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História Acordo - Palavras cruzadas


Escrita por: umaescrit0ra

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece. Voltamos as atividades normais em nossa programação, sim? HAHAHAHA

Boa leitura!

Capítulo 7 - Palavras cruzadas


É difícil escutar a verdade quando se esteve tanto tempo com os ouvidos fechados, impedindo que a realidade te atinja e assim você finalmente tenha que encarar de frente o problema. Quando Sasuke disparou todas aquelas palavras contra Sakura, não estava realmente pensando muito antes de falar, apenas estava cansado de ter se tornado o saco de pancadas dela.

Mas, aquelas duras palavras eram o que ela precisava que alguém dissesse.

Sempre tão dona da razão e cheia de si, vestindo a armadura de uma mulher inabalável e inquebrantável, ninguém se atrevia a dizer que ela havia se tornado uma pessoa frustrada e amarga. Não que estivesse agindo assim de forma proposital. Havia sido machucada tantas vezes que a única forma que encontrou para se defender, foi apunhalar antes de ser apunhalada.

Então, quando Sasuke apareceu derrubando todas as barreiras que havia levantado com tanto empenho, ela não soube lidar com a situação. Preferiu compara-lo a Sasori, tentou manchar a imagem quase perfeita do Uchiha e assim encontrar uma desculpa estúpida para afasta-lo, pois não queria ter seu pobre e fragilizado coração exposto mais uma vez.

Mesmo assim, ele conseguiu alcança-la e desvenda-la como mais ninguém foi capaz. Ele não teve medo ou receios de mostrar sua melhor parte, de ser real e transparente apesar de que Sakura estivesse constantemente na defensiva e agindo com hostilidade.

Quando o Uchiha notou que havia praticamente gritado, o peso das palavras que saíram de sua boca fizeram-o se sentir levemente constrangido, mas não arrependido. Era assim como realmente estava se sentindo, sendo comparado a um cafajeste da pior espécie quando apenas tentou ser gentil a todo momento para que o falso namoro funcionasse para ambos.

O click da câmera escondida entre os arbustos fez com que o ㅡ falsoㅡ casal saísse do transe em que se encontravam. Um paparazzi havia captado toda aquela embaraçosa cena e com certeza se tornaria o novo tema de fofoca em todos os sites de famosos, esse era o lado ruim de se namorar uma ex modelo. Rapidamente, Sasuke puxou a Haruno para dentro da casa onde teriam mais privacidade, ou pelo menos evitariam alguma outra exposição indesejada. Sakura se encontrava envergonhada e ter que ficar a sós com o Uchiha justamente naquele momento não ajudava muito, no entanto, sabia que precisava se desculpar com ele e também, consigo mesma.

ㅡ Isso é uma droga, sequer podemos ter nossa primeira briga de casal sem virar manchete na vogue.ㅡ ele tentou descontrair, mas não funcionou como esperava.

ㅡ Sinto muito por isso, acabei te envolvendo nos meus problemas e no meu mundo sem pensar nas consequências.ㅡ Sakura disse apertando a panela quente com as mãos.ㅡ Na verdade, me desculpe por tudo o que fiz você passar, eu não tenho o direito de me meter na sua vida ou reclamar alguma coisa sobre sua privacidade, principalmente quando está se expondo diariamente por minha culpa.

ㅡ Sakura...

ㅡ Me deixe terminar, por favor, sinto que vou explodir se não colocar tudo isso pra fora.ㅡ ela o interrompeu fixando os olhos nos dele.ㅡ Fui uma idiota, egoísta e estúpida com você e com todos a minha volta por culpa de um cara que não vale o ar que respira, descontei minha raiva em pessoas que não mereciam outra coisa além de agradecimento. Eu fui enganada,  humilhada e maltratada, mas…nunca fiz nada a respeito, apenas deixei ele levar tudo o que eu tinha, meu dinheiro, minha vida, meu trabalho… tudo!. ㅡ o nariz vermelho e húmido denunciava a fragilidade na qual se encontrava, mas ela não se importou em parecer fraca diante daquele homem.ㅡ Até hoje, ele continua fazendo o que bem entende, roubando descaradamente e gastando tudo com mulheres e vícios, exatamente como quando estava casado comigo e eu continuo fingindo que isso não me afeta. Mas, no final do dia sempre acabo descontando tudo em alguém; no taxista, em alguma modelo ou até mesmo nas minhas amigas e agora em você, porque sou covarde e não consigo enfrentar o Sasori e meu passado, não consigo dizer o que realmente sinto, tenho tanta vergonha de mim e do que aconteceu que sequer consigo admitir que estou perdidamente apaixonada por você e que isso me deixa apavorada! Porque tenho medo de não ser suficiente, de não ser mulher o bastante para um cara tão legal e puta merda, tem noção do quanto você é bonito? Então acabo agindo como uma louca sem noção, até mesmo tentei cozinhar e tenho certeza de que isso deve estar horrível e…

O monólogo foi interrompido quando por impulso Sasuke a puxou pelo pescoço e colou as bocas em um beijo desesperado, ansioso e quente. Não poderia deixa-la continuar dizendo coisas tão absurdamente idiotas, até mesmo em um universo alternativo Sakura Haruno seria tudo o que ele queria, com todos os complexos e defeitos, com todas as manias irritantes e personalidade problemática. Esperava que ela entendesse isso naquele momento, com a língua ardente e sedenta percorrendo cada canto da boca dela.

Primeiro seu cérebro demorou para processar o que estava acontecendo e quase deixou cair a panela, mas, aos poucos foi retribuindo o beijo. "Céus, eu ainda sei como isso se faz?", pensou e sua insegurança gritou para que se afastasse pois devia estar sendo um completo desastre, porém, Sasuke a puxou ainda mais, tendo apenas o risoto como impedimento entre eles.

A mão grande subiu um pouco mais e os dedos afundaram no emaranhado rosa dos cabelos dela, enquanto a outra descia lentamente na curvatura da cintura, apertando a carne macia com desejo intenso. Se pudesse descrever o sentimento de tê-la assim, tão entregue ao seu toque e deixando suspiros escapar, ele certamente poderia usar uma única palavra: plenitude. Saber que a mulher forte e decidida, que exalava poder e confiança, não era indiferente a ele, foi uma descoberta assustadoramente deliciosa.

A desejava-a de corpo e alma, no momento, mais corpo do que alma. Sakura era dona de uma sensualidade única, mesmo que não fosse intencional, conseguia despertar em Sasuke uma necessidade gritante em realizar as fantasias mais perversas em quatro paredes. Não demorou muito para que todo o sangue em seu corpo começasse a ferver e se concentrar no meio das pernas, com a ereção crescendo cada vez mais, tentou dar fim distância entre eles e sentir ainda mais do que ela tinha a oferecer.

ㅡ Quente..ㅡ Sasuke sussurrou ainda na boca dela, era possível que sua excitação pudesse chegar a um nível quase.. insuportável?.ㅡ Quente!

Em um grito rouco o Uchiha se afastou como se a mulher fosse fogo em brasa, queimando ㅡ literalmente ㅡ a região do abdômen. Sakura o encarou confusa, talvez até mesmo decepcionada pelo afastamento repentino. Com os olhos verdes ainda nublados de desejo, encarou o rosto vermelho e suado de Sasuke, ele passava as mãos sobre a barriga, resmungando alguma coisa incompreensível. Só então ela lembrou do que estava segurando com tanta firmeza: a panela - quente - de risoto.

ㅡ Meu deus! Você está bem?.ㅡ quando deu dois passos em direção ao Uchiha, ele ergueu a mão pedindo para que esperasse.ㅡ Sinto muito, isso deve estar doendo…

ㅡ Não precisa se desculpar, eu deveria ter notado que estava quente.

Envergonhado, se absteve a qualquer outro comentário. Como diria a ela que o tesão entorpeceu até mesmo os receptores sensoriais de seu corpo? O quê ela pensaria sobre ele?. Com cuidado, abriu os botões da camisa social vendo a pele avermelhada, a ardência era incômoda, mas suportável.

Sakura deixou a panela sobre a bancada da cozinha, dando uma breve olhada ao redor encontrou um kit de primeiros socorros perto de um armário. Não havia nada que fosse realmente útil ali.

ㅡ Deixe-me cuidar disso, é o mínimo que posso fazer depois de toda essa confusão.ㅡ o ajudou a se livrar da camisa e avaliou a queimadura, por sorte não passava de uma lesão de primeiro grau.ㅡ Entre embaixo do chuveiro com água fria, 15min é suficiente.ㅡ ela disse voltando a encara-lo.

ㅡ Mas não parece tão grav..

ㅡ Não seja uma criança mimada e me obedeça.ㅡ Sakura cruzou os braços irritada.

ㅡ Você sabe que tenho mais de trinta anos, não sabe?

ㅡ Pois não é o que parece.

Revirando os olhos, Sasuke acatou o pedido.

Dentro do banheiro, enquanto sentia a agua fria aliviar o incômodo, a ficha do que havia acontecido finalmente caiu. Eles se beijaram. Sakura o beijou. Ele beijou ela. Então... de certa forma, haviam quebrado o contrato? Sim… na verdade, eles quebraram duas cláusulas do contrato, ele havia corrompido a última cláusula desde o primeiro dia: Não se envolver emocionalmente.

Mas, quem em sã consciência não se envolveria com uma mulher como ela. E, pelo amor de deus, o beijo dela era o inferno no paraíso! Quem poderia julga-lo? Não passava de um mortal, feito de carne e osso, completamente rendido a uma mulher de beleza invejável, caráter incontestável e um sorriso de perder o fôlego. Deveria ser um crime tamanha afronta contra os próprios deuses do Olimpo ser tão absurdamente sexy. 

Pernas longas, torneadas e leitosas. Pele macia, tão suave quanto a pétala de uma rosa. A boca carnuda e provocativa, olhos verdes como pedras de jade, devorando toda sua sanidade. Ela realmente havia correspondido à aquele beijo? Ou tudo aquilo não passava de uma peça pregada pela sua imaginação fértil? Seja lá qual fosse a resposta, ainda sentia as mãos pequenas e afoitas em sua pele, queimando como o fogo infernal e era capaz de reproduzir os gemidos carregados de luxúria sem nenhum esforço.

E lá estava a ereção respondendo a todos aqueles pensamentos. Era um homem tão pervertido assim? Bom, se tratando da mulher em sua cozinha, certamente era o pior dos pervertidos, com fantasias sexuais vergonhosas e inconcebíveis. Pois a única coisa que conseguia imaginar, era ser amarrado em uma cama sendo provocado por ela até o final de seus dias, morrer de prazer não parecia uma ideia tão errada.

A mão grande lentamente subia e descia por toda a extensão de seu membro latejante, as veias pulsavam conforme aumentava o ritmo do vai e vem. Apoiou o braço na parede de mármore branca, encostando a testa e fechando os olhos. O líquido viscoso do pre-gozo deixava tudo mais fácil.…escorregadio e delicioso.

Prendeu o lábio inferior entre os dentes, abafando o gemido indecente que escapava de sua garganta. Ali, no pequeno cômodo de brancas paredes e com a água fria banhando seu corpo, apenas havia o som do pulso batendo contra a coxa grossa cada vez com mais intensidade, imaginando como seria tê-la de joelhos e com a boca aberta, pronta para recebe-lo.

Era um sujo e perverso, sabia disso. Apenas esperava que Sakura não estivesse escutando o que ele estava fazendo.

Empurrava o quadril contra a mão, mantendo seu ritmo constante e prazeroso. Oh, se ele tivesse uma única chance de estar dentro dela, com certeza a faria gritar todo o alfabeto, e em grego. A respiração ofegante acompanhava a intensidade em que sua mão subia e descia por toda a extensão do pênis completamente melado por seu desejo.

Um grunhido rouco foi abafado pela própria mão, ao sentir o ápice chegar. O gozo escorreu desde a cabeça rosada, lambuzando toda a palma grande enquanto dava a última estocada.

Ele, certamente iria ao inferno depois daquilo. Sakura estava a alguns poucos passos, preocupada com a tal queimadura enquanto ele batia uma pra ela. Era um verdadeiro cretino, pois não estava arrependido.

Respirou fundo e se livrou do gozo espalhado em sua pele. A pior parte de bater uma punheta em homenagem a alguém, era ter que conversar com ela depois, como se nada tivesse acontecido. Envolveu a cintura com a toalha branca e pegou outra para secar o cabelo, tentaria agir naturalmente, ou perderia completamente a confiança de Sakura.

Mas, para sua surpresa, ela o esperava na cama. Entretanto, não da forma em que ele alguma vez imaginou: de camisola sexy e algemada.

Ela apenas... estava sentada mexendo no celular, com uma pequena vasilha e um pano molhado no colo.

ㅡ Você demorou.ㅡ ela disse ainda digitando apressadamente.ㅡ Deite-se.

ㅡ Que?!.ㅡ os olhos negros se arregalaram em desespero.

Com certeza aquilo não era uma boa ideia. Estar no mesmo quarto que ela, depois do que havia feito no banheiro, e ainda por cima apenas de toalha. Oh, não. Era muita tortura para ser suportada por um mero mortal.

ㅡ Qual é o problema?.ㅡ ela questionou virando-se para ele, então sorriu.ㅡ Ah, você é tímido? Não se preocupe, eu estou acostumada a ver meus modelos andando sem roupa por aí.ㅡ ela deu de ombros como se nada.ㅡ Vamos, deite na cama.

"Ingênua, Sakura". Ele pensou forçando-se a obedece-la, estava longe de ser um homem tímido. A verdade era que sua mente projetava mil formas de possuí-la depois de ter uma amostra do que aquela boca suja era capaz de fazer.

Se ela soubesse...Ah, se ela sequer pudesse imaginar o que ele fez no banheiro...

Respirou fundo,  e tratou de se cobrir rapidamente com uma almofada.

ㅡ Certo. Vou colocar esse pano frio, apenas para evitar que fique algum tipo de cicatriz e aliviar qualquer desconforto.ㅡ ela explicou , e assim como havia dito, a compressa fria aliviou a ardência em seu abdômen.ㅡ Vou esquentar a comida, a essa altura o risoto já deve ter esfriado.

Quando ela fechou a porta, finalmente soltou o ar aliviado. Bom, eram dois adultos que claramente se sentiam atraídos um pelo outro, ela não iria julga-lo por ter feito aquilo. Ou iria?

Pouco depois, Sakura voltou com uma bandeja e dois pratos de comida.

Bom, aquilo com certeza não era comestível. Engoliu seco, vendo o sorriso radiante da mulher e não teve coragem de recusar o risoto. Principalmente, quando ela pegou a colher para alimenta-lo.

ㅡ Abra a boca.ㅡ ela pediu empolgada.

Céus, aquela coisa sequer tinha sabor. Mastigou tudo sentindo o estômago embrulhar, ela continuava com os olhos firmes sobre ele, cheios de expectativa.

Como ele poderia dizer que aquela comida era horrível?

ㅡ Está muito bom…ㅡ ele disse sorrindo amarelo.

ㅡ Sério?.ㅡ como se quisesse confirmar, ela pegou uma boa quantidade e enfiou de uma só vez goela abaixo.

E, rapidamente cuspiu tudo na bandeja.

ㅡ Isso é horrível!.ㅡ contorceu o rosto em desgosto, limpando a boca com o guardanapo.ㅡ Porque você me deixou comer isso?

ㅡ Eu não tive coragem...Você parecia tão empolgada...

ㅡ Meu deus, vou pedir uma pizza. ㅡ ela se levantou levando a bandeja consigo.ㅡ Você poderia me emprestar alguma camisa? Não era minha intenção passar a noite fora de casa… e eu realmente preciso de um bom banho!

ㅡ Você vai passar a noite aqui?.ㅡ ele perguntou surpreso.

ㅡ Claro que vou.ㅡ ela afirmou parando na porta.ㅡ Você não espera me mandar pra casa depois do que aconteceu, não é? ㅡ com um sorriso presunçoso ela pousou os olhos na almofada.ㅡ Eu sei o que você fez no banheiro, Sasuke.

Ele estava ele, completamente rendido aos pés de Sakura Haruno. Que ela fizesse o que quisesse consigo, ele realmente não se importava.

ㅡ Você..Você tem certeza disso? ㅡ a boca salivou em ansiedade ㅡ Não é muito rápido? Acabamos de nos conhecer.… talvez você precise de um tempo para processar tudo o que aconteceu...

ㅡ Sasuke, a gente só vai assistir um filme e jogar palavras cruzadas.ㅡ ela riu alto virando-se para saída novamente.ㅡ Você, pode continuar com a mão amiga. Eu quero no mínimo um jantar descente antes de transar com você.

Ele se levantou e a seguiu pelo corredor.

ㅡ Então você pensou no caso.ㅡ não era exatamente uma pergunta, mas ele queria ter certeza de que não estava se iludindo.

ㅡ Um jantar, no melhor restaurante da cidade e conversamos sobre isso. Até lá, deixe seu pênis dentro da calça enquanto assistimos um filme dos anos 80.

ㅡ Você é má, Sakura Haruno, muito má! 

ㅡ E você um pervertido. ㅡ o acusou gargalhando alto, pela primeira vez, estava se divertindo de verdade após seu relacionamento conturbado com Sasori.

Jogou a tentativa falha de risoto na lixeira e levou os pratos até a pia. Antes de fazer qualquer outro movimento, Sasuke já estava atrás dela, presando-a com corpo e boca colada em seu ouvido.

ㅡ Você é uma garota muito má, e eu vou te castigar por isso.ㅡ ele sussurrou.

Quando a soltou, Sasuke desfez o nó da toalha ficando completamente nu, ele sorriu cinicamente voltando para o quarto.

ㅡ Já que estamos na minha casa, eu vou assistir o filme assim. A final, você já está acostumada com isso.



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