História A prometida - Celeste

Acordo de manhã com Beth abrindo a janela. Sento na cama.
- Bom dia senhorita, Lucy não está se sentindo muito bem, pediu para ficar descansando. - Diz Marlee.
- O que ela tem? - Pergunto preocupada.
- Só uma indisposição, senhorita. - Disse Beth. - Vou arrumar seu banho.
- Claro. - Digo, e ela vai para o banheiro. - Tem certeza Marlee que é só isso mesmo? - Pergunto a ela.
- Foi o que ela nos disse. - Fala Marlee e eu me levanto. Pelo jeito a conversa com Lucy não seria hoje. Talvez amanhã.
Depois do banho peço para Beth ir ver como estava Lucy, e se ela precisava de alguma coisa.
- Está tudo bem senhorita? - Marlee me pergunta.
- Está sim. - Minto.
- Não teve um encontro muito bom com o príncipe. - Olho para ela confusa. - Desculpe não deveria ter falado nada. Eu pensei que a senhorita teve um encontro com ele ontem, pois nos dispensou.
- Não, não tive. - Digo a ela. Começo a pensar no que dizia a revista que li ontem.
- Tem certeza que está tudo bem senhorita? - Marlee me pergunta de novo.
- Na verdade não. - Sento na cama. - Você acha que se eu for rainha, seria uma boa rainha?
- Acho que sim. Mas por que a pergunta? - Diz ela parecendo confusa.
- Ontem vi em uma revista que o povo de Illéia não está gostando muito de mim. Quer dizer do meu rendimento para quem será a futura rainha do país. - Digo triste.
- Se me permite dizer. Acho que a senhorita será uma ótima rainha. - Diz ela sorrindo.
- Obrigado, pelo menos uma pessoa acha isso.
- A senhorita diz se for, não pensa em ser rainha? - Ela me pergunta. Talvez fosse melhor conversar com ela. Já tínhamos conversador antes.
- É complicado Marlee. - Digo e aponto para ela sentar na cama também. Ela senta. - Eu ainda estou muito confusa, e não sei se gosto do Maxon. Quer dizer, não tenho certeza sobre o que sinto por ele. E com a história do casamento antecipado, a Kriss. - Ela me olha confusa. - E agora com essa reportagem na revista ficou mais difícil.
- A princesa Kriss? - Ela pergunta.
- Sim, os dois parecem ter uma certa intimidade. Eles se conheceram antes de eu vir para cá.
- Acho que o príncipe a vê como uma amiga. Pelo jeito ele gosta mesmo da senhorita. - Diz ela, pegando minha mão. - Eu vi o jeito que ele olha para a senhorita. Porque não conversa com o príncipe a respeito disso, talvez ajude.
- Não, quer dizer, tomei uma decisão ontem. Decidi deixar Kriss de lado, e focar em descobrir o que sinto por ele. Mas pensei em primeiro conversar com Lucy, sobre isso. Sobre como descobri se gosta de alguém. Entendeu?
- Entendi. Quer saber minha opinião sobre isso? - Diz ela, ainda segurando minha mão.
- Por favor. - Digo a ela.
- Por mais que alguém te diga como é se apaixonar por alguém. A senhorita terá que descobrir o que sente sozinha. - Diz ela. O que fazia todo sentido. Eu não podia simplesmente perguntar como era se apaixonar por alguém, eu mesma teria que descobrir sozinha o que sentia por ele.
- Obrigado Marlee. - Digo sorrindo.
- Bom, o que posso dizer é que acontece quando menos esperamos.
- Você é apaixonada por alguém do palácio? - Pergunto.
- Sim, o nome dele é Carter, ele trabalha no estábulo. E já somos casados. - Diz ela com um sorriso. Eu fico surpresa.
- Nossa! Se conheceram no palácio?
- Não,  já nos conhecíamos quando vimos para cá. Éramos do mesmo destrito. Mas nos casamos aqui. - Ela disse toda animada, pelo visto ela o amava muito.
- Fico feliz por vocês. - Digo, o que era verdade. Marlee desde que cheguei se mostrou ser ótima pessoa, o mínimo que eu podia fazer era desejar a ela e Carter, que fossem muito felizes. Mas eu fiquei me perguntando, por qual motivo as mãos dela tinham cicatrizes. Decido não perguntar.
- Quero que saiba que eu vou adora ter a senhorita como futura rainha. - Nós duas sorrimos. Beth entra no quarto.
- Ela disse estar melhor, e que não precisa de nada. - Diz Beth. - E a senhorita ainda não está pronta.
- Nossa! - Marlee solta minha mão e levanta. - Precisamos nos apressar. - Nós três rimos.
- Bom saber que ela está melhor. - Digo me levantando e indo para a penteadeira.
No caminho até a sala de jantar, vou pensando na conversa com Marlee, foi ótima, mas ainda estava confusa. Quando chego na sala, faço uma reverência ao rei e a rainha. E comprimento Kriss, Celeste e Maxon.
- Como está princesa? - A rainha me pergunta assim que eu sento na mesa. Me lembro que menti ontem, para não participar do jantar.
- Estou bem. - Digo sorrindo.
Maxon me olhava durante o café. Eu decido marcar um encontro com ele hoje. Talvez fosse bom passar mais tempo com ele, já que eu estava disposta a focar no que sentia por ele. Mas decido não comentar nada com ele agora.
Sou a última a terminar o café. Penso em mandar um bilhete para Maxon, mas decido deixar para o final da tarde, talvez ele estivesse muito ocupado no escritório. Vou para o salão das mulheres, mas só vejo a rainha lendo. Começo a observa-la. Ela era sempre tão simpática, e pelo o que eu sabia ela era bem querida aqui em Illéia. Vou sentar perto dela.
- Acho que somos só nós duas aqui, Celestes está conversando com a mãe e Kriss, talvez esteja lendo em algum lugar do palácio. - Diz ela interrompendo sua leitura. - Eu também queria aproveitar esse tempo sozinhas para conversarmos. Mas é claro se não tiver outra coisa para fazer.
- Não, não tenho. O que vamos conversar. - Pergunto.
- Primeiro dizer que se saiu bem na entrevista. - Ela sorri. - Não pude dizer isso ontem, gostaria que soubesse disso.
- Fico feliz.
- A senhorita sabe que o seu casamento com Maxon foi antecipado. - Confirmo com a cabeça. - A senhorita deve saber também que terá uma festa para celebrar o seu noivado em breve. - Era parte do costume a festa de noivado e depois de alguns anos de casamento, mas o meu foi antecipado com certeza não íria demorar muito para acontecer, o que significa que eu tinha que descobrir logo o que sentia por Maxon. - Os preparativos para o noivado já começaram. - Tento não parecer surpresa com a notícia. - O rei vai anunciar nessa sexta. Sei que tudo está sendo muito rápido para você, mas estou aqui para ajudá-la no que for preciso. - Diz ela tocando minha mão.
- Obrigada, é bom saber isso. - Digo a ela.
- O rei achou melhor não ser uma comemoração muito grande. - Talvez seja por causa dos rebeldes, penso eu. - Ele pensou em ser na próxima quarta da semana que vem. - Isso realmente estava indo rápido demais. - Para não prolongar muito. - Tento me mostrar muito satisfeita com tudo isso, pois ela estava sempre tentando ajudar. - Vamos ter alguns ensaios com a Sílvia, mas creio que não temos muito o que ensaiar.
- Claro. - Digo com um sorriso torto.
- Depois do noivado teremos alguns afazeres. Mas por agora, nada que deva se preocupar.
- Tudo bem. - Digo.
Ficamos mais um tempo conversando sobre os preparativos para o noivado. O que me deixou feliz, foi saber que veria minha mãe e May, Gered não sabia se veria.
A rainha me deixa sozinha, decido mandar um bilhete para Maxon, escrevo e quando estou passando em frente a biblioteca, escuto um choro. Entro na biblioteca e vejo Celeste sentada perto da janela. Quando me vê, ela limpa às lágrimas, porém continua sentada. Decido ir até ela.
- Pode me deixar sozinha. - Diz ela, quando me aproximo.
- Posso, mas não quer conversar? - Pergunto.
- Se quisesse não seria com você. - Diz ela séria.
- Vou deixá-la sozinha, com licença. - Digo me virando.
- Espera. - Diz e eu me viro para ela. - Não comenta com ninguém que me viu chorando, não quero que ninguém saiba.
- Não falarei nada. E também não falarei nada se quiser conversar. - Digo, indo sentar ao lado dela.
- Como você consegue aceita essa história ridícula de casamento arranjado. Eu não quero nada disso. - Fico surpresa com o que ela acabara de dizer. Ela também não quer isso, como eu no começo.
- Eu também não queria nada disso, até pensei em arrumar um jeito para não me casar. - Ela me olha confusa.
- Sério? Ainda pensa em fazer isso?
- Muita coisa aconteceu desde que cheguei, hoje eu penso sim em me casar. - Digo a ela.
- América, não acho que eu vá mudar de ideia como você. O que quero de verdade é mostrar que posso assumir o trono sem precisar me casar com alguém que meus pais me prometeram. Quero convencê-los que posso assumir o trono do meu país. - O costume não permitia que a princesa assumisse o trono sozinha, por isso que ela era prometida a um príncipe. Caso ele morresse ela assumiria, como foi com minha mãe. - Tenho certeza que posso assumir o trono.
Eu não conhecia muito bem Celeste, não conversamos muito, mas pensando, ela nunca se mostrou satisfeita com tudo isso, fez questão de me falar sobre a reportagem na revista. - Não quero seguir costumes ridículos que dizer que tenho que me casar. - Fazia todo sentido o que ela disse. Não queria se casar, pois achava que tinha capacidade de assumir o seu reino. Ela volta a chorar.
- Eu... - Ela me interrompe.
- Você acha mesmo que pode ser feliz ao lado de alguém que seus pais escolheram, não, você não pode. O que quero dizer é que não devemos mais seguir costumes, quero decidir minhas próprias escolhas, quero mostrar para todos que toda princesa tem a capacidade de assumir um trono sozinha. - Talvez Celeste estivesse certa, talvez pudéssemos assumir um trono sozinha.
- Você está certa. - Digo.
- Mas você vai se casar com Maxon.
- Só se eu me apaixonar por ele. Fizemos um acordo, vamos dizer, só me caso se me apaixonar. Celeste já disse que não queria nada disso, mas acho que pode dar certo. Por outro lado você está certa por pensar assim. Sempre seguimos os costumes, por achar que é o certo, mas acho sim que devemos ter nossas próprias escolhas. - Eu coloco a minha mão na dela. - Não tenho dúvida de você, acho que você será uma ótima rainha para a Espanha. - Ela sorri. - Você vai conseguir convencer seus pais, assim como me convenceu. - Ela concorda com a cabeça.
- Vai ser difícil, mas vou conseguir.
- Claro que vai.
A partir daquele momento comecei a ver Celeste com outros olhos. Ela iria mostrar a todos que tinha capacidade para assumir um trono. Eu iria torcer por ela, pois não seria nada fácil.
- Decidi ficar aqui, pois achei que minha tia Amberly pudesse me ajudar a convencer minha mãe. Hoje descobri que minha mãe já quer me mandar para conhecer o príncipe a que fui prometida. - Diz Celeste.
- E você disse que não vai.
- Sim. Tivemos uma discussão e eu decidi vir para cá.
- Talvez a rainha Amberly poça mesmo te ajudar. - Digo a ela.
- Mas agora percebi que não poço pedir isso a ela América. Preciso convencê-Los sozinha. - Diz.
- Já disse que você seria uma ótima rainha, mas agora você precisa parar de chorar e se levantar, pois você terá muito o que fazer rainha Celeste. - Eu me levanto e dou uma mão para ela. - Precisa pensar em algo para adiar a sua ida para conhecer o príncipe. - Ela pega minha mão e levanta.
- Você tem toda razão, não vai adiantar eu ficar chorando. Preciso agir e acho que já Sei exatamente o que fazer. - Diz ela sorrindo.
- Boa sorte. - Digo a ela.
- Não preciso. - Diz ela num tom brincalhão. - Muito obrigado.
- Quero vê-lá assumindo o trono da Espanha.
- E você verá. - Ela limpa os olhos e começa a ir em direção a porta. Fico contente por ela, acho que acabei de fazer uma amiga. Eu decido olhar pela janela e vejo Maxon com Kriss no jardim.