1. Spirit Fanfics >
  2. All That I've Got >
  3. Capítulo 21 - Frank

História All That I've Got - Capítulo 21 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Oioi bbs!!! Cheguei!! Hoje não esqueci hahahahha
E então, como estão? Já estão de férias? Espero que sim :))) eu pelo menos já estou aqui, nada de acordar cedo por umas boas semanas agora hahahahha
E nesse clima de felicidade eu trouxe um capítulo novo ;) eu espero que gostem dele, okay?
Aaaaahhh também queria agradecer aos novos leitores, os favoritos e tudo mais! Cada notificação que aparece de favorito novo ou comentário me deixa muito feliz... além de que os comentários são sempre muito bem vindos, é ótimo saber o que estão achando da fic!
Mas agora vou parar, só queria dizer que amo vcs! Vejo-a vocês lá embaixo!
Boa leitura! Bjssss ❤️

Capítulo 22 - Capítulo 21 - Frank


   Eu não entrava nesta casa há, sei lá, dois ou três meses? Desde que Gerard e eu começamos a sair juntos, e, Deus, eu não achava que estava pronto para estar onde ele vivia com a família, nessa nova situação, onde não éramos mais apenas “Frank, o garoto que gostava de Gerard anonimamente” e “Gerard, o homem inalcançável”. Mas eu estava ansioso, mesmo tentando esconder. Era uma sensação muito diferente do que a que me preenchia todas as vezes anteriores que eu me punha em frente a essa porta, pronto para entrar. Era estranho, mas não necessariamente ruim, principalmente porque eu sabia que Samantha não estaria lá. Mas esse tempo em que eu me esforçava para fingir que não sentia toda aquela ansiedade estava prestes a acabar, a campainha já fora tocada por mim. Seu som tão característico soou por toda a casa até seu exterior, e escutei a voz gritada de meu melhor amigo avisando que não achava suas chaves, totalmente desesperado. 

   Eu poderia imaginar a cena, ele correndo de um lado para o outro, desajeitado, tirando todas as almofadas dos lugares enquanto a sobrinha ria de seu estado de pânico por uma simples chave. 

   Por alguns instantes cheguei a acreditar fielmente nessa cena que se desenrolava em minha cabeça, e o riso saiu impensado por meus lábios, porém morreu momentos depois quando a certeza de que não era real me atingiu na forma de um Mikey arrumado, perfumado e parecendo um pouco menos estranho do que realmente era.

   De primeira estranhei, porque, porra, quem se arrumava tanto apenas para ficar em casa?! Estranho… Muito estranho. Ou pelo menos era isso que eu pensava até ver Kristin saindo por trás das costas do Way mais novo, cumprimentando-nos com todo seu carisma, e eu fiz questão de respondê-la bem, com um sorriso simpático e até um abraço rápido. Isso, ser tão simpático com ela, era o segundo ponto estranho da noite. 

   Nunca tínhamos nos dado muito bem, afinal, meu amigo sempre acabava triste por ela estar namorando e sempre pedir tempo, não tomar uma posição em todo aquele circo que estava se formando, pois muitos já começavam a desconfiar sobre meu amigo e Kristin, era apenas questão de tempo para que descobrissem a verdade e as coisas se complicassem. Isso, como cansava Mikey, me deixava bravo. Então era de se imaginar que eu não era das pessoas mais legais com a garota, mas aconteceu que finalmente toda a situação mudou, ela terminou com o outro e finalmente passou a fazer a pessoa certa feliz. E, sendo assim, não haviam mais motivos para eu não gostar dela, com algumas breves conversas após o dia extraordinariamente bom, que foi quando ela se livrou do antigo namorado, descobri que, na verdade, ela era muito legal e engraçada. Conseguia até mesmo enxergar porquê meu melhor amigo estava tão apaixonado por ela. 

   Deram-nos passagem já iniciando uma conversa animada sobre os cupcakes que estavam sendo confeccionados na cozinha, também guiavam-nos até o cômodo onde se encontrava a comida, e desde longe pude sentir o cheiro bom dos pequenos bolinhos que saíam do forno em seu melhor ponto. 

   Gerard foi a primeira coisa que meu olhar capturou, um avental descansando em seu torso, as mãos que seguravam a bandeja que acabara de ser tirada do forno estavam escondidas por grossas luvas especiais para aquela ação, certificando-se de que não queimaria as palmas pálidas. Em seguida, tão elétrica como poderia estar, Sophie observava a massa e a fumaça que saía dela, um saco de confeitar em mãos, como se enfeitar aquelas coisinhas a sua frente fosse o ponto alto da semana, até mesmo do mês. Com meu olhar voltando ao primeiro, notei que ele já me olhava, aquele verde-oliva brilhante passando por mim, e como qualquer um poderia imaginar, eu sorri e corei. A vontade de correr até ele e o abraçar era grande, grande demais para um ser pequeno como eu, o beijar, mas controlei-me já que sua filha estava presente. 

    Tão presente que no segundo seguinte minha perna era atacada pelo ser menor que eu, “titio Frank!”, ela gritou enquanto ia de encontro a mim, abraçando minha coxa em seguida. Meus dedos voaram para os cabelos loiros e os acariciei, ela sorriu, aquele sorriso que tanto parecia com o de seu pai. O sorriso que eu amava. 

   A pequena repetiu o ato com os outros dois atrás de mim, com Bert foi uma festa, ele gritou de felicidade e rodou ela no ar, e logo eles já falavam que iriam brincar, mais tarde, com todos os bonecos de ação que pudessem. Já com Bob foi diferente, se abraçaram, sem grandes comemorações, mas ainda assim cheio de um carinho especial que todo mundo nutria pela garota. 

   – Vocês estão atrasados – Gerard falou casualmente, as mãos trabalhando rapidamente em arrumar os doces em um grande prato decorado com unicórnios. Sua voz era brincalhona, causou o revirar dramático de olhos em Bert, e eu apenas pude rir, ainda com aquela vontade imensa de beijar Way ocupando todo o meu ser – Mas tudo bem, ainda podem ajudar a confeitar! Temos que esperar essas coisinhas aqui esfriarem, senão derrete a cobertura… – ele parecia realmente saber do que estava falando, aquele biquinho que fazia quando tentava se lembrar de algo surgiu em seus lábios, provavelmente ele calculava daqui quanto tempo poderíamos trabalhar no enfeite do cupcake, e McCracken não deixou isso passar despercebido, logo soltando a fala: “Olha se não temos um cozinheiro talentoso entre nós! Agora entendo porque algumas pessoas nessa sala te amam tanto, você as conquista pelo estômago!”, e então continuou, concluindo, “Porra, como eu não pensei nisso antes?! Teria sido tão mais fácil minha vida se eu soubesse disso antes…”. Gerard, rindo, achando graça de tudo aquilo, acrescentou – Olha, eu posso jurar que não é só por isso que conquistei algumas pessoas aqui… 

   E é claro que eu corei, sabia que eles falavam de mim, usando o tom de malícia que Sophie, pela idade, ainda não identificava. 

   Continuaram com a conversa, mudando um pouco de assunto, colocando o foco de tudo em cima do relacionamento de meu melhor amigo que não conseguia tirar o sorriso do rosto, era óbvio o quanto ele estava feliz por finalmente dizer que ela era sua namorada, que não mais havia alguém para dividir esse posto com ele. E estava tudo bem assim, eu me mantinha mais por fora da conversa, apenas observando Gerard de longe ao que ele ria e abraçava o irmão, revezando seu carinho até a filha. Mas logo isso, minha falta de atenção, mudou quando a voz nova e feminina surgiu no ambiente, “Papai, eu quero ser namorada do Frank, posso?”, por instantes a grande dúvida entre rir e rezar para um buraco se abrir e me engolir surgiu, logo desaparecendo quando, mesmo sem pensar, inconscientemente, a segunda foi a ganhadora. Meu Deus, eu apenas queria sumir. Principalmente com os olhares de Bob, Bert e Mikey sobre Gerard e eu, eles também sem saber o que falar, à espera de um milagre. 

   – Então princesa, acredita que não dá? – ele não ia falar sobre nós, ia? Não, não ia, não havia sequer a possibilidade de ele contar que, na verdade, ela não tinha chances comigo pois ele quem me fodia às escondidas. Entregar assim que seu casamento era apenas um contrato sem sentido estava fora de cogitação, que sua família não era de verdade, que os pais da garotinha eram infiéis e, a cada noite estragavam tudo ainda mais. É, não havia sequer a mínima possibilidade de ele jogar essas verdades no colo da garota. E eu era culpado, pelo menos parcialmente, por grande parte dessas ditas “verdades”. Porque, não importava o quanto eu tentasse, tirar da minha cabeça que de certa forma eu estava estragando essa família era impossível, e me fazia um pouco triste e incomodado… Mas, como promessa para mim mesmo, eu estava tentando trabalhar nisso, guardar as palavras de Gerard para mim, as que ele confidenciou no banheiro de minha casa, que me confortaram e eu senti em cada molécula de meu corpo que eram verdadeiras… Por mais que ainda existisse uma resistência me mim para acatar elas eu tentava e… Okay! Era melhor eu deixar isso de  lado, ao menos um pouco, e prestar atenção na cena que se desenrolava à minha frente – Ele já namora – com sua boca próxima ao ouvido da filha Way pronunciou o segredo como se não fosse ele o meu namorado, divertido, de forma que o clima se tornou mais leve e descontraído. 

   O ar que eu não sabia que segurava escapou de meus pulmões com o alívio. 

   – Jura?! – Sophie perguntou em uma mistura estranha de decepção e felicidade que me deixou confuso. Foi difícil não rir dos olhos curiosos vindo a mim, me analisando enquanto eu confirmava calado, e depois correndo surpresos para Bert que, mais uma vez, se intrometeu, “sim, ele tem um namorado muito ciumento”, eu poderia o mandar calar a boca, mas não tive tempo de sequer falar uma palavra porque ela continuou um pouco confusa, talvez pela nova informação que acabaram de lhe dar, sobre minha preferência por homens – Namorado? – assenti mais uma vez, mas ela não pareceu surpresa demais, e, também, não demonstrou nada negativo, o que, com certeza, fez eu me sentir feliz – Como ele é?!

   – Bom, ele é legal… – e lá estava eu, novamente, corando e sem saber o que falar em resposta da pergunta tão animada que ela soltou. Claro que eu poderia ficar horas e mais horas dizendo o quanto Gerard era maravilhoso pra mim, mas eu não me sentia tão confortável assim para tal, principalmente com meus amigos próximos e prontos para tirarem com a  minha cara mais tarde. Por esse e outros motivos que surgiam em meus pensamentos, senti vontade de não dizer mais nada, entretanto os olhos de pai e filha me examinavam cheios de expectativas que meu subconsciente me impediu de ignorar – Ele é gentil, generoso, engraçado… Lindo, carinhoso, surpreendente e talentoso… – isso era o suficiente. Suficiente para Sophie se dar por satisfeita, Gerard sorrir em minha direção e piscar, e, como se eu já não imaginasse, Bert e Bob começarem a rir desesperadamente do que eu falei, o que de certa forma me incentivou a continuar, desta vez debochado, brincando, dar outro motivo para tal divertimento: a feição indignada que o Way mais velho fez sem ser visto pela filha – Às vezes ele é um pouco idiota, mas tudo bem. 

   ***

   Agora estávamos sentados no sofá. Eu, Mikey, Kristin, Bert e Bob. Escutávamos Gerard lavar a louça, a água saindo forte com a pressão, os talheres batendo. Só. A conversa estava mais calma já que Sophie acabara de se retirar, após comer o último de seus três cupcakes, para tomar um banho e tirar toda aquela cobertura que antes estava espalhada por seu rosto. 

   Foi possível escutar o chuveiro sendo ligado, e, no mesmo instante, a pia desligada. Então da cozinha Gerard surgiu, secando as palmas no jeans que usava, e rapidamente veio em minha direção agora despreocupado em logo capturar meus lábios com vontade em um ato que eu nem ao menos pude prever. 

   Nos beijamos com carinho, matando a vontade que havia sido presente pelas últimas duas horas que passamos no mesmo ambiente sem poder fazê-lo, um beijo profundo onde a ponta de sua língua logo já pedia passagem e me dominava por completo. Se não fosse pelos outros presentes ali continuaríamos aproveitando o calor que se formava todas as vezes que nos tocamos, provavelmente em instantes eu iria parar em seu colo, não necessariamente sem roupas depois, apenas para facilitar aquele contato que me levava aos céus. Mas, infelizmente, não estávamos sozinho e muito menos continuamos; por mais duradouro que tenha sido o contato, nos separamos, minhas bochechas avermelhadas tanto pelo beijo em si quanto pela vergonha de ter os olhos de todos sobre nós. 

   – Espera, Frank! Seu namorado é o Gerard? – para Kristin, essa era uma revelação e tanto, já que era a única que não sabia de tudo isso que acontecia entre nós, foi pega de surpresa com a cena de Gerard atacando meus lábios com o tanto fervor que estava habituado, e provavelmente se horrorizou porque só sabia a parte da história em que ele era casado com uma mulher deslumbrante  – Nossa… Eu estou chocada – eu, nesse ponto, já estava me preparando para começar a não gostar dela de novo, esperava algo maldoso vindo em seguida, porém sua risada doce me surpreendeu, assim como as palavras gentis que vieram em seguida – Que fofos, meu Deus! Como, sabe, isso começou? – não era de se estranhar que eu não esperava essas palavras, mas o sorriso que surgiu em meus lábios foi perceptível há quilômetros, e Gerard, igualmente feliz pela “cunhada” não ter reagido mal, com o braço em volta de meu ombro ao que já estávamos sentados no sofá, beijou minha bochecha rapidamente. 

   – Sei lá, eu sempre gostei dele… – começar foi a parte difícil, sempre era, pelo motivo de que eu tinha que verbalizar como eu sempre fui essas garotinha apaixonada por Gerard há anos, a única diferença para o presente era de que sim, o sentimento havia crescido milhares de vezes. Então, eu parei pra pensar um pouco, era até mesmo um pouco difícil para mim compreender como as coisas foram acontecendo entre Way e eu, cheguei a ficar sem palavras, mas o leve aperto que senti em minha cintura pelo homem grudado a mim fez com que elas saíssem da forma mais natural possível, mesmo eu estando um pouco nervoso por falar isso para alguém que não acompanhou tudo de perto – Aconteceu que do nada ele reparou em mim e as coisas foram rolando, não sei explicar, mas quando eu vi já estávamos nisso… 

   Foi o que eu consegui explicar, o que não era bem uma explicação. Mas acho que foi o suficiente e totalmente verdadeiro, foi tudo tão rápido que não conseguia processar, a única coisa que meu cérebro captava era que eu amava Gerard e pronto. 

   – Era engraçado antes – Bob falava olhando para cima como se estivesse em um desenho animado, lembrando de uma memória agradável e rindo com ela – O Gerard passava e então o Frank perdia a fala, ia parar no mundo da lua! – Não era como se ele estivesse mentindo, mas no mesmo momento escondi meu rosto no ombro de Gerard, tentando esconder as bochechas que desde essa época ficavam vermelhas quando diziam o quanto eu deixava claro que babava por ele. 

   Descontração era o que definia o clima, todos riam de mim e não havia nenhuma estranheza em relação ao meu namoro e de Gerard, a garota ao lado de Mikey pareceu simplesmente ignorar o fato de que o Way mais velho tinha uma aliança no dedo e uma mulher, todos os papéis no cartório comprovando isso. Só que no momento, com os lábios do falso ruivo se aproximando dos meus, eu também não ligava, eu só precisava que ele acabasse com aquela distância logo, sem mais demoras.

   Porém não foi isso que aconteceu, na verdade escutamos uma voz, um pouco longe, calma, e ele se afastou rapidamente.

    A confusão me tomou imediatamente, e sumiu tão rápida quanto apareceu. 

   Samantha.

   A mulher loira por pouco não nos vira quase nos beijando. Seu marido conseguiu sair de perto de mim a tempo, antes de ela virar-se para a sala e nos pegar naquela cena que eu desejava, mais do que tudo, que não tivesse sido assim interrompida. Ela, não desconfiando de nada, veio andando até Gerard que continuava sentado próximo a mim, cumprimentou com um sorriso enorme todos nós e depois simplesmente se acomodou, de lado, no colo do homem, dando-lhe um selinho carinhosamente falso que ele encerrou com rapidez e estranheza. 

  Meu peito se apertou e a vontade de chorar surgiu.

   Não deveria ser assim, não mesmo, era para que me contentasse que ele ainda assim teria que fingir que seu casamento era verdadeiro, e, sabendo que tudo não passava de teatro, não deveria doer como doeu, mas foi inevitável, os vendo lá, abraçados, eu senti as exatas mesmas coisas que as palavras de meu avô durante o jantar com Gerard me causaram. 

   Horrível. Apenas isso descreveria o quanto era ruim ver outra pessoa nos braços dele, mesmo que sem sentimento algum, porque eu o amava demais para ver algo assim. Mais uma prova de que eu continuava sendo só o amante, sendo assim doía profundamente, ardia com tanta intensidade que eu só sabia que precisava sair de perto deles, deixar com que as lágrimas caíssem, ao menos poucas, e, por isso, falei rapidamente que iria tomar um banho e sai do cômodo apressado, tentando esconder meus olhos úmidos.

   Colocando um pé atrás do outro, escada a cima, coloquei em minha cabeça que não iria chorar, eu não deveria chorar, mesmo sentindo como se minha vida dependesse de deixar com que minhas lágrimas caíssem. 

   Por que cada coisinha que acontecia entre nós parecia ter o peso de um mundo inteiro sobre mim? 

   Em todas as grandes histórias de amor, todas que me contaram quando eu ainda não passava de uma inocente criança, as coisas não aconteciam desse jeito, havia problemas, mas nunca me contaram que acabava por ser tão doloroso. E sem a capacidade reconhecer meus próprios sentimentos nestes contos, eu acabava me sentindo idiota, dramático demais, pessimista, e infantil… A vontade de chorar então crescia porque a confusão ia me tomando, e merda, foi fechar a porta atrás de mim que encostei-me nela e desabei.

   Eu precisava tanto disso, passei pelo quarto de Mikey, pegando minha mochila no modo automático, sem pensar. 

   Soaram na porta três batida e a voz tão conhecida surgiu por trás da madeira, Gerard pedindo para que eu deixasse com que ele entrasse, e, eu, como sempre, cedi. Afastei meu corpo da porta assim permitindo que ele a abrisse com facilidade. 

   A cena que seus olhos capturaram foi clara, um Frank encolhido no canto do banheiro e joelhos espremidos contra o peito, bochechas molhadas, ainda mais frágil do que normalmente. Ridículo e bobo como sempre. Talvez por dó, eu suspeitava, ele tenha se ajoelhado ao meu lado, mas, independente se por caridade ou não, foi reconfortante o abraço que ele me deu, beijando meus cabelos logo depois. 

   Foi só isso, ficamos assim por mais um ou dois minutos. E, depois de falar algumas palavras reconfortantes, falar sobre seu amor por mim, e dar-me um beijo longo nos lábios; saiu porta a fora sem muita vontade. 

   ***

   A noite veio rapidamente, assim como a madrugada, mas a conversa entre eu e meus amigos parecia não ter fim. 

   Cada um estava em sua cama, coberto, praticamente prontos para dormir, apenas faltava o sono mesmo, e por isso, olhando para o teto, eu ria com eles como se os acontecimentos de mais cedo não tivessem sido reais. O último vestígio desses foi o momento em que Gerard adentrou o quarto para nos desejar boa noite, a cena do banheiro voltou à minha mente, me senti envergonhado por ter reagido como reagi, não foi nada de demais, e eu fiz tempestade em copo d’água… Ou pelo menos era disso que eu tentava me convencer. Mas no fim das contas ele passou rapidamente por nós, me deu um beijo cheio de sentimentos, mais uma vez pedindo desculpas por Samantha ter aparecido, e, também, explicando que achava que a mesma estava viajando.

   Mas, bom, o assunto no momento não era esse. 

   – Então, estou pensando em ir procurar emprego em algum estúdio de tatuagem, música… Não sei, pode ser até mesmo um barzinho – há um certo tempo comentei com eles sobre as contas de meu avô, sem pensar no que aquilo iria realmente levar, e, quando vi, eles já estavam tentando me ajudar a encontrar uma solução e por isso falamos disso até agora, com algumas poucas opções em mente. Não que com toda a conversa tenham surgido ideias muito diferentes das quais já haviam passado por mim, mas me incentivaram a ter certeza de colocar uma em prática: Arrumar um emprego – Qualquer coisa vai ser o suficiente… Eu só preciso do dinheiro pra ajudar ele… 

   – Já pensou em falar com o meu irmão sobre isso? – Mikey, com a voz baixa por estar com o resto enterrado no travesseiro macio, perguntou. “Você acha mesmo que ele teria coragem de pedir dinheiro para o seu irmão?”, Bob o acompanhou. Eu não sabia se ficava irritado ou ria, era engraçado ver o quanto o loiro parecia me conhecer, mas, ao mesmo tempo, era chato como ele falava como se esquecesse que eu estava bem ao seu lado, no colchão seguinte. E tentei, juro que tentei me expressar antes que meu melhor amigo voltasse a falar, mas foi impossível já que ele voltou a falar como se apenas existissem ele e Bryar no quarto – Eu não sei, acho que não… Mas sei lá, Gerard com certeza ajudaria, não custaria tentar… – com essa fala levantei meu tronco, sentando-me, as feições indignadas demonstrando o quanto ele estava errado em sequer supor que eu pudesse sequer imaginar em aceitar ajuda financeira de seu irmão mais velho. 

   – Eu já falei com ele sim! Mas isso é problema meu e vou resolver sozinho – soei um pouco irritado, eles me olharam surpresos e, então, percebi que havia sido um pouco grosso demais, não que isso fosse realmente um problema, mas raramente eu agia assim, por isso respirei fundo, recuperando a calma. Eu já planejava contar-lhes as propostas de Gerard, como ele sugeriu que eu trabalhasse em alguma coisa na editora, nem que fosse apenas para levar papéis e ir ao banco, era tentador pelo fato de que eu poderia passar muito mais tempo com ele, mas recusei, não cabia a ele ajeitar toda a minha vida. Só que não consegui verbalizar essas palavras, ao invés disso soltei uma exclamação cheia de preocupação – Bert?! O que foi, você está bem? – McCracken estava extremamente pálido, os olhos prontos para ceder a vontade de chorar, tudo enquanto ele já se colocava de pé, indo atrás de suas roupas casuais na mochila. 

   – Minha mãe… Ela acordou agora, vomitando, e então desmaiou… Eu preciso ir para o hospital, agora... – Ele estava inteiramente trêmulo, instantaneamente ficamos tensos, temerosos também. Cada um de nós sabia o quanto o tratamento da mulher era agressivo e qualquer piora era alertante, então, em uma troca rápida de olhares nos decidimos todos juntos uma só coisa. Nos levantamos e copiamos Bert, tirando os pijamas, até que ele se virou, surpreso e confuso, logo perguntando – O que estão fazendo?

   Todos juntos, em sincronia perfeita, anunciamos: “Vamos junto com você”. Animados, determinados, e prontos para dar apoio moral ao nosso amigo que não conseguiu esconder o sorriso enorme que apareceu em seu rosto já molhado por lágrimas de preocupação, voltamos a nos arrumar. 


Notas Finais


E mais um pouquinho do drama que vimos no último capítulo! Isso vai ser normal por aqui, pelo menos por enquanto, me desculpem se ficar cansativo e tudo mais, também me deixem saber se isso estiver acontecendo... sério, eu escrevo isso daqui com muito amor, todo esse drama é importante pro futuro da história, mas se estiver muito chato eu posso dar um jeito... sei lá :/
Mas eu prometo que o próximo vai recompensar ;)
No fim das contas, o que acharam? Espero que esteja tudo certinho, e me desculpem por qualquer erro!

É isso... tchau amores, até o próximo!
Bjssss ❤️❤️❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...