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História Alone Together - Já dizia Justin Bieber


Escrita por: Victra

Notas do Autor


Boa leitura (♡)

Capítulo 10 - Já dizia Justin Bieber


— Vamos no fliperama agora? — Aaron sugeriu, animado.

— A gente precisa começar o trabalho de Geografia — Eddy lembrou.

Estávamos na porta do colégio, logo depois do término de período de Geografia, o único no qual compartilhávamos os quatro.

— Eu já comecei. Ela passou esse trabalho há dois dias. — Logan notificou, orgulhoso — Comecei no mesmo dia.

— O quê? — nós três indagamos, incrédulos.

— Você fez algo num trabalho? Assim, sem ninguém pedir? Você tá bem? — a morena insistiu, descrente.

— Eu já disse que mudei. Vocês não botam fé em mim mesmo. — revirou os olhos.

— Okay… — Aaron soprou, ainda meio atônito — Isso quer dizer que a gente vai no fliperama?

— Eu não posso. Mas divirtam-se — eu disse.

Os outros três rostos presentes me encararam, sinuosos: Aaron e Logan, que estavam à minha frente, e Eddy, que estava enlaçada entre meus braços e precisou levantar o pescoço para mirar meus olhos.

— Espera. Como assim? — Logan fora o primeiro a tomar voz sobre o assunto — Você, Jungkook, o nosso Jungkook, o antissocial e humanos-fóbico que só fala com a gente e nunca tem o que fazer, tem compromisso? É isso?

— É. — suspirei antes de pender o rosto para o lado, apoiando a bochecha na cabeça de Eddy, que já havia voltado a sua posição anterior. — Vou sair com a Miles.

— Você vai deixar, Edwin Wilder? — Aaron questionou, colocando as mãos na cintura.

— O quê? — não precisei olhá-la para saber que franzia o cenho.

— Deixar a super modelo bonitona tomar seu homem assim, é claro! — Logan respondeu pelo ruivo. Então ele parou, pensando, antes de voltar a falar — Se bem que eu acho que ela vai mesmo, cara. A Eddy é muito trouxa pelo Nhoque — disse a Aaron, como se eu e Eddy não estivéssemos ouvindo.

— Cara, eu acho que não, hein? Aposto que ela lasca um beijo no Jeon antes. — Aaron continuou, fazendo-me arquear as sobrancelhas enquanto assistia a cena.

— Aposta mesmo? — o outro assentiu — Fechou. Eu aposto que ele cai pela loira primeiro — estendeu a canhota ao ruivo, que a apertou com a sua.

Ah, então aquilo é loiro mesmo?

— Vinte Trumps?

— Perfeito. — fez uma pausa, sorrindo maroto — Vai ser o dinheiro mais fácil da minha vida.

— Eu não acredito nisso. — Eddy se pronunciou.

— Que o Jeon vai cair pela Hoffman? — o moreno se voltou a ela.

— Ou que você vai lascar um beijo no Kook? — o ruivo copiou o gesto do amigo.

— Eu não vou “lascar um beijo no Kook”? — desvencilhou-me de mim, dando alguns passos para o lado em seguida. — Somos amigos. Nunca vamos passar disso.

Aaron ia levantar a mão para rebater, aí percebeu que ela ainda estava atada à de Logan e se afastou, com uma careta estranha em face, então prosseguiu com seu plano inicial:

— Nunca diga nunca. Você não assistiu aos filmes do Justin Bieber?

— E você, Jungkook? Não tem nada a dizer? — Logan arqueou as sobrancelhas em minha direção.

Eu fitei Eddy, matutando suas palavras anteriores e a conversa da noite passada. Então fitei os dois garotos e, finalmente, a figura morena-loira que se aproximava por trás dos ombros deles, o que também me fez pensar na maneira estranha que me senti durante a tarde com ela e concluir que não, eu não tinha nada a dizer; estava confuso demais pra isso.

— Eu tô de boa. — dei de ombros, tentando afastar o assunto.


Eu e Miles precisamos pegar o metrô para ir ao estúdio onde ela tiraria as fotos. E eu agradeci aos céus por não ser horário de pico.

— Você está com fome? — a… loira? Enfim. O importante é que ela fizera uma pergunta. Pra mim. Isso. Ela me perguntou.

— Ahn… — pisquei algumas vezes, tirando os olhos da janela para mirá-la. — Ah, um pouco. — admiti quando meu cérebro finalmente processara a pergunta.

— Tudo bem. Vamos passar no Subway primeiro então. — sorriu, afagando meus cabelos.

Eu não protestei nem tirei a mão dela de lá, mas não deixei de fazer careta para o gesto.

Na verdade, eu estava confuso. Meio letárgico, meio surtado. Sabe quando tem um misto explosivo e indecifrável de sentimentos dentro de você, mas, por fora, você está impassível e indiferente? É como uma explosão cósmica; uma expansão: os sentimentos se emaranham, esbarram e aumentam em volume até que não haja mais para onde expandir, então explodem, criando estrelas, nebulosas, planetas, galáxias, universos inteiros em constante expansão.

Mas, é claro, ninguém aguenta mais metáforas com astronomia. É um maldito clichê.

E minha vida era cheia deles.

Menos naquela tarde, onde meus sentimentos originaram uma explosão cósmica; onde meu universo fora expandido.

— Miles, você já esteve na friendzone? — questionei-a em baixo tom.

— Não. Eu não acredito nessa besteira. — torceu o nariz. Então ela apoiou a cabeça no meu ombro, esmagando as bochechas claras e olhando-me por baixo dos cílios compridos.

E, que droga, ela nem parecia real.

— Isso é só um nome divertido que algum macho chato criou porque não aceitava a rejeição e os sentimentos alheios. — continuou.

— E como você sabe que foi um homem? — arqueei as sobrancelhas pra ela, que sorriu, agarrando o meu braço no qual apoiava o rosto com ambas as mãos.

— É óbvio. Aquela história do “eu sou um cara incrível que tem tudo a ver com ela, mas ela não aceita meu amor porque está ocupada sofrendo por algum babaca que, provavelmente, usa jaqueta bomber de time”. — fechou os olhos, enterrando mais a face em meu membro.

Estranha.

— Mas o que o cara incrível que tem tudo a ver com ela faz pra ela aceitar o amor dele? — continuei, checando quantas paradas ainda faltavam pra descermos no mapa ilustrado na estrutura do metrô. — Ou ser notado, pelo menos. — acrescentei baixinho.

— Eu não sei. Nada, talvez. — as palavras faziam cócegas contra minha pele coberta — A garota nunca fica com o amigo. Ela fica com o babaca bonitão.

— Por quê? Ele é um babaca.

— É, eu também não entendo. Particularmente não gosto do lance da garota legal que precisa salvar o babaca de si mesmo porque ele é idiota. — suspirou.

Eu prendi a respiração quando senti o ar quente que saira da boca dela em contato com minha pele. E, que saco. Por quê?

Meneei a cabeça para lá e para cá, tentando afastar a sensação. Então inalei ar, minuciosa e profundamente, e tornei a falar:

— Mas a vida não é um filme. — rebati, frustrado.

— Quem disse? Talvez seja. Talvez seja um livro — levantou o rosto para me olhar — Talvez sejamos personagens na história de alguém. E a gente nunca vai saber. — fingiu um tom dramático, fazendo-me rir de lado.

— Isso é um pouco ofensivo. Quer dizer que eu não tenho autonomia nenhuma sobre minha vida? Somos sims no The Sims?

— Ninguém sabe. — continuou com a voz estranha. Então riu, balançando a cabeça e voltando a enterrá-la em meu ombro.

— O que você tá fazendo? — perguntei, finalmente, estranhando o comportamento meio aqueles bichinhos que a gente coloca no lápis de escrever.

— Abraçando você. — disse, simples. Mas acabou soando abafado e arrastado, já que meu corpo atrapalhava um pouco as ondas sonoras na tarefa de repercutirem.

— Por quê?

— Porque você é quentinho e tem um cheiro bom.

— Ah, okay… — alonguei a palavra em minha língua — Mas a gente precisa descer na próxima estação. — notifiquei, olhando o quadro de novo.

— Ah — ela bufou depois de voltar-se para o mapa, constatando o que eu há houvera dito. — Tudo bem.

E a gente levantou. E a gente saiu. E a gente andou até o Subway porque ela disse que era o fast food favorito dela e eu nem reclamei porque também era o meu. E ela não largou meu braço em momento algum nesse processo.

Eu quis gritar. Estava berrando internamente, na real. Mas eu não sabia o que vociferar contra o vento e para a garota que me segurava como se estivéssemos habituados a andar assim. Eu não sabia porque, bem, eu estava confuso. Minha mente não parava de matutar as palavras de Eddy.

Porra. De noite ela conversou comigo sobre casamento e elogiou a minha maldita boca, mas de dia disse que nunca a beijaria.

 E o que eu deveria fazer? Era um cara incrível na friendzone? Essa palavra divertida que algum macho chato criou pra esse negócio péssimo de quando a gente não aceita a rejeição e os sentimentos alheios?

Eu era um macho chato? Mas eu nem pressionava Eddy a nada. Eu nunca nem havia a deixado saber sobre meus sentimentos, como seria rejeitado?

E eu devia deixar ela saber? Ou devia só seguir em frente porque, como a própria havia postulado, “somos amigos e nunca vamos passar disso”?

Que droga. Sentir é uma droga.

A minha sorte era que eu sempre pedia o mesmo lanche montado exatamente do mesmo jeito na lanchonete, então não precisei pensar muito para responder as perguntas como “qual pão?”, “esquenta?” ou “alface e tomate?” que o atendente fazia. E, depois de finalmente sentar para comer — com Miles a minha frente, me encarando daquele jeito meio bizarro que ela sempre fazia —, eu descontei minhas frustrações na comida.

— Como alguém come um lanche de trinta centímetros tão rápido? — a garota indagou, surpresa.

— Com a boca — revirei os olhos antes de engolir a última mordida do lanche.

— Achei que já tivéssemos passado da sua fase rude. Que decepção. — dramatizou, dando um gole em seu suco em sequência.

— Desculpa. — pedi em um sopro, descansando as mãos no colo. Assisti-a abaixar a garrafinha e retorquir:

— Desculpo — sorriu para mim. E eu acabei percebendo que o incisivo lateral direito dela era meio tortinho, espreitando levemente por cima do central.

E eu não sei se foi porque era fofo ou porque eu finalmente encontrei algo não-arquétipo no rosto perfeito dela, mas isso me fez sorrir. Tipo, sorrir mesmo; sorrir largo.

— O que foi? — ela perguntou, estranhando meu ato. Eu apenas meneei a cabeça e repliquei:

— Nada.

Depois disso, eu tentei distrair a mente das minhas neuras e paranoias em um jogo silencioso que se baseava em procurar mais detalhes assim na morena-loira, e acabei descobrindo que gostava disso conforme a lista aumentava:

1- Ela anda de um jeito meio tortinho, apesar de ter uma postura impecável;

2- Ela tem uma falha na sobrancelha esquerda, que disfarça com maquiagem;

3- Ela tem um furinho no queixo;

4- Eu ainda não sei dizer qual é a cor do cabelo dela.


— Se eu não vou fazer nada, por que me trouxe?

— Porque você é meu secretário de campanha — disse enquanto terminava de ajeitar o cabelo.

Miles nos levou a um estúdio de um cara que ela disse ser amigo do pai dela. Era um lugar grande e com dezenas de capas de revista emolduradas na parede, o que me fez supor que o tal fotógrafo era alguém de nome no meio em que atuava.

E, caralho, aquela ali é a Emma Watson?

Acabei me perdendo entre as capas das Jennifer Lawrence e Scarlett Johansson, só voltando à realidade no momento em que Miles, já trocada e maquiada, chamou-me.

— Que foi? — aproximei-me, medindo a garota de cima a baixo; ela estava em um meio termo entre o casual e o formal. E… é. Ela era bonita, né? Então não tem como negar que eu babei um pouco.

— Como eu faço? — perguntou, meio preocupada.

— É só para a presidência do colégio. Não precisa parecer a Michele Obama, só se mostrar… simpática, sabe? — baguncei os cabelos da nuca.

— Tudo bem. Confiança e simpatia. — respirou fundo. Então o fotógrafo a chamou e ela me lançou um último olhar antes de correr para frente do tecido branco.

O carinha pedia para ela fazer umas poses e relaxar, mas ela ainda parecia nervosa. Foi mais ou menos entre o vigésimo e o trigésimo clique que ele suspirou e virou o pescoço, olhando para mim e dizendo:

— Ei, meu anjo, você é o namorado dela, não é? — fez um gesto com a mão esquerda, chamando-me para mais perto. Eu abri a boca para corrigí-lo enquanto andava até lá mas ele não me deu tempo para isso — Vem. Ajuda o Leon e descontrai a sua mina. — puxou-me pelo ombro até estar parado a alguns centímetros de distância dele.

— Quê? — franzi o cenho.

— Faz ela rir. — disse, como se fosse óbvio. E não esperou por muito mais para voltar a se inclinar sobre a câmera no tripé.

Eu olhei para Miles, que apenas deu de ombros  para a cena. Aí o fotógrafo soltou um gritinho de “vai logo” e eu dei um pulo pelo susto, fazendo a loira-morena rir.

Alguns flashes. Um sorriso satisfeito no artista louco ao meu lado. Outro grito:

— Isso! Continua assim.

Eu respirei fundo antes de relaxar os braços e me preparar para fazer o que me estava sendo pedido. Primeiro foram só algumas caretas, depois eu já estava gargalhando junto enquanto fazia danças bizarras e poses estranhas.

E as fotos ficaram ótimas. De longe e sob as luzes fortes, o dente tortinho não aparecia. Mas eu sabia que ele estava ali. Isso me trazia uma espécie de sensação engraçada; era como um segredo que só eu guardava porque só eu conhecia.


— Leon vai me enviar as fotos e eu as converto antes de encaminhar pra você, assim dá pra trabalhar com elas no Ps e no Fw de boa. — a garota comentou, sorrindo, enquanto caminhávamos por um parque enorme que tinha daquele lado da cidade. Não era muito longe de onde meu emprego temporário ficava e eu só conseguia pensar na possibilidade de encontrar o Pantera Negra correndo por lá.

Digo, o ator que fazia o Pantera Negra. Até porque heróis não existem, não é? Puff, claro que não.

— Você sabe converter? Eu posso fazer isso se quiser — olhei-a de lado.

— Jungkook, eu não estaria me oferencendo pra fazer se eu não soubesse — revirou os olhos.

— Ah, não achei que fosse algo que você… fizesse, sabe? — dei de ombros, olhando as árvores como se um famoso pudesse sair de lá a qualquer momento.

— Por quê?

— Não acho que você faça o tipo.

— E que tipo eu faço? — parou de andar, obrigando-me a fazer o mesmo quando segurou a barra da minha camiseta.

— Garota bonita e rica? — fiz careta ao replicar, alongando a fala.

— Então se uma garota é bonita e rica ela não pode ser nada além de bonita e rica? — cruzou os braços sob os seios. — Ah, é claro. Porque mulher bonita não tem cérebro, não é? Elas são biologicamente incapacitadas de raciocinar e usar um programa de computador. É claro. — bufou. E eu nunca a vi com um olhar tão áspero. — Essa é a coisa mais idiota, estereotipada, ofensiva e machista que você já me disse.

E, senhoras e senhores, esse foi um dos momentos de expansão. Porque, na cabeça de um homem, nada do que ele diz é machista. Qual é? Ele é sempre o diferente; o hipster legal e imune a esses lances de patriarcado e tal. Porém não. E essa explosão em especial é dividida em três fases:

1- A negação:

— Machista? Claro que não — entortei o nariz, como se desprezasse a ideia.

2- O auto-questionamento:

— Espera. Foi? É machista? — franzi o cenho, andando pra trás até sentar num dos banquinhos no parque. — Eu sou?

E, finalmente, a fase final:

3- A aceitação:

— Por Goku, eu sou um macho chato! — joguei o tronco para trás e agarrei os cabelos, atônito com a descoberta.

— Às vezes. — Miles se sentou ao meu lado.

Eu a olhei de soslaio, meio assustado.

— Me desculpa. — pedi, arrastado. — Eu te acho inteligente pra caralho, na verdade. — admiti, mais baixo.

— Eu sou. — descansou as mãos sobre o colo.

Por um momento, eu entrei em desespero notando a falta de nossas mochilas escolares. Aí lembrei que havíamos as deixado dentro do pervertida-móvel, no estacionamento do metrô.

— Eu sou muito chato? — perguntei-a, volvendo os olhos para o céu alaranjado de fim de tarde.

— É. Você é muito chato.

— Ah… — espalmei as mãos no rosto — Eu vou ser menos então, perv… Miles. — corrigi-me, ocasionando numa risada da garota, que eu fiz questão de fitar só pra ver aquele dentinho torto de novo.

E eu não sei bem o que aconteceu, só aconteceu. A explosão ocorreu e meu universo estava em constante expansão; recém-nascido e disposto a crescer em formas que eu nunca havia sequer tentado.

E eu vou parar com essa besteira de cosmos. Juro. Até porque eu percebi tudo isso sentado num banco estranho de um bairro rico, com Miles do meu lado e aqueles últimos raios de luz do dia  a esbarrando o rosto e me fazendo perceber que, cara…

Nenhum objeto ou evento cósmico se compararia a essa garota e a tudo que ela trazia consigo.


Notas Finais


COÉ RAPAZIADA
como cês tão? fazendo muitos pontos no joguinho do btéssi? JAKJAKA

perdoa os errinhos e não desiste jimin!!! also, me deixe saber o que achou, por favor ♡ #TeamEddy ou #TeamMiles?

pas. fora temer. amo vcs.

xx, Lis-ah ♡


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