1. Spirit Fanfics >
  2. Aliança de Fogo >
  3. Campeão.

História Aliança de Fogo - Campeão.


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


As coisas estão começando a ficar boas!!!!!!!

Edit1: Desenho meramente ilustrativo do Herdeiro do Trono de Ferro. Eu imagino ele com uma mistura de Pedro Pevensie (Nárnia) com os cabelos mais claros e olhos violetas bem clarinhos que ficam quase azuis. Mas vcs podem imaginá-lo como quiserem, amores.

Capítulo 4 - Campeão.


Fanfic / Fanfiction Aliança de Fogo - Campeão.

 

A cerimônia oficial de boas-vindas e aniversário do príncipe Delfim foi esplêndida e gigantesca. O reino não poupou gastos para tal. Grandes cenários foram espalhados pela Fortaleza Vermelha, tendas com demonstrações de arte que iam do artesanato até pinturas de alta qualidade, mesas com fartos banquetes, locais para jogos e confraternizações que os nobres estavam acostumados. Todas as decorações possuíam um toque de dourado e ouro, com muitas flores forjando um ambiente quente, claro e feliz. O ambiente lembrava ligeiramente uma manhã aconchegante de primavera.

O ato mais importante da cerimônia foi realizado no pátio interno da Fortaleza Vermelha. Daerion desceu dos céus montado em Meraxes, seu dragão negro e feroz. Meraxes, assim como seu domador, era poderoso e encantador. Possuía gigantescas escamas pretas e olhos vermelhos brilhantes, além de asas alongadas e finas que o permitiam cortar o ar e voar mais rápido do que os outros dragões.

Todos os olhos e toda atenção estava concentrada no príncipe Delfim que mais parecia um anjo beijado por Deus. Ele desceu magistralmente do alto de seu dragão e caminhou lentamente pelo pátio da Fortaleza até estar frente a frente com seu Soberano. Ao lado direito do Rei Jaeherys estava a Rainha Alysanne, uma mulher esbelta com longos cabelos prateados, feições doces e um olhar maternal que exalava sempre compaixão. Ao lado esquerdo encontrava-se a princesa Maëlle Targaryen que, diferentemente da mãe, tinha um olhar selvagem e uma postura desafiante que exalava poder. Mais atrás encontrava-se os gêmeos Targaryens, a Mão do Rei, o conselho privado do Rei e o resto da corte. Daerion retirou sua coroa de Delfim e a despejou nos pés de Jaeherys, como forma de uma devoção. Logo em seguida, empunhou sua espada de aço valíriano e ajoelhou-se em reverência.

— Daerion, primeiro de seu nome, da Casa Targaryen, príncipe Delfim, soberano de Pedra do Dragão e herdeiro legítimo do Trono de Ferro, eu lhe recebo e lhe nomeio O Jovem Dragão, título que carregarás de hoje para todo o sempre.

As palavras do Rei Jaeherys I foram altas e claras, seguidas de muitos aplausos e urros de alegria como sempre acontecia quando alguém recebia benção e um título novo. O Rei abençoou a coroa de Delfim e a depositou novamente na cabeça do Jovem Dragão, que permanecia ajoelhado. Daerion Targaryen se levantou e o rei o abraçou com um orgulho estampado no sorriso de orelha a orelha. Era costume que a pessoa cumprimentasse todos os presentes um a um e Daerion assim o fez. O príncipe era conhecido por ser muito carismático, simpático, de sorriso fácil, amado por todos e fazia jus a sua fama.

O espetáculo continuou pelo resto do dia. Durante a parte da tarde, foi estendida uma grande arena improvisada onde ocorreria o famoso campeonato em que os nobres se desafiavam pela coroa final de melhor espadachim do reino. A família real não participava mas assistia sempre, e o vencedor sempre recebia o direito de coroar uma mulher de sua escolha como Rainha da Primavera. Era um campeonato clássico que ocorria em todas as festividades do reino.

 

Maëlle Targaryen's point of view

 

Tudo o que eu queria era pedir liberação do espetáculo ao meu pai e ir até o Fosso dos Dragões buscar Vhagar. Queria voar para bem longe, sentir o vento do rosto, passar a mão por dentro das nuvens e observar o mundo pequeno lá embaixo. Muitas vezes, como agora, que eu estava me sentindo pressionada, presa e entediada, eu fecho os olhos e me imagino dorso de Vhagar, livre, com os cabelos livres de tranças e coroas.

Eu estava próxima a tenda que estava apresentando as mulheres da corte novos modelos de chapéus, lenços e capas. Estavam em exposição para quem se interessasse conferir. Foi quando eu ouvi uma movimentação e a aproximação de alguns cavaleiros. A frente deles, estava um homem que aparentava ter no máximo 25 ou 30 anos. Seu cabelo e barba eram aloirados e ele possuía olhos azuis escuros. Eu não o reconheci, acho que nunca tinha o visto na corte antes. Ele veio decididamente na minha direção e seus acompanhantes o seguiram.

— Alteza! — ele fez uma reverência — Permita que eu me apresente! — o homem gesticulou para que eu estendesse a mão. E eu fiz.

Seu toque era gelado, e a palma das mãos eram ásperas e duras. Ele levou gentilmente minha mão a sua boca e a beijou.

— Eu sou Eddard, da casa Lannister. Filho único do Senhor de Casterly Rock e estou aqui o representando. É uma honra conhecê-la e confirmar o que dizem sobre sua pessoa.

— Estou curiosa, lorde Eddard. O que dizem sobre a minha pessoa? — indaguei, com as sobrancelhas loiras levemente arqueadas. Ele sorriu, assumindo um aspecto mais brincalhão.

— Dizem que sua beleza é tão rara e enigmática que só pode ter sido forjada pelas mãos dos deuses mais abençoados da antiga Valíria — ele respondeu me olhando profundamente nos olhos.

Eu fiquei encantada com suas palavras. Não pude evitar de sorrir para ele.

— Obrigada, é muita gentileza! — respondi.

— Você vai assistir o campeonato logo mais, Alteza? — ele me questionou, segundos após.

— Sim, com certeza. Eu não perderia por nada — menti.

— Permita que eu a acompanhe? Tenho certeza que logo vai começar — ele estendeu o braço num ato formal.

Eu hesitei. Mas por fim, aceitei. No caminho até a Arena ele me contou de uma forma bem descontraída como confundiu o Mestre dos Navios com o Mestre das Leis e acabou lhe fazendo perguntas sobre um decreto de lei que fora modificado na semana passada. Se ele estava tentando me fazer rir, obteve sucesso. Consegui imaginar até a reação do Lorde Kelon. Quando adentramos a Arena, muitos olhares se viraram para nós e ouvi alguns sussurros.

— Senhor, você deve se aprontar agora! — um menino de cabelo preto que estava com vestes de escudeiro e não parecia ter mais de 15 anos dirigiu-se ao Lorde Eddard.

— Se aprontar? — o questionei, não conseguindo conter a curiosidade. 

— Sim, vossa Alteza. Eu vou competir, e espero do fundo do meu coração que torça por mim e aproveite o espetáculo. Tenho certeza que nos encontraremos depois! — ele beijou minha mão e se despediu antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Somente assenti com a cabeça.

Um competidor. Ótimo. Quase todos os homens que participavam saíam muito machucados, com ossos quebrados e sangrando. Já tivemos até mesmo baixas, por causa da gravidade dos ferimentos. Não era algo que eu particularmente gostasse de assistir. Preferia outros tipos de desafios e demonstração de força.

Fui me sentar ao lado de meus irmãozinhos Aegon e Rhaenys que estavam de mãos dadas. Eles tinham 7 anos e eram muito colados, desde sempre. O extremo oposto de mim e Daerion. O rei e a rainha já estavam no local.

— Minha filha, você viu Daerion? — minha mãe me perguntou baixinho.

Respondi que não. Percebi que meu pai estava esperando ele para dar início ao campeonato. Mais alguns minutos se passaram e nada de Daerion. Os cavaleiros já estavam a postos na arena, aguardando somente o soar da corneta que daria início a sangrenta competição. Nada de Daerion. Onde ele estava?

As cornetas soaram após o aval do Rei, que parecia insatisfeito com a ausência do Príncipe Delfim. Alguém ia levar um xingão no dia do próprio aniversário, eu ri mentalmente. O resto do campeonato pra mim, sinceramente, foi um borrão. Minha mente vagou pelos montes mais altos de Westeros, pelos reinos mais distantes, pela Império Perdido da Antiga Valíria. Vaguei também pelas memórias das minhas aulas de arco e flecha com Sansa, pelas páginas dos livros empoeirados que eu roubava da biblioteca.

Quando me dei conta, na competição restavam apenas 3 espadachins. Um era o Lorde Eddard Lannister, que eu tinha conhecido pouco antes. Outro era o conhecido Lorde Ferdinand, famoso pelas suas habilidades com espadas no reino inteiro. Ele tinha sido campeão umas 5 vezes já. E o outro era um cavaleiro que tinha uma espécie de elmo de proteção na cabeça, e o mesmo impedia que revelasse seu rosto. Podia-se ver somente que ele era alto e tão habilidoso quanto os outros dois restantes.

Lorde Ferninand foi o último rendido da competição antes que o torneiro se resumisse a dupla final. O cavaleiro mascarado e Lorde Eddard estavam ambos esgotados fisicamente, porém de pé. A luta durou mais 15 longos minutos, ambos eram muito habilidosos e conseguiam tanto se defender quanto contra atacar com maestria. Até que o Lorde Eddard Lannister conseguiu chutar a espada do outro cavaleiro para longe e o prendeu em uma chave de braço apertada. Ele demorou a se render. Demorou tanto que não deu tempo e o lorde Eddard o soltou desacordado na Arena. Ele não se mexeu. Estava inconsciente.

As cornetas soaram indicando o final do campeonato. Foi quando urros de alegria e aplausos irromperam na arena inteira. O cavaleiro mascarado foi retirado da Arena pelos organizadores e um tapete vermelho foi estendido em frente ao palanque real, onde o campeão receberia as felicitações e bênçãos do Rei. Lorde Eddard ajoelhou-se aos pés de Jaeherys Targaryen que, com o lado cego da espada, o nomeou o 72º Campeão Real. Ele recebeu em mãos uma medalha dourada cravejada em ouro que estampava o número 1 no meio. Logo após, duas damas se aproximaram do local empunhando uma bandeja que continha a Coroa para a Rainha da Primavera que deveria ser nomeada pelo campeão, como mandava a tradição.

— Para os mais incríveis olhos violeta, o mais encantador sorriso e a beleza mais rara em que coloquei os olhos! — Lorde Eddard se dirigiu até mim.

— Por favor, vossa Alteza, aceite ser minha Rainha da Primavera — ele bradou, por fim. 

Eu não precisei me levantar. Ele depositou a coroa no topo da minha cabeça. Felizmente ela era maior que a tiara que eu já estava usando então não precisei retirar. Todos estavam prestando atenção em nós, inclusive meus pais. Fiquei corada, e odiei a sensação. Ele beijou minha mão e sorriu, se afastando.

Olhei para o lado e meus irmãozinhos estavam rindo de mim. Eu os cutuquei falando para parar, visivelmente constrangida. A cerimônia estava terminada e é provável que retornaríamos para o Grande Salão. O astro solar já tinha se escondido e a noite estava nos alcançando, fria e estrelosa.

Eu fui uma das primeiras a entrar. Queria fugir das pessoas e tomar um pouco de ar. Subi rapidamente pelas escadas intermináveis da Fortaleza Vermelha e abri as portas douradas e pesadas do meu quarto. Retirei a coroa de flores e a coloquei em cima da minha escrivaninha. Ela era banhada em ouro e lindíssima, demorei alguns minutos observando todos seus detalhes. Fora feita pelos melhores desenhistas de joias do reino, com certeza. Retirei a minha própria tiara e decidi ficar só com a de flores. Até porque podia parecer desrespeito aparecer sem ela.

Estava absorta em pensamentos quando ouvi um barulho no lado de fora do meu quarto. Fui verificar e o que eu encontrei definitivamente não era o que eu estava esperando. Daerion estava no corredor, de costas. Com uma das mãos apoiadas na parede. Estranho.

— Daerion? — eu o chamei.

Ele se assustou. Virou rapidamente e endireitou a postura. Quando viu que era eu, ele bufou e pareceu soltar um suspiro de tranquilidade. Fui até ele.

— Onde você estava? Perdeu o campeonato inteiro — bradei, exasperada.

— Eu acho que bebi demais, acabei confundindo os horários — o herdeiro do Trono de Ferro respondeu, dando de ombros e fazendo descaso.

Ele não parecia bêbado. Mas com certeza estava estranho. Foi quando eu reparei que ele havia trocado de roupa. Trocara a túnica preta com dourado por uma vermelha que cobria seu pescoço. Ele tossiu. O ambiente que estávamos carecia de uma luz adequada de forma que eu não podia ver com clareza, mas percebi que havia algo de errado. Me aproximei dele e antes que ele pudesse impedir, eu baixei a gola da túnica que cobria seu pescoço. Dei dois passos pra trás tamanho o susto que eu levei. Estava cheio de hematomas e uma coloração arroxeada e vermelha.

— O que aconteceu? O que você fez? — perguntei, com  a voz recheada de incredulidade e pavor.

— Da pra parar de gritar? — Daerion falou, entredentes. Ele estava irritado e inquieto, olhando para todos os lados.

E então eu entendi. Demorei para raciocinar, mas entendi. O golpe final do campeonato tinha sido uma chave de braço apertada. O Príncipe não se rendeu provavelmente por orgulho e acabou desfalecendo devido à falta de ar.

— Era você, não era? No campeonato! — perguntei, encarando os olhos violeta dele. — Daerion, você podia ter morrido. Tem noção do quanto isso é grave e afeta todo o futuro do reino? — o questionei, baixando o tom de voz.

— Cuidado, irmã. Desse jeito eu vou achar que você se importa comigo! — ele respondeu, em tom de deboche. Revirei os olhos.

— Você é um inconsequente. Acha que vai conseguir esconder isso por muito tempo? — eu apontei pro seu pescoço.

— Cuida dos seus problemas que eu cuido dos meus, ta bom? — o herdeiro do Trono de Ferro virou as costas e me deixou sozinha no corredor.

— Seu desgraçad... — eu segurei as palavras.

Estava com tanta raiva. Como ele podia sequer estar fazendo brincadeiras com algo tão sério? A família real era proibida de participar dos torneios, justamente para não colocar em risco sua segurança e sua linhagem. Ele SABIA disso. Eu não queria nem ver o que aconteceria caso o Rei descobrisse que o cavaleiro que fora retirado inconsciente da Arena era seu filho tão precioso.

Respirei fundo. O dia já estava quase acabando, eu só precisava aguentar mais algumas horas. Desci e fui em direção ao Grande Salão. Logo encontrei algumas damas que estavam fofocando animadamente. Me juntei a elas e aproveitei para roubar uns docinhos da mesa do jantar.

— Vossa Alteza? — Lorde Eddard estava sem a armadura, usava uma roupa preta com a medalha dourada encaixada no peito como um broche.

— Olá. Eu não pude lhe parabenizar pela vitória antes. Como está se sentindo? — perguntei, abrindo um sorriso para o representando da Casa Lannister.

— Feliz de poder dar essa honra para minha Casa. E mais feliz ainda por tido a oportunidade de complementar seu visual com essa linda coroa — ele gesticulou pra minha cabeça. Eu corei.

— Muito obrigada. Ela é lindíssima mesmo — respondi constrangida.

— Lorde Eddard! — a voz alta e clara de Daerion era inconfundível.

O que ele estava fazendo?

— Vossa Alteza, meu príncipe! — Eddard se curvou dramaticamente e gesticulando com as mãos.

— Fiquei sabendo que você é o nosso novo campeão. Uma pena eu não ter conseguido assistir, mas tenho certeza que foi uma vitória esplêndida. Receba meus cumprimentos e minha admiração — Daerion era excelente com as palavras e tinha um carisma impressionante. Mas no caso, eu sabia que não passava de fachada, uma mentira.

Eles deram um aperto de mãos caloroso. Daerion recebeu 2 tapinhas no braço que o fizeram produzir uma careta rápida de dor, que só eu pude perceber.

— Eu fico honrado demais. E aproveito para lhe desejar muitas felicidades nesse dia tão especial que é seu aniversário — disse o lorde Lannister.

— Obrigado, obrigado — Daerion estava agindo como se nada tivesse acontecido. Ele era um mentiroso muito convincente.

— Eu devo dizer, Alteza. Espero não ter lhe ofendido ao coroar Maëlle como Rainha da Primavera — Eddard disse num tom que parecia mais desafiador e debochado do que honesto. Acho que foi de propósito. Daerion percebeu. E eu também. Trocamos um olhar rápido.

— Não se preocupe, não ofendeu — foi tudo o que o príncipe respondeu. Num tom bem menos amigável que o adotado anterior.

Logo ele se despediu e saiu.

Fiquei mais uns momentos entretendo o Sir Eddard e seus companheiros, juntamente com suas damas. Estava com a cabeça girando do dia longo e exaustivo, e não conseguia parar de pensar nas atitudes irresponsáveis de Daerion. Eventualmente procurava ele com o olhar pelo salão mas não achei, estava preocupada. Aos poucos os nobres restantes foram se despedindo do Rei e da Rainha e retirando-se para seus locais de hospedagem ou para seus navios. Para alguns, as viagens de retorno para seus domínios eram longas. Para outros, a festa e as grandes comemorações da corte continuariam amanhã.

Me retirei do Grande Salão para os meus aposentos. 

 


Notas Finais


Eai???????
Comentem, por favor. Aceito críticas construtivas tambémmmm


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...