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História A Seleção HIATUS - 2


Escrita por: Lovelyshipper

Notas do Autor


Desse capitulo eu gostei mais, acho que finalmente consegui estabilizar a narrativa em primeira pessoa, mas sei que poderia estar bem melhor, então deixem seus comentários e falem pra mim o que não gostaram e o que podia estar melhor.

O capitulo não foi betado, então me falem se encontrarem erros de português.

Capítulo 2 - 2


Eu realmente não sabia onde havia errado em minha vida passada, devia haver algo, alguma coisa muito ruim que eu tivesse feito para que o Karma corresse tanto atrás de mim, não era possível.

Pelo menos era essa a constatação que eu tinha ao olhar meu cabelo cor de rosa no espelho, sentindo meus olhos marejarem de desgosto após um longo suspiro.

Tudo bem que eu não era lá muito vaidoso, mas rosa?

Devia ter impedido a cabelereira no momento em que ela havia dito que a cor não importava pois logo sairia dali, final, como iria cuidar disso depois? Não tinha dinheiro para comprar tinta de cabelo, nem ao menos sabia como escolher uma!

O que eu iria fazer com aquilo?

E fora a isso havia um segundo e impertinente problema: Havia alguma chance de eu ficar por uma semana completa naquele castelo? Uma semana era tempo o suficiente para que enviassem aquele cheque gordo a Jin, não era o suficiente para comprar uma casta mas era o suficiente para fazer algumas reformas na casa, talvez comprar algumas roupas novas e trocar alguns móveis.

Eu nunca havia ficado com vontade de permanecer ali, mas já que havia entrado na enrascada mesmo, por que não aproveitar e pegar aquele cheque gordo? Mas a ideia me parecia tão impossível...

O quão gentil seria Jeon Jungkook? Ele me faria um favor? Um do tipo me deixe ficar aqui até domingo e depois me dispense o mais rápido que puder? Eu duvidava completamente.

Com um suspiro pesado comecei a preparar meu próprio banho, ainda eram 5 da manhã e pelo que eu havia entendido as 6 os empregados iriam vir me arrumar, mas eu não ligava muito, sabia cuidar de mim mesmo e não precisava de babás, embora um carinho na cabeça talvez me ajudasse a me sentir mais confortável.

É, era uma droga ser um ômega dócil.

Suspirei, tentando entender como todos aqueles botões funcionavam e a água finalmente começou a encher a banheira quando apertei alguma coisa que eu sabia que demoraria a achar da próxima vez também, sai do banheiro rapidamente, vasculhei o guarda-roupa a procura de algo que não fosse um terno ou uma roupa extremamente formal e depois voltei pro banheiro.

O banho não me ajudou a organizar os pensamentos, como eu achei que faria e eu sentia aquele incomodo na boca do estomago sempre que eu ficava muito longe de carinho. Ômegas dóceis tinham suas necessidades e as minhas eram bem bestas: eu precisava de carinho, muito, e por mais que sempre reclamasse quando meus hyungs insistiam em apertar minha bochecha, aquele era um mal necessário.

E agora cá estava eu, arrependido de todas as vezes em que eu reclamei que eles eram grudentos.

Quando cambaleei para fora do banheiro eu logo me sequei e vesti um suéter que eu havia encontrado, de pelinhos cinza e uma calça normal, mas de um tecido bem diferente do que eu costumava usar, com toda a certeza.

Me perguntei momentaneamente se aquela roupa iria servir para o café e eu sabia que não, mas também sabia, mesmo que meu senso de moda fosse quase zero, que se eu inventasse de colocar terno com meu cabelo agora cor de rosa eu ficaria muito extravagante.

Sem muitas escolhas apenas sai do banheiro e fiquei vendo da janela do quarto a neve cair lentamente, me perguntando se Jin estaria com muito frio ou até mesmo como estaria minha mãe ao saber que agora que eu havia me emancipado metade do dinheiro que ela iria receber iria para Jin.

–Ah, você já está acordado– Me assustei com a voz inoportuna e olhei para trás, dando de cara com três empregadas entrando, uma atrás da outra no quarto parecendo estarem um pouco entediadas.

Depois de uma curta troca de palavras elas apenas me pediram para descer e seguir em direção aonde na noite anterior eu havia tido meus cabelos tingidos e eu apenas obedeci, não possuía outra escolha mesmo.

Quando cheguei apenas me sentei –a sala havia sido completamente transformada e agora haviam várias mesas redondas, bem decoradas com pratos e talheres e cadeiras acolchoadas em volta das mesmas–e logo outros candidatos começaram a chegar, alguns até mesmo aproveitaram para me lançar um olhar de escarnio já que vestiam ternos, uns até mesmo smokings.

Estávamos ali para ter aulas de etiqueta, e eu sendo o de classe mais baixa ali era o que mais ia ruim nisso, mas estava me esforçando, eu só precisava de uma semana, só isso.

–Eu realmente não sei o que você está fazendo aqui– Murmurou Kyung Mi, um ômega de olhos azuis que estava sentado na minha frente na mesa.

Eu queria responder que também não sabia em quanto tentava decorar o nome de todos os garfos e pra que cada um servia, mas se o fizesse seria apenas mas atormentado e sabia disso.

Quando a aula de etiqueta finalmente chegou ao fim eu estava mais uma vez, vergonhosamente, me segurando para não chorar.

–Bem– Começou a mulher bem vestida que até poucos segundos nos dava aula de etiqueta–vou deixar claro para vocês aqui e agora que as missões que terão eu realizar para o programa da seleção podem ou não ser anunciadas, vocês podem ou não saber que estão em uma missão.

Ela sorria em quanto murmúrios preocupados corriam pela sala e eu apenas me encolhi, sabendo que se assim fosse, mesmo que o rei concordasse eu provavelmente não duraria nem uma semana.

–E duas provas já foram.

Silencio total.

–E por isso, 5 de vocês serão eliminados agora, por favor, todos os rapazes de smoking, se levantem e voltem para seus quartos, lá serão guiados e vão te ajudar a superar o choque que é sair da seleção, obrigada pela presença de vocês.

–Mas por que?! –Brandiu um garoto de smoking, se levantando de sua cadeira com tudo.

–Simples, vocês tem uma ideia muito exagerada do que é a família real, um café da manhã, por mais que suas roupas tenham que estar engomadas e perfeitamente limpas, continua sendo um café da manhã, e não um baile de gala, e isso vai para os rapazes de terno também, vocês ainda não foram eliminados, mas... Digamos que não passaram com 100% de aprovação.

Depois de muitos resmungos e barulhos os 5 rapazes saíram da sala, deixando-a silenciosa.

–E agora– Começou a mulher, andando vagarosamente a nossa frente, os saltos altos ruidosos contra o chão e a saia longa balançando em quanto andava– antes de irem tomar o café da manhã com a família real, vocês não acham que tem o direito de conversar com o príncipe, não?

Como se só estivesse esperando essa deixa as grandes portas atrás da mulher se abriram, revelando um rapaz de aparência jovial e roupas despojadas, porém com toda certeza de grife.

Ele se aproximou em passos lentos, o tronco completamente ereto e uma expressão neutra, junto dele veio um cheiro forte e amadeirado que fez com que eu me sentisse até mesmo tonto e com que algo em meu estomago se revirasse.

Então esse era o cheiro de um alfa lúpus?  

Quando finalmente consegui me focar novamente a mulher explicou rapidamente que teríamos cada um 5 minutos para conversar com o príncipe e que isso iria acontecer por ordem de chamada, sem muitas mais explicações o príncipe se sentou em uma mesa central, porém menor e com roupa de mesa que a distinguia das outras e os nomes começaram a ser chamados.

Eu, por ser um dos últimos apenas fiquei sentado em meu lugar, mordendo a unha nervosamente em quanto a hora passava, observando de longe o príncipe parecer cada vez menos animado, todas as pessoas terminavam a conversa antes mesmo de dar 5 minutos, e após alguns minutos era a minha vez.

Me levantei meio atrapalhado quando meu nome foi chamado, minhas bochechas ganhando uma coloração avermelhada... Como eu iria pedir aquilo a ele? A ideia havia parecido plausível em quanto eu enchia a banheira, mas agora era apenas absurda em quanto eu vi ele ali, de frente para mim com sua aura intimidante de alfa.

Ao seu lado eu fiz uma reverencia, evitando olha-lo nos olhos e me sentei, minhas mãos parecendo repentinamente interessantes.

–Então... Park Jimin, certo?– Murmurava ele tentando manter a educação, embora fosse claro que ele estava cansado após duas horas falando com pessoas estranhas que tinham mais interesse em sua coroa do que nele.

Eu assenti, as bochechas quentes em quanto buscava uma maneira de falar aquilo.

–Bem, você me parece me parece meio tímido, mas mesmo assim, por que não me fala sobre você?

Eu suspirei antes de levantar o rosto e me encolher diante daqueles olhos tempestuosos assim que os vi, olhos felinos e que me causavam calafrios.

Ele arqueou as sobrancelhas e fungou, como se estivesse farejando algo.

–Bem, eu sou um sete e... Tenho um pedido a fazer.

Ele suspirou, como se eu não tivesse sido o primeiro a pedir alguma coisa, lançando um sorriso afetado logo em seguida.

–Peça, se estiver ao meu alcance eu farei.

Eu soltei um suspiro e olhei para baixo.

–Eu sei que não devia estar pedindo isso mas...–Mordi os lábios e me perguntei se por algum acaso algum santo não gostaria de me ajudar naquele momento, mas me lembrei que devia ter feito algum de ruim em uma vida passada e mudei de ideia– eu queria saber se eu poderia ficar até o final de semana, só até lá, depois você pode me chutar daqui o mais rápido que puder.

–Como?– Sua voz parecia extremamente confusa, mas eu não tive coragem de levantar o rosto para ver sua expressão.

–Eu sei que minhas chances são praticamente nulas– Comecei tentando me explicar, sentindo a boca seca– e acredite, não tenho nenhum ressentimento quanto a isso, eu só preciso de uma semana, é o suficiente.

–Por que uma semana? Se está tão desesperado para ir embora porque não o faz de uma vez? É só pedir e eu irei te liberar– Sua voz parecia estressada, quase ofendida, o que fez com que eu levantasse os olhos e encarasse aquelas tempestades negras hostis.

Algo dentro de mim se contraiu e os pelos do meu braço se arrepiaram de medo, memórias do que geralmente acontecia quando eu me metia em problemas com alfas rodaram minha cabeça.

–Não me entenda mal– Murmurei eu, tentando me corrigir embora minha vontade fosse de correr dali e me esconder de baixo de um cobertor quentinho– eu apenas sei onde é meu lugar, e todos aqui parecem saber também só pela maneira com que olham para mim... Eu preciso ficar até o final de semana para ajudar meus amigos, o cheque que vou receber vai ajuda-los.

Ele suspirou pesadamente e arqueou a sobrancelha direita mais uma vez, me olhando com os olhos intensos e eu apenas sentia vontade de me fundir na cadeira.

–Não existe algo como esse lugar a qual você pertence, todo mundo sabe que o sistema de classes está ultrapassado–Ok, aquilo me surpreendeu– e nós apenas não conseguimos muda-lo porque estávamos ocupados de mais tentando impedir uma quarta guerra mundial, além de que esse tipo de coisa é um processo que leva anos– Ele parecia mais falar consigo mesmo do que comigo.

–Eu entendo– Tentei sorrir, sem muito sucesso– mas tenho certeza que você já falou com vários ômegas maravilhosos, bem educados e que com toda certeza tem muitas mais chances de casarem com você do que eu, eu sei onde é meu lugar. Veja bem, eu trabalho em um lixão...Malemá sei comer com um garfo e faca, quanto mais decorar tudo o que a moça falou, já estou me preparando mentalmente para passar vergonha na hora do café da manhã com a família real... Isso é, se eu realmente ainda for tomar café da manhã e não for expulso agora... É, ah, esquece.

Decidi desistir da ideia, sentindo-me um tremendo idiota por ter sequer cogitado a ideia de pedir isso e olhei para o teto então, bufando, sentindo os olhos começarem a marejar e tentei lutar contra isso.

Escutei um barulho estranho e então a voz dele se fez presente.

–Quantos anos você tem? E que tipo de ômega você é?

Não o olhei, constrangido e com receio de que ele pudesse ver as lágrimas que começavam a se formar.

–21– Agradeci mentalmente por minha voz ainda estar firme– E eu sou um ômega dócil.

Ele tossiu e sua voz saiu meio engasgada quando falou:

–Você com toda certeza não se parece com um ômega dócil... Quando vem o seu cio?

Aquela pergunta fez com que minhas bochechas esquentassem repentinamente e eu conseguia sentir os olhos escuros me olhando.

–O m-meu cio ainda n-não veio– Me praguejei por ter gaguejado, mas era impossível, principalmente tratando-se de algo tão particular.

–Ok, mas quando ele vai vir? – Insistiu ele, não entendendo o que eu havia dito.

Suspirei, as bochechas pegando fogo e tentei explicar mais uma vez, finalmente levantando o olhar para encontrar com o par de olhos hostis que agora pareciam banhados em uma curiosidade estranha.

–É essa a questão... Eu não sei porque ele nunca chegou a vir, não tenho como contar.

Ele engasgou de novo, colocando a mão na boca para tossir e olhando em volta, parecendo meio perturbado, mas ao mesmo tempo parecia ter achado a resposta que procurava.

–Está explicado o porquê do seu cheiro ser tão...– Ele cortou a si mesmo e fez um sinal de negação com a própria cabeça, suspirando logo em seguida– seus amigos são tão importantes ao ponto de você se inscrever na seleção só por eles e não por si mesmo?

A mudança de assunto repentina me deixou confuso, mas por fim eu respondi.

–Não vim por eles, mas também não vim porque quis– admiti, fugindo dos olhos negros mais uma vez– Eu não tinha um relacionamento bom com minha mãe, na verdade ela pegava todo o meu dinheiro e me... Esquece, isso não importa, eu fiz um acordo com ela, disse que me inscreveria na seleção se ela me emancipasse, mas eu acreditava que eu não iria ser chamado, pra mim eu apenas iria viver com meus amigos e ir pra longe dela... Só que daí eu fui chamado e eu não tive escolha.

Limpei a lágrima impertinente que caiu o mais rápido que eu consegui, não queria que ele achasse que eu estava fazendo drama e eu também sabia que ao longe as câmeras estavam apontadas para nós.

–Agora sim você está parecendo um ômega dócil– Resmungou ele e eu resisti ao impulso infantil de mostrar a língua igual a uma criança de dois anos de idade– e isso é extremamente interessante.

Levantei os olhos e vi ele apoiar os cotovelos na mesa, apoiando o rosto nas mãos e me olhando e foi inevitável não reparar que apesar de assustador ele era extremamente bonito.

Afastei os pensamentos mais rápido do que quando eles apareceram.  

–Nunca tinha visto um ômega lutar contra a própria natureza, principalmente sendo um ômega puro.

Aquilo causou um estalo em minha cabeça e eu franzi o cenho, consternado.

–Eu não sou um ômega puro.

Ele sorriu de lado e o relógio que marcava o tempo da conversa apitou, sem mais respostas eu apenas fui obrigado a me levantar e ir esperar ao lado dos outros selecionados que me olhavam como se pudessem matar.

É, aquilo ia realmente ser mais difícil do que eu pensava. 



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