1. Spirit Fanfics >
  2. Aliança de Fogo >
  3. Decisões.

História Aliança de Fogo - Decisões.


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


Gente, desculpa a demora para postar!!!!!
Mas finalmente vem coisa boa aí.
Espero que gostem :)))

Capítulo 20 - Decisões.


Fanfic / Fanfiction Aliança de Fogo - Decisões.

 

Daerion Targaryen's point of view.

 

Abri os olhos e pude ouvir o canto das cigarras e passarinhos no lado de fora da Fortaleza. Dei uma espiada pela janela e pude perceber o leve dançar das árvores e palmeiras. Significava que estava um dia bonito, ensolarado. Já tinha amanhecido. As tropas do Exército da Coroa, juntamente com o Rei e mais da metade Guarda Real partiram no primeiro horário da manhã. Como eu não concordava e, acima de tudo, não entendia o motivo, fiz questão de brindá-los com a minha ausência na cerimônia de partida. Porém, esse assunto estava além do meu alcance então resolvi me ocupar com meus afazeres reais. Pulei da cama, me arrumei e desci o mais apressadamente possível almejando roubar uma xícara de café discretamente e fugir para a biblioteca antes da primeira reunião do conselho. Deu certo, apesar do olhar de desaprovação que eu recebi de uma Rainha Alysanne com o semblante triste. Provavelmente ela não estava mais contente que eu acerca das decisões do Rei. Mas eu iria encontrar o momento ideal para discutir sobre isso com ela. Me dirigi a Biblioteca Aenys Targaryen, esperando encontrar o Sir Renly e recolher meus livros da semana. A porta, que costumeiramente fica encostada, estava escancarada. Estranhei. Lá dentro, de costas para mim, os longos cabelos ondulados e prateados entregavam uma princesa Targaryen. Na sua frente, apoiado em uma das prateleiras e bloqueando sua passagem, estava o Lorde Eddard Lannister. Maëlle estava folhando as páginas de um livro, procurando algo. Eu os ignorei, a biblioteca era muito grande e tinha espaço o suficiente para não precisarmos nos incomodar com a presença um do outro. Iria pegar meus exemplares e descer. Falhei

— Vossa Alteza! — a voz de Eddard soou forte.

Maëlle virou-se quase que em um susto. Seu olhar desviou logo após encontrar o meu. Ambos se curvaram levemente em reverência.

— Lorde Eddard. Irmã. Bom dia! — os cumprimentei educadamente.

— Alteza, sua ausência na cerimônia de partida das tropas fora muito comentada hoje! — se ele estava tentando puxar papo, não tinha ideia do quanto era a última pessoa com quem eu queria discutir isso

— Eu estava lidando com assuntos que requeriam minha atenção imediata! — menti — O que me faz lembrar, não vi o seu nome na lista de voluntariado. Até estranhei, pois pensei que o nosso campeão seria o primeiro da tabela! — falei como se estivesse cuspindo as palavras.

 

*No universo das Crônicas de Gelo e Fogo, a lista de voluntariado era uma forma, em tempos de guerra, dos nobres elegerem seus próprios nomes como soldados da coroa. Ser voluntário em guerra trazia honrarias e respeitabilidade para todos aqueles que retornassem triunfantes para casa. Alguns ficavam conhecidos como heróis de guerra, e conseguiam medalhas ou cargos importantes na coroa.

 

— E serei. Futuramente. No momento, escolhi ficar perto da princesa. Vou cuidar para que ninguém a machuque novamente! — ele pousou a mão nas costas dela, que ficou visivelmente desconfortável. Não pelo toque, mas sim porque Maëlle era orgulhosa e independente demais para ouvir isso de qualquer pessoa. Ela podia se proteger sozinha. Eu sabia disso. Ele não. Senti vontade de tirá-la de perto dele.

— Tenho certeza que Vossa Majestade, o Rei, lhe agradecerá! — menti novamente.

— Estou à sua disposição também, Vossa Alteza. Para o que precisar! — ele completou.

Olhei para Maëlle. Era impossível esconder a tensão que existia entre a gente, mesmo na presença de outras pessoas. Desviei o olhar.

— Muito obrigado. Bom, se me derem licença, o dever chama! — falei enquanto me dirigia a mesa de Renly.

Tinha avistado a pilha de livros que eu solicitei para ele deixar separado. Eu ia ler ali enquanto tomava meu café, mas resolvi descer para deixá-los sozinhos. Já tinha muito com o que me preocupar, e Maëlle sabia o que fazia. Eu tinha reunião do conselho privado dentro de alguns minutos, e depois estava livre. Tinha combinado de treinar um pouco a tarde com Robert e alguns outros escudeiros, e depois provavelmente iria voar com Meraxes até a Caverna para passar o resto do dia no meio dos meus livros. Estava descendo as grandes escadas que ligavam a biblioteca aos primeiros andares da Fortaleza quando ouvi a voz de Maëlle. Olhei para cima.

— Daerion, espera... — ela surgiu atrás de mim, e parou uns degraus acima — O que você vai fazer à tarde? — Maëlle perguntou.

— Nada oficial, até onde eu sei. Talvez eu vá voar com Meraxes! — respondi tentando entender onde ela queria chegar.

— Posso ir com você? — ela me questionou e encurtou a distância entre nós para 2 degraus, ficando da minha altura — Por favor! — ela pediu, com a voz escondendo uma urgência.

Maëlle estava com os olhos claríssimos e quase marejados, como se estivesse prestes a chorar. Parecia apreensiva, como se estivesse sufocada. Ela queria estar na minha companhia, e eu queria estar na dela. Então aceitei.

— Claro, me encontra no fosso às 16h! — respondi e dei um beijo na sua testa, para acalmá-la. Ela abriu um sorriso encantador, capaz de fazer bater mais forte até mesmo mais gélido coração.

— Obrigada! — foi tudo o que me respondeu, e virou-se saltitando graciosamente pelos degraus de volta à biblioteca.

Eu ri internamente. E retornei a descer, precisava me preparar para a reunião.

 

-#-

 

O corte na mão me fez voltar a realidade. Eu estava treinando tinha algumas horas já, mas a cabeça estava em outro lugar. Na costa do Mar Estreito. A reunião com o conselho privado mais cedo tinha sido esclarecedora, porém tensa. As tropas reunidas nas cidades de Karstov e Malta, vizinhas a Ponte Tempestade, estavam preparadas para fazer o primeiro ataque ao exército astaporenho. Sob o comando do conceituado Sub-General Lorde Baylor, eles aguardavam somente a chegada do General, juntamente com o resto das tropas e o Rei. Pelos meus cálculos, como o Sol já tinha chegado em seu ápice e o Exército estava viajando desde antes do amanhecer, eles já deveriam estar próximos.  

— Vossa Alteza não tem o costume de lutar desfocado! — a voz do treinador real Jaime soou preocupada.

— Eu sei! — respondi, enquanto me esquivava de outro ataque dele. Minha mão começou a latejar, e o sangue pingou no chão.

— Tome! — ele me jogou um pedaço de pano branco.

Enrolei ao redor do corte na palma da mão e fiz um pequeno nó para ficar bem preso.

— Robert, sua vez. Vou lhe dar uma descanso para colocar a cabeça em ordem, meu príncipe. Pode ter muita coisa acontecendo lá fora, mas uma luta exige total concentração e Vossa Alteza sabe disso melhor que ninguém! — Jaime gesticulou para que eu me afastasse da área de treinamento.

Jaime era meu treinador desde os 7 anos. Tinha cerca de 60 anos, mas era alto, robusto e extremamente experiente. Um esgrimista nato. Fora comigo da corte de Porto Real a Pedra do Dragão há 3 anos atrás e voltara comigo também. Durante meus anos na ilha, ele duplicara as aulas e encontros. Me ensinara a arte de combate e batalha, de guerra, entre diversas outras lições sobre honra, luta e ética no campo militar. Tínhamos uma convivência bastante intensa. Eu confiava nele com a minha vida. Me sentei em uma das muretas para descansar e observar a luta de Robert e Jamie. O corte na minha mão continuava latejando, fora profundo.

Observei mais umas lutas, das quais Jaime desarmou Robert duas vezes. Era dificílimo vencer Jaime em combate de um para um, eu tinha conseguido somente umas 5 vezes quando estava em dias inspirados. Ele era extremamente habilidoso, daqueles que dava medo de enfrentar. Fiquei me perguntando como seria um combate entre ele e o Rei, que também era um dos esgrimistas mais habilidosos do reino. Percebi que já passava das 15h da tarde quando uma brisa leve e sutilmente gélida soprou do pátio da Fortaleza Vermelha. Resolvi entrar para pegar uns livros, umas roupas e me preparar para ir encontrar Meraxes no Fosso. Me perguntei se Maëlle teria desistido de ir junto ou realmente estaria lá me esperando.

Subi as escadas que davam acesso aos dormitórios reais. Meu quarto ficava localizado no penúltimo andar da Torre Real, acima dele, no último andar, ficava o dormitório do Rei e da Rainha. Entrei no meu quarto, peguei minha bolsa e ajeitei tudo o que eu normalmente levaria para a Caverna. A maioria das minhas coisas já estava por lá, como roupas, livros, anotações, até comida e bebida. De modo que peguei o que estava a vista, retirei a coroa que estava usando e joguei em cima da cama. Gostava de voar da forma mais confortável possível. Atravessei as largas portas douradas e retornei a descer as escadas magistrais que davam acesso ao Pátio Principal da Fortaleza. Quando pisei no pátio, havia uma leve concentração de pessoas. Eu certamente não estava esperando, pois a Fortaleza estava absurdamente tranquila e vazia visto que as tropas e a maioria dos nobres tinha se deslocado ou para a Costa do Mar Estreito ou para seus domicílios. De longe, localizei Maëlle, Lord Eddard, alguns nobres, dois mestres do Conselho Privado e o Grand Meister. Além de outras pessoas curiosas ao redor. Quando me aproximei, as vozes e sussurros diminuíram gradativamente. Senti que algo estava errado.

— O que está acontecendo aqui? — me dirigi ao nobre de maior posição que pude localizar no meio das pessoas, Lorde Arryn.

O Mão do Rei retirou discretamente da mão do Grand Meister um pergaminho com selo rasgado. Eram notícias do conflito no Mar Estreito, e não precisava ser muito inteligente para perceber que não era um panorama favorável.

— Alteza, um corvo mensageiro chegou a poucos minutos com as palavras do Meister Robb sobre os primeiros conflitos entre os exércitos da Coroa e de Astapor — ele me estendeu o pergaminho.

Peguei e tornei a ler atentamente a partir do segundo parágrafo, dispensando as apresentações e formalidades:

 

“Os homens vestidos de insígnias azuis delicadamente decoradas e costuradas em suas armaduras com o símbolo de um Lobo Branco das Cidades Orientais são monstros. Homens impiedosos, vis, perversos e desalmados. Se é que eu posso qualificá-los como homens. Ouvi o testemunho de um dos soldados agora a pouco. Ele informou veementemente que estavam enganados sobre o contingente do exército inimigo. O que eles acreditavam ser no máximo 5 mil homens entre eles arqueiros, infantes e defensores, na verdade eram facilmente mais de 15 mil. As tropas do Exército Astaporenho receberam reforço do Exército Dothraki. Provavelmente obra de algum nobre ou mercenário rico de Astapor. Dono de alguns milhões de xelins, é claro. Estou em segurança em um dos bunkers montados pelo Exército da Coroa, e tive o desprazer de recepcionar o retorno das primeiras tropas do campo de batalha. Não tive contato direto com os homens do exército inimigo, mas pude ver o estrago causado por eles. Nossos guerreiros foram estraçalhados de uma forma que os Sete Deuses abominariam até ao nosso pior inimigo. Ferimentos horrendos que nem mesmo as mãos mais habilidosas dos antigos Meisters poderiam curar. Não estou familiarizado com táticas de guerra, mas acredito que seja de extrema urgência que nossos Generais e Comandantes solicitem reforços. E sei que Vossa Majestade fará o certo pelo seu exército e seu povo. Continuarei rezando para que os Sete Deuses nos abençoem e nos protejam,

Com pesar,

Meister Robb

Guardião de Ponta Tempestade.”

 


Notas Finais


Me deem a opinião de vocês.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...