela apareceu. — Você chutou seu pai? – desviou o olhar. — Olha 'pra mim, que eu 'tô falando. Você chutou? – assentiu. — Por quê?

— 'Poque… 'Poque 'eie bateu na mamãe. – os olhinhos lacrimejaram.

— Você achou que ele 'tava me machucando? – assentiu. — Ele me machucou?

— Não…

— Então você errou. – fungou. — Pediu desculpas?

— Não…

— Ué, você errou e não pediu desculpas? Que estranho. Pensei que tivesse te ensinado outra coisa.

Ela se aproximou timidamente e subiu no seu colo.

— Desculpa, papai. – o abraçou.

— Claro que eu te desculpo, princesa. – ela assentiu.

— Olha, eu fico feliz por você ter tentado me proteger. – fiz carinho na sua cabeça e ela me olhou. — Sabe por que pediu desculpas?

— 'Poque eu chutei e não pode 'bate.

— Isso! Foi errado. Ele não me machucou e você se enganou. Sempre que a gente erra, precisa pedir desculpas. – ela assentiu e secou as lágrimas. — E mais, ele é seu pai e você não pode desrespeitá-lo assim.

Resolvi deixar o clima mais leve e contar a bomba a ele. Precisava contar? Não, mas que graça teria? O chato era que não tinha como gravar a reação dele.

— Sabe, Natsu, alguém bem achou o pediatra bonito.

— Hum... Coragem, hein. – fez careta.

— Não 'tô falando de mim, idiota.

Fiquei esperando sua ficha cair e... ela caiu.

— Como assim?! Você achou médico bonito?! – ela corou e assentiu. — Mas você é tão pequena 'pra essas coisas.

— E ela disse na cara dele.

— O quê?!

— Foi bem assim: "você é bonito".

— E-E o que ele fez?

— Ele me pediu a mão dela em casamento. – ri. — O que você acha que ele fez? Sorriu, agradeceu e devolveu o elogio.

— Lucy, você prometeu que ela não tinha idade 'pra isso. – choramingou. — Eu não acredito.

Nashi me olhou confusa e eu sorri para ela.

— Para de drama, Natsu. – ele me olhou indignado. — Foi só um elogio inocente. 

— Meu coração não aguenta essas coisas e você nem liga. – segurou o rostinho. — Ele era bonito, filha? – ela corou tanto, que não precisou verbalizar e ele respirou fundo. — Ok, sem problemas. É só não voltar nele.

Eu gargalhei e Nashi, mesmo sem entender nada, riu também.

— Claro, vamos sim descartar um bom médico por causa disso.

— Sério? – perguntou esperançoso.

— Lógico que não, né? – ri. — Vem cá. – a menina veio alegremente para meu colo. — Não liga 'pra ele. – dei um beijinho em seus lábios e ela sorriu lindamente para mim.

Ah, já disse que vivo por esse sorriso?

— Você já tomou banho? – negou. — Quer tomar um comigo?

Natsu continuava reclamando.

— 'Xim!

Andei lentamente até o banheiro, com Nashi segurando minha mão. Lá dentro, tirei minha roupa, a dela e entramos no box. Tomei cuidado para não molhar a perna imobilizada e nem os pontos, mas é muito difícil tomar um "banho cuidadoso" com uma criança junto. Quando terminamos, fui à cozinha e fiz um chá de camomila. Sentei na banqueta e observei Natsu e Nashi conversando. A vida é mesmo estranha, né? Ela dá tantas voltas e dificulta tanto até tudo finalmente se ajeitar.

— O que foi? – sentou ao meu lado.

— Nada. Só… pensando.

— Hum… Lucy, posso dormir aqui?

— Eu ficaria chateada se não dormisse.

Segurou minha mão e a beijou.

— Não sei se te disse antes, mas eu fico feliz de te ter cada vez mais perto, mais presente na minha vida. Eu te amo, Natsu e não quero, em hipótese alguma, que você se afaste.

— E por que eu faria isso?

— É só… medo. Acho que os últimos acontecimentos realmente me afetaram. 

— Um medo sem sentido. Eu te amo muito e não planejo ir embora. Eu perdi 3 anos com vocês, me recuso a perder mais alguma coisa. Então Luce, saiba que você não conseguirá livrar-se de mim. – sorriu.

— Promete? – levantei o dedo mindinho.

— Prometo! – entrelaçou o dele ao meu.

E é nessa promessa que me agarro.


Notas Finais


Nashi melhorando, Lucy também e Natsu cuidando de tudo.

Obrigada pelos comentários! ^^


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