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História Aliança de Fogo - Biblioteca Real.


Escrita por: MiniNicc

Capítulo 7 - Biblioteca Real.


Fanfic / Fanfiction Aliança de Fogo - Biblioteca Real.

 

Maëlle Targaryen's point of view

 

Assim que entrei no meu quarto, bati as grandes portas douradas atrás de mim e desabei no chão. Chorei de uma forma que eu não chorava há muitos anos. Me permiti.

Precisava tirar aquela angústia e aperto que eu estava no peito. E depois de mais de 30 minutos sentada no chão com as costas apoiada na porta do quarto, eu finalmente levantei. Fui em direção ao banheiro e tirei o vestido apertado. Percebi que alguns fios da parte frontal estavam puxados. Daerion.

Deitei na banheira e esvaziei a mente por um bom tempo. Adormeci por uns minutos e quando despertei eu estava pensando nele. Minha mente vagou pelo seu toque, seus lábios. Ainda não acreditava que ele tinha me beijado. E o pior de tudo é que eu não podia negar a conexão que nós tivemos. Foi como se sua boca encaixasse perfeitamente na minha, seu toque gelado complementasse o meu quente. O fogo que somente dois targaryens poderiam ter. É incrível o quanto a mãe natureza trabalha incansavelmente para ser perfeita.

Mas era de Daerion que eu estava falando. Meu irmão. Alguém que eu nutri desgosto durante praticamente uma vida inteira. Não poderia simplesmente esquecer tudo e fingir que um beijo poderia mudar as coisas. Eu fui tola, e burra. Quantas meninas eles já deve ter seduzido da mesma forma? Explorar a fraqueza e depois mostrar que consegue o que quer sempre. Patética eu era, por ter caído no jogo dele. Coloquei uma camisola leve para me deitar, queria ter uma noite sem sonhos.

E tive.

 

MANHÃ SEGUINTE

 

Quando abri os olhos, pude perceber batidas fortes na porta. Quem deveria ser essa hora da manhã? Fiz um esforço gigantesco para levantar da cama. Tinha tido uma noite de sono reconfortante após o desastre que fora meu dia anterior. Me sentia renovada, leve.

Era Sansa. Eu mal tive tempo de abrir a porta e ela entrou me atropelando, proferindo milhares de palavras e perguntas das quais eu não entendi alguma.

— Você está com uma cara horrível — ela me disse.

— Puxa, obrigada! — respondi. Me deitei na cama.

— Você vai dormir novamente? O que aconteceu ontem? Você sumiu e nunca mais apareceu na cerimônia. Seu pai fez um pronunciamento importantíssimo. Ele e sua mãe irão viajar em turnê real durante 1 semana. Daerion vai ficar de regente! — ela estava tagarelando.

— O que? Daerion vai ficar de regente? E o Mão do Rei? — indaguei, confusa e surpresa.

— Eu também não entendi direito. Parece que o Lorde Arryn irá com eles na turnê. Eles partem hoje após o meio dia. Você tem que se arrumar logo! — Sansa bradou, enquanto ia até meu armário para mexer nos meus vestidos. Eu não sabia se contava o que tinha acontecido com Daerion. É claro que eu contaria porque Sansa é minha melhor amiga e entre nós nunca existiram segredos, mas não estava pronta para reviver tudo de novo. Pelo menos não agora.

— Que tal esse? — ela sugeriu, segurando um vestido azul feito de caxemira.

Eu assenti. Era simples e elegante. Sansa me ajudou a fazer algumas tranças no cabelo e por fim eu estava pronta. Sem coroa ou tiara pra hoje. Optei por uma gargantilha de dragão.

Minutos depois, já estávamos descendo juntas as escadas que davam para a ala do Café da Manhã. No caminho, encontramos com o Lorde Eddard Lannister.

— Vossa Alteza. Senhorita Tyrell. — ele nos cumprimentou com sua voz de veludo e etiqueta indescutivelmente nobre.

— Bom dia, Lorde Eddard. O que fazes aqui tão cedo? — eu me referi ao fato de ele estar na Fortaleza Vermelha antes das 9h da manhã. A cerimônia de despedida do Rei e da Rainha era somente após o almoço.

— Eu tenho uma reunião privada com Vossa Majestade Real — ele respondeu — Mas na verdade nesse exato momento eu estava indo lhe importunar — o Lannister complementou.

— A mim? — fingi surpresa.

— Sim, Alteza. Iria lhe convidar para um passeio de barco hoje à tarde. De canoa na verdade. Sei que é muito modesto para uma princesa mas achei que você pudesse gostar. Eu estou construindo tem alguns dias e ontem finalmente consegui finalizar! — ele sorriu.

— Espera aí, foi você que fez? — eu perguntei — E como me garante que não vamos afundar? — indaguei de forma descontraída.

Ele riu.

— Parece que você vai ter que confiar em mim — Eddard deu de ombros. 

— Parece exatamente o tipo de desafio e aventura que eu aceitaria — eu respondi educadamente.

— Então está combinado. Nos encontramos depois da cerimônia do início da turnê real, pode ser? — ele perguntou.

— Claro!

Ele beijou a minha mão, pediu licença e se afastou. Lorde Eddard era um homem muito charmoso, educado e interessante. Fiquei pensando que talvez seria uma excelente ideia dar uma chance para nos conhecermos. Definitivamente me agradaria e me manteria distraída dos meus verdadeiros problemas. Verdadeiros problemas esses que eu não tinha nem compartilhado com a minha melhor amiga ainda.

Fomos tomar café da manhã juntas. Aproveitei que Sansa e a Rainha Alysanne estavam conversando animadamente sobre novos tecidos para vestidos, peguei uma xícara de café e fugi para a biblioteca. Meu local preferido do Castelo, depois do Fosso dos Dragões e do meu quarto.

A biblioteca da Fortaleza Vermelha era imensa e esse legado era do Rei Aenys I, O fraco. Uma de suas paixões eram os livros, tanto que muitos relatos e testemunhos de nobres diziam que Aenys teria levado mais jeito para ser Meister do que Rei. A biblioteca que antes ficava ao lado da cozinha e não passava de um almoxarifado com livros empoeirados, tinha sido transferida para o último andar da Fortaleza Vermelha. Ela possuía quase 3 metros de altura, com estantes que iam do chão até o teto. Na entrada existia um aviso que eu já tinha decorado de tantas vezes que li “A Biblioteca A.T possui mais de 14 mil exemplares de muita cultura e história. Seja bem vindo.”

A.T significava Aegon Targaryen, mas muitos acreditavam que era Aenys Targaryen, já que ele mesmo ordenara a construção. Mas na época o Rei insistira que era uma homenagem ao seu pai, o Grande Conquistador de Westeros, e assim ficou o nome.

O que eu mais gostava de observar nela era o teto. Aenys I tinha contratado os melhores pintores do Reino para fazerem uma obra de arte nele, algo extremamente incomum na época. Porém a ideia tinha sido esplêndida e original. Quando criança, eu jurava que se ficasse olhando por muito tempo eu perdia o fôlego. Como se precisasse de muita concentração para admirar todas as minuciosas particularidades da obra.

Estava vazia. O bibliotecário real, Sir Renly, ainda não estava presente. Ele era um homem adorável e as vezes passávamos horas conversando sobre história, filosofia, arte, poesia ou qualquer outro assunto que julgássemos interessante. 

Coloquei minha xícara de café em cima de uma das mesas e fui procurar um livro na prateleira 56C que estava nomeada como “PERDIÇÃO DE VALÍRIA”. Retirei um exemplar de capa dura e esverdeada que estava escrito “A Sonhadora”. Eu sabia que A sonhadora era Daenys Targaryen. Ela ficou conhecida por prever a Perdição de Valíria através de um poderoso sonho profético. Seu pai, o Lorde Aenar Targaryen, acreditava muito em superstições e profecias. Ele decidiu confiar na filha e mover toda sua Casa, além de seus pertences e dragões, para a ilha de Pedra do Dragão na costa de um país chamado Westeros. Doze anos depois, quando o sonho de Daenys enfim se concretizou, Valíria ruiu sob um cataclismo que destruiu todo o Império. As histórias contam que os vulcões e terremotos foram tão intensos que nem mesmo os mais fortes dos dragões puderam sobreviver. Do Antigo Império Valiriano, a única coisa que tinha restado era a Casa Targaryen e seus dragões.

Ouvi um barulho. Dois barulhos. O primeiro eu já tinha identificado, Sir Renly tinha chegado e estava abrindo a porta da Biblioteca. Ele me lançou um sorriso carinhoso de longe. O segundo era de um dragão, com certeza. Experimentei espiar pela janela e de longe vi Meraxes. Daerion estava sobrevoando o Fosso.

— Bom dia, Vossa Alteza! — Renly me tirou dos meus devaneios. Ele fez uma reverência.

— Bom dia, Renly. Me perdoe pela invasão tão cedo — falei, sem graça.

— Invasão ao que? Sua própria casa? — ele perguntou, rindo. Eu adorava sua simpatia e carisma.

— Eu quis fugir um pouco da mesmice de sempre no café da manhã. E acabei encontrando esse livro — eu ergui o exemplar “A Sonhadora”.

— Por acaso você já leu? — perguntei, curiosa e analisando sua expressão. Ele sorriu, e me encarou com seus olhos castanhos.

— Já. É um excelente livro. Conta os detalhes mais fascinantes sobre a Perdição do Grande Império — Renly respondeu, enquanto começava a ajeitar uma pilha de livros em cima da sua mesa.

— O que são todos esses? — perguntei, curiosa e apontando para as pilhas. 

— Esses estão reservados para o Príncipe Delfim. Vou entregar hoje à tarde! — ele respondeu, sem erguer o olhar na sua direção. 

— Daerion reserva livros? — indaguei, surpresa.

— Sim, Vossa Alteza o Delfim lê numa velocidade incrível. Essa é a segunda pilha em menos de 2 semanas desde que ele retornou a Porto Real! — Renly explicou, parecendo chocado ele próprio.

Já eu não sabia dizer exatamente o misto de sensações e pensamentos que me atravessaram naquele momento. Fiquei ali, paralisada, pensando e divagando sobre. Até que, por fim, deixei Renly arrumar as coisas dele e me sentei para tomar meu café.

Li metade do livro da Sonhadora. 

 

-#-

 

Perdi a noção do tempo enquanto estava mergulhada na história de Valíria, narrada pelas palavras do Meistre Samwell. Ele era o Meistre da família Targaryen na época em que Daenys profetizou o fim do Império. Suas palavras eram verídicas e carregadas de muita emoção, pois o mesmo tinha uma conexão sentimental muito forte com a família. Eles tinham se salvado da destruição completa, e o Meistre Samwell acreditou que essa história merecia ser eternizada. Um belo livro homenageando A Sonhadora. A salvadora.

Syrex. Ouvi seu característico urro potente. O dragão montado pelo Rei era capaz de emitir um som que podia ser ouvido de outra cidade. Despertei do meu mundo particular de leitura e me dei conta de que, se Syrex tinha subido aos céus, significaria que estava quase na hora da cerimônia.

Não localizei Renly, ele deveria estar lá para dentro, no meio das prateleiras arrumando milimetricamente os livros. Como gostava de fazer. Não tive tempo de me despedir então somente deixei o livro na prateleira 56C, de onde eu tinha retirado. Voltaria mais tarde para continuar a leitura.

 


Notas Finais


ESTÃO GOSTANDO, amores????????


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