À un Endroit dans les Étoiles
- Jeonghan -
– O que foi? – perguntou direto. Estava sem paciência. – Estou cansado e quero dormir.
– Tentando mentir mais uma vez – o mais velho disse visivelmente zangado. – Você não sabe fazer isso. Sequer consegue tentar.
– Responde a minha pergunta.
– Vim saber por que correu daquela forma. Parecia que alguém ia te comer vivo.
– Por que ‘tá se preocupando com isso? Era pra você ‘tá lá inclusive.
– Já acabou – e foi entrando no quarto do rapaz de madeixas longas. Eles eram assim sempre. O único obstáculo era que tinham que bater na porta. – Agora desembucha.
– Eu não te devo satisfação, ‘tá? – Jeonghan deixou a porta aberta, visivelmente irritado. – Sai do meu quarto, Seungcheol, eu quero descansar.
– Não vou sair até a gente conversar.
– Eu não quero nem pensar o que pode acontecer se a gente conversar agora. Agora sai do meu quarto – exclamou ao lado da porta, apontando para o lado de fora.
Seungcheol levantou-se e, quando Jeonghan pensou que fosse se livrar dele de uma vez por todas naquele dia, teve o grande azar de ver o mesmo fechar a porta com força e permanecer dentro do cômodo mediano.
– Por que você tem que ser tão teimoso?! – ele pronunciou com diversas entonações. – Eu não vim aqui pra brigar, Jeonghan. Não acha que a gente tem feito muito isso?
Ele tinha razão, mas na visão do mais novo aquele não era o momento pra conversar.
– É muita informação pra um dia só, você não acha? – perguntou, cruzando os braços. – Nem a esse nível eu posso descansar um pouco?
Seungcheol bufou.
– É o ápice do dia – concluiu. – Acho que deveria ir atrás do Jisoo e dizer o que ‘tá sentindo. Ah, não... Esqueci que ele já sabe há muito tempo e mesmo assim dá zero ‘fodas pra você! – voltou a abriu a porta do quarto. – Sai.
Achou que o Choi fosse ficar bravo, mas ele riu.
– Não acredito.
– O quê?
– Você ‘tá com ciúmes de mim?
Jeonghan ficou parado estático assim como fez quando Junhui disse que havia beijado Minghao.
– Quem não acredita agora sou eu – resmungou, revirando os olhos. – Eu não ‘to com ciúme de você. Ficou louco?
Seungcheol riu nasalmente e se aproximou, deixando Jeonghan nervoso. Algumas regiões de seu corpo começaram a umedecer e amaldiçoou mentalmente o ocorrido. O mais velho colocou as mãos em seus ombros e colou as testas.
– Eu sei bem que Jisoo nunca iria ficar comigo.
– E eu também sei que eu nunca iria ser uma segunda opção pra você e que não gostaria que você me beijasse nesse exato momento pensando nele – e voltou a apontar pra o lado de fora sem desfazer a posição em que estavam. – Sai do meu quarto.
Mas Seungcheol o fez mesmo assim.
- Junhui -
Soltou a risada mais gostosa que tinha. Era impressionante o quão Minghao era adorável.
– Eu sei que você não sabe o que dizer – falou como se a situação não estivesse tão tensa entre os dois. Suas costas queimavam por conta do sol forte e estava louco pra desfazê-la. – Só pensa nisso. Só um pouquinho.
– Estive o fazendo – ele respondeu na hora, parecendo desesperado. – Não cheguei a nenhuma conclusão.
O sorriso leve de Junhui se desfez. Parecia uma troca de flechas.
– Acho que a gente deveria esquecer tudo – Minghao disse, desfazendo a posição e aliviando as costas de Junhui do calor do sol. – Desde quando isso começou a gente tem ficado esquisito um com o outro e não gostei.
Junhui bufou, puxando Minghao para si.
– A gente se conheceu, viramos amigos, eu te beijei; nos acertamos, te beijei de novo, viajamos juntos, eu entendi meus sentimentos por você, me declaro pra você e você me pede pra esquecer de tudo?
Minghao corou.
– Ou será que eu vou ter que te beijar de novo pra você ter certeza?
Minghao corou mais ainda.
– Seu rosto corado não responde a minha pergunta.
Foi a vez do menino cego de bufar. Junhui achou estranho.
– Eu não ‘to brincando com você Minghao. Nunca fiz isso.
– Vou pra o meu quarto – Minghao disse se levantando.
Junhui segurou sua mão.
– Por favor, me deixa em paz, Junhui.
Junhui suspirou, soltando a mão macia do mais novo.
Não foi preciso dizer nada para que Minghao tentasse limpar suas roupas, falhando em certas partes. Mirou sua visão no corpo magro indo em direção à porta que dava acesso ao prédio dos dormitórios até que sumisse de vista.
Olhou para o mar, pegando um punhado de areia e tacando em um canto qualquer.
– Merda! – gritou.
- Jisoo -
– Você deixa as coisas de lado assim? – Seokmin pareceu indignado sendo que nem tinha o direito. – Jisoo, quanto tempo faz que você não da um sorriso sincero?
– Muito tempo.
– Então?!
– Escuta, Seokmin, você tem toda a razão em dizer que eu desisto das coisas bem fácil, só que não é como se essa facilidade fosse a mesma do outro lado da coisa.
– Explique-se então. Quero entender.
– É só olhar pra o nosso grau de diferença – o mais velho suspirou. – E não falo de diferença de idade. Isso pouco me importa.
– Ainda não compreendo.
Jisoo tentou acalmar os nervos. Odiava conversar daquele jeito. Principalmente quando se tratava daquele assunto – era algo que não gostava de falar.
– Eu to no terceiro ano – começou. – Você no primeiro. Pra onde acha que eu vou quando sair daqui?
Foi como pensou. Seokmin ficou estático. O rosto que era preenchido com sorrisos e alegria antes agora estava cheio de... sustos?
– ‘Tá dizendo que nosso caso seria colegial? Ou que só porque você voltaria pra os Estados Unidos a gente teria que acabar com tudo? Jisoo, eu esperaria o tempo que fosse.
– Outras pessoas entrarão aqui, Seokmin. Eu, com certeza, vou conhecer pessoas lá fora. A gente começaria algo morno e esfriaria rápido como se nada acontecesse. Entende o que quero dizer agora?
– Mas o que custa a gente tentar? – Seokmin perguntou, aproximando-se. – Não iria doer, iria?
Jisoo olhou para o lado. Aquela conversa estava indo pra um caminho ao qual não havia planejado.
– Eu preciso ir – disse. – Estou cansado.
– Não vai, não – Seokmin o impediu.
Continua...
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