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História Aliança de Fogo - Ovo de dragão.


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


BOA LEITURA, MEUS AMORESSSSSSSSSS

Capítulo 17 - Ovo de dragão.


Fanfic / Fanfiction Aliança de Fogo - Ovo de dragão.

 

MANHÃ SEGUINTE

 

Eu estava apoiada em Bertha, uma das criadas que estava encarregada de me auxiliar.

Ela passava praticamente 24 horas por dia no meu quarto, me mimando. Eu amava ficar sozinha e todo mundo sabia disso. Tentei lhe dar uma folga, mas ela não aceitou. Depois eu tentei lhe dar uma “folga obrigatória” e ela recusou educadamente, rindo. Ela deveria ter cerca de uns 50 anos, era baixinha. Os cabelos sempre encobertos por um lenço que combinava com seu uniforme.

Coloquei o braço em torno do seu pescoço, e me apoiei para levantar. Estava há mais de 15 dias deitada inerte numa cama. Precisava reagir.

Duas batidas na porta. Eu gritei “entra” imaginando que seria minha mãe.

— Licença! — a voz de Daerion soou enquanto ele abria a porta.

Automaticamente meu coração acelerou. Só de ouvir sua voz. Tentei normalizar mas não consegui, e isso me incomodou demais. Ele não tinha essa influência sobre mim antes.

Ele estava só com uma camiseta social branca, de manga comprida e tecido fininho. Atravessado no peito uma bolsa de tira colo marrom. Calças de mesma cor e botas pretas. Os hematomas tinham desaparecido, nada no pescoço e nem no início do tórax que estava a mostra. Sem coroa. Mesmo com vestes normais, ainda tinha uma postura magistral de realeza. Tinha o porte de um Rei.

Apesar de, fisicamente ainda ser o mesmo Daerion, eu não conseguia olhar pra ele da mesma forma. Aposto que ninguém conseguia. Você não monta em um dragão, destrói e aniquila uma cidade inteira e volta para casa como se nada tivesse acontecido. Ao redor dele, tinha uma aura diferente. De poder. Como a de Aegon, O Conquistador. Aegon e suas irmãs eram temidos justamente por terem aniquilado todos os seus inimigos na base do Fogo. E do Sangue.

Era como se existissem os Targaryens de um lado. E do outro, os Targaryens que honraram o lema da Casa e levaram Fogo&Sangue aos inimigos. Eu estava de um lado. E Daerion de outro. Ele jamais voltaria a ser o Príncipe Delfim que saíra de Pedra do Dragão há meses atrás.

Me apoiei em Bertha somente com uma mão. Para não cair. Ela fez uma reverência a Daerion.

— Eu me curvaria se pudesse — falei debochadamente sem olhar na direção dele.

Ouvi sua risada leve.

— Você até que está...bem! — o príncipe disse, hesitante.

— Veio até aqui pra mentir na minha cara? — perguntei, encarando ele. 

— Ta bom. Você está horrível! — ele admitiu, abrindo um sorriso que me deixou atordoada.

— Obrigada, Vossa Alteza! — debochei.

— Não deveria estar deitada? — ele questionou, aproximando-se de mim. Enquanto isso eu ainda tentava me equilibrar sozinha em pé, ao lado da cama.

— Eu passei mais de 2 semanas deitada na cama. Mais um pouco as pessoas vão achar que eu morri e vocês tão escondendo meu corpo! — reclamei.

— Alteza, eu vou buscar mais toalhas para o seu banho. Se me der licença! — Bertha disse baixinho e se retirou. Tive a impressão de que ela saiu para nos deixar sozinhos.

Eu fui tentar dar um passo e senti uma dor absurda na região da barriga. Tão aguda que minhas pernas fraquejaram e a única coisa que me impediu de ir ao chão foram as mãos de Daerion. Fortes e seguras na minha cintura. Eu estava com muita dor. Ele me ajudou a sentar de volta na cama.

— Você não precisa fingir ser durona o tempo todo!

Eu me ajeitei na cama, esperando a dor passar.

— Eu não finjo ser durona. Eu sou. Como você acha que eu estou viva? — falei com a expressão séria pela primeira vez.

Ele sorriu de novo.

— Você tem razão! — foi tudo o que ele disse, concordando comigo. 

— Aliás, eu vim lhe trazer um presente. Como oferta de paz entre a gente! — ele me disse, levantando-se.

— Não sabia que nós estávamos em guerra! — eu falei, mas logo me arrependi. Lembrei da nossa atual situação política e uma piada sobre isso agora não caía bem.

— Então você não quer? — ele tirou a mão da bolsa. 

Nela, tinha um ovo de dragão. Perfeitamente oval, escamoso. Sua coloração era uma mistura de roxo, rosa e dourado. Era magnífico, esplêndido. Eu arfei, chocada e surpresa. Admirada.

— Vhagar? — perguntei, receosa. Olhei para Daerion e ele assentiu, balançando a cabeça. Minha dragão tinha colocado ovos nesse curto espaço de tempo que fiquei apagada?

Ele se aproximou e me entregou com cuidado. Era pesado, tinha tranquilamente uns 3 kg ou 4. 

— É muito lindo! — eu sussurrei, sem encontrar palavras o suficiente para descrever.

— Achei mesmo que você fosse gostar. Pode colocar no berço do seu primogênito um dia! — ele sugeriu, com um tom misterioso pairando no ar. Seu primogênito, ele tinha dito. Meu primogênito só seria Targaryen e teria direito a montar em um dragão se...eu me casasse com ele. Se me casasse com qualquer outra pessoa meus filhos teriam outro sobrenome. Acho que ele tinha noção disso.

Eu o olhei. Levantei com muito esforço, e lentamente dei a volta na cama. A última vez que nos falamos eu tinha gritado com Daerion, e aqui ele estava. Tinha aniquilado os que me feriram. Tinha zelado por mim, pela minha segurança. E agora estava cuidando do meu bem estar, sendo gentil. Porque?

Fiquei na frente do sofá. Não sentei. Estava cansada de ficar sentada.

— Uau. Você demorou 5 anos pra chegar do outro lado do quarto — ele zombou de mim, com um sorriso no rosto.

Eu ignorei.

— O que você está fazendo aqui, Daerion? — eu o questionei, depois de respirar fundo. Eu precisava de respostas.

Ele se fez de desentendido.

— Eu vim lhe entregar o ovo de Vhagar! — ele falou, com uma expressão de quem dizia o óbvio. 

— Não, Daerion! O que você está fazendo aqui? — eu o questionei novamente, dando ênfase na pergunta. Para que ele compreendesse a profundidade daquele momento.

Ele caminhou até perto do sofá. Parou na minha frente. Estava mais alto que o normal. Ou eu que estava curvada por causa da dor. Ele estava encarando o chão. Suspirou lentamente, com os olhos fechados. O olhar encontrou o meu.

— Achei que fosse perder você! — Daerion admitiu. Ele estava sendo completamente sincero. Eu não sei como eu sabia disso, só sabia. 

Nos olhamos novamente. Meu coração acelerou. Inegável a tensão que existia entre a gente, tanto sexual quanto sentimental. Ambas eram fortíssimas. Respirei fundo. E desviei os olhos. Não conseguia ficar muito tempo olhando pra imensidão de intensidade que era o seu olhar.

— Alteza, com licença! — a voz de Bertha adentrou o quarto, de repente. 

Ela entrou e foi para o canto, tentando não nos incomodar. Achei graça.

— Eu vou deixar você descansar! — ele disse em tom de despedida. Eu queria que ele saísse, mas ao mesmo tempo não queria. Precisávamos conversar, eu tinha o direito de saber tudo o que acontecera enquanto estivera ausente. Queria lhe perguntar sobre Mereen. Queria lhe perguntar sobre tudo.

Ele se aproximou, colocou a mão na lateral do meu pescoço como fizera na caverna. Por baixo do meu cabelo. E me puxou suavemente.

Me deu um beijo na testa. Leve e demorado.

Eu levantei o olhar e lhe perguntei:

— Você volta depois?

— Sempre que você quiser! — ele disse olhando pra minha boca indecentemente. E sorriu de canto. Eu fingi não notar.

Suas palavras me fizeram cair num choque de realidade. Daerion era o herdeiro do Trono de Ferro, e no momento, junto com o Rei, a pessoa mais poderosa do país. Não fazia ideia do quão muito enigmático e forte é ouvir "sempre que você quiser" vindo de uma figura tão influente. E eu acabei descobrindo que gostava disso. Fazia bem para o ego de uma forma que eu nunca tinha experimentado. 

E, sinceramente, não sei como chegamos a esse ponto. Não sei como eu cruzei a armadura impenetrável que ele tinha construído para si mesmo ao longo dos anos. Eu tinha certeza absoluta que ninguém, exceto, talvez eu, tinha o poder de fazê-lo abaixar a guarda. Para os outros, era como se ele nem tivesse "guarda" para ser abaixada. Mas eu tinha acabado de perceber que existia.

Daerion encostou a grande porta dourada do meu quarto, e eu desabei no sofá. Estava com dor. Porém, isso não era nada perto da confusão que atravessara minha mente. No fundo, parecia até egoísta pensar em mim e em Daerion enquanto o mundo lá fora estava um caos. Nosso país sofrera um abalo que eu jamais imaginara que aconteceria, pelo menos não por minha causa. E eu precisava fazer algo, precisava ajudar.

Estava me sentindo mal, apesar de tudo. Como que eu iria ajudar as pessoas, como iria proteger o povo? Eu não conseguia nem entender a mim mesma.  

 


Notas Finais


Sei que tá curtinho, vou postar os próximos amanhã já!!!
Prometo :)))


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