1. Spirit Fanfics >
  2. Always Somewhere (Aonung x Neteyam) >
  3. Caminhos traçados pela razão e pelo coração

História Always Somewhere (Aonung x Neteyam) - Caminhos traçados pela razão e pelo coração


Escrita por: Srta_Michaelis

Notas do Autor


dois capítulos em menos de 24 horas? Podemos chamar de inspiração kkkkk

Espero que gostem, acordei 6h para garantir um cap no sábado, já que geralmente eu não escrevo no fim de semana, então perdoem qualquer errinho, minha mente não funciona tão cedo kkk

Aproveitem <3

Capítulo 8 - Caminhos traçados pela razão e pelo coração


Esperamos pela vida vivendo só de guerra

Biquini - Múmias

 

O dia chegava ao seu final quando Ao’nung suspirou, exausto. Tinha acabado de ir verificar se os peixes que haviam pescado seriam suficientes para alimentar todos os ilus e se aliviou ao saber que sim. Infelizmente, sem os grandes peixes, o povo Metkayina agora precisava sobreviver dos peixes menores, que até então eram especialmente dos ilus e dos tsurak. Portanto, agora precisavam dividir comida com seus companheiros marinhos.

Além disso, ele passou a manhã ajudando alguns membros mais velhos do clã, que não tinham ido na missão com Tonowari, a coletar madeira. O trabalho era árduo, mas necessário. Mesmo que tivesse cochilado a tarde depois de reencontrar Neteyam, houve muito o que fazer antes do pôr do sol. Checou as novas redes de pesca, ajudou na manutenção de alguns maruís mais antigos e finalmente verificou se havia comida para os ilus. Agora, caminhava cansado com uma pequena cesta de frutas na mão, que havia ganhado de uma senhora Metkayina por ter restaurado sua casa. As pequenas frutas amarelas eram muito doces e saborosas. Neteyam tinha se apaixonado por elas.

Os pensamentos, no entanto, foram quebrados quando viu Onali sentada na areia sozinha, com os olhos grandes focados no oceano a frente. Ela tinha ombros caídos e um semblante preocupado. Agora com 7 anos, estava bem maior do que no dia que se uniu a Neteyam.

— Está tudo bem, Onali?

Ela deu de ombros, ainda cabisbaixa.

— Você acha que meu pai vai voltar bem, tio?

Ao’nung se sentou ao lado dela, com um sorriso leve. O fato de Rotxo ser seu melhor amigo, fez com que ela se acostumasse não só com a sua presença durante seu crescimento, mas com a de Neteyam também, o que a fez começar a chamá-los de “tio Ao’nung” e “tio Neteyam”.

Ambos achavam uma graça e nunca reclamaram.

— Ele vai sim. Eu cresci com Rotxo, seu pai é um cara durão.

— Mas ouvi todos dizerem que essas missões são muito perigosas. – Onali se encolheu. – E se meu pai morrer? Eu não sei se consigo proteger minha mãe e meus avós, ainda sou criança!

— Não pense nessas coisas. Ele não vai morrer. – Respondeu, gentil. – Sabe por quê?

Onali negou com a cabeça.

— Porque nessa missão só foram os mais corajosos e fortes guerreiros Metkayina.

— Então por que você e o tio Neteyam estão aqui? – O rostinho dela estava franzido. – Vocês também são fortes e corajosos.

Ao’nung riu.

— Sim, nós somos. Mas alguém precisa ficar e proteger as crianças e os mais velhos, não acha?

Obviamente, não era apenas por isso. Ao’nung estava com o coração apertado por não ter ido, mas era arriscado demais mandar o atual Olo'eyktan e seu sucessor, afinal, se ambos morressem durante a missão, Yu’tan seria o próximo da linhagem, já que Tsireya agora era uma Omatikaya, mas com apenas 13 anos, ele jamais poderia governar. O que resultaria em um grande problema para o povo, por isso, era essencial preservar a linhagem.

Onali assentiu e depois de alguns segundos em silêncio, falou:

— Tio, você acha que um dia eu também vou ser corajosa e forte para poder ir além do recife?

Ele sorriu ao ver os olhinhos azuis brilhantes esperando uma resposta.

— Corajosa você já é. Mas ainda precisa crescer, pra poder treinar e se tornar uma caçadora. É isso que você quer?

— Sim! Assim eu vou ser forte igual meu pai!

— Muito bem então, futura caçadora de akula! Está esfriando, é melhor voltar pra sua mãe. – Ao’nung se levantou. – Tome.

Ele ofereceu a cesta com frutas. Os olhos azuis dela brilharam mais ainda ao ver de quais frutas se tratavam.

— Uau! É tudo pra mim, tio?

— Pra toda a sua família. E não esquece de guardar pro seu pai. Agora, vai lá.

Onali soltou um gritinho de empolgação e saiu com a cesta gritando por sua mãe. Ao’nung decidiu que pegaria umas para Neteyam na floresta antes de ir para casa e voltou a caminhar na praia. Contudo, seus ouvidos apurados para a movimentação na água notou a aproximação dos guerreiros que retornavam.

Imediatamente, seu coração acelerou e as trombetas tocaram anunciando o retorno dos Metkayina. Ao’nung se animou ao ver seus irmãos caçadores puxarem um enorme peixe com suas redes, no entanto, conforme se aproximavam, percebeu que nem tudo tinha ido bem ao notar seus semblantes tristonhos. A essa altura, boa parte do clã já estava a postos para receber os bravos caçadores.

Ao’nung soltou um suspiro de alívio ao ver se pai se aproximando no tsurak, mas uma sombra de preocupação se fincou em seu rosto ao não ver Rotxo. Quando os feridos começaram a surgir, apoiados nas costas de outros guerreiros, percebeu que não teriam tempo para recepções. Ronal imediatamente tomou a frente, pedindo que levassem todos os feridos para seu local de cura.

Os olhos do herdeiro correram urgentes entre os guerreiros que agora desembarcavam na vila. Uma comoção já havia se formado vendo tantos homens e mulheres Metkayina feridos sendo carregados pela praia. Mas quando viu Rotxo desacordado entre os que eram carregados e coberto de sangue, Ao’nung correu em direção a ele:

— O que aconteceu? – Perguntou urgente aos homens que o carregavam. Ambos também estavam feridos, mas aparentemente, não era grave.

— Fomos atacados por uns peixes grandes como akulas, mas que caçam em grupo. Rotxo foi mordido.

Ao’nung sentiu o coração apertar ao ver perfurações ao longo de todo o busto do amigo. As feridas sangravam sem parar. Rezou para Onali não vê-lo daquela forma depois de ter dito tantas coisas otimistas para ela. Permitiu que os guerreiros corressem com Rotxo até a casa de cura e caminhou rapidamente em direção ao seu pai, que tinha ferimentos nos braços. Seu coração se quebrou ao escutar o choro alto de Onali ao longe, chamando por seu pai. Tentando manter as emoções controladas, percebeu que algumas mulheres Metkayina haviam desatado a chorar, ajoelhando-se na areia. Não precisava pensar muito para entender que a missão teve baixas.

Tonowari também se ajoelhou, tocando-as delicadamente nos ombros, tentando trazer algum conforto. Ao’nung se manteve afastado por respeito, sendo tomado por uma profunda tristeza e um novo senso de responsabilidade. Era dever de um Olo'eyktan não apenas prover a proteção e sobrevivência para o povo, mas também ser o pilar de força diante das perdas e incertezas.

Quando mais pessoas chegaram para acudir as jovens viúvas, Tonowari se levantou e caminhou devagar até Ao’nung, que ainda sentia-se zonzo diante do caos.

— Pai...

— Vá para o marui principal e leve os anciãos. – Tonowari o interrompeu. – Eu vou logo em seguida.

Ao’nung não questionou a ordem, apenas acenou com a cabeça e seguiu para cumprir o que tinha sido pedido. Tonowari observou a situação ao seu redor e ergueu os braços, chamando atenção para si:

— Todos os feridos devem procurar tratamento na casa de cura! Os que não estiverem feridos dividam a caça entre todas as famílias. Hoje nós perdemos irmãos, por isso amanhã será um dia de despedidas.

Com o aviso dado, o líder Metkayina seguiu para o marui no centro da vila, onde Ao’nung já havia reunido os anciões.  Estavam todos sentados e com semblantes escurecidos pela situação delicada. Tonowari se sentou e soltou um suspiro, sabendo que logo precisaria tratar seus braços feridos.

— Conseguimos trazer comida para um tempo. – Sua voz era grave e carregada de angústia. – Mas perdemos 3 guerreiros e muitos outros se feriram.

Ao’nung pensou em Rotxo e no choro de sua filha. A imagem o fez baixar o olhar, entristecido.

— Se continuarmos nessa situação não vai sobrar guerreiros para proteger esta vila. – Um dos anciões falou, sentindo os ombros pesarem.

— Não há o que fazer. – Outro retrucou. – Logo não restará peixes no recifes se continuarmos pescando para nós e os animais.

— Eu chequei hoje e conseguimos alimentar todos os ilus, também sobrou para os tsurak. – Disse Ao’nung. – O racionamento que eu vinha trabalhando deu certo e vai continuar funcionando por uns dias, mas de qualquer forma, eu pedi para os mais jovens construírem mais redes para nos preparamos para expandir as zonas de pesca.

— Você fez bem. – Aprovou Tonowari, ainda muito sério. – Mas é questão de tempo até os peixes menores sumirem agora que estamos pescando muito mais.

— O racionamento realmente foi algo positivo. – Disse Iyuan, o mais velho dentre os Metkayina presentes.- Eu diria que temos que buscar alternativas nas florestas e acrescentá-las ao racionamento de Ao’nung. Assim não ficamos dependentes só dos peixes. Podemos começar a revezar com frutas e outras plantas. Isso pode ajudar com a pesca excessiva nos recifes.

Ao’nung anotou mentalmente a sugestão para que pudesse trabalhar nisso nos próximos dias. Tonowari concordou silenciosamente, mas depois voltou a falar:

— Ao’nung.

— Sim, pai.

— Teve notícias dos Ta’unui?

— Sim, senhor. Logo que vocês partiram, eu pedi que Neteyam fosse até o outro lado do arquipélago visita-los. – Disse Ao’nung. – Não estão em uma situação muito diferente da nossa. Como eles têm menos florestas, acabam dependentes da pesca. Estão racionando comida por lá também.

Tonowari coçou o queixo, refletindo sobre os próximos passos. No entanto, foram distraídos por uma nova presença.

— Neteyam? – Ao’nung o observou confuso.

O Omatikaya o ignorou e fez o gesto de saudação para Tonowari, que o retribuiu.

— Olo'eyktan. Me desculpe por interromper vocês. Mas se me permite, eu tenho uma informação que talvez os interesse.

Os presentes se entreolharam. O herdeiro franziu ainda mais o rosto. O que Neteyam queria, afinal? O na’vi da floresta aguardou ansiosamente o parecer de Tonowari, escondendo estrategicamente atrás do corpo o pequeno aparelho do Povo do Céu.

— Neteyam. Você tem direito de falar aqui. – Concluiu o líder, estendendo o braço para que Neteyam se sentasse junto com eles. – O que tem para nós?

O Omatikaya se ajoelhou e colocou o aparelho no meio deles. Imediatamente, os anciões se retraíram e Tonowari estreitou os olhos ao notar o item do Povo do Céu. Ao’nung estava completamente perdido.

— Por que está com uma máquina do Povo do Céu? – Iyuan questionou, em um tom irritado. – E se eles forem atraídos para cá? Já temos problemas o suficiente!

— Quando os cardumes sumiram, nossa caça ficou sem alimento e teve que migrar para outros lugares, nos deixando sem comida. – Começou Neteyam, ignorando o clima hostil. – O que nós temos feito hoje é ir atrás da caça, cada vez mais longe além do recife. E não é uma decisão ruim, porque nós precisamos comer.

Ele deu uma pausa para pensar com cuidado nas próximas palavras:

— Mas, e se ao invés de irmos cada vez mais longe no oceano, nós trabalhássemos para trazer os cardumes de volta? Esse pensamento ficou na minha cabeça por um tempo, até que eu percebi que se quisermos descobrir o que aconteceu com esses peixes, precisamos nadar não no sentido da corrente, mas contra ela.

Neteyam se aproximou do aparelho e ligou. Os dedos trabalharam na tela por alguns segundos até que subitamente, contínuos feixes de luz se combinaram diante dos olhos dos Metkayina, criando uma visão em holograma do que parecia ser o mar. Neteyam moveu os dedos outra vez e a imagem mudou de proporção, como se fosse para mais longe, mostrando um arquipélago visto de cima.

Os anciões quase caíram para trás. Mesmo Ao’nung arregalou os olhos e deixou o queixo cair diante daquilo.

— Há uns 10 anos atrás, eu, meu pai e outros guerreiros Omatikaya lutamos para expulsar o Povo do Céu da floresta. Durante a fuga deles, muitas bases e equipamentos ficaram para trás. Esse foi um deles. O Povo do Céu usava isso para ter visão de todo nosso mundo. É como se tivessem olhos no céu. Assim eles conseguiam ver todas as nossas terras antes mesmo de pisar sobre elas, o que também dava vantagens territoriais pra eles durante as batalhas. Vejam, esta é Awa’atlu vista de cima. Nós estamos aqui.

— Como isso é possível? – Bradou um dos anciões. – Isso significa que eles sabem de todos os lugares que frequentamos. Não estaremos a salvo em lugar algum se vierem até nós.

— Isso não é verdade. – Neteyam discordou, com um sorriso leve surgindo em seus lábios. Ele moveu o mapa holográfico para um ponto específico e os Metkayina não entenderam o que aquilo queria dizer, visto que só havia o oceano retratado ali. – Aqui é a Enseada dos Ancestrais, nosso lugar sagrado. Mas observem. Não há nada na imagem, apenas o mar. Isso também acontece nas montanhas aleluia. Nos locais onde Eywa é mais presente, as máquinas do Povo do Céu não funcionam direito.

Sons surpresos escaparam de todos. Neteyam continuou seu raciocínio:

— Os cardumes vêm do leste, no sentido da corrente... – Ele moveu continuamente o mapa, ilustrando o caminho que estava falando. – Para sabermos porque eles sumiram, devemos assumir que em algum lugar da rota de migração alguma coisa acontece que os impede de chegar aqui. Sabendo disso, eu comecei a explorar a região por onde a corrente deveria trazê-los, mas o mar aberto é grande demais e por isso eu demorei algumas horas até encontrar alguma coisa.

Os dedos longos trabalharam rapidamente, diminuindo ainda mais a proximidade do oceano e seguindo infinitamente pelo leste, mas tudo o que os Metkayina viam era o azul inesgotável do imenso território marinho. Depois de alguns segundos concentrado, Neteyam finalmente começou a ampliar a imagem do mar, revelando duas grandes parcelas de terras verdes.

— Seguindo no caminho que os cardumes deveriam passar, eu encontrei isso. São duas ilhas enormes e sem praia, dominadas por florestas. Isso não deveria significar nada por si só, já que não interessa para os peixes a terra firme. Mas, vejam isso.

Neteyam mexeu no equipamento de forma que agora mostrasse a visão bem aproximada do mar em torno das ilhas. Diversas faixas escuras e submersas chamavam atenção.

— O mar dessa região é cheio de rochas e cavernas. O que nós sabemos que não é bom para peixes que andam em grupos. Mas então, quando eu olhei para o canal entre as duas ilhas, notei que era livre grandes rochas. Seria o local perfeito para os cardumes passarem, já que está dentro do sentido da corrente e livre de obstruções.

— E você acha que alguma coisa acontece com eles aí? – Questionou Ao’nung.

O Omatikaya suspirou.

— Essas ilhas não me chamaram atenção inicialmente, mas então... – Ele aproximou mais a imagem, dessa vez sobre a ilha, até que um ponto vermelho brilhou no equipamento, como uma marca no mapa. - ... eu descobri isso.

Neteyam encostou o dedo no ponto vermelho e imediatamente uma série de símbolos dançaram sobre a imagem, assustando os mais velhos.

Tonowari se aproximou.

— Está escrito na língua do Povo do Céu. O que significa? – Perguntou ele.

— Está escrito “Base 136 – Para estudos exploratórios”. – Neteyam respondeu. – Se essa ilha tem uma base do Povo do Céu, pode ser que realmente tenha algo acontecendo lá e que esteja causando isso para nós. Mas não posso dar certeza. Eu consegui entrar em contato com meu pai hoje e ele me disse que essas imagens são de anos atrás. Ou seja, pode ser que essa base não exista mais...

— Ou esteja muito mais expandida. – Complementou Ao’nung. – Talvez já esteja em ambas as ilhas.

Com um aceno silencioso, Neteyam concordou. Ouve um burburinho dos anciãos. Tonowari pareceu refletir por alguns momentos, antes de voltar os olhos para Neteyam:

— Então, sua sugestão é investigarmos esse lugar?

— Não, senhor. – O Omatikaya respondeu sério. – É um território muito distante. Em voo demora uns 3 dias para chegar, nem consigo imaginar nadando como seria. Além do mais, o território é de floresta densa, seria muito desvantajoso para os Metkayina. A minha sugestão é que eu vá até lá e investigue.

Ao’nung imediatamente buscou os olhos de Neteyam, mas o rapaz estava firme diante do Olo'eyktan.

— Não acha meio arriscado, Neteyam? – Tonowari perguntou.

— Eu seria furtivo. Já fiz outras missões desse tipo. Se realmente o Povo do Céu estiver lá, eu vou conseguir informações e entender se tem relação com o sumiço dos peixes. Caso eu não possa resolver sozinho, volto e traçamos os próximos passos.

Os mais velhos pareceram interessados na proposta, principalmente diante da postura impecável do na’vi da floresta. Tonowari refletiu. De fato, a distância e o território não favoreciam seus guerreiros. Não eram habilidosos na floresta, afinal. Depois de alguns segundos, acenou com a cabeça.

— Pois bem, Neteyam. Vou confiar essa tarefa a você.

Ao’nung sentiu o coração disparar e imediatamente interferiu:

— Pai, me deixe ir também.

— O quê? – Neteyam virou-se para encará-lo. – Não!

— Eu concluí o treinamento dos guerreiros Omatikaya e domei um ikran. – Ao’nung continuou ignorando o olhar do amado. – Posso lutar na floresta.

— Ao’nung. – Tonowari respondeu, paciente. – Se as suas habilidades realmente contribuem, eu não tenho objeções. Mas saiba separar sua função do seu coração da próxima vez.

Neteyam mordeu o lábio, constrangido, enquanto Ao’nung baixava a cabeça.

— Está certo, pai.

Quando Tonowari finalizou a reunião, Neteyam disparou em direção a sua casa, seguido por Ao’nung. Ele andava rápido e impaciente. Assim que seus pés adentraram o marui, ele se virou para o companheiro:

— Por que fez isso outra vez!? – Exclamou Neteyam, irritado. – Eu sou um guerreiro Ao’nung! Se todas as vezes que seu pai me oferecer uma missão mais difícil você interferir, como acha que vão nos respeitar? Dentre todas as pessoas, você é o único que parece que não confia na minha capacidade!

— É claro que eu confio. – Disse o herdeiro, tentando não se chatear diante das palavras duras. – Eu só quero te proteger...

— Eu não preciso de proteção, Ao’nung! E você precisa começar a agir como Olo'eyktan quando os assuntos forem sobre mim. Eu não aguento mais ouvir boatos de que só consegui meu posto aqui porque você me favoreceu! Às vezes isso me parece verdade...

— Mas não é! – Ao’nung foi firme na resposta. – Você é respeitado porque merece, Neteyam. Me desculpe se eu te causei essas frustrações. Vou trabalhar pra melhorar isso.

O na’vi de pele mais escura suspirou devagar, antes de responder:

— Tudo bem. Vou arrumar as coisas para partimos amanhã.

Ele então saiu, deixando Ao’nung sozinho no marui. O Metkayina deitou-se na rede com vista para o mar noturno, o cansaço pesando muito sobre seus ombros, mas não tanto quando a culpa pesava em seu coração.

 


Notas Finais


clima tenso no casório... o que acham que vai acontecer nessa missão?

Da minha boca não sairá spoilerss

O próximo cap deve sair na segunda <3

Beijinhos


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...