História Always By Your Side - Grávida?

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Point Of View Alice's

Quando eu finalmente me acalmei voltamos para a classe. O professor me perguntou o que aconteceu, eu apenas fiz um meneio de cabeça e disse que estava melhor, ele assentiu e mandou que nós sentássemos. Assim que me sentei Gabriela se virou.

- O que aconteceu? – Perguntou e eu suspirei.

- É que o poema fez eu me lembrar da minha mãe. – Sussurrei. – Sinto falta dela.

- Está melhor? – Assenti e ela sorriu. – Não se preocupe, você tem muita gente que te ama. – Sorri. O professor pigarreou chamando nossa atenção, Gabriela revirou os olhos e virou-se pra frente.

As duas aulas seguintes foram normais, mas eu não consegui prestar muita atenção. Fiquei o tempo todo pesando na minha mãe. Eu sentia tanta falta dela. Mas, também, pensei em meu pai. Fazia dias que eu não o via, falei com ele por telefone algumas vezes, mas não é a mesma coisa. Queria abraçar ele. Já passei tantos anos longe dele, não quero perder mais tempo, afinal, eu não sei o que pode acontecer amanhã. Infelizmente eu não posso. Um dia ele vai partir também, então, eu quero aproveitar enquanto ele está aqui.

O sinal soou e me levantei junto com Gabriela, caminhamos até a porta e Justin já estava lá nos esperado. Fomos até o pátio e nos sentamos no mesmo lugar de sempre. Chaz, Ryan, Chris e Jazmyn sentaram ao nosso lado e nós ficamos falando sobre qualquer coisa. Conversas idiotas de adolescentes.

- Alice, você está melhor? – Ryan perguntou preocupado.

- Aconteceu alguma coisa? – Jazmyn perguntou também.

- Eu estou bem Ryan. – Respondi. – E, Jazmyn, não foi nada de mais.

- Sério que você não vai me contar?

- Mas não foi nada.

- Não, tudo bem. – Disse ressentida e eu revirei os olhos.

- É que o professor pediu pra eu ler um poema de Shakespeare que me faz lembrar da minha mãe, daí eu comecei a chorar. Mas já estou melhor.

- Isso pode ser TPM. – Gabriela disse e os meninos gargalharam.

- É, pode ser. – Dei de ombros. Comecei a fazer contas pra ter certeza, mas, espera, qual foi a última vez que eu menstruei? Fiquei um tempo pensando.

- Alice! – Gabriela gritou e eu a olhei. – Estava em que mundo? Eu estou falando com você.

- Tem quanto tempo desde que eu me mudei pra cá?

- Por que você quer saber?

- Me responde.

- Você veio pra cá em agosto, o dia exatamente eu não sei. – Jazmyn respondeu. Fiz as contas novamente.

- Três meses? – Gabriela chutou. É, acho que sim. – Você não disse hoje que vai fazer três meses que está ficando com o Bieber?

- Três meses que ele ta te enrolando? Sério? – Chaz gritou.

- Cala a boca, idiota. – Justin empurrou-o. – Alice, você está bem? – Assenti.

- Não parece. – Chris falou e recebeu um tapa de Gabriela. – Ela ta pálida gente.

- Alice, está se sentindo mal? – Jazzy se aproximou.

- Vem comigo. – Puxei ela e Gabi pelo braço indo até o banheiro.

- O que foi? – Gabriela perguntou assim que entramos. Suspirei.

- Minha menstruação está atrasada. – Falei e elas bufaram.

- Isso é normal amiga, relaxa. – Gabriela falou.

- Três meses de atraso é normal? – Falei e elas arregalaram os olhos.

- Como assim? – Jazmyn perguntou quase em desespero.

- A Gabriela disse que eu estou de TPM, daí eu fui contar pra ter certeza. Só então percebi que minha ultima menstruação veio antes de eu me mudar.

- Alice, você tem certeza? – Gabriela ainda não acreditava. Jazmyn andava de um lado pro outro. Assenti e elas se desesperaram mais ainda. – Por favor, não me diz que você e o Justin trasaram sem camisinha,

- É que... – Respirei fundo. – A gente esqueceu.

- Esqueceram? – Jazzy gritou. – Como vocês podem ser tão irresponsáveis?

- Eu não sei... E-Eu... – Gaguejei e não consegui terminar a frase.

- Quando foi isso?

- O que?

- Que vocês trasaram. – Parei alguns segundos e pensei. Droga.

- Três meses atrás. – Minha voz saiu em um sussurro.

- Porra Alice! – Gabriela gritou.

- Não pode ser... – Jazmyn disse. – Alice, por favor, me diz que isso é só uma brincadeira.

- Você acha mesmo que eu ia brincar com uma coisa dessas?

- Ele já sabe? – Jazzy perguntou.

- Claro que não, só descobri agora.

- Você já fez um teste? – Perguntou novamente.

- Eu já disse que descobri isso tudo agora? – Ironizei e ela me fuzilou.

- Quando nós sairmos do colégio passaremos em uma farmácia e compramos um teste. – Gabriela falou e eu assenti. – Espero que seja apenas um engano.

- Eu também. – Jazmyn disse e saiu furiosa de lá. Fomos atrás dela. Eu e Gabriela estávamos preocupadas. Eu tinha medo. Medo da reação das pessoas ao receberem essa notícia. Pessoas, vulgo, meu pai, Claire, meus amigos e, principalmente, o Justin.

 

[...]

 

Depois que saímos do colégio fomos à farmácia e compramos o teste. Gabriela achou melhor que eu fosse pra casa dela fazer o teste. Eu concordei, não queria correr o risco da Claire ver aquele exame. Assim que chegamos fomos direto pro quarto dela. Elas ficaram andando de um lado para o outro no quarto enquanto eu estava no banheiro.

- Anda logo Alice! – Gabriela bateu na porta e eu a abri. Eu estava parada, com as duas mãos apoiadas na pia e olhando o exame que estava em cima da mesma. Droga. Droga. Droga. – Ai meu Deus!

- Eu não acredito. – Jazmyn sussurrou. – Alice...

- Não pode ser... – Sussurrei. Meus olhos estavam rasos d’água, minhas mãos trêmulas e minhas pernas bambas.

- O resultado pode estar errado. – Gabriela falou e eu neguei.

- Esse foi o terceiro, Gabriela, todos deram a mesma coisa. Eu realmente estou grávida. – Falei controlando as lágrimas. Olhei para o lado e vi Jazzy sentada na cama, sem expressão alguma no rosto. Sentei junto a ela e a abracei.

- Me perdoa. – Sussurrou.

- Por quê?

- Pelo meu irmão. Ele é um irresponsável.

- Até quando você vai se desculpar por ele? – Deu de ombros. – E, além disso, a culpa não é só dele. Ele não fez nada sozinho.

- Minha mãe vai matar ele.

- Acho que vai me matar também. – Ri fraco.

- Como se sente? – Perguntou e eu pensei por alguns segundos.

- Não sei. – Falei por fim. Minha mente me martirizava pelo meu erro, mas, meu coração, agora materno, palpitava forte de emoção. Como sempre, minha mente e meu coração se desentendendo e me deixando confusa.

- Como vai contar pra eles? – Gabriela perguntou.

- Eles?

- É, pro seu pai e pro Justin.

- Eu não sei. – Minha respiração falhou. Como? Qual será a reação deles? Não sei se consigo dizer isso a eles. – Tenho que ir. – Me levantei, peguei minhas coisas e fui saindo. As meninas vieram comigo até a porta. Jazmyn ia ficar mais tempo lá, acho que pra esfriar a cabeça. Ela estava pior que eu.

Dirigi devagar tentando processar tudo o que estava acontecendo. A minha ficha ainda não tinha caído. Parei no sinal vermelho e deitei a cabeça no volante. Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e minhas mãos ainda estavam trêmulas. Por que você tem que ser tão complicada vida?

Cheguei em casa e estacionei o carro na garagem, fiquei um tempo dentro dele me preparando. Olhei o visor do celular: 14h15. Respirei fundo e sai do carro. Caminhei devagar até a casa, pensando quando deveria contar tudo pro meu pai e pra Claire. E, é claro, pro Justin. Abri a porta e me deparei com meu pai e Claire sentados no sofá. Meu pai.

- Alice! Por que demorou tanto?

- Pai? – Disse surpresa.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? Você estava chorando?

- Não, eu só estou cansada. – Suspirei e ele assentiu, não parecia convencido, mas não me questionou. – Mas, o que faz aqui?

- Folga. – Deu de ombros. – Vou passar essa semana aqui com vocês.

- Sério? – Me animei. Ele assentiu e eu pulei em seu colo. – Você não vai trabalhar?

- Talvez... - Sempre tem algo pra acabar com a minha felicidade. Soltei-me de seus braços e caminhei até as escadas. – Aonde vai?

- Pro quarto, tomar um banho. – Dei de ombros. – Depois eu desço.

- Tudo bem.

Entrei no quarto, joguei minha bolsa na cama, tirei os sapatos e joguei em qualquer canto. Fui para o banheiro e me tranquei lá. Me despi, liguei o chuveiro e entrei sob ele. A água morna descia por meu corpo e a sensação de relaxamento me invadia. Os problemas pareciam sumir. Como eu queria que isso realmente acontecesse. Queria que tudo fosse mais fácil, que eu não tivesse tantos problemas. Me lavei e desliguei o chuveiro. Peguei a toalha branca, me sequei e depois me enrolei na mesma.

Fui até o closet, escolhi uma roupa e pus ela sobre a cama. Vesti a lingerie e, depois, me olhei no espelho. Um pequeno volume na minha barriga e os seios maiores, agora, tudo fazia sentido. Acariciei minha barriga e sorri. Havia uma pequena vida dentro de mim, alguém que dependia de mim. Sorri novamente e comecei a me vestir. Fiz uma maquiagem leve, soltei o cabelo e penteei-o. Pensei em prendê-lo novamente, mas ele estava bom solto. Dei mais uma olhada no espelho,

Desci e deixei minha bolsa no sofá. Charlie e Claire já não estavam lá mais. Fui até a cozinha e encontrei Charlie fuçando na geladeira. Pigarreei fazendo-o se assustar.

- Oi. – Disse e ele riu. – Ta fazendo o que?

- Procurando alguma coisa pra comer.

- O que tem pro almoço?

- Macarronada. – Sorri. – Seu prato está no microondas. – Assenti e peguei o prato. Me sentei e comi apressada. Sei que tenho que me preocupar mais agora, já que estou grávida, mas agora estou realmente com pressa. – Ei, vai devagar ai.

- Desculpa, é que preciso sair. – Disse e ele riu.

- Aonde vai?

- Casa da Jazmyn. – Dei de ombros.

- Casa da Jazmyn pra ver o Justin? – Disse irônico.

- Pai...

- Não, tudo bem. – Ele disse e abriu uma garrafa de cerveja. – Mas, pra que tanta pressa? – Engasguei. Não tenho o que dizer, não posso falar pra ele ainda.

- P-Por nada. – Gaguejei. – É que a gente vai sair, não quero me atrasar. – Dei de ombros e ele me olhou com sobrancelha arqueada. Levei meu prato até a pia, dei um beijo em sua bochecha e voltei pro quarto. Escovei os dentes e desci de novo. Peguei a bolsa no sofá e fui pro carro. Liguei e dei a partida. Sai da garagem e depois passei pelo portão, dirigia devagar pra pensar como eu diria aquilo pra ele.

Por mais que eu tenha tentado, não demorei muito pra chegar. Estacionei o carro e desci, rezando, caminhei até a porta e toquei a campainha. Ouvi passos leves e apressados. A maçaneta rodou e um belo sorriso do outro lado surgiu.

- Olá Alice. – A mulher disse com um sorriso enorme no rosto.

- Oi Pattie. – Sorri. – Como está?

- Ótima, e você querida?

- Bem. – Respondi. – O Justin ta ai?

- Lá em cima. – Abriu passagem para que eu entrasse, agradeci e caminhei até o quarto torcendo para não encontrar Jazmyn ali. Infelizmente ela estava em casa. E, pior, eu dei de cara com ela no corredor.

- Alice?

- Oi Jazmyn.

- Ta fazendo o que aqui? – Perguntou e eu suspirei. – Vai contar pra ele? – Assenti e ela arregalou os olhos. – Por favor, não faça isso aqui.

- Por que não?

- Minha mãe está aqui. – Ela sussurrou.

- Tudo bem, vou chamá-lo pra ir a algum lugar.

- Boa sorte. – Me abraçou. Sussurrei um “obrigada” e entrei no quarto do Justin. O quarto estava vazio. Passei os olhos pelo local e constatei que ele estava no banho, pois suas roupas estavam jogadas no chão. Me aproximei um pouco da porta e ouvi o barulho do chuveiro ligado. Bufei e deitei na cama. Abracei o travesseiro e pude sentir seu perfume. Aproveitei o tempo a sós pra pensar na forma que eu vou contar pro Justin. Como ele vai reagir?

Senti beijos sendo distribuídos pelo meu pescoço e sorri, virei-me e fui surpreendida por um beijo. Aquele beijo. Enlacei meus braços em seu pescoço aprofundando mais o beijo. Fui correspondida na mesma intensidade. Percebi então o volume roçando minha intimidade. Hora de parar.

- Justin. – Falei entre o beijo. – Chega. – Empurrei-o e ele me olhou confuso.

- O que foi?

- Vai se trocar.

- Por quê? Não me prefere assim? Se quiser deixo você assim também. – Riu e deitou-se sobre mim novamente.

- Não Justin, hoje não. – Recuei. – Preciso falar com você.

- Então fala logo, quero sexo. – Me sentou em seu colo. Seu membro, já ereto, estava me deixando excitada. Ele sabe que eu sou fraca, por isso faz isso.

- Vai se trocar. – Falei com a voz falha, ele riu.

- Pra que? A gente vai tirar tudo depois. – Deu de ombros e eu revirei os olhos.

- Anda logo. – Mandei e ele bufou. Levantou-se e foi se trocar. Ele fez questão de colocar a roupa na minha frente. Ele quer me deixa louca, só pode.

Depois de muito tempo enrolando, tentando me convencer a transar, ele finalmente terminou. Sentou-se ao meu lado e ficou me olhando esperando que eu começasse a falar.

- Não vai dizer?

- Aqui não.

- Ta me zoando né? – Neguei e ele bufou. – Aonde então?

- Não sei, vamos dar uma volta.

- Alice...

- Anda Justin, é sério. – Implorei e ele se levantou.

- Vamos no meu carro. – Pegou a chave e indicou a porta para que eu saísse. Caminhei lentamente e ele veio logo atrás. Fomos até o carro dele e saímos. Eu estava nervosa, minhas mãos suavam e meus pés batiam freneticamente. Justin prestava atenção na rua, cantarolava a música que tocava e batia as mãos no volante no ritmo da música.

Depois de rodar muito, com o Justin reclamando, paramos em um parque. Ele estacionou o carro e nós descemos. Vi ao longe um carrinho de doces, um grande desejo surgiu.

- Vou comprar alguma coisa. – Falei e fui andando em direção ao carrinho, Justin me seguiu em silêncio. Ouvi ele resmungar alguma coisa, mas não me importei. Comprei uma maçã do amor e fui comendo enquanto caminhávamos até um banco por perto. Nos sentamos e falamos de qualquer coisa até eu terminar de comer. Quando terminei meu coração disparou. É agora. – Pensei.

Eu não sabia como dizer aquilo. Tinha medo da reação do Justin ao saber que seria pai. Pode parecer fácil, mas não é. Pelo menos quando se é um adolescente. Eu e Justin não temos uma relação fixa e eu não sei se ele gosta de mim a ponto de aceitar o fato de eu estar grávida. Eu poderia muito bem não contar nada, mas não conseguiria fazer a Jazzy ficar calada. “Não seja covarde, conta logo” – Disse pra mim mesma. Respirei fundo, várias vezes seguidas.

- Você está bem? – Justin perguntou e eu assenti. – O que tem pra me dizer? – Meu coração falhou uma batida, prendi a respiração por alguns segundos, em seguida soltei o ar pesadamente.

- Eu estou grávida. – Fechei os olhos esperando sua reação. 10, 20, 30 segundos. Nada. Abri os olhos, ele estava parado sem expressão alguma. 

[...]