1. Spirit Fanfics >
  2. Am I Loving You? >
  3. 2 Temp.- E, foram os nove meses mais rápidos de minha vida.

História Am I Loving You? - 2 Temp.- E, foram os nove meses mais rápidos de minha vida.


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, COMO É BOM ESTAR DE VOLTA!
Primeiro de tudo:
JILLIE ACABOU! IS OVER, JÁ ERAAAAA!!!!!!!! HAHAHAHAHA, FILLIE ESTÁ VIVO, MEUS AMIGOS, FILLIE IS ALIVE! O MELHOR JEITO DE COMEÇAR ESSA TEMPORADA COM ESSA NOTÍCIA MAIS DO QUE MARAVILHOSA!
CHEGA DE PERDER TEMPO AQUI, E....


BOA LEITURA, AMORESSSSS!!!!!!!!!!!!!! <3 <3 <3

Capítulo 48 - 2 Temp.- E, foram os nove meses mais rápidos de minha vida.


Fanfic / Fanfiction Am I Loving You? - 2 Temp.- E, foram os nove meses mais rápidos de minha vida.

9 meses depois.

 

Millie

 

 

*Call Waiting

 

 

    -Alô?

    -Schnipper!

    -Millster! Me ligando à essa hora da noite? É quase madrugada!

    -Só liguei para...

    -AH, MEU DEUS!

    -O que?!

    -Não me diga que...

    -O que houve?!

    -NASCEU?!

    -Que?! Não, se acalma!

    -Ah, Millie! Que ansiedade!

    -Eu sei, mas calma! Meu médico disse que só semana que vem.

    -Queria muito poder estar aí, mas as filmagens pro filme começaram há pouco tempo.

    -Ah, fica tranquilo. É seu trabalho. Por falar nisso, como você está? Com esse seu fuso horário, fica bem complicado conversar com você, sabia?

    -Pois é, esses fusos horários acabam comigo. Mas enfim, eu estou bem. Um pouco cansado, mas...

    -Então... Não acha melhor descansar? Se quiser, me liga mais tarde. Ou melhor, amanhã.

    -Não, está tranquilo. A cidade em que estou é incrível, você iria adorar.

    -Eu percebo o quanto está adorando. Em todas as fotos e entrevistas que vejo, parece estar bem feliz.

    -Estou sim, mas sinto saudades de vocês, pessoal.

    -Eu também! Sadie está em Chicago por causa da nova Revista, com a qual ela assinou o contrato. Caleb, em New Jersey. Gaten voltou do... Onde ele estava mesmo?

    -Texas?

    -Isso. Voltou do Texas há poucos dias atrás. E você, não pretende voltar de Pittsburgh tão cedo! Assim nos complica!

    -Eu sei, Mills, mas não se preocupa. Vamos nos ver. Tudo bem?

    -Sim...

    -Quero agora saber de você. Como andam as coisas? Digo, morando sozinha.

    -Ah, está tranquilo, não estou sozinha. Eu e Finn estamos morando juntos.

    -Sei que estão, vocês disseram. Mas estão sem seus pais.

    -Nem me fale. Eu e ele já discutimos demais, desde que começamos a morar juntos.

    -Discutiram?!

    -Por coisas bobas, relaxa.

    -Nem me assuste com uma coisa dessas! Mas o que anda fazendo?

    -Recusando, o dia inteiro, os e-mails e chamadas que venho recebendo para audições nos próximos meses.

    -Não deveria ser tarefa da Safira?

    -Ah, no tédio, preferi ajudar! Mas me arrependi. Isso é cansativo demais! Eu sabia que era famosa, mas nem tanto!

    -Aguenta. Quem mandou ser ícone?

    -Mas é sério, isso está me tirando do sério! Não vejo a hora de voltar a trabalhar! Nunca pensei que fosse ter que recusar tantas chamadas para capas de revistas tão cedo!

    -Só durante alguns meses! Vai continuar trabalhando como modelo e atriz pro resto da sua vida!

    -Hm, pelo menos isso! Mas Noah, mudando de assunto, acha que em Dezembro, estaremos todos disponíveis?

    -Provável, porque?

    -Todos vocês já estão ocupados pelo trabalho, daqui a uns dois meses precisam estar disponíveis! Primeiro que será o último mês do ano, e queria, pelo menos, passar o aniversário do Finn junto de vocês novamente, né!

    -Ah, fica tranquila. Aposto que dará certo, temos um tempo pra resolver, ainda.

    -Espero que sim.

    -Por falar nele, como ele está?

    -Está bem, está em Paris. Na verdade, já deve estar voltando pra cá.

    -Paris?

    -Foi estrear a nova linha de roupas da Gucci. Ele é o novo patrocinador, precisou fazer as fotos para nova capa da Revista.

    -Você está sozinha?

    -Não, eu estou com o Doug.

    -Doug?

    -Sim, nosso cachorro. Eu já te contei isso antes!

    -Tem certeza?

    -Bom, se não contei, outro dia eu conto. Estou ficando com sono.

    -É melhor você dormir, Mills.

    -Ok. Não tenho nada pra fazer, mesmo. O Finn chega mais pela madrugada, vou tentar dormir um pouco.

    -Vai sim. Também preciso ir, o pessoal da produção está me esperando.

    -Boa sorte.

    -Obrigado.

    -Boa...

    -Millie?

    -Sim?

    -Se precisar de alguma coisa, e o Finn não estiver por perto, me ligue.

    -Obrigada, Noah. Te amo.

    -Também te amo. Boa noite.

    -Boa noite.

 

    Desligamos.

 

    Foi bom escutar a voz dele em menos de cinco minutos. Matou um pouco da saudade.

    Vocês podem achar que é exagero, mas é bem complicado de nos vermos todos novamente. O trabalho não está permitindo isso nunca. Pelo menos, para eles. Venho dado uma pausa enorme em minha carreira.

    Me deitei no sofá da sala, e dei um suspiro.

    Doug logo se sentou em minha frente e choramingou um pouco.

    -Eu sei, também sinto falta dele. -Disse acariciando sua pelugem macia. -Logo logo ele chega pra nos dar carinho.

    Estava um silêncio e um tédio enorme. Aquilo me deixava um pouco pra baixo, às vezes. A cada mês, ficava sozinha durante alguns dias por causa das viagens que Finn veio fazendo. Eu não o culpo, é claro que não. Mas não é nada agradável. Moramos juntos agora, e eu gostaria de contar a vocês, tudo que veio acontecendo durante todo esse tempo. Durante esses nove meses.

 

    E eu contarei.

 

    O que falar sobre esses nove meses?

    Bom, pra começo de conversa, pode se dizer que foram os nove meses mais rápidos e agitados da minha vida.

    Então, vamos por partes.

 

    Janeiro

 

    Foi um mês e tanto. Queria que tivesse passado mais rápido.

    Eu não estive muito ocupada. Continuei estudando em casa, como já era acostumada a fazer.

    Aproveitei os tempos livres para conversar com meus irmãos sobre minha gravidez. Nenhum deles sabia até então. Somente meus pais.

    Contar para o resto da família, era algo que não me preocupava. Com o tempo, eles iriam saber.

    Paige. Foi a primeira a saber, depois de meus pais.

    Sempre foi uma amiga e tanto pra mim. Sempre fomos bem abertas uma com a outra. Por ela ser mais velha, não tinha medo de contar nada a ela. Com certeza já teria passado pelo tal assunto que conversaríamos sobre, quando tinha minha idade.

    Porém, não o fato de estar esperando um filho.

    Foi algo bem complicado de ser dito por mim, mas sabia que ficaria tudo bem. Levei uma conversa aberta e madura com ela. Deu tudo certo, fui compreendida do jeito que esperava ser.

    Eu sei que é um choque para qualquer um. Não culparia ninguém se acabassem olhando torto, pois sim, é um choque e tanto. Inclusive pra mim.

    Depois, contei para Ava. Com apenas sete anos de idade, ela iria ser tia. Um pouco estranho de se dizer, é claro.

    Precisei tomar bastante cuidado ao falar com ela.

    Vocês devem estar pensando: “Não é algo tão sério, ela tem apenas sete anos!”

    Aí que está o problema.  Tinha que ser extremamente cuidadosa com o que dizia.

    Basicamente, expliquei que eu e Finn namoramos, e que agora estou grávida. É sempre isso que os pais dizem quando perguntamos como nascemos. Pelo menos, a maioria deles, pois claro, tudo tem seu tempo.

    Foi uma conversa um pouco chata de se lidar, pelo fato dela ser bem curiosa, (tinha que ser minha irmã) e acabar me perguntando o porque daquilo a cada frase que eu dizia.

    Não iria explicar o porque e nem como engravidei, que no caso, era o que ela mais queria saber. O que importa é que ela entendeu e compreendeu. Apesar, de ter ficado muito feliz ao ouvir a novidade. Sempre quis que eu e Finn brincássemos de papai e mamãe, e agora estaríamos brincando de verdade. Coisa que ela adorou ouvir.

    Sem contar, também, que ela o ama demais. Sempre que eu ligava para ele, ela vinha correndo pra cima do telefone, só para poder falar junto. Era até difícil de pedir privacidade para falar com ele, sozinha.

    E agora, mudando de assunto.

    Não demorou muito, e logo tivemos o problema.

    Charlie.

    Eu já imaginava o que poderia acontecer no momento em que decidisse me sentar para conversarmos. E sobre isso, errada eu não estava.

    Meu irmão é bem diferente de nós, (eu, Paige e Ava.) Tudo bem que Ava era uma criança ainda, mas vocês entenderam.

    Charlie tem seus defeitos, assim como qualquer outro ser-humano. É preconceituoso e homofóbico. Nunca foi uma pessoa fácil de se lidar. Por mais que nos ame, ele tem um coração mais “frio” que o nosso. Não por ele ser um menino, óbvio que não. Mas ele é assim, e eu sabia exatamente o que iria acontecer se eu dissesse que estava grávida.

    Levamos uma conversa quase do mesmo jeito que havia levado com Paige, mas como já disse, ele é bem diferente de nós. Tem opiniões diferentes das nossas.

    Ele entendeu tudo do que havia dito, mas quem não entendeu fui eu.

    Se desculpou e me disse que não conseguia aceitar que, com dezesseis anos, eu seria mãe.

    Pedi para ele, pelo menos, respeitar a situação. E sim, ele respeita.

    Vocês podem estar xingando-o de tudo quanto é nome, mas acreditem em mim, não é necessário essa raiva toda. Por mais que seja meu irmão e me ame, eu já sabia, desde o início, como seria essa situação dentro de casa. Com cada um deles.

  

    Conheço a família que tenho. Ele se preocupa comigo e não está conseguindo ver o lado de que engravidei, mas não me arrependo.

    Eu apenas gostaria de colocar na cabeça dele que, não saí dando pra qualquer um e apareci grávida sem saber o que fazer, pois ele devia estar pensando dessa forma.

    Deixem comigo. O conheço e sei com quem estou lidando.

    Bom, eu tenho o apoio de meus pais e de meus irmãos. E de meus sogros, então, está tudo tranquilo. E agora, vocês também fiquem tranquilos. Por mais que Charlie não tenha aceitado a situação, eu sei que se eu precisar de sua ajuda, ele fará o possível e o impossível para me ajudar. O conheço o suficiente para saber que ele fará.

  

    Finalmente, Fevereiro.

 

    Mês do meu aniversário. Mês que o Finn voltou da Itália. Mês que, mais uma vez, muita coisa aconteceu. 

    Pra começar, o show do Metalica foi adiado para os próximos três meses. Infelizmente, ocorreu um problema na agenda de show deles, e acabaram precisando adiar.

    E, por falar em agenda, chegou a minha vez.

    Safira me telefonava desesperadamente. Minha agenda lotava como nunca.

    As únicas gravações que consegui ter antes da terceira temporada, que demorou muito para ser iniciada, foram para os filmes Godzilla e Sherlock Holmes. A propósito, foram experiências incríveis.

    Após a terceira e última temporada de Stranger Things, fiquei impossibilitada de continuar minha carreira como atriz. Pelo menos, até eu ter o bebê. Mas não estive impossibilitada de continuar seguindo como modelo.

    Eu e meus pais tivemos uma conversa com minha empresária. Explicamos a situação toda e ela compreendeu. Tudo bem que minha barriga ainda não havia crescido de uma forma absurda, mas não tenho condições de viajar à trabalho dessa forma. Passando mal e necessitando de repouso. Então, por isso, não pude mais participar das audições do filme que poderia ser vencedor do Oscar. Tive que abrir mão do papel e cedê-lo para outra atriz. Isso é, se o papel fosse meu.

    Sendo assim, Safira precisou recusar todas as chamadas que eu recebia em minha carreira de atriz, que acabaram lotando minha agenda.

    Nesse período, ganhei mais tempo para continuar vendendo minha imagem como modelo, como em capas de Revistas famosas, propaganda de marcas internacionais, entre outros. Pena que não seria por tanto tempo. A partir do terceiro mês de gravidez, já teria de parar.

    Mudando de assunto. Vamos para a parte que vocês mais gostam de saber.

    Finn havia me informado que voltaria dia 17. Até então, ele não tinha a data definitiva de seu retorno, e aquela notícia me deixou completamente feliz. Completamente mesmo.

    Finalmente, iria voltar para mim. Finalmente, iria vê-lo em minha frente, e não através de entrevistas com sua banda, fotos e vídeos de seus maravilhosos shows, como estava acostumada a fazer, após sua ida.

    Também, finalmente, não iria mais vê-lo apenas durante poucos 15 minutos que nos falávamos por vídeo, a sós, antes de dormimos. O fuso horário atrapalhava demais a nossa rotina.

    Todas as noites, antes de dormir, esperava pela ligação dele. Eu podia estar fechando os olhos de tanto sono e cansaço, mas eu ficava ali, esperando para ouvir a voz dele.

    Muitas vezes, isso nem acontecia. Eu não o culpava. Ele acabava mandando uma mensagem se desculpando por estar exausto ao extremo. E devia estar mesmo. Acordava cedo todos os dias e dormia muito tarde, após no mínimo, três shows feitos.

    Após ele me confirmar a data de sua volta, prometi que o buscaria no aeroporto. E tudo permaneceu ocorrendo normalmente, até chegar dia 16.

    Recebi a ligação que desejei nunca ter recebido.

 

                                                                                         *Flashback On*            

 

    -Oi, amor!

    -Oi, Mills.

    -Está tudo bem?! -Perguntei, ao estranhar seu tom de voz.

    -Na verdade, não. Eu liguei pra conversar com você.

    -Então me fala, o que houve?! Você está bem?!

    -Estou, relaxa. Não me machuquei, nem nada. Eu estou bem. -Ele disse e dei um largo suspiro pelo alívio que tomara conta de meu coração.

    -Graças a Deus. Quase morri de preocupação.

    -Mas e você? Está bem?

    -Estou bem.

    -E o bebê?

    -Também. Estamos todos bem, mas agora preciso que você me fale.

    -Ok. Antes de tudo, não foi minha culpa, ok? Eu juro que tentei mudar, mas não pude fazer nada...

    -Finn, para de me assustar.

    -Tá, desculpa. Tudo bem, o que eu quero te dizer é que, a Ayla passou bem mal e ficamos impossibilitados de dois dias de show. Ela foi atendida com emergência, parece que foi algo que ela comeu. Já está melhor agora e amanhã nós iremos fazer o show.

    -Tudo bem, mas ela melhorou? Você não passou mal não, né?

    -Não, eu estou bem, todos nós. E sim, ela já melhorou...

    -Mas qual é o problema?

    -Por esse motivo, a nossa previsão de volta, agora é na madrugada do dia 21...

    -São apenas dois dias, eu te busco no aeroporto, do mesmo jeito. Fica tranquilo, tá?

    -Amor, você ainda não entendeu o motivo por eu estar desse jeito.

    -Eu acho que não...

    -Mills. Seu aniversário...

    E aí veio o choque de meio segundo no coração.

    Meus olhos marejaram de imediato. Admito que a gravidez me deixou um pouco mais sensível, mas eu juro que fiquei bem triste no momento.

    Estava tão ansiosa para a volta dele, que pude me esquecer completamente de meu aniversário.

    -Por favor, me desculpa.

    -Para. Não é culpa sua. -Disse com a voz um pouco falha.

    -Amor, não chora.

    -Não estou chorando.

    -Promete?

    -Eu estou bem, Finnie.

    -Me promete? -Ele perguntou, me deixando em silêncio por alguns segundos.

    -Não...

    -Mills...

    -Me desculpa, tá? Eu sinto tanta saudade de você, tanta...

    -Eu sei disso, eu também sinto saudade de você. Acha que eu estou levando numa boa?

    -Eu sei que também sente. Tudo bem, eu fiquei triste por alguns instantes, mas eu entendo, Finn.

    -Tem certeza?

    -Tenho. Termine o que começou, sem ter medo de me deixar triste, ok? Eu vou ficar bem.

    -Ok...

    -Olha. Você é incrível. É sensacional, e não vai deixar com que a saudade te atrapalhe em uma das coisas que você faz de melhor. Promete que vai ficar bem e que vai arrasar. Só assim pra eu ficar feliz! Vai, promete.

    -Prometo. -Ele disse, acompanhado de algumas risadas abafadas, me fazendo abrir um sorriso.

    -Está cansado?

    -Bastante...

    -Vai descansar, você precisa. Dorme bem e qualquer coisa, me liga.

    -Me liga também se precisar, sério. Eu vou atender.

    -Fica tranquilo.

    -Ei?

    -Hm?

    -Sabe que eu te amo, não sabe? -Ele perguntou e eu revirei os olhos em meio de um largo sorriso.

    -Sei. E eu te amo incondicionalmente. Nunca se esqueça disso.

    -Nunca. Boa noite. Dorme bem, tá?

    -Você também.

 

    Desliguei.

 

    Demorei para pegar no sono, mas finalmente, adormeci.

 

    3 dias depois

    Dia 19 de Fevereiro

 

    Acordei percebendo que estava descansada por completo.

    No meu aniversário, meus pais e meus irmãos sempre evitam de me acordar. Deixem com que eu acorde sozinha, na hora que quiser. Não que eles nunca deixem, mas quando estou raramente em casa e não viajando, sempre vem alguém: “Millie, acorda, vamos fazer alguma coisa.” Ou “Millie, levanta. Filha minha não vai dormir até tarde, não.” Ou então, apenas me acordam para eu não dormir tarde quando a noite chegar. Pais... Vai entender, né?!

    Chequei meu celular, e marcavam quase 12:30. Até abri um sorriso por ter dormido tanto, comparado ao que durmo normalmente. Eu realmente estava precisando.

    Permaneci checando o mesmo, e notei que não havia nenhuma ligação perdida de Finn. Talvez não quisesse me acordar e tivesse mandado mensagem.

    Estava certa. Abri um sorriso enquanto a lia.

 

    -Não vou te ligar agora, porque é madrugada e não quero te acordar. Preciso de um favor, deleta o Instagram. Tem gente hackeando algumas contas e não quero que hackeiam a sua. Por favor, deleta. Te ligo assim que puder. Te amo e feliz aniversário.

 

    Franzi a testa ao terminar de lê-la, pelo jeito que ele havia mandado a mensagem. Eu o conheço, teria sido um pouco mais fofo. Ele devia estar ocupado, mas o que o ocupava no meio da madrugada?

    Pensei em responder, mas logo levei minha mão à boca e me levantei às pressas, me dirigindo ao banheiro de meu quarto.

    Meu primeiro presente de aniversário. O vômito causado pelo enjoo matinal.

    -Obrigada pelo “feliz aniversário.” Mamãe também te ama.

    Passei uma água no rosto e desci para a cozinha.

    -Bom dia, pai. -Disse me sentando no banco que havia na bancada. Ele estava de costas para mim, cozinhando algo que parecia estar delicioso.

    -MEU AMOR! MINHA PRINCESA! -Ele disse, me fazendo rir pelo seu escândalo e me agarrou com força. -FELIZ ANIVERSÁRIO! JÁ É UMA MULHER, UMA MOÇA! DEZESSETE ANOS, EU NÃO AGUENTO! -Ele me fazia rir mais e mais.

    -Obrigada, pai! De verdade! Eu te amo muito.

    -Eu que agradeço por ser uma filha maravilhosa! -Ele disse, me beijando fortemente na bochecha. Até machucou um pouco, mas eu ri à beça.

    -Que cheiro maravilhoso! É o que eu estou pensando?!

    -Panquecas de chocolate! Não são suas favoritas?

    -AHH, EU TE AMO TANTO! -Disse com meus olhos brilhando enquanto ele colocava três panquecas em meu prato. -Hmm, pai, você arrasa! -Disse, enquanto revirava os olhos, de boca cheia. Estavam maravilhosas.

    -Ah, para! Eu sei que sou tudo isso, mas não é pra tanto! -Terminou de encher minha caneca com o café quente, e logo se sentou em minha frente para comer.

    -Se superou, Robert Brown. Cadê os pestes?

    -Saíram com sua mãe. Foram buscar seu bolo de aniversário. Pensaram que você fosse acordar mais tarde.

    -É, acho que acordei pra receber meu presente. -Disse fazendo uma feição de desgosto.

    -Enjoo matinal?

    -Sim...

    -Logo passa. E o Finn?

    -Deve estar ocupado.

    -Não te ligou? -Ele perguntou e eu assenti que não com a cabeça. -Talvez estivesse mesmo ocupado.

    -Sei lá...

    -Relaxa. Logo logo ele te liga. Quando ele volta?

    -Daqui a dois dias. Ele não vai conseguir vir a tempo.

    -Estou com saudade dele. -Ele disse, fazendo-me quase morrer engasgada.

    -O QUE?!

    -Que foi, filha?

    -Você com saudade do Finn?!

    -Sim...

    -...

    -...

    -HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! CONTA OUTRA!

    -O que tem?!

    -Pai, fala sério! -Disse recuperando o fôlego. -Desde quando passou a gostar tanto dele?!

    -Eu nunca disse que não gostava. E... Eu já percebi o quão bem vocês ficam juntos. Ele te faz feliz, Millie, já notei isso. Ele é uma boa pessoa. -Ele terminou e eu comecei a bater palmas, impressionada.

    -O que está fazendo aqui me alimentando?! Tinha que estar recebendo seu Oscar!

    -Fala sério...

    -Agora sei de onde puxei tanto dom pra atuar. Agora fala, o que que tá pegando?

    -Nada, filha! Confia em mim!

    -Então, é sério? Está com saudade do Finn?!

    -É, estou, mas da próxima vez não digo mais nada! -Ele disse brincando e eu ri.

    -Pode falar! Eu amo quando vocês falam dele, principalmente a Ava! Parece que ama!

    -Deve amar. Ah, filha, estou tão feliz por você!

    -Porque, pai?

    -Está fazendo 17 anos. É linda, perfeita, cheia de saúde. -Ele disse, me admirando e eu abri um sorriso bobo. -Te amo, pequena. -Terminou, enquanto bagunçava meus cabelos, me fazendo rir bastante.

    -Eu também te amo. Só não mais do que amo suas panquecas! -Nós gargalhamos, até levarmos o susto pelo alto latido de Scoce. Começara a latir para a porta que se abria.

    -PARABÉNS PRA VOCÊ! NESSA DATA QUERIDA... -Entraram todos fazendo festa, me arrancando um sorriso esplêndido.

    -Cadê a mocinha mais linda que faz aniversário hoje?! -Perguntou minha mãe, entrando em casa enrolada com o enorme bolo em seus braços.

    -PARABÉNS, MILLIE! -Disseram meus irmãos.

    -ANO QUE VEM, VOCÊ DIRIGE! UHUL!

    -Obrigada, gente! Eu amo vocês!

    -CADÊ O BEIJO DA MAMÃE?! -Perguntou minha mãe, logo me enchendo de beijos. -Parabéns, meu amor. Mais um ano de vida, cheio de saúde, graças a Deus. Eu amo cada um de vocês. -Terminou, ainda me enchendo de beijos.

    -Também te amamos, mãe. Muito obrigada!

    Não demorou muito e todos nós havíamos tomado café da manhã. Foi ótimo fazer isso em família. Fazia um tempinho que isso não acontecia.

    Começaram a me dar os presentes. Eu não fazia questão de nada. Já tinha tudo que uma garota poderia querer. Tinha o amor de todos eles, o que já era suficiente, mas faziam questão de me dar presentes.

    Também ganhei alguns em minha caixa postal, de vários fãs ou agências e empresas de Revistas que já assinei contrato com, ou que já trabalhei para.

    À noite, iria rolar a festa. Não seria nada demais, apenas para a família. Seria em casa mesmo, havia bastante espaço para todos. Não estava a fim de comemorar fora.

    Pensei em chamar o pessoal do elenco, mas estavam todos ocupados pelo trabalho, então não daria certo. Mas já combinamos que, assim que ficássemos livres, iríamos todos nos rever novamente.

    A tarde ia terminando e eu ia começar a me arrumar.

    Tentei ligar para o Finn pela nona vez, após sair do banho. Nem chamava, ia direto para a caixa postal, pois estava fora de área.

    Havia me preocupado desde bem cedo, agora então, estava preocupada ao triplo.

    Meu Instagram, já havia deletado. Nem fotos eu poderia ver para tentar saber como ele está. Não sabia se era seguro baixa-lo novamente.

    Ele não pensou em me ligar um minuto e ainda estava com o celular fora de área. Tentei ligar para Nick, também estava fora de área. Seus pais, a mesma coisa.

    Onde eles poderiam estar?!

    Ficava a cada vez mais nervosa, até que decidi me distrair com a maquiagem. Ao dar início à mesma, ouvi batidas na porta de meu quarto.

    -Entra. -Pedi e minha mãe entrou.

    -Filha, seus tios já chegaram.

    -Ok, eu já desço.

    -Você está bem?

    -Sim.

    -Está nada, eu te conheço. O que houve? Fala pra mim, Millie.

    -Estou preocupada, mãe. O Finn ainda não me ligou, o celular está fora de área! Do Nick e dos pais, a mesma coisa! Será que aconteceu alguma coisa?! Eu preciso saber!

    -Ei, Millie. Se acalma, filha! Deve estar enrolado com algum ensaio, talvez estejam na rua e estão sem sinal, calma!

    -Mas será que estão bem?!

    -Se algo de ruim tivesse acontecido, você já estaria sabendo. Você não tem o número do pessoal da banda?

    -Não. -Lamentei e logo dei um suspiro. -Você tem certeza de que eles estão bem?

    -Claro. Daqui a pouco eles retornam.

    -Obrigada, mãe. -Disse e a abracei.

    -Não se atrase. -Ela respondeu e saiu.

    Suspirei novamente e comecei a maquiagem.

    Se passaram uns vinte minutos. Terminava de calçar meu salto alto e meu celular começou a vibrar, em cima de minha cômoda de roupa à minha frente. Quase caí da cama por conta da ansiedade.

    Graças a Deus, era ele. Meu coração até amoleceu.

    -FINN WOLFHARD, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! NÃO ME DEIXA NERVOSA! ONDE VOCÊ ESTÁ?! ESTÁ BEM?! -Ia perguntando desesperada.

    -Amor?

    -QUE É?!

    -Primeiro, se acalma.

    -“SE ACALMA”?! EU ESTOU TE LIGANDO QUE NEM UMA DESGRAÇADA, E...

    -Ei. Se acalma, Millie. Está tudo bem, respira... -Ele ia dizendo e ia me acalmando. Afinal, graças a Deus ele estava bem. -Está calma?

    -Tentando, Finn! Puta que pariu, você quer me matar do coração?!

    -Olha. Eu sei que está nervosa comigo e está chateada por eu ter mandando você deletar o Instagram sem mais nem menos, e pelo fato de eu ter mandado mensagem totalmente seco e não ter te ligado, mas primeiro de tudo, você vai dizer que eu sou o melhor namorado do mundo.

    -Porque quer que eu diga isso?! Eu estou sim nervosa com você, tá?! Espero que saiba disso!

    -Diz logo, antes que seja tarde. Não vou ficar parado aqui o dia inteiro.

    -Parado aonde? Onde você está?! Que barulheira é essa?!

    -Vou te explicar, mas primeiro, diz que eu sou o melhor namorado do mudo. -Ele continuou, me fazendo revirar os olhos e dizer de uma vez.

    -Você é o melhor namorado do mundo. Porque disso, Finn? Dá pra me explicar?

    -Bom, porque talvez, eu tenha dado um jeito de vir pra cá. E eu consegui.

    -Vir pra cá?! Pra cá aonde?! -Perguntei, começando a franzir a testa. Seria loucura se fosse o que estava pensando.

    -No mesmo lugar onde você está. -Ele disse me calando um pouco. O nervosismo voltou todo outra vez.

    -Que? Como assim?

    -Eu sou o melhor namorado do mundo, não sou?

    -Finn... É o que eu estou pensando? -Perguntei um pouco assustada. Meu coração começou a bater três vezes mais rápido.

    -Pode ser que sim...

    -O-onde você está agora?

    -Adivinha. -Ele respondeu, me deixando sem palavras.

    -Você só pode estar brincando comigo... -Continuei na tentativa de respirar fundo, até perceber que a ligação havia sido encerrada.

    Fui tentar discar o número novamente...

    E paralisei.

 

 

 

    -E desde quando eu brincaria com você desse jeito?

 

 

 

    Ouvi sua grossa voz sussurrando em meu ouvido, me arrepiando do final das costas até a nuca.

    Não conseguia pensar em nada, até que senti suas duas mãos pegando, firmemente, em meus quadris, colando seu corpo ao meu, provocando uma sensação bem gostosa.

 

 

    -Eu te amo. -Senti um beijo demorado e molhado em minha nuca. -Feliz aniversário, Millie.

 

 

    Me virei à tremeliques. Minhas pernas bambas e meu coração acelerado. Quase sem ar estava.

    Toquei seu rosto com delicadeza, enquanto a outra mão acariciava seu peitoral por completo. Chegava a ser difícil de acreditar.

    -Você é real? -Perguntei num tom quase impossível de se ouvir pelo fato de estar em choque.

    -Eu sou mais real do que você pensa.

    Ele disse, e...

  

    Me abriu o lindo e perfeito sorriso que eu tanto senti falta.

 

    Era tudo do que eu precisava. Do sorriso dele.

    Me acalmou tanto que eu não aguentei.

    Me pus a chorar agarrada a ele. Aquele choro de soluçar.

    O abraçava no pescoço, nos braços, nas costas. Eu nem sabia mais onde abraçar por conta do meu desespero. Só, finalmente, o abracei com um braço envolta de seu pescoço, e o outro em suas costas, encharcando sua camisa com minhas lágrimas. A agarrava de um jeito, que pensava que poderia rasga-la. Eu só queria deixa-lo o mais perto de mim possível.

    Precisávamos um do outro. E, dessa vez, precisávamos mais do que nunca.

    Permanecíamos no abraço sem pressa alguma. Eu o apertava com tanta força, que fiquei com um pouco de medo de acabar machucando-o. Já ele, quase quebrava os ossos de minhas costas, pela força que descontava. Tudo bem, era aquela dor de saudade.

    Consegui cessar as lágrimas durante alguns segundos, e finalmente, algo conseguiu sair de minha boca.

    -Porque faz isso comigo? -Perguntei, acariciando seus cabelos. Ainda estávamos abraçados. Era tão bom poder sentir o cheiro dele novamente.

    Eu não poderia estar mais feliz.

    -Porque eu te amo. -Ele disse, me apertado ainda mais. -E talvez, hoje você complete 17 anos.

    -Por favor, não me solta nunca mais. -Disse agarrando sua camisa novamente após fechar os olhos. Mais lágrimas foram deixadas por mim.

    Ele riu um pouco pelo que eu disse.

 

    -Preciso soltar para te dar seu presente. Depois a gente se agarra de novo. -Ele disse, me fazendo soltá-lo e enxugar as tantas lágrimas em meu rosto.

    Até ri pela situação.

    -Olha o que você fez com a minha maquiagem! -Reclamei um pouco irritada, mas ainda ria.

    -Meu amor tá chorando?! Nada disso, enxuga essas lágrimas!

    -Porra, Finn! Como fez isso? Porque fez isso?! Merda, você me assustou, ta?! Estou furiosa contigo! -Terminei com a voz bem falha.

    Ele riu um pouco. Acho que ele achou fofo.

    -Ei, meu amor, já passou. -Ele disse pegando em meu rosto e acariciando minha pele.

    -Tá, já passou, mas você me deixou nervosa! Eu não sabia pra onde correr, pra quem ligar! -Comecei e voltei a chorar, olhando no fundo dos olhos tão lindos que ele tem. -Como faz uma coisa dessas?!

    -Ei... Está tudo bem agora...

    -Te amo! Eu te amo, Finn, e... Eu fiquei morrendo de medo! Fiquei com muito, muito medo, Finn! -Não aguentei. Lá estava eu novamente, aos prantos em seu pescoço enquanto ele me abraçava fortemente, fazendo me sentir segura.

    -Medo de que, Mills? -Perguntou acariciando minhas costas.

    -Medo de te perder, Finnie... -Disse calando-o e logo nos acalmamos.

    -Olha pra mim. -Pediu segurando em meu queixo e assim fiz. -O que eu já te disse uma vez?

    -Já me disse muitas coisas... -Disse com um sorriso bobo.

    -Te disse que só se pode ter medo das coisas reais. -Permaneceu acariciando meu rosto com o polegar e logo levou uma mecha de meus cabelos para trás de minha orelha. -Você nunca vai me perder. Nem mesmo se quisesse.

    Assenti que sim com a cabeça e logo mirei os olhares para seus tão seduzíveis e avermelhados lábios.

    Umedeci os meus com minha língua e logo mordi meu lábio inferior, denunciando minha vontade imensa de beijá-lo.

    Senti seu polegar acariciar, delicadamente, o mesmo lábio que acabei de morder, após ele pegar em meu queixo novamente.

    Fechei meus olhos e apliquei um selinho no mesmo dedo que, ele ali, acariciava.

    Foi o tempo de sentir sua grande mão se encaixar na lateral de meu pescoço, em ligação com minha mandíbula, onde permanecia seu polegar, ainda com os olhos fechados, e sentir aquele frio maravilhoso na barriga após nossas línguas se encontrarem.

    Nossa, que saudade que eu senti desse beijo tão gostoso.

    Não me aguentei e o puxei pela camisa para colar mais ainda seu corpo no meu, mas não era possível. Nem meio centímetro a mais.

    Já estávamos tão colados, que sentíamos o tão gostoso calor de nossos corpos se aquecendo.

    Senti sua mão descendo de minhas costas até minha cintura, onde ali apertou e me trouxe para perto, com um pouco de brutalidade, chocando nossas intimidades.

    Já conseguia sentir a umidade em minha calcinha.

    Aquilo me fez arfar. Se aproveitou da situação e puxou meu lábio inferior com uma mordida de leve, bem gostosa. A sensação foi tão boa, que o abri um sorriso malicioso, logo após ter meu lábio mordido por ele.

    Demos espaços para nossas línguas, mais uma vez, e comecei a deslizar minha mão de seu peitoral até mais embaixo.

    Ouvi seu breve arfado no meio do beijo tão gostoso, enquanto inseria minha mão dentro de sua calça.

    Senti sua mão aplicar uma certa força em minha nádega, o que me fez reagir e retribuir com uma puxada no lábio inferior dele, o que nos fez arfar no mesmo momento.

    -Você é tão...

    -Millie?! -Continuávamos no beijo, mas logo fui interrompida.

    Melhor dizendo, fomos interrompidos.

    Paramos no mesmo segundo em que ouvimos meu nome ser chamado. A vergonha era tanta, que queríamos gargalhar, mas seguramos.

    -Ah, oi! -Disse um pouco corada pela situação, enquanto me ajeitava. Peguei na mão de Finn e o levei comigo até a porta do quarto, onde meus tios se encontravam, após assistirem aquela cena toda. -Oi, que bom que vieram! -Disse cumprimentando-os, tentado fingir que nada havia acontecido.

    -Seu pai pediu para que viéssemos aqui para falar com você, não sabíamos que horas você iria descer! Mas nós entendemos se querem ficar a sós...

    -Ah, não queremos não, eu já estava indo!

    -Bom, nós pedimos desculpas, não sabíamos que estava ocupada... -Disse minha tia enquanto olhava para Finn e eu logo entendi o recado.

    Meu Deus, que vergonha.

    -Ah, tudo bem! Nós estávamos só... conversando.

    -Até pensamos em bater, mas a porta estava aberta, então...

    -Ah, sim...  Acontece! Nunca me lembro de fechá-la, sabe?! -Disse dando uma cotovelada tanto forte em Finn.

    -Ah, haha, pois é, ela sempre esquece! -Ele disse envergonhado.

    Ficou um clima chato, mas um pouco engraçado. E muito vergonhoso.

    -Bom, esse é meu namorado Finn. Finn, meus tios. -Disse para cortar o clima e eles logo se cumprimentaram. -Com licença, vou terminar de me arrumar! Já desço! -Disse e logo fechei a porta.

    -Caralho! -Disse Finn dando um longo suspiro.

    -Caralho digo eu! Você é maluco de deixar a porta aberta assim?!

    -Não percebi que estava aberta, eu esqueci de fechar!

    -Legal, agora o que eles vão pensar?!

    -Pelo menos sabem que a gente namora, né...

    -Graças a Deus! Já pensou se eles acham que não tenho nada contigo?! Olha a merda!

    -Ah, mas a gente já transou sem compromisso, então...

    -Finn! -Disse dando um tapinha em seu ombro, deixando-o quieto.

    Começamos a nos olharmos e lembrar da situação que acabara de ocorrer. E colocamos para fora todas as gargalhadas que ficaram presas, querendo sair.

    -A sua cara quando eu te puxei! Ficou todo vermelho! -Disse às gargalhadas com ele.

    -Imagina se eles viram você com a mão na minha calça! Puta que pariu! -Ele dizia, nos fazendo gargalhar mais ainda.

    -Ui, chega, chega... -Eu dizia quase sem ar por tanto rir.

    -Nossa, está até doendo de tanto que eu ri agora. -Ele disse logo mudei de assunto para não acabarmos na gargalhada novamente.

    -Como conseguiu vir? -Perguntei me sentando ao seu lado em minha cama.

    -Se lembra que você disse que tem o melhor namorado do mundo?

    -Sim.

    -Então. Eu consegui resolver com a banda e eu disse pra eles que eu NÃO PODIA, de jeito NENHUM, voltar dia 21. E agora, eu estou aqui com você. Depois de muito sufoco e sacrifício, mas eu fiz, porque eu te amo.

    -CACETE, VOCÊ É MUITO PERFEITO, GAROTO LINDO DA MINHA VIDA!

    -AHH, VOCÊ TAMBÉM É PERFEITA!

    -ENTÃO SOMOS PERFEITOS!

    -DEMAIS! -Ele disse e rimos novamente.

    -Meus pais sabiam disso?!

    -Bom, eu falei com eles ontem à noite, então sim, eles sabiam. Acha que abriram a porta pra mim como?!

    -Caralho, eu odeio vocês! -Disse com um sorriso enorme no rosto.

    -Ei.

    -Hm?

    -Você tá linda. Tipo muito. Mas muito mesmo, linda pra caralho.

    -Para! -Disse, rindo um pouco boba. -Você que está, seu gostoso maravilhoso. -Terminei um pouco tímida.

    -Gostosa é você.

    -Chega, antes que eu nunca mais desça pra falar com as pessoas por sua culpa.

    -Tá, desculpa. Agora, vem aqui. -Ele disse me chamando para me sentar mais perto dele, e assim fui. -É impossível arranjar alguma coisa pra você, Millie.

    -Como assim?

    -O que dar de presente para uma menina perfeita, que é rica e tem tudo?!

    -Para com isso! Eu não quero, Finn.

    -Mas não tem essa! Vou te dar presente até não poder mais! Que presente, eu não sei, mas vou dar! -Ele me abriu um sorriso. -Inclusive, eu trouxe uma coisa pra você. -Terminou, pegando sua mochila.

    -Ah, Finn...

    -Olha. Eu juro que tentei, mas não tive tempo de ir à algum lugar que não fosse o palco ou o hotel. Pensei até em escrever uma música pra você, mas não consegui.

    -Finnie... -Disse quase chorando novamente.

    -Pelo menos, eu sei que você é apaixonada por moletom, e eu achei um incrível pra você. -Terminou e me tirou um moletom maravilhoso da mochila. Era azul marinho com a palavra “Italy” em letras de Forma, na fonte de cor amarela. Era um pouco grande, mas era perfeito.

    -Finn...

    -É um pouco grande, porque é masculino. Peguei o menor tamanho, porque você é miúda, né! -Ele disse me fazendo rir.

    -Cara... É perfeito! Você é perfeito! -Disse e o abracei fortemente, pela milésima vez. Eu adorava fazer isso. -Não precisava, Finn. É sério.

    -Ainda não acabou.

    -Ah não que você fica gastando dinheiro por minha causa!

    -Na verdade, esse presente é pra outra pessoa. -Ele disse mexendo em suas coisas e eu franzi a testa.

    -Como assim?

    -Fecha os olhos.

    -Ah não...

    -Confia em mim. -Ele disse e dei um suspiro.

    -Vai rápido. Tenho medo dessas coisas. -Disse, com minhas mãos estendidas, acompanhadas de meus olhos fechados.

    Senti algo bem leve e pequeno ser depositado ali. Estava difícil de perceber o que era.

    -Pode abrir.

 

    Não acreditei.

    Nem pisquei, e uma enchente havia escorrido de meus olhos.

    Eu juro que não tinha reação, e muito menos palavras.

 

    -Não, você não fez isso... -Eu disse ainda em transi. Nem sei como consegui dizer algo naquele momento.

    -Até pensei em comprar um pra você, mas você é patrocinadora da All Star Chucky Taylor, então... Não teria graça.

    -Pelo amor de Deus, eu não acredito....

    Chega de mistério. Era um par de tênis preto, All Star, cano médio para recém-nascidos.

    Passei meus dedos delicadamente pelo mesmo, enquanto lágrimas ainda escorriam de meus olhos, sem pudor.

    -Eu vi isso na loja e não aguentei. Os meninos acharam engraçado e eu contei que estava esperando um filho seu. Ainda querem te ligar para dar parabéns. -Ele disse e eu ainda permanecia chocada. -Você gostou?

    -Finn... -Eu disse e logo abri um sorriso enorme, acompanhado de um suspiro de felicidade. -Ah, meu Deus, Finn! -Terminei e nos abraçamos bem forte, mais uma vez. Bem forte mesmo. -Você se lembrou de nós dois... Você não existe.

    -Óbvio que eu me lembrei. Acha que eu cantava nos shows em dedicação a quem?! -Ele perguntou e nós rimos.

    Logo acariciou minha barriga e aplicou um beijo na mesma.

    -Eu amo vocês dois. Um amor, que... Mal cabe dentro de mim.

    Abri um sorriso e entrelacei nossos dedos, ainda em minha barriga.

    -Eu também amo vocês. -Disse e ele sorriu bobamente. -E sabe do que eu também amo?

    -Comida?

    -Essa é uma das razões por eu te amar tanto. -Disse aplicando um beijo em seus lábios. -Vamos, antes que eu morra de fome!

 

                                                                                               *Flashback Off*

    Foi o melhor aniversário de todos.  Passamos em família.

    Consegui apresentar o Finn para todos e o adoraram. Óbvio que o adoraram, ele é um amor de pessoa.

    Ele permaneceu lá em casa, basicamente, até terminar o mês.

 

    E então, Março.

 

    Notei diferença no tamanho da minha barriga. Nada absurdo, mas consegui notar.

    Passei a maior parte do mês na casa do Finn. Foi muito divertido passar vários dias com os pais e com o irmão dele. Muito divertido mesmo.

    Eu, Finn e Nick, parávamos toda hora para ver a minha barriga. Aquilo nos deixava feliz demais. Admito que não temos maturidade alguma para sermos pais. Era cada brincadeira boba, que nós caíamos na gargalhada.

    Mas querem saber? Que se dane.

    Tendo maturidade ou não, sendo jovens demais ou não, sendo famosos ou não, nós somos pais.

    Seremos os melhores pais desse mundo. Seremos os pais que muitos poderiam desejar ter.

    Vamos dar o nosso amor para nosso filho, ou filha, e fazer da nossa família a mais louca de todas.

    Sinto que será algo sensacional.

    Pela mudança em minha barriga, precisei parar com as fotos para as revistas. Pelo menos, por enquanto.

    Finn permanecia trabalhando, é óbvio, mas sempre tínhamos tempo para ficarmos juntos. Sem contar que, graças a Deus, estávamos dormindo juntos.

    Acordar sem vê-lo na cama, era algo que, a cada dia, machucava um pouco mais. Mas agora, estávamos juntos de novo.

    Março foi um mês no qual começamos a pensar bastante sobre...

 

    Puta que pariu

 

    Senti a enorme quantidade de água deixada por mim naquele momento.

 

    -Ah, não... Merda... -Me sentei no sofá e comecei a respirar fundo. Precisava manter a calma.

    Pelo visto, terei que deixar as explicações para outro momento.

    -Não, não... Não era pra ser agora, não era... -Disse a mim mesma tentando raciocinar.

    Comecei a respirar mais fundo ainda pelo fato de começar a sentir dores simultâneas, quase insuportáveis.

    Sim, vocês estão certos.

 

 Minha bolsa estourou.

 

 

    -Calma, calma, pelo amor de Deus... -Ia dizendo, até perceber que Doug me encarava com a língua para fora e com seu rabo abanando. -Não, Doug, não é pra brincar agora, tá? -Tentei me levantar do sofá, mas a dor foi tanta, que permaneci no mesmo lugar.

    Respirei fundo novamente e peguei meu celular. O desbloqueei e corri para o ícone de contatos.

    Comecei a ligar para Finn. A dor estava ficando cada vez pior.

    -Vai, atende... Por favor, atende... -Ia torcendo para que atendesse, mesmo sabendo que não iria.

    O parto estava previsto para a próxima semana, então não teria problema algum ele ir viajar à trabalho.

    Sendo assim, ele foi. Ficou por três dias e hoje chegaria em casa.

    Ele pegou o avião um pouco depois do café da manhã. Foi apenas disso que soube.

    Não sabia se ainda estava no avião, se já estava chegando... Não sabia.

    Sabia apenas de que o celular estava fora de área. Como sempre.

    Tentei ligar para Nick, que o acompanhou na viagem, mas também não atendia.

    -Isso não vai dar certo, preciso pensar em outra coisa... -Tentava pensar, mas não conseguia.

    Faltava muito pouco para eu entrar em desespero.

    Noah disse que eu poderia ligar, mas ele está há horas daqui. Não daria certo. Caleb, também não.

    Meus pais estão na Inglaterra com meus irmãos. Precisaram ir de última hora para resolver problemas familiares e acharam melhor eu ficar. Eu também achei. Então, não tinha como eles me ajudarem.

    -O que eu faço, o que que eu faço?! -Perguntava a mim mesma mais desesperada ainda.

    David também não poderia me ajuda. Estava em outro país por causa do trabalho.

    Estava quase desistindo de chamar alguém, quando me veio a rápida lembrança.

    Como pude ter esquecido?!

    Disquei seu número o mais rápido possível.

    Rezava fortemente para que desse certo.

    -Vamos, por favor... -Sussurrava, roçando meus dentes de dor.

    Permanecia chamando sem pudor.

    Estava prestes a encerrar a chamada, até que ouço sua voz.

    -Alô?

 

 

    Obrigada, Joe.

 

    -JOE?!

    -Millie?! Você está bem?!

    -Por favor, me diz que você não está ocupado...

    -Ligou na hora certa, estou no meio da partida de UNO.

    Merda.

    -Tá... Desculpa aí, pode voltar pros seus amigos.

    -Amigos?!

    -É... Não é?!

    -Não, que amigos o que? Estou jogando sozinho.

    -Como?!

    -É divertido! Olha, é só você...

    -Enfim, Joe! Então está livre?

    -Sim!

    -Graças a Deus.

    -Millie, você está bem?! Pela sua voz, parece que está morrendo.

    -Joe, escuta. Eu preciso que você venha me buscar. Agora.

    -Agora?!

    -Nesse exato momento. Ai, inferno, como dói...

    -Millie, não me preocupa... O que aconteceu com você?!

    -O parto... -Disse respirando fundo.

    -O... PERA AÍ, O QUE?!

    -Joe, por favor, só vem...

    -Mills, você está tendo o bebê agora?! Cadê o Finn?! Eu estou indo pro carro, fica na linha!

    -Tudo bem, eu não sei onde o Finn está, e sim, eu estou tendo o bebê... Uff, meu Deus... -Disse me abanando o máximo que podia.

    -Era pra nascer hoje?!

    -Não, mas a bolsa estourou, e... Joe, eu estou muito nervosa, por favor, me ajuda.

    -Millie, Millie, ei. Calma, me escuta, tá? Já estou no carro, respira fundo. Não faz esforço nenhum agora, tudo bem? Só respira, Millie! Respira fundo!

    -AI, JOE, TÁ DOENDO!

    -Millie, se calma! Não chora, eu estou indo! Estou indo o mais rápido que posso!

    -Cuidado pra não passar velocidade e levar multa. Ah, que dor...

    -Não me importo, eu preciso te buscar! Aguenta firme, tá? Falta pouco, não desliga, fica na linha!

    -Eu não vou desligar até você chegar.

    -Como você está?

    -Com muita, muita dor...

    -Aguenta firme.

    -Estou aguentando...

    -Aguenta aí, falta pouco. Até sinal vermelho eu estou avançando.

    -Joe...

    -Não, Millie. Não me importo, eu vou te buscar e vou te ajudar. Somos uma família, certo? Estarei aqui pra você, desde a pressão baixa até a hora do parto.

    -Por favor, só não me faz chorar agora.

    -Lembra do Ross escorregando no estúdio por causa do chão encerado.

    -Foi o Matt.

    -Desculpa, to nervoso pra caralho.

    -Também não me faz rir, Joe. Está sendo tudo contraído na minha barriga, isso é horrível! Ah, cacete, está chegando?

    -Sim, cheguei! Ouviu a buzina? Estou na porta. Quer que eu entre aí?

    -Não precisa, obrigada. Já vou sair.

    -Ok, vem. Estou esperando. -Ele disse e eu desliguei.

    Obrigada, Joe. Mais uma vez.

    Subi as escadas, com um pouco de dificuldade, e fui para meu quarto. Na verdade, meu e do Finn.

    Peguei algumas coisas necessárias do bebê. Já deixamos tudo arrumado com antecedência. O médio que recomendou e até que foi necessário.

    Ouvi Joe buzinar duas vezes rapidamente. Ele devia estar bem nervoso, assim como eu também estava.

    Estava nervosa, ansiosa, com medo e feliz ao mesmo tempo.

    Finalmente, chegou o dia dessa criança tão amada por mim e por Finn, nascer.

    -Se comporte! Nada de latir ou choramingar pra acordar vizinhos! Vai mimir, que seu pai já está chegando! -Disse enquanto descia as escadas e logo acariciei o Doug. Ele não curte muito ficar sozinho, mas teria de ficar durante essa noite. -Te amo. -Terminei e logo inseri a chave da porta de casa para destrancá-la, mas antes, tive de fazer outra coisa.

    Peguei meu celular novamente e fui direto para o ícone de mensagens.

    Ele precisava ser avisado.

 

    -Assim que ver essa mensagem, ligue para o Joe, eu estou com ele. Não sei onde você está agora, mas por favor, esteja bem. Por favor, Finn, ligue pro Joe assim que puder. Chegou o grande dia. Nossa filha está nascendo. Me deseje sorte. Te amo.

                                                                                                                                       -MBB.

 

   

                       

   


Notas Finais


ATRASOU 15 MINUTINHOS, PERDÕES!!! MAS AQUI ESTÁ!!! ESTOU MEGA ATRASADA, MAS POR FAVOR, COMENTEM O QUE ACHARAM!!!!!! RESPODENREI TODOS VOCÊS COM MUITO ORGULHO E PRAZER!!!!! BEIJOS E AMO VOCÊS DEMAISSSSS!!!!!!! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...