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História A Seleção - Uma Vida Normal (livro 2) - E que o jogo de aparências comece


Escrita por: Booh_Santos

Notas do Autor


Nem acredito que estou retomando essa fic.
Estou bem animada com isso!
E vou dedicar esse capitulo a uma leitora especial. a Jú, que está fazendo aniversário hoje. Ela me acompanha desde sempre e é muito mais que leitora pra mim. Me enche de concelhos e sugestões.. Mesmo que ela não vá ter tempo para ler essa fic, vou dedicar a ela.
Como disse na sinopse, não me comprometerei em uma agenda de postagens, porque nem sempre poderei cumprir.
Estou retomando essa fic, porque senti falta da irreverencia dela. Eu me divertia escrevendo.. Mas quando se torna uma obrigação, deixa de ser bom. Estou fazendo meu trabalho de conclusão de curso na faculdade, por isso será um ano bem puxado. Mais um motivo para não iludir voces, dizendo que irei postar toda semana. Pode acontecer de demorar um pouco mais.. por isso tenham paciência comigo :)
Como já disse também, é uma fic Keadlyn. Porque shippo muito eles e bom... É isso. rs
Espero que gostem! Eu estou bem animada!
Enjoy!

Capítulo 1 - E que o jogo de aparências comece


Fanfic / Fanfiction A Seleção - Uma Vida Normal (livro 2) - E que o jogo de aparências comece

– Detesto essa escola – falei.

– Você odeia tudo – Kile falou.

– Não é verdade. Eu só odeio você.

– Começaram – Erik reclamou.

– Você me ama Eadlyn, tente mentir menos. Não combina com essa sua cara azeda.

– Como se você fosse o ser humano mais simpático do mundo.

Kile e eu continuamos nossa troca de farpas, enquanto Ahren e Erik falavam sobre a matéria da aula passada. Entramos na sala e nos acomodamos da mesma forma de sempre, Ahren ao meu lado, Kile atrás dele e Erik atrás de mim.

Durante toda nossa vida, nós ouvimos as histórias de como nossos pais viraram tão amigos. Eram todos da mesma sala, faziam tudo juntos, iam a festas, dormiam nas casas uns dos outros, tinham um ponto de encontro.

Mas nós não temos nada disso. Moramos numa cidade grande, onde um grupo de dezessete anos sair a noite é suicídio. Era realmente uma pena. Mesmo que eu goste de ter tudo ao meu redor, crescer em uma cidade pequena deve ter sido bem mais legal.

Minha mãe tinha duas amigas, Marlee e Kriss. Meu pai foi morar na cidade deles e as conheceu. Eles dizem que foi atração a primeira trombada, já que meu pai quase jogou minha mãe no chão em um esbarrão no corredor da escola.

Tio Carter era apaixonado pela tia Marlee a séculos, mas foi só quando meu pai começou a andar com elas que ele teve coragem de se aproximar dela.

Tio Aspen e tia Kriss foram os últimos a ficarem juntos, já que nenhum dos dois jamais havia pensado nessa possibilidade. Tio Aspen era muito amigo do tio Carter, e por isso foi levado junto para o grupo.

Eles viveram muitas histórias engraçadas juntos, muitas brigas. Se separaram para cada um seguir sua carreira, vieram morar aqui e viveram mais.

Agora, os filhos do grupo de melhores amigos, são melhores amigos. Acredito que eles devem se orgulhar disso. Claro que nem todos os filhos andam juntos, mas nós quatro, que temos praticamente a mesma idade, somos inseparáveis.

Meu irmão Kaden e a irmã de Kile, Josie, são inseparáveis também. E Osten parece querer se juntar a eles, mas sendo muito mais novo, não tem tido sucesso.

Já no nosso caso, éramos apenas nós quatro sempre. Bom, as vezes a Camille ficava com a gente, ela é de outra sala, um ano mais nova que eu. É filha de uma antiga amiga do meu pai e um antigo amigo da minha mãe, Daphne e Dimitri, por isso as vezes também está presente em festas em nossa casa mesmo que meu pai e o dela não se falem muito. Meu irmão é tão apaixonado por ela que chega a ser ridículo.

Caterina também tenta se aproximar as vezes, porque é apaixonada pelo Kile, mas ele recua e por isso não damos muita chance a ela. Fica difícil assim para mim arrumar amigas mulheres, todas só querem falar comigo por causa dos meninos ou me veem como adversária e não falam comigo.

Mas porque ficar buscando novos membros se já somos perfeitos sozinhos? Porque estragar a harmonia?

Assistimos a todas as aulas, tivemos nosso momento de lanche e voltamos para casa, apenas mais um dia normal. Estávamos todos sentados na sala da minha casa, vendo televisão.

– Porque não vamos ao parque hoje? – Ahren perguntou, quando o filme acabou – eu soube que vai ter uma festa da fogueira de boas-vindas lá hoje.

– E é claro que a Camille vai estar lá – Kile debochou.

– Provavelmente.

– Cara, pega ela logo. Acaba com essa tortura – Erik disse – não aguentamos mais limpar seu rastro de baba quando ela passa.

– E acha que pegar ela vai mudar algo? – Kile perguntou, rindo.

– Não. Mai aí ele baba só nela.

Ele riram, enquanto Ahren corava um pouco mais e sorria.

– Vou me arrumar então – falei, não conseguindo evitar o desgosto na voz ao ouvir o nome de Camille.

Subi sem esperar que alguém falasse algo. Tomei um banho breve, coloquei um jeans, uma blusa solta, vesti um casaco e uma bota e passei um pouco de maquiagem.

Não demorei tanto assim, mas quando eu voltei para a sala, Kile entrava na casa com a roupa de sair. Erik entrou logo depois. Ahren já estava sentado no sofá, arrumado esperando a gente.

– Mãe, pai, estamos saindo – gritei, imaginando que eles estariam na cozinha.

– Divirtam-se – minha mãe gritou.

– Espera, onde você vai? – meu pai perguntou, vindo para a sala.

– Festa da escola.

– Mas agora? Está escurecendo.

– Estou de carro – Kile disse, balançando a chave.

– Mas, é perigoso ficar pela rua tarde da noite.

– Max, querido, deixe as crianças irem se divertir. É festa de começo das aulas – minha mãe disse, tentando puxar meu pai pelo braço de volta para a cozinha.

– Mas... Mas..

– Tchau pai! – Ahren e eu gritamos, já saindo.           

Entramos no carro correndo, antes que meu pai conseguisse pensar em algum motivo para eu ficar. Não que eu preferisse estar na festa, mas estou tão necessitada de diversão, que até uma festa de escola me parece mais atraente do que ficar em casa.

Fui no banco de trás com Ahren, enquanto Kile dirigia e Erik controlava o rádio. Chegamos bem rápido ao parque, e estava cheio e iluminado por lanternas de papel. Quando descemos, logo identificamos onde estava Camille. Ela nunca passa despercebida, está sempre cercada de gente. Todos a adoram, menos eu.

Tenho que admitir que ela é simpática e gentil. Nunca fez nada para justificar esse meu sentimento por ela, mas eu não consigo explicar. Simplesmente não consigo gostar dela.

Ahren foi em direção a ela, sem nos esperar. Erik falou sobre a mesa de bebidas e correu em direção a ela. Eu continuei de braços cruzados, olhando para meu irmão, que agora estava ao lado de sua amada.

– Você podia ao menos disfarçar – Kile disse.

– O que? – perguntei.

– Que não gosta dela. Seu irmão claramente está de quatro por ela. Seria bem mais fácil se vocês se dessem bem.

– Eu não gosto dela. Já até tentei. Mas não consigo. Algo nela me incomoda.

– Ciúme talvez.

– Porque eu teria ciúme dela?

– Porque ela é a única mulher que consegue afastar seu irmão de você. Ele sempre foi sua sombra, e agora está querendo andar pra outra direção.

– Não sei se é por isso. Eu quero que meu irmão seja feliz. Só não com ela.

– Não acredito em você.

– Me responda uma coisa. Mas seja sincero.

– Mande.

– Você seria melhor amigo do cara que estivesse tentando pegar a Josie?

Kile ficou sério na mesma hora. Abri um sorriso e dei de ombros.

– É diferente.

– Não é. É exatamente a mesma coisa. A diferença é que você não tem a ligação de gêmeo com a sua irmã.

– Isso não existe Eady.

– Eu tenho três irmãos. E só me sinto dessa forma com o Ahren. Existe sim uma ligação entre nós. Ele é parte de mim. E qualquer pessoa que queira namorar com ele, estaria praticamente namorando comigo.

– Isso é bem nojento. E talvez um pouco erótico.

– Ridículo.

– Não sério. Você pegando uma garota...

– Para.

– Rolando juntas na cama...

– Chega Kile, está me constrangendo.

– Bem erótico.

– O que é erótico? – Erik perguntou.

– Eadlyn está considerando ser lésbica.

– Mentira!

– Oh, isso seria bem erótico mesmo – Erik disse, fechando os olhos.

Kile riu da minha cara e fechou os olhos também. Não aguentando mais aquela humilhação, virei as costas e fui para longe, ouvindo os protestos deles.

Acabei esbarrando com um rapaz alto e esguio, com cachos loiros selvagens e sorriso de menino. Henri Jaakoppi, meu ex. Ele foi um dos poucos garotos que eu já namorei. Não foi bem um namoro, mas todos sabiam, inclusive meus pais.

Ele era da minha escola, mas foi transferido para outra esse ano.

– Eadlyn, oi. Como você está bonita – ele disse, com aquele sotaque carregado.

– Obrigado Henri. O que faz aqui?

– Antigos alunos sempre são convidados. É como um reencontro das turmas.

– Ah sim.

– Mas como você está?

– Bem e você?

– Ótimo.

Ele riu, passando a mão no cabelo. Henri está mais bonito do que eu me lembrava, e deixar os pensamentos irem para esse lado nunca é bom. Não seria uma má ideia se ele talvez me chamasse para sair.

– Mas então? O que me conta de bom? Está saindo com alguém? – perguntei, tentando parecer sedutora.

– Estou sim. Tem alguns meses – ele respondeu, sorrindo.

– Ah?

– Sim. Ah, olhe ela vindo aí.

Olhei na direção que ele olhava e uma moça muito bonita sorria para ele, andando até nós lentamente. Eu sentia meu rosto pegando fogo, pela vergonha de ter trago esse assunto a tona. É claro que ele percebeu meu interesse.

– Oi querida. Essa é a Eadlyn, uma antiga amiga. Essa é a Milla, minha namorada. Somos da mesma escola.

– Muito prazer. Ah, olhe ele ali – exclamei.

– Quem? – Henri perguntou, olhando para onde eu olhava.

– Meu namorado. Estava procurando por ele.

– Seu namorado? Não sabia que estava namorando.

– Não deu tempo de falar.

– Qual deles é o seu namorado?

E agora? E agora? Merda, porque eu fiz isso? Olhei cada um deles, tentando pensar em uma solução para aquilo. Dentre todos os que estavam no grupo que olhávamos, estava Kile. Não acredito que irei fazer isso.

– O loiro, com um copo na mão – falei, erguendo o braço – ei, estou aqui.

Gritei, agitando os braços. Chamei o nome dele e ele olhou, não entendendo muito bem. Fiz sinal para ele vir.

– O Kile? – Henri perguntou.

– Sim, ele mesmo.

– Caramba, nunca imaginei que vocês algum dia namorariam.

– Ele é muito bonito – a namorada de Henri disse.

– Sim, ele é. E inteligente também.

Ficamos em silêncio, esperando Kile chegar. Assim que parou ao nosso lado, sorri para ele.

– Estive te procurando em toda parte – falei, colocando a mão em sua nuca e o puxando um pouco para baixo.

– O que...

O interrompi com um beijo. No instante que nossos lábios se tocaram, senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Ele pareceu muito espantado, mas não me repeliu. Me afastei um pouco, envolvendo sua cintura.

– Lembra do Henri? – perguntei.

– Ah, claro – Kile disse, ainda um pouco avoado – tudo bem?

Eles apertaram a mão e Henri apresentou sua namorada. Kile respondeu com um “aaaah” antes de eu beliscar suas costas e ele ser sociável.

– Foi um prazer rever você Eadlyn. E muito bom saber que se acertou com alguém legal como o Kile.

– Sim, sorte a minha. Foi um prazer rever você. E conhecer sua garota.

– Ah, eu adoro conhecer os amigos do meu Henri. Porque não marcamos de sair todos juntos amanhã?

– Seria ótimo! – respondi, animada.

Porque eu fiz isso? Kile, que estava me abraçando, me devolveu o beliscão nas costas. Mordi o lábio enquanto ela falava dos lugares que achava bom. Henri olhava para nós dois, parecendo desconfiado.

Abracei Kile mais forte e acabamos combinando de nos encontrar num restaurante ali perto, amanhã as sete da noite.

Quando o casal feliz se afastou, Kile me soltou e virou para mim, com os braços cruzados.

– O que foi isso? – perguntou.

– Eu perdi o controle da situação.

– É mesmo?

– Não me julgue!

– Porque combinou o encontro?

– Você não viu a cara do Henri? Ele estava desconfiado.

– E com razão. Não somos um casal. Estamos bem longe disso.

– Eu sei, mas...

– Porque inventou que estava namorando comigo?

– Porque ele me apresentou a Milla tão animado, e eu fiquei nervosa.

– Você ainda gosta dele?

– O que? Não.

– Ah Eady, por favor. Agora que me meteu nisso, podia pelo menos ser sincera?

– Eu não sei, tá legal? Eu não gosto “gosto” dele. Mas também não quero que ele saiba que está melhor que eu. Não quero que pense que ainda não superei ele.

– Aí seu grande plano é fingir que está namorando com a pessoa que você mais discute?

– Foi um impulso. Eu apontei para um lugar, e lá estava você.

– Porque não chamou o Erik? Ele estava bem do meu lado.

– Jura? Não o vi.

Kile bufou, coçando a nuca.

– Como vamos conseguir sair sozinhos amanhã?

– Não sei! Me ajuda Kile.

– Porque não bebe alguma coisa? Vou arrumar algo para comermos e a gente pensa nos detalhes depois.

– Tudo bem.

– Nos encontramos ali nas mesas.

Assenti e fui em direção a mesa de bebidas. Demorei mas consegui pegar alguma coisa. Fui para a mesa e Kile estava sentado lá, com Erik. Quando sentei, percebi que Kile contava sobre o “acidente” com Henri e minha peripécia de inventar que namorávamos.

– Preciso dizer que isso não vai prestar? – ele perguntou.

– Não. Estamos perfeitamente cientes disso – Kile respondeu.

– Foi um ato sem pensar – falei, colocando o rosto na mesa.

Eles ficaram em silencio alguns segundos. Levantei a cabeça e olhei em volta, Ahren vinha em nossa direção.

– Não contem nada para ele – pedi, em voz baixa.

– Mas e a sua “ligação gêmea”? – Kile perguntou, debochado.

– Vai a merda.

– Não iremos contar nada – Erik prometeu, rindo.

Ficamos em silencio, esperando Ahren se aproximar. Quando chegou, olhou para nós com o cenho franzido.

– Porque estão calados? O que vocês aprontaram? – perguntou, sentando ao meu lado.

– Estávamos falando de você e Camille – Kile disse – então? Rolou?

– Nada. Ela não tem um momento a sós. Acho que para acontecer algo, só se eu a convidar para jantar, sei lá.

Arregalei os olhos. Mesmo sendo contra meu gosto, tínhamos a desculpa perfeita. Se Ahren saísse com a Camille amanhã, Kile e eu poderíamos ir também, como que para dar cobertura.

Os meninos repararam na minha expressão e perceberem meus planos.

– Porque não chama ela para sair amanhã? – Erik disse, me olhando de rabo de olho.

– O que? – Ahren perguntou.

– Sim. E nós te damos cobertura – Kile disse.

– Mas... amanhã?

– Sim. Porque não? Vocês saem a sós, e nós arrumamos outra coisa para fazer enquanto te esperamos. Assim seus pais não ficam sabendo.

– O que você acha mana? – ele perguntou, virando completamente para mim.

Ele vai notar se eu mentir. Eu não gosto da Camille, mas ele gosta. Mesmo que me doa ter que dividir ele logo com ela. Além do mais, seria bom para manter meu plano. Respirei fundo e virei para ele.

– Eu acho, que você quer – falei. Isso não é mentira.

– Mas eu estou perguntando o que você acha de eu sair com ela. Não o que você acha que eu quero.

– Eu acho que você gosta dela. E ela de você. Isso já devia bastar.

– Porque você está tentando me enrolar Eadlyn?

– Não estou.

– Acha que me engana?

– Ahren. Mano. Eu quero ver você feliz. Se Camille é o caminho para isso, quem sou eu para interferir?

Até agora tudo bem. Ele ainda não fez a cara de “vou vasculhar sua mente para saber a verdade”. Ahren apenas sorriu e me puxou para um abraço. Fiquei surpresa a princípio, mas retribui o abraço, imaginando quantos mais eu ainda ganharia depois que ele se acertasse com a princesa perfeita.

Ele me soltou e saiu correndo. Suspirei e deitei a cabeça na mesa de novo.

– Pronto, menina de sorte – Erik disse – temos a desculpa perfeita.

– Mas a que preço? – sussurrei.

E que o jogo de aparências comece.


Notas Finais


E começou gente.. nem acredito!
Espero que tenham gostado! Estou cheia de ideias aqui!
Até o próximo, e se nao leu as notas iniciais, leiam por favor :)
Beeeijos


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