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História A Morte Das Areias do Saara - Frescura do oásis


Escrita por: kagome95ingrid

Notas do Autor


olha mais um cap! pq quando a inspiração bate, a gente tem que usar ela pra alguma coisa né? XD

notinha do dia:

Duat[1] = submundo da mitologia egípcia

* as imagens do começo do capítulo são screenshots do jogo Assassin's Creed Origins, pela Ubisoft. Os créditos pela maravilha das fotos e desse jogo, vão para eles. jogue! é muito bom! ♥ Muitas das referências e estudos dessa fic vem desse jogo. as imagens estão presentes para ajudar a imaginar tudo. no entanto, o jogo se passa na época de Cleópatra. Ou seja, lá pra 50 a.C. essa história começa lá pra 3100 a.C kk então tem uma diferença grande.

Capítulo 8 - Frescura do oásis


Fanfic / Fanfiction A Morte Das Areias do Saara - Frescura do oásis

Tu és o Grande Chefe, o primeiro entre teus irmãos, o Príncipe da Companhia dos Deuses, o estabilizador de Direito e Verdade em todo o Mundo, o Filho que foi colocado no grande trono de seu pai Geb. Tu és o amado de tua mãe Nut, a valente de valor, que destruiu o demônio Sebau. Tu levantaste-te e feriu o teu inimigo, e pôs o teu medo no teu adversário. Tu trazes os limites das montanhas. O teu coração está fixo, as tuas pernas estão firmes. Tu és o herdeiro de Geb e da soberania das Duas Terras.

~Fragmento Livro dos Mortos

A situação não era das melhores, de forma alguma. Ísis havia explicado para Osíris o que havia acontecido, sobre o chacal, sobre o humano morto, sobre os planos de Set. O deus andava de um lado para o outro diante do trono enquanto a esposa e Thoth olhavam para ele preocupados. Os passos de Osíris ressoavam pelo salão, vazio. As vozes de Thoth e Ísis logo encheram o ar e fizeram o silêncio ir embora. Eles sugeriam coisas, perguntavam outras coisas, mas Osíris não os escutava. Estava perdido em pensamentos.

Osíris se sentou no trono enquanto seus olhos fitavam o chão, pensativos. Mal havia começado seus deveres como faraó, e o deus já notava como aquele trono era pesado. Sentia o peso nos seus ombros mas sabia que não podia abrir mão deste. Ísis e Thoth se entreolharam notando que o faraó dos deuses não estava prestando atenção neles.

— Temos que lidar com esses problemas. – disse Osíris com um suspiro enquanto sua mão passava em sua barba.

— Uma coisa de cada vez – disse Ísis.

— Discutiremos uma coisa de cada vez, mas não temos tempo para resolver um problema de cada vez. Tudo terá que ser feito ao mesmo tempo – disse Osíris – A preparação para Set, descobrir o que ele planeja, entender o que se passa com Anúbis e ajuda-lo.

— Com Anúbis, acho que sei a solução – disse Thoth – O garoto acabou de ter o primeiro contato com sua magia. Aparentemente ela é forte e ele deu azar de ser sido um momento muito ligado à sentimentos.

— O que sugeres? – perguntou Osíris.

— Posso adiantar um pouco os treinamentos de magia – sugeriu Thoth – Eventualmente eles teriam que ser ensinados de toda forma. Ele, Anput e Qebui.

— São muito novos – reclamou Ísis.

— Sim – concordou Thoth – Por isso não havia começado ainda. No entanto, devido à atual situação, acho que não temos escolha. Além de ser importante que o garoto controle seus poderes, também temos um eventual conflito com Set vindo. Não sabemos quanto tempo irá durar e se outros se seguirão. Logo, já seria...

— “Já seria...” o que? Uma boa ideia treinar eles para batalhas? – reclamou Ísis – São apenas crianças.

— São deusas – disse Osíris – Suspirando. Terão que aprender eventualmente. Os conflitos cercam a família. Mas, concordo, estão muito novos. No entanto, também acho que ao menos Anúbis deva começar urgentemente as aulas de magia.

— Nada de aulas de combate então? – perguntou Ísis.

— Não. Ainda não – disse Osíris negando com a cabeça – Controlar a magia. Ler e escrever. Matemática. Continue com o currículo normal, acrescente magia para Anúbis e para os outros se achar necessário, e quando forem um pouco mais velhos, podemos chamar Bastet para treina-los em combate.

Thoth fez um leve movimento com a cabeça indicando que entendera e acataria a sugestão e logo foi fazendo outra pergunta.

— E quanto a Set? – perguntou Thoth.

— Continuaremos fornecendo mais conhecimento aos humanos. Eventualmente irão poder se preparar melhor para um combate. No entanto, tenho noção de que isso não será suficiente – disse Osíris.

— Alguma ideia a mais? – perguntou Ísis olhando para Thoth e Osíris – Bem que poderíamos saber o que Set planeja.

— Concordo – disse Thoth – Acha que conseguiria descobrir algo por meio de Néftis?

Ísis, ao ouvir a pergunta, refletiu sobre o assunto e, com um suspiro, negou com a cabeça. Não sabia nem onde Néftis estava depois que ela saiu junto com Set e seus apoiadores depois da festa e do pronunciamento de Osíris. Ela informou sobre isso aos dois e os três voltaram a discutir e planejar sobre como lidar com Set. Claro que Osíris já tinha alguns planos. Tanto quanto a Set, como a o que fazer em relação a unificação do Alto e Baixo Egito. Aliás, tinha vários planos. O deus suspirou mais uma vez, ele não esperava ter que usar alguns desses planos tão cedo.

— Falar com Rá... Fora de questão, certo? – disse Thoth – Poderíamos perguntar para Rá se viu Set. Passando o dia inteiro por todo o Egito, talvez ele tenha visto-o.

— Tem certeza disso? – perguntou Ísis receosa.

— Não temos uma boa relação com Rá – disse Osíris pensando nos problemas que tinha com o bisavô.

— Ainda com aquele problema de ele ter impedido e proibido o nascimento de vocês e seus irmãos? – perguntou Thoth. Ísis e Osíris afirmaram com a cabeça diante a pergunta.

— Sim. Inclusive, além de passar todo dia pelos céus, ele também está eternamente ocupado lutando contra Apophis – disse Ísis

— Tem razão, melhor não o interromper. – disse Thoth - Apophis é um problema incrivelmente maior, mesmo diante de Set. Rá não pode ser distraído dessa batalha. Caso isso ocorra, e Apophis o devore assim como profetizado, o mundo entrará em caos.

Profecias. Muito famosas e temidas na antiguidade. E, enquanto os três deuses discutiam suas opções e planos para lidar com Set, uma nova profecia estava sendo feita em uma das cidades do Alto Egito.

Ainda no templo de Nekhbet, Set olhava para a deusa cujo templo era o lar. Ela olhava para ele com um sorriso vencedor que faria crianças chorarem e arrepiaria os pelos da nuca de qualquer pessoa normal.

— Certo. Patrona do Alto Egito. Contanto que me de o máximo de informação possível – disse Set apontando para o rosto dela e falando em voz séria.

— Não é assim que funciona e sabe disso. – respondeu ela.

— Seu pedido foi bem grande então faça que valha a pena! – reclamou Set.

— Tem certeza que quer abrir mão assim do título de Patrono do Alto Egito? Seria um título bom exibir diante Osíris – disse Khonsu sugerindo a ideia com um sorriso elegante mas cruel em seu rosto.

Khonsu, o deus da lua e da passagem do tempo. Tinha a aparência jovem e o cabelo, preto como piche, em um gosto peculiar, mas normal para a época, era raspado no topo fazendo com que ele apenas crescesse nas laterais. No entanto, não se tinha muito tempo para estranhar o penteado, pois seus olhos prateados, frios e ameaçadores, dariam medo em qualquer mortal.

— Quando eu acabar meu plano, não terá mais “Osíris” para exibir nada – disse Set com um sorriso triunfante.

— Teve anos para bolar o plano! Osíris se contentava em apenas manter uma relação minimamente estável com você – disse Sobek. Sua mão forte se fechou com um punho ao socar o muro do templo de Nekhbet e seus dentes afiados abriram um sorriso perigoso. – Vamos destruir todos que estiverem em nosso caminho!

Sobek era um homem de pele amarelo-esverdeada. Seu cabelo é preto e vai até a altura dos ombros. No entanto, deve ser um pouco maior solto, pois este está trançado com ajuda de chifres de touro. Seus olhos, devido ao muco verde, parecem de alguém extremamente doente ou extremamente drogado. O deus crocodilo não era alguém que seria bom ter com adversário em qualquer tipo de combate.

— Faça – disse Set olhando para Nekhbet ignorando os comentários dos outros enquanto Néftis ficava quieta diante de tudo aquilo.

Nekhbet sorriu, abriu os braços e elevou a cabeça aos seus. Seus olhos brilharam branco e ela falou com uma voz que ao mesmo tempo era sua e não era. Não controlava as palavras que saíam de sua boca, elas apenas saiam.

— Das areias vermelhas, a união. Estável. Instável. Se não. Enlutada. Morto. Semente. Cuidado com a semente. O falcão sobre aquele do terceiro dia do demônio. E aquele do terceiro dia do demônio sobre o falcão. Uma nova troca. Ultima troca até em muito tempo futuro. Cuidado com a semente.

Nekhbet parou por alguns segundos como se checasse se alguma palavra mais vinha até si. Ao notar que não, ela abaixou os braços e olhou para Set.

— Eis sua profecia personalizada. Divirta-se a decifrando. – disse Nekhbet sorrindo de forma sarcástica.

— DESTE UMA MAIS EXPLICADA PARA RÁ! – reclamou Set socando a parede do templo. Nekhbet, no entanto, apenas deu de ombros.

— Não é minha culpa se tem preguiça de pensar. – disse ela saindo do templo lentamente passando pelos deuses – Agora, saia de meu templo, dei-te o que queria. Agora, tenho que ver se meu sacerdote ainda está vivo e, caso contrário, tenho que arrumar um novo. Aliás, acho que se estiver vivo, eu mesma terminarei o serviço que começou.

Os lados seguiram com seus planejamentos. Cada um tentando antever o plano do outro. Efeitos e acontecimentos ligados as reações de ambos os lados ainda demorariam em sair de qualquer mesa de discussões. Enquanto isso, um tanto alheio a todas essas discussões, depois de alguns dias que elas foram feitas, três crianças e um chacal corriam pelas areias do deserto rumo a um oásis que havia não muito longe da casa delas, mas já perto da casa dos humanos.

Segurando um pedaço de madeira Anúbis corria sendo seguido por Neby enquanto as crianças apostavam corrida entre si. Qebui já estava muito na frente então a competição era basicamente entre Anput e Anúbis. O último estava muito cansado. Como se não bastassem as aulas normais que já tinha com Thoth, o deus agora havia resolvido dar aulas para ele sobre magia. O garoto se perguntou se os acontecimentos no dia que havia encontrado Neby haviam chegado até Thoth ou Osíris. Imaginava que sim. Agora, além das aulas normais, ele passava mais tempo ainda ouvindo sobre como a magia corria pelo Duat[1], como ela se manifestava em alguns pontos do mundo mais proeminentemente do que em outros, seja por causa de objetos, datas, pessoas ou nenhum motivo conhecido. Ele achava interessante, verdade, mas estava ficando cansado. Tentava resistir ao cansaço, no entanto, na esperança de que não fizesse mais o que fez com aquele adolescente. Não acidentalmente, pelo menos.

Mas, claro, graças ao cansaço, aquele dia de folga estava sendo mais do que bem vindo. O oásis, embora cercado pela secura do deserto, parecia quase uma cena tropical dando a completa ideia de férias. Suas águas eram cristalinas e um vento leve balançava as folhas das palmeiras que faziam um leve barulho relaxante e tranquilizador. Não era um lugar muito grande. Aliás, era bem pequeno. Em alguns séculos provavelmente seria engolido pela areia. No entanto, era um lugar muito convidativo e suficientemente bom para as crianças brincarem.

Anput e Anúbis corriam, mas, estranharam quando Qebui parou de correr. O trio já estava chegando perto do Oasis e então, Anúbis e Anput notaram o motivo de Qebui ter parado. No Oasis, aproveitando a frescura de suas águas com um bom banho e boas brincadeiras, estavam quatro crianças humanas. Duas meninas e dois meninos.

As três crianças divinas pararam e se entreolharam pensando no que fazer. As crianças humanas, no entanto, não demoraram muito ao notar que não estavam sozinhos.

— Hey! Querem entrar também? – perguntou uma das meninas.

— Wahh! Isso é um filhote de chacal? Que fofo! – disse outra menina já começando a sair da água para falar com eles.

Tudo que Anúbis fez, foi pegar Neby no colo e olhar com o canto do olho para Anput. O acontecimento com o adolescente ainda estava fresco em sua memória. Anput olhou para os dois garotos e então sorriu.

— Vamos? – disse ela antes de sair correndo em direção as crianças humanas e ao oásis.

— Então? – perguntou Anúbis para Qebui.

— Ah não... não quero. – disse Qebui – E você?

— Queria, mas....

— Acho que vou voltar... – mencionou Qebui.

Anput olhou para trás e, ao ver Qebui se virando para ir embora, ela imediatamente saiu correndo atrás dele agarrou seu braço. Em seguida, o puxou até onde Anúbis estava, agarrou Anúbis também, e os puxou para o oásis. As três crianças pararam e encararam as outras quatro.

As duas meninas eram bem parecidas. Provavelmente gêmeas inclusive. As duas tinham cinco anos e a única diferença era que uma parecia ser mais tímida que a outra, visto que estava mais encolhida. A mais extrovertida, também era minimamente mais magra. As duas tinham a pele no tom de chocolate e cabelos encaracolados e curtos. A tímida se apresentou como Shadya. A outra, como Iset.

Os dois meninos eram bem diferentes entre si. Um, era careca e gordinho. Devia ser o mais velho do grupo pois, enquanto as meninas tinham cinco anos, ele tinha sete. A idade também o fazia ser mais alto que o resto do grupo, era um palmo mais alto que Anúbis, o segundo mais alto dentre as sete crianças. Sua pele era de tom levemente mais claro que das meninas. Ele se apresentou como Chenzira. O segundo menino tinha seis anos e exibia um sorriso brilhante em seu rosto branco. Era magro e, apesar de mais velho que as meninas, era mais baixo do que elas. Seu cabelo era bem ralo e era castanho escuro. Ele se apresentou como Ahmes.

— E eu sou Anput! – disse Anput feliz por estar finalmente fazendo amizade com as outras crianças. Ela, Anúbis e Qebui não precisavam se preocupar em eles reconhecerem seus nomes. Ainda não eram deuses famosos e provavelmente estavam longe de ser.

— Anúbis. – respondeu ele.

Qebui, no entanto, cruzou os braços e fechou a cara. Ele também virou o rosto e nenhum de seus velhos amigos gostara de ver tal compartamento.

— Qebui... – disse Anúbis soltando um suspiro e botando Neby no chão – Para com isso.

— Só queremos brincar – disse Chenzira.

— Não quero brincar com vocês – Qebui.

— Tudo bem então – disse Anput dando de ombros – Pode ficar com essa sua cara chata sentado em algum canto ai. Se seu graça.

— E o nome dele, qual é? – perguntou Iset ao se ajoelhar diante de Neby. O chacal, tímido e desconfiado, se escondeu atrás de Anúbis e ficou olhando a garota, desconfiado.

— Neby. – respondeu Anúbis.

— Ele é tímido? – perguntou Shadya.

— Humm... parece ser. – disse Anúbis – Faz só alguns dias que o achamos.

— Ah! Tímido que nem você, Shadya! Podem ser bons amigos! – disse Ahmes rindo.

— Para com isso! – reclamou Shadya inflando as bochechas.

— Vem! Vamos continuar brincando! Estávamos fazendo uma competição. Querem participar? – perguntou Iset.

— Sim! Vamos! – exclamou Anput – né?

Anúbis afirmou com a cabeça enquanto Qebui apenas achava uma sombra para se sentar e lá ficou todo amargurado. As crianças riam e brincavam enquanto o tempo passava. Brincaram das mais diversas coisas. Nadaram bastante e se refrescaram sem se preocupar com nada. Era um dia bom, era um oásis bom, nenhuma cobra estava ali para os atrapalhar. Nenhum animal predador, sem contar Neby, estava lá. Neby, em certo ponto, cansou de ficar correndo pelas margens das águas do oásis e se deitou ao lado de Qebui. O garoto fez carinho em sua cabeça brincando com suas orelhas e logo o pequeno animal caiu no sono.

Mais do que uma vez as crianças tentaram chamar Qebui para brincar. No entanto, foi sem sucesso. 

Quando o sol estava perto de se por, as crianças deram tchau uma para outra e foram cada uma seguindo o seu caminho.

— Viu? Deu tudo certo brincar com os humanos? – disse Anúbis para Qebui quando já estavam só os três.

— Por enquanto. Cedo ou tarde vai dar algo errado. – disse Qebui.

— Para com isso – reclamou Anput.

— Amanhã vai ser legal – disse Anúbis.

— Vocês vão mesmo na casa do Chenzira? – perguntou Qebui.

— Porque não? – perguntou Anúbis.

— Ele é humano! – disse Qebui.

— Mas ele disse que a mãe dele faz um bolo muito gostoso!! – reclamou Anput.

Vendo que era impossível argumentar diante a oferta de bolo, Qebui ficou quieto. Cada um seguiu para sua casa e, depois de fazerem coisas diversas como ler, comer, importunar alguém e, no caso de Anúbis, arrumar Neby em sua caminha e dar comida para ele, os três foram dormir.

Anúbis foi dormir pensando em como aquele dia tinha sido bom e se perguntando o quão melhor seria o seguinte. Os barulhos enervantes e sussurrantes que mal podiam ser ouvidos vindos do lado de fora, provavam que o dia ia ser exatamente o oposto do que ele imaginava.


Notas Finais




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