O tempo não parece passar quando esperamos que passe. Eu tamborilo meus dedos tentando não olhar para nenhum dos quatro caras do meu lado, que pareciam fazer o mesmo comigo.
Depois de um período cheio de vergonha que parecia durar a eternidade,na verdade 15 minutos, o tal Brian chega. Como George, ele não parece se importar com a porta fechada e entra com tudo.
Brian dá "bom dia" para todo mundo na sala, mas ao passar seus olhos por mim pergunta:
- Quem é ela?
- Ela tem as letras. - diz o produtor.
Meu coração começa a disparar quando o empresário, com um ar de cumplicidade, se ajoelha na minha frente, como se fosse explicar algo para uma criança. Ele tenta olhar nos meus olhos e pergunta:
- Qual é seu nome?
- Summer. - eu respondo com cabeça baixa.
- Então Summer, nós estamos procurando alguém, para fazer músicas para os Beatles e também ajudá-los nas que eles quiserem compor, só que tudo isso meio que em segredo. O que você acha de ser esse alguém?
Aquilo parecia loucura, na verdade, ERA loucura. Por isso que todos eles estão tão nervosos, se eu disser não eu posso falar para a imprensa que os Beatles não conseguem mais escrever músicas e arruinar a carreira deles. Mas eu não tinha para onde fugir para poder dizer "não", se eu voltasse para casa nunca mais ia poder sair do meu quarto e eu não ia poder viver de shows em hotéis a vida inteira. Provavelmente, eu ia ganhar bem fazendo isso, mas mesmo assim, não me senti bem ao dizer:
- Pode trazer o contrato.
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