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História A viagem de Chihiro - Colar dos deuses - Espere-me!


Escrita por: Kan-on

Notas do Autor


Oi minha gente!!! <3
Primeiro capítulo do ano..kk Sei que demorei, tava difícil escrever! Mas estou de volta!
Como sempre o título do cap foi feito ás pressas, pois vocês já devem ter percebido que sou péssima com títulos!! XDD Tenho dó dos meus filhos - se eu tiver - quando colocar nome neles! </3 XD Mas mana Chihiruda me ajudou com o título! <3 Por isso não tá porcaria, obrigada Brasil!
Finalmente, após meio século, eu pedi para BETAREM esse capítulo!! <3 Não irei colocar aquela ladainha de "Desculpem os erros etc etc" ! Não é uma maravilha gente? <3 É sim! KK
Espero que gostem da leitura e que se divirtam!
Capítulo betado pela minha querida hermana ursa @Chihiro! <3 Obrigada mana, hoje e sempre!! <3 <3 <3 <-- Mtos corações pq vc merece!

Capítulo 53 - Espere-me!


Fanfic / Fanfiction A viagem de Chihiro - Colar dos deuses - Espere-me!

Todos corriam na casa de banho. Estavam tensos e ao mesmo tempo aliviados em saber que logo tudo terminaria. Tudo ia bem, e a presença de Sen enchia a todos de esperança. A pequena garota andava em direção ao quarto do temível hóspede.

Sen estava calma. Apenas o cansaço tomou conta de seu corpo, mas não se comparava ao cansaço mental. Queria saber sobre Haku, queria ajudar Lin, queria dar fim ao sofrimento de Boh... Eram tantas coisas rodando seus pensamentos que a ansiedade começou a transparecer em seus movimentos. Seus passos se tornaram mais pesados e rápidos. Suas mãos não paravam de suar. Ajeitou o cabelo prendendo-o em um rabo de cavalo inúmeras vezes. Notou que muitos empregados a olhavam com súplica, como se orassem a um Deus. Fechou os olhos. Sabia que toda a esperança estava depositada nela. Nunca imaginou que um dia tantas vidas dependeriam apenas de uma única; no caso, a sua.

“Não é apenas Haku que precisa de mim no momento. Todas essas pessoas também torcem para que dê tudo certo. Não posso desapontá-los”.

O peso da responsabilidade era grande, e uma grande carga foi colocada em suas costas. Não era apenas Sen que ansiava a partida de Narukami, todos esperavam por este desfecho o mais breve possível.

— Não se preocupe, Sen, dará tudo certo... — Len a acalmou, colocando a mão em seu ombro, lembrando-lhe que a acompanhava e que, de certa forma, a protegeria.

Chihiro sorriu em agradecimento e seguiu em frente, mais confiante.

Chegaram até a porta do quarto do temível demônio. Faltava pouco para tudo aquilo acabar. Já estava escurecendo e, no mais tardar, era provável que Narukami deixasse o local e seguisse seu caminho.

Chihiro resolveu bater na porta. Deu dois toques na madeira e esperou. Não demorou muito para que obtesse a resposta.

Narukami apareceu devagar. Não parecia mal-humorado nem nada do tipo. Todos respiraram aliviados.

— Narukami sama, já está na hora do jantar. Queira me acompanhar, por favor? — disse a morena polidamente.

— Agradeço. Estou faminto, espero que a mesa esteja farta — respondeu o demônio, ríspido.

— Espero que esteja de acordo com o que deseja, Narukami sama. Por favor... — pediu-lhe delicadamente, indicando o caminho com as mãos.

O demônio aceitou sem dizer nada, apenas a seguiu. Desceram pelas escadas e tomaram o elevador. A cada andar que passavam, os empregados começavam a correr. Havia poucos hóspedes na casa, já que a maioria resolveu não partilhar do mesmo local que o demônio e arriscarem sua pele. Os poucos que estavam ali logo partiram, assim que Narukami apareceu.

O temível parecia um pouco tenso. Aquela agitação o irritava. Ficar preso naquela terra isolada por tantos o deixara ainda mais incapaz de socializar. Gostava de silêncio, de estar preso apenas aos seus pensamentos e nada mais. Ao mesmo tempo, também queria se livrar daquela “prisão” que era obrigado a vigiar. Estar rodeado de outros espíritos e deuses não era assim tão ruim, mas estava longe de ser considerado bom.

“Narukami sama parece meio tenso”, pensou o corvo, que logo comunicou para que os empregados pudessem agir de forma mais natural.

Não demorou para o aviso chegar aos ouvidos da maioria, que logo foi se ocupar de seus afazeres.

Finalmente chegaram até o aposento que os aguardava. A mesa estava preparada de forma meticulosa. Os talheres, hashis e porcelanas estavam em seus devidos lugares: alinhados e perfeitos. As porções eram generosas e fartas. A bebida também estava na temperatura ideal. Nem mesmo Len, com tantos anos de casa, havia visto uma mesa tão convidativa.

Boh os aguardava, ajoelhado em um zabuton*, e suas vestimentas eram diferentes de antes. Vestia um quimono vermelho, com estampas brancas e detalhes em dourado; o hakama* em tom grafite, quase preto. Por cima do quimono, um haori* branco. Seu brilho era nobre como pérolas. Seus cabelos platinados estavam ajeitados cuidadosamente para trás, presos em um adorno de cedro.

“Mestre Boh está tão lindo!”, as empregadas pensaram num contido silêncio.

— Estava os aguardando — estendeu suas mãos ao tatame e curvou-se diante do demônio, como se reverenciasse. Esse gesto era de extrema polidez, como esperado de um nobre. — Espero que aprecie o banquete preparado especialmente para esta ocasião. Como se trata de seu último jantar nessa casa, providenciei para que sinta-se satisfeito — explicou educadamente.

— Agradeço — disse olhando-o de soslaio, sem deixar de reparar no jovem. — Para alguém do seu porte, abdicar de seus longos cabelos é de se admirar, embora eu odeie admitir — falou, áspero. — É um homem que honra suas promessas, e acho isso muito digno numa pessoa — completou, mais brando.

— Fico agradecido pelos elogios, Narukami sama — curvou-se novamente, dessa vez em agradecimento. — Por favor, sente-se e fique à vontade. Sen o servirá, como é o desejo do senhor.

Narukami sentou. Ajeitou-se sobre o zabuton e limpou suas mãos com pequeninas toalhas quentes, que já estavam sobre a mesa. Logo em seguida foi-lhe servido chá de jasmim.

Len ficou sentado ao lado de seu mestre, apenas observando tudo com atenção. Se ocorresse qualquer descuido da parte de Chihiro, estaria a postos para auxiliá-la, como lhe foi ordenado.

Tudo corria bem, como o esperado. Chihiro servia doses de sakê ao convidado e ele parecia apreciar. A refeição parecia tê-lo agradado, também. Alguns empregados começaram a dançar e cantar para entreter o demônio. Chihiro respirava aliviada. Logo mais tudo estaria acabado. Yubaba logo lhe entregaria o colar que estava com Lin. Tudo se resolveria em poucas horas. Começou a sorrir só de imaginar a si se encontrando com Haku.

“Haku, falta só mais um pouco para eu encontrá-lo. Por favor, me espere”, pedia.

Narukami sama olhou o semblante calmo e gentil de Chihiro. Seu rosto, a música e a animação tomaram conta de seu peito, enquanto resquícios de memórias tomaram conta de sua mente.

“Mas o que é isso..? Deja vú?”, tentava lembrar de onde vinha aquela estranha sensação de... Nostalgia.

Aquele sentimento era acalentador, ao mesmo tempo em que lhe trazia uma agonia terrível. Não sabia o porquê daquela sensação, e isso o incomodou. Fechou seus punhos fortemente, assim como seus olhos. Algo dentro de si estava se revirando, e enormes tormentas de energia teimavam sair de seu corpo, como uma bomba.

“Queime tudo! Queime tudo isso, até não sobrar nada!”, uma voz interior dentro de si lhe dizia.

— Narukami sama, está tudo bem? — Chihiro perguntou, segurando a mão do temível.

— Ah! — exclamou, saindo de seu transe. — Está tudo bem sim — completou, afastando sua mão.

“Essa garota... Por que ela me intriga? Se ela não estivesse aqui, com certeza teria perdido a razão!”, refletiu. Aquela situação atípica o deixava nervoso. Queria se livrar de tudo: do mundo, dos deuses, de si mesmo. “Quanta besteira!”, falou para ele próprio sobre seus pensamentos. Resolveu aproveitar a estadia naquela casa, relaxar e ir atrás de Kusanagi.

O jantar fluiu bem, a atmosfera tensa se dissipou aos poucos e isso tranquilizou a todos. Havia passado algumas horas e o demônio se recolheu até seu quarto. Queria apenas mais um banho quente para relaxar, e logo depois partir.

— A refeição estava ótima. Aguardarei a digestão e logo após quero um bom banho. Como prometido, os recompensarei devidamente — informou Narukami, fechando a porta logo em seguida.

Chihiro e Len curvaram-se e prometeram deixar tudo preparado.

Desceram as escadas devagar, até chegar ao grande salão.

— Mestre, Narukami sama já repousa em seu quarto — contou Len, reverenciando-o.

— Ótimo. Parece que saiu tudo como planejamos — respondeu, aliviado, o mago. — Mesmo assim temos que ficar atentos. Ele pediu algo a mais?

— Não. Apenas que deseja um banho antes de sair — disse a morena, um pouco tensa.

— Imaginei. Essa casa de banhos é muito famosa. Não existe um espírito sequer que consegue sair sem antes relaxar num de nossos ofurôs* — falou, sorrindo. — Irei pedir a Kamaji que deixe tudo preparado — virou-se em direção a Chihiro, prostou o joelho esquerdo ao chão e curvou-se diante da garota. — Agradeço imensamente o que tem feito por nós, Sen. Serei eternamente grato.

— B-Boh! N-Não precisa agradecer! Por favor...! — avermelhou-se a garota diante do gesto. — Você é um nobre, não deve fazer isso diante de uma pessoa como eu!! — disse, envergonhada.

— Para mim, não existe ninguém mais especial que você, Sen — insistiu Boh. — Nobre ou plebeu, nada mudará o meu passado. Serei eternamente grato a você por tudo o que fez.

Len apenas olhava seu mestre atentamente. Nunca o viu agir dessa forma, nem com Yubaba.

“O mestre realmente ama a Sen. Isso é inegável, e talvez imutável. É uma escolha dolorosa, amar quem já tem o coração preenchido”, observou o corvo.

Sen sorriu, pegou levemente a mão de Boh e o ajudou a levantar.

— Eu também tenho muito que te agradecer, Boh! Não pense que me deve um favor, você também me ajudou muito nessa casa, inclusive quando vim aqui pela primeira vez! Mesmo sendo um bebê na época, conseguiu que Yubaba ficasse mais ponderada com a minha saída. Eu também não tenho palavras para agradecer a você! — revelou, gentil.

O mago sorriu. Qualquer palavra de Chihiro confortava seu coração. Mesmo em tempos tão tensos como aquele, ela conseguia aliviar qualquer tristeza dentro de si.

— Está bem, Sen. Então vamos dizer que estamos quites, tudo bem?

— Sim! — sorriu a garota. — Ah, pensando bem, acho que ainda fico te devendo, já que te pedi para me ajudar a resolver o problema da Lin... — contou a garota, pensativa.

— Hahaha! Quanto a isso, não se preocupe, Sen. Foi uma promessa, não foi? Não se preocupe, irei cuidar de Lin como te prometi — ponderou o mago. — Sen, melhor descansar um pouco. Aproveite e faça companhia para a Lin, acredito que ela ainda esteja deitada. Pedi para que repousasse.

Chihiro obedeceu o feiticeiro e andou em direção ao seu quarto.

Boh a viu se afastando lentamente, quando foi indagado por seu fiel companheiro:

— Mestre... Não dirá a Sen sobre Lin? Se continuar desse jeito, sua energia será totalmente drenada pelo colar e ela provavelmente não suportará mais que dois dias...

— Eu sei, Len. Não tive coragem de revelar isso a Sen. Ela já tem problemas demais no momento, vamos poupá-la de tantos sofrimentos — informou tristemente o mago. — Ainda procuro alternativas. Não deixarei que nada aconteça a Lin, é uma promessa que fiz a Sen — revelou, decidido.

— Uma promessa...?! — Len disse, fitando seu mestre atentamente. Pequenos flashbacks rondaram a sua mente.

“Quanto tempo se passou desde minha última promessa. Uma promessa não cumprida... Uma promessa esquecida”, lamentou o corvo, com um ardor em seu peito.

 

Zabuton = Pequena almofada, usada para sentar.
Hakama = Espécie de calça larga, usada com quimono.
Haori = Vestimenta usada sobre o quimono. Uma espécie de casaco de quimono masculino.
Ofurô = Banheira japonesa.


Notas Finais


KKKK! *começo dando risada
Agora o bicho vai pegar é esperar pra ver! Ah! Desta vez eu decidi deixar o nome dos objetos japoneses tradicionais e colocar notas no final. Assim vocês se familiarizam mais, e ahco bacana. Espero que tenham gostado das notas!
Kissus a todos e MUITO OBRIGADA por lerem e comentarem! <3


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