1. Spirit Fanfics >
  2. Am I Loving You? >
  3. 2 Temp. - Vai ser o nosso grande segredo

História Am I Loving You? - 2 Temp. - Vai ser o nosso grande segredo


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


É capítulo grande que vocês querem, leitores?! Pois então é o que terão, e nem pensem em reclamar :))

FALA, POVO! Eu falei que não iria demorar tanto, hihihi, mas mesmo assim demorei, perdões. Até série eu deixei de maratonar por vocês, viram?? <3
Primeiramente: Gente, é impressão minha, ou nós batemos 45 comentários no último capítulo?! Qual foi a mágica que eu fiz?! Me avisem, pra eu fazer de novo, hein!! (risos). Mas falando sério, MUITÍSSIMO obrigada, eu fiquei completamente feliz e chocada com tanta interação, com tanta energia boa nos feedbacks, eu amo mais do que tudo interagir com vocês!! Então por favor, vocês, leitores fantasminhas, que resolveram aparecer no último capítulo, tratem de aparecer mais vezes! Amei tooodas as teorias, todas as reações, tudo, vocês são incríveis. Então, por favor, vamos passar a interagir mais vezes, hein!! <3 (Todos vocês, hihihi)
Ok, me deixem falar sobre o capítulo: VAMOS VER O QUE HOUVE COM A MILLIE, NÉ, JÁ QUE TODO MUNDO FICOU DESESPERADO!! Vamos saber que grande segredo será esse, e tudo mais, porque está hilário!! Vamos ver o que deu na mídia em relação aos posts, vamos ver como ficou nosso JOAH, VAMOS VER!!
Terminei de falar por aqui, mas me aguardem lá embaixo, tá, porque vem um anúncio curioso!! (drama Queen, ignorem), mas lá embaixo a gente se vê.
Aproveitem MUITO esse capítulo enorme, e antes que eu me esqueça, feliz Halloween <3

Capítulo 95 - 2 Temp. - Vai ser o nosso grande segredo


 

 

    Abri meus olhos e estava tudo uma calmaria só. Sem música alta do lado de fora, sem barulhos, movimentos fora do quarto, nada. Absolutamente nada. Só o silêncio absurdo. 

    Eu simplesmente acordei do nada, sem nem saber o motivo. Tudo que eu sei é de que acordei suando pra cacete. E completamente confuso. 

    Procurei meu celular no bolso da calça e o peguei, ainda deitado, só para ver as horas. E eram quase sete da manhã, o Sol ainda estava nascendo. Então eu dei um suspiro e fechei meus olhos, outra vez, para tentar me lembrar de tudo que rolou ontem à noite. Mas a primeira coisa que me veio à cabeça foi eu carregando a Millie até o quarto às pressas, por causa do desmaio dela. Então eu abri meus olhos e me sentei na mesma hora, percebendo que ela não estava ao meu lado na cama.

    -Millie? -A chamei, mas nem no banheiro ela estava. Adoro quando essas coisas acontecem, pra não dizer outra coisa. Sim, foi ironia. 

    Dei um largo suspiro e me levantei, saindo do quarto em seguida. Então fui para o primeiro andar e olhei em volta, mas ela não estava em lugar nenhum. Tudo o que eu encontrei foi o Doug deitado no sofá, me olhando. 

    -Cadê sua mãe, cara? -Perguntei, e ele abanou a pontinha do rabo. -É, Doug, essa mulher é uma caixinha de surpresa... -Suspirei outra vez e abri a porta de casa. E assim que dei alguns passos do lado de fora, encontrei o vestido dela jogada no chão. Somente o vestido, então eu o peguei e franzi a testa no mesmo segundo. -Será que eu ainda to bêbado? -Perguntei a mim mesmo, por estar completamente confuso com tudo isso. Mas eu logo ouvi um barulho perto de mim e me virei, notando que ela nadava no fundo da piscina. Até que logo voltou à superfície e passou as mãos nos cabelos, com os olhos fechados, e deu um largo suspiro. Então se aproximou da borda da piscina e apoiou os braços ali para relaxar. 

    Então eu comecei a ir até ela, que ainda nem tinha me visto. 

    -Sabe que horas são, mocinha? -Perguntei e ela me admirou, assentindo que não com a cabeça em seguida. Então eu me sentei na borda, de frente para ela. -Por que está na piscina? -Perguntei e ela deu de ombros. 

    -Fiquei com vontade de dar um mergulho. 

    -Nua? -Perguntei e ela sorriu de canto.

    -Não estou nua, ainda estou de calcinha. -Apoiou a lateral do rosto nos braços apoiados na borda, enquanto me admirava. -É gostoso nadar desse jeito.

    -E será que você se lembra de que estava desmaiada algumas horas atrás? 

    -Sim. 

    -Mesmo? -Perguntei e ela assentiu que sim.

    -Eu me lembro do momento do apagão. -Respondeu. -Na verdade, me lembro de quase tudo.

    -O que seria “quase tudo”? -Perguntei e ela pensou um pouco.

    -Eu me lembro de que estava deitada passando muito mal e de que do nada apaguei. -Pensou mais. -E logo depois eu acordei, não foi? 

    -Foi, e vomitou pra caralho.

    -Eu me lembro dessa parte, eu acordei do desmaio e tentava dizer para você e o Jack que eu estava bem, mas eu não conseguia falar absolutamente nada. Parecia que parte de mim ainda estava desmaiada, foi bem estranho.

    -Você queria nos dizer que estava bem?! -Ri abafado. -Porque você estava tudo, Millie, menos bem. -Disse e ela riu.

    -Não, eu só queria dizer que já estava melhor e de que não precisava daquilo tudo, eu não queria água e nem nada. Tudo o que eu queria fazer era dormir, só isso, mas eu não consegui dizer nada. Até porque, assim que eu achei que fosse conseguir falar alguma coisa, na verdade eu só consegui vomitar. 

    -Muito. 

    -É, eu sei... -Suspirou.

    -E você se lembra do que aconteceu ali? -Assenti para o bar e ela franziu a testa.

    -Alguma coisa aconteceu ali?

    -Aconteceu, e eu queria muito saber o que foi. -Respondi. -Porque de algum jeito você se machucou feio e ficou revoltada, quis brigar com todo mundo. -E ela quieta.

    -Quando isso aconteceu?

    -Minutos antes do seu apagão. -E ela franziu a testa outra vez.

    -Eu briguei com vocês? 

    -Não se lembra de nada disso? -Perguntei e ela assentiu que não.

    -Não mesmo... 

    -Bom, então eu espero que algum deles se lembre, quando acordarem, porque foi feio. Tanto o seu machucado, quanto a sua raiva contra alguma coisa. Você chegou a empurrar o braço da Sadie. 

    -Finn, eu briguei com ela?!

    -Sim, foi um pouco com todo mundo. E logo depois você saiu de perto.

    -Por que você não me mandou parar de brigar com eles?!

    -Eu até tentei conversar com você, mas você só queria ficar sozinha, e aí eu te deixei. -Respondi e ela deu um suspiro.

    -Que merda... -Lamentou.

    -Ei, relaxa, eles nem estavam sóbrios. -Disse. -E a Sadie com certeza sabe que você agiu pela bebida, está tudo bem. 

    -Mesmo assim... -Assentiu que não e suspirou. -Bom, pelo menos isso tudo que você me contou explica o curativo na minha mão.

    -Pois é, eu fiz isso em você, depois que você desmaiou de sono. Porque estava bem feio. 

    -Eu sei, eu me lembro de que queria te xingar, porque ardia demais. -Riu. -Sorte sua de que eu não conseguia nem mais abrir os olhos, de tanto sono. -Rimos.

    -Bom, me desculpa, mas eu fiz pelo seu bem.

    -Eu sei que foi. -Sorriu de canto.

    -Deixa eu ver. -Pedi e ela me deu a mão. Então reparei que a gaze estava um pouquinho suja de sangue. -Está doendo? -Perguntei e ela assentiu que não.

    -Só se tocar. 

    -É, vai precisar de outro curativo. -Disse e ela se ajeitou na borda da piscina, tendo os braços cruzados, ainda apoiados. 

    -Pode fazer em mim quando formos pro quarto? 

    -Claro. -Respondi e acariciei a lateral do rosto dela, que estava apoiado nos braços, enquanto ela me admirava. -Eu fiquei muito preocupado com você ontem à noite, Millie. Não sabe o quanto. -Continuei a acariciando. -Você me deu um puta de um susto. 

    -Eu sei... 

    -Na verdade, deu um susto em todos nós, os meninos ficaram desesperados.

    -Eu sei, mas olha, eu estou bem. -Me acariciou.

    -Sim, agora está, mas na hora... -Assenti que não e suspirei. -Não faz mais isso comigo, por favor. 

    -Amor, eu só desmaiei. 

    -Millie, você entrou em coma alcóolico. Sabe lá o que poderia ter acontecido contigo, isso é muito sério. -Respondi. -E eu não posso ficar sem você, Millie. -Disse e ela me acariciou.

    -Você não vai ficar sem mim, Finn, eu estou aqui. -Ela disse. -E eu já estou bem. 

    -Mesmo? -Perguntei e ela assentiu que sim. 

    -Eu sabia que você cuidaria de mim. -Sorriu de canto. -E eu sabia de que ficaria bem, porque eu só precisava dormir e nada mais. -Riu. 

    -É, eu percebi que você precisava dormir, só não sei o porquê acordou tão rápido. 

    -Nem eu sei, só acordei sem sono e com bastante fome. Então eu comi alguma coisa e decidi vir dar um mergulho pra despertar e relaxar um pouco.

    -E você acordou bem? -A acariciei. -Sem ressaca e nem nada? 

    -Absolutamente nada, eu acordei ótima. -Respondeu. -Como se nada tivesse acontecido de madrugada.

    -O que é estranho, porque muita coisa aconteceu de madrugada. -Rimos. 

    -E você, por que acordou tão cedo? 

    -Sei lá, também acordei do nada e percebi que você não estava na cama. Então vim te procurar. 

    -E como você está? -Me acariciou.

    -Com uma dor de cabeça fodida. -Suspirei. 

    -Toma alguma coisa.

    -É, na verdade eu vou voltar a dormir. Tá cedo pra caralho.

    -Eu também vou. 

    -Então vem, vamos.

    -Espera, eu quero dar mais um mergulho. -Abriu um sorrisinho e eu suspirei.

    -Tá bom, sereia, dá mais um mergulho pra gente entrar em casa. -Me levantei. -Eu vou trazer uma toalha pra você.

    -Obrigada. -Respondeu e logo voltou para o fundo da piscina, enquanto nadava. 

    E aí nós logo realmente voltamos para o quarto. A Millie estava molhada pela água piscina, então resolveu tomar um banho antes de dormir. E eu esperei por ela, pois assim que terminou, eu fiz outro curativo em sua mão. E finalmente a gente voltou a dormir com bastante vontade, graças ao nosso cansaço todo, mesmo que já tenha amanhecido. Porque pelo que rolou ontem durante a noite toda, ninguém acorda antes de meio-dia hoje, disso eu tenho certeza. 

 

    [...]

 

    E depois de muito tempo cochilando aqui na cama, sem entrar em sono tão profundo, eu já estava me sentindo melhor e descansado. Mesmo que esteja um calor dos infernos aqui, mas tudo bem. 

    Olhei para o lado e a Millie ainda dormia, de costas pra mim. Então uma mensagem chegou em meu celular e eu o peguei para ver. Era o Caleb. 

 

    -Tá acordado? 

 

    Suspirei e digitei para responder.

 

    -To, fala aí. 

 

    -Bora descer pra comer alguma coisa.

 

    -Todo mundo já acordou? -Digitei e vi as horas, já eram duas e pouca da tarde.

 

    -Eu e Sadie já, acho que o Gaten tbm.

    -A Millie já acordou?

 

    -Ainda n.

    -Vão descendo, que eu já vou.

 

    -Blz. -Ele respondeu e eu bloqueei o celular, dando outro suspiro pelo calor que estava fazendo no quarto. E eu percebi que tinha um refrigerador, então decidi ir ver com Noah como que faz pra ligar isso. 

    Me levantei da cama e saí do quarto, indo até a porta do quarto onde ele dormiu. Bom, pelo menos eu acho que foi o quarto onde ele foi dormir ontem.

    -Noah? -Bati na porta. -Vem cá, tu sabe se... -A abri. 

    E fiquei chocado no mesmo segundo.

    Simplesmente ele e o Jack se sentaram na cama desesperados, estando cobertos pelo cobertor, e eu reparei que todas as roupas deles estavam jogadas no chão. 

    

    Eu juro que estou sem reação. Alguma.

 

    -AAAAAH!! -Eles gritaram ao me ver ali. 

    -AAAAH! -Gritei de volta. Então eles se olharam.

    -AAAAAAAHH!! -Gritaram outra vez. 

    -O QUE FOI QUE ACONTECEU AQUI DENTRO?! -Perguntei desesperado, e tudo que o Noah fez foi levar a mão à boca e sair correndo da cama para o banheiro, levando todo o cobertor junto. E o Jack cobriu o pau rapidamente com qualquer travesseiro que conseguiu pegar, ainda com uma cara de quem não está entendendo porra nenhuma. E o Noah vomitando no banheiro. 

    E eu aqui parado, em completo choque. 

    -Ok, eu... -Assenti que não, sem nem saber o que dizer. -E-eu vou...

    -VAI LOGO! -Assentiu para trás de mim.

    -TÁ! -Respondi desesperado e fechei a porta. Então voltei correndo para o quarto onde eu estava com a Millie. -Millie! -A chamei, enquanto fechava a porta. -Millie. -Fui para a cama e a chacoalhei um pouco. -Millie, acorda.

    -Hm. -Respondeu sonolenta. 

    -Millie, é sério, acorda, anda. -A chamei no braço. -Millieee...

    -O que foi, Finn? -Perguntou, ainda de olhos fechados.

    -Millie, é sério, eu preciso falar com você! -Então ela se virou para mim irritada.

    -Dá pra dizer logo o que é?! 

    -Ok, me escuta. -Me ajeitei. 

    -Estou escutando, já que você me acordou. -Suspirou e se sentou na cama. -Diz.

    -O que exatamente o Noah conversou contigo ontem? -Perguntei e ela franziu a testa. -Antes do parabéns, Millie, vocês estavam no quarto e me disse que ele precisou desabafar algo com você! -E ela ainda pensando. -Você disse que iria conversar comigo sobre isso depois, não se lembra? -Perguntei completamente ansioso.

    -Ah... -Abriu um sorriso. -Ah! -Me deu um tapa no braço e riu ansiosa. -Tá, eu me lembro disso!

    -E o que foi?!

    -Ok, ele tinha conversado comigo, sobre... -Começou e se aproximou de mim. -Sobre ele ser apaixonado pelo Jack, ele sente coisas por ele, Finn! -Sorriu ao sussurrar.

    -Ai, meu Deus... -Levei a mão à boca em choque total.

    -Eu sei, não é incrível?!

    -Então realmente aconteceu... -Pensei alto, ainda surpreso.

    -Aconteceu o quê? -Franziu a testa. -Ai, meu Deus, você sabe de alguma coisa?! Do que você sabe?! 

    -Ok, olha...

    -Finn, você tem que me contar! Nós somos um casal, você precisa me contar! -Me chacoalhou. 

    -Eu sei, Millie, eu vou contar! -Respondi e dei um suspiro. -Presta atenção, eu acabei de ir no quarto do Noah, e... 

    -E...?! 

    -E eu... -Me aproximei dela. -Millie, eu acho que eles transaram. -Disse, e ela me olhando chocadíssima. 

    -Mentira. -Respondeu num tom baixo, com a mesma reação. E eu assenti que não. -O quê?! -Abriu um enorme sorriso.

    -É, Millie, eu sei!

    -Ai, meu Deus! -Riu toda feliz e veio pro meu colo toda ansiosa, me abraçado em seguida. -Finn, ai, meu Deus, eu nem acredito! -Me apertou no abraço. -Você tem noção do que está acontecendo?! -Me admirou. -Tem noção?!

    -Tenho, eu ainda estou em choque! Digo, eu esperava por tudo, menos por isso!

    -Mas por que você acha que eles realmente transaram, o que aconteceu?! -Perguntou num tom baixo.

    -Porra, eu cheguei no quarto e estavam os dois na cama e as roupas no chão! O que acontece quando nós estamos na cama e roupas no chão?!

    -Sexo!

    -Então!

    -Tá, então será que realmente... -Fez o sinal de sexo com as mãos. -Ou...? -Deu de ombros. 

    -Se real aconteceu aquilo, ou se foi só... -E ela assentiu que sim. -Sei lá, eu não faço ideia! 

    -Ok, eu preciso falar com o Noah. -Respondeu ansiosa e se levantou da cama. 

    -Não, Millie! -Me levantei e a peguei no braço, antes dela abrir a porta. -Não fala nada, é melhor! 

    -Por que não?!

    -Sei lá, até eles pareciam estar meio chocados quando eu entrei! 

    -Tá, mas você não acha que eu devo falar com ele sobre isso?

    -Acho, claro, se ele não vier falar contigo antes. -Respondi. -Mas espera um pouco, é melhor.

    -Tá, tudo bem. -Suspirou. -Será que eles se lembram do que fizeram? -Perguntou e eu dei de ombros. 

    -Sei lá, é provável que sim. -Pensei um pouco. -Mas também é provável que não. 

    -Pois é... -Também pensou, enquanto permanecia entre mim e a porta do quarto. Então me acariciou, com um sorrisinho no rosto. -Se lembra do nosso sexo aqui?

    -Lembro, é claro que me lembro. -Devolvi o sorriso. -Disso eu me recuso a esquecer. 

    -Foi tão gostoso... -Juntou os pulsos atrás de minha nuca e me deu um demorado selinho nos lábios. Foi até que bem gostoso. 

    -Tá, e isso por acaso quer dizer que você quer fazer de novo? -Perguntei convencido e ela franziu a testa.

    -Mas é claro que não, longe de mim essa vontade de repetir o que a gente fez ontem à noite... -Assentiu que não com um sorrisinho, ainda me acariciando.

    -Ah, é? -Perguntei como quem não ligasse, sem desfazer a cara de convencido, e ela assentiu que sim.

    -Mas se você quiser, então eu quero. -Abriu um sorrisinho e nós rimos.

    -É claro que quer, sempre quer. -Devolvi o sorriso e nos beijamos outra vez. -Deixa pra mais tarde, eu ainda estou numa ressaca terrível. 

    -Ainda é dor de cabeça? 

    -É, e eu to me sentindo cansado pra caralho. -Suspirou.

    -Eu também me sinto cansada. -Me acariciou. -Sabe do que nós dois precisamos?

    -De quê?

    -Café. Puro e bem quente. -Me deu um rápido selinho. -Vem, vamos descer. -Me deu a mão e abriu a porta.

    -Millie. -A chamei e ela parou.

    -O quê? -Perguntou e eu cruzei os braços, enquanto fazia menção ao corpo dela. Até que se olhou e notou que só vestia calcinha e sutiã. E aí me admirou. -Tem razão. 

    -É, eu sei. -Assenti que sim, enquanto ela ia vestir uma roupa qualquer.

    Então nós finalmente descemos, encontrando Caleb, Gaten e Sadie sentados na cozinha conversando. E estavam os três acabados. 

    -Bom dia, gente. -Disse e eles nos admiraram.

    -Ei, bom dia.

    -E aí, galera? 

    -Sadie... -Millie disse manhosa e abraçou por trás. -Você me desculpa? -Perguntou e ela riu.

    -Como assim, boba? -Se ajeitou e ficou de frente para a Millie.

    -O Finn me disse hoje de manhã que ontem à noite eu quis brigar com você, por favor, me desculpa mesmo. -A abraçou. -Nunca foi a minha intenção, eu juro.

    -Tudo bem, Mills, ontem você não estava bem e eu entendo. Não precisa se desculpar por nada. -A acariciou no abraço e se desfizeram. -Afinal, você está bem?

    -É, Millie, como você tá? -Gaten perguntou. 

    -Nós ficamos muito preocupados, você ficou bem estranha e do nada desmaiou. -Disse Caleb. 

    -É, eu sei, mas agora... -Ela ia dizendo, mas foi interrompida ao escutarmos o Noah e o Jack reclamarem num tom baixo um com o outro, enquanto desciam as escadas. 

    -É, Jack, pois é, daí você simplesmente não pensou e coisou o negócio antes da hora e acabou fazendo aquilo.

    -Você que pediu pra fazer.

    -Eu não pedi nada! 

    -Claro que pediu, mas nem se lembra, por causa de tanto que bebeu.

    -Olha só, eu já falei que não fiquei bêbado, você me respeita!

    -Vomitou o banheiro todo por quê, então?! 

    -Ai, meu Deus do céu, você cansa a porra da minha beleza! 

    -Então sai de perto de mim, ué!

    -Eu não, sai você! 

    -Oi, gente. -Os despertei, ao chegarem no primeiro andar. E logo limparam a garganta, ao nos notarem ali. 

    -Bom dia, pessoal.

    -Oi, bom dia.

    -Bom dia. 

    -No caso, “boa tarde”, né. -Sadie riu.

    -Nossa, real.

    -A gente dormiu pra cacete. -Suspirei. 

    -Porra, também, fomos dormir lá pras cinco da manhã. -Jack suspirou, e nós percebemos que ele e o Noah eram os únicos em pé. Sendo que ainda tinham mais uns cinco bancos livres. 

    -Vocês não vão sentar? -Gaten perguntou. 

    -É, por que não se sentam? -Sadie perguntou e o Jack riu de deboche.

    -Pra que sentar?! 

    -É, quem é que se senta hoje em dia?! -Noah debochou e eles dois riram juntos de deboche, enquanto assentiam que não. E ficamos todos em silêncio. 

    -Vão comer em pé? -Caleb franziu a testa. 

    -Algum problema em comer em pé?! Eu não vejo problema nenhum em comer em pé! -Jack reclamou.

    -Tá vendo, é por isso que a sociedade não vai pra frente. -Noah lamentou e assentiu que não, fazendo Sadie franzir a testa. 

    -“Comer sentado”. -Jack riu de deboche. -Eu hein, que ideia. -Riu. E ficou tudo em silêncio outra vez.

    -Vocês dois estão bem? -Gaten perguntou com a testa franzida. 

    -A GENTE NÃO VAI SENTAR! -Noah respondeu.

    -Meu Deus. -Disse Sadie.

    -Calma, ele perguntou se a gente está bem! -Jack reclamou com o Noah.

    -ESTAMOS, ESTAMOS BEM, GRAÇAS A DEUS! -Suspirou e apertou os olhos com os dedos. -Jesus Cristo. -E silêncio, pela milésima vez. E eu aqui, de boca fechada, só admirando a mesa. E a Millie também. 

    -Ok... -Tentei melhorar o clima. -Tem café? 

    -Sim, eu acabei de fazer. -Caleb respondeu.

    -Eu pego pra gente. -Millie se levantou. 

    -E aí, Millie, está melhor? -Jack perguntou.

    -É, nós estávamos falando sobre isso. -Disse Gaten.

    -Sim, eu estou ótima, nem parece que algo aconteceu comigo ontem à noite. -Deixou o café na mesa e se sentou.

    -Sério?

    -Nossa, que bom.

    -Do jeito como ela foi carregada pro quarto ontem, achei que ela fosse estar péssima. -Disse Noah.

    -E eu também, vocês não viram o tanto que ela vomitou no quarto, depois que eu levei ela lá pra cima. -Respondi.

    -Eu vi. -Jack riu.

    -Hm. -Millie bebeu um gole de café. -Por falar nisso, muito obrigada por ter ajudado o Finn a cuidar de mim ontem. -Sorriu para ele. -Mesmo.

    -Por nada, Millie, relaxa.

    -Pera, então você se lembra do que aconteceu? -Caleb a perguntou e ela assentiu que sim.

    -Eu falei pro Finn, me lembro de quando eu desmaiei e depois que eu acordei. 

    -O que é surpreendente, porque você estava péssima, Millie. -Disse Jack. -Sério, mal parecia que você tinha acordado.

    -Exato, eu falei a mesma coisa pra ela! -Disse e nós rimos. 

    -Gente, isso foi muito estranho, porque quando eu acordei do desmaio, eu via tudo à minha volta. Eu ouvia vocês, eu sentia tudo, eu estava acordada, mas realmente parecia que eu ainda estava desmaiada! -Ela riu. -Eu não entendi absolutamente nada, foi bem estranho, eu nem estava conseguindo falar. -Bebeu o café.

    -Gente, que doido. -Caleb riu.

    -Mas por que será que isso aconteceu? -Noah perguntou.

    -“Por que será”?! -Perguntei. -Tu viu quanto álcool essa garota misturou no organismo ontem?! 

    -Real, quando ela desmaiou, pensei: “Fodeu, alguém leva pro hospital”. -Caleb disse e nós rimos.

    -Ah, e eu também, faltava pouco pra eu levar ela pra emergência, tá?! -Respondi.

    -Ela demorou pra acordar? -Sadie perguntou.

    -Não, acordou depois de uns cinco, seis minutos. -Disse.

    -Ai, graças a Deus. 

    -É mesmo, Millie assustou geral. -Gaten riu.

    -Inclusive na hora daquela discussão mega do nada. -Disse Caleb. -O que rolou contigo, Millie? 

    -É, Millie, o que houve? -Jack perguntou.

    -Olhem, essa parte já não é comigo. -Riu e assentiu que não. -Eu disse pro Finn que não me lembro desse momento, muito menos no que eu pensei para ter ficado revoltada com todo mundo.

    -Puts, e agora? -Noah perguntou.

    -Alguém se lembra do que aconteceu? -Ela perguntou.

    -Eu me lembro da briga, mas não sei o que foi que aconteceu antes. -Respondi.

    -Pois é, nem eu. 

    -“Antes” quando? -Gaten perguntou.

    -Quando a Millie se machucou, eu não sei o que rolou. -Dei de ombros.

    -Eu sei. -Sadie respondeu.

    -Sabe?

    -Sei, eu vi o que aconteceu. -Deixou a caneca de café na mesa. -Basicamente, pelo que eu me lembro, a Millie tinha ido pro bar pegar água, porque estava passando mal. Eu sei disso, porque ela me disse na hora, eu era a única do lado dela. E antes dela pegar a água, o Caleb veio falar comigo e se aproximou de mal jeito, e acabou derramando alguma bebida em mim, o que me fez chegar pro lado na mesma hora. Mas eu acho que acabei sendo um pouco bruta e esbarrei na Millie com força, porque eu percebi que ela se desequilibrou e acabou se apoiando na ponta da mesa do bar pra não cair. Mas bem ali estava o copo de vidro que ontem o Noah tinha enchido com aquela bebida maluca que ele fez, e aí a Millie acabou o quebrando com a mão. Por isso ela estava cortada e sangrando, essa parte vocês viram, certo? 

    -Sim, eu só vi depois que ela já tinha machucado a mão. -Respondi.

    -Pois é, eu também. -Disse Jack. 

    -Então, foi isso que aconteceu. -Sadie respondeu.

    -Nossa, que louco. -Disse Caleb.

    -Ok, eu nunca teria me lembrado disso. -Millie riu. 

    -Cacete, Millie, tu se cortou com vidro?! -Jack perguntou.

    -E foi bastante, a mão dela sangrava muito. -Respondi.

    -Porra, deve ter doído pra cacete. -Disse Noah.

    -Que bom que já está com curativo. 

    -Ainda está doendo? -Sadie perguntou.

    -Dá um pouquinho de desconforto, mas agora já está bem melhor. -Ela respondeu. 

    -E afinal, por que ela ficou puta com geral? -Caleb perguntou. 

    -Disso eu já não sei. -Sadie riu.

    -Ninguém sabe, esse vai ser o mistério do rolê. -Noah disse e nós rimos.

    -Olhem, em minha defesa, eu acho que estava tão fora de mim no momento e acabei sentindo tanta dor com esse corte, que eu simplesmente fiquei puta com todo mundo e é isso. -Rimos. -Vai ver eu achei que a culpa tinha sido de vocês e me descontrolei. 

    -Bem ou mal a culpa foi do Caleb. -Ri com eles.

    -Ei! -Rimos. 

    -Enfim, que bom que a Millie está bem.

    -Graças a Deus. 

    -Na verdade, que bom que todos nós estamos bem. -Ela disse. -Porque vocês também estavam bem alterados, disso eu tenho certeza. -Rimos. 

    -Realmente.

    -Apesar de eu nem estar passando tão mal assim. -Disse Caleb.

    -Pois é, a minha ressaca está mais leve. -Disse Jack.

    -Eu nem achei que a gente fosse se lembrar das coisas que aconteceram ontem. -Noah riu.

    -Ah, nem pense que eu me lembro de tudo. -Millie riu de volta. 

    -Pois é, só de algumas partes. -Respondi.

    -Mas o desmaio da Millie é impossível de tirar da cabeça, geral se apavorou. -Gaten disse e nós rimos.

    -Ai, ai, ontem foi foda. -Disse. 

    -Né, saiu do controle total. -Jack riu.

    -Porra, e bote “sair do controle”, hein. 

    -Inclusive... -Millie pensou um pouco e franziu a testa. -Que rumo teve todas aquelas coisas postadas ontem? 

    -Nossa, Millie, boa!

    -Bem lembrado, tirou do fundo do baú.

    -Olha, sinceramente eu nem se quero saber no que deu aquilo tudo. -Assenti que não.

    -Finn Wolfhard está em primeiro lugar no Twitter. -Noah disse, ao pegar o celular.

    -Viu? -Disse. 

    -O que está rolando? -Caleb perguntou. 

    -Pelo que eu vejo, basicamente tem a galera surtadíssima achando que você virou diretor de filme pornô e querendo saber o motivo de você chamar a Millie para ser sua atriz, e... -Continuou rolando a tela do celular. -Merda, curti um tweet.

    -Tá, e quê mais? Perguntei. 

    -Pera, to vendo. -Respondeu e continuou analisando o celular. -Eita, porra.

    -O quê?

    -Tem a galera mais surtada ainda achando que tu realmente vazou um nude da Millie, tem gente te xingando e perguntando onde está o nude desesperadamente. -Riu. 

    -Sério? -Millie perguntou.

    -Sim. Tweet das pessoas: “Onde está o nude?”, “Quem tem o nude da Millie?”, “Pago mil dólares pelo nude vazado da Millie”, “Gente, já devem ter tirado da internet”, e blá, blá, bá. Ah, sim, também temos: “Não abram esse link, é vírus”. 

    -Nossa.

    -Ah, Finn, e aproveitaram o embalo e agora estão ressurgindo o meme do seu pau marcado na toalha naquela live da Millie. 

    -Isso virou meme? -Franzi a testa.

    -Sim, “Nem guindaste tira”. Esse é o meme. 

    -Ninguém está falando sobre mim? -Millie perguntou. 

    -Algumas pessoas só, parece que estão reclamando por você ter mandado nude. -Franziu a testa, enquanto lia alguma coisa. -Cacete, treta aqui, olha.

    -Lá vem. 

    -Alguém postou: “Ridículo essa gente que tudo manda nude pra macho escroto, #falomesmo”. Aí a garota comentou: “Flor, ele é MARIDO dela, não é macho escroto, e Millie Bobby Brown não é “essa gente”. “

    -Eita porra. -Jack riu. 

    -Aí a outra: “Minha querida, então que ela não tivesse mandado nude nenhum, já que é estrelinha de cinema.”

    -Dá licença, eu tenho cinco prêmios de melhor atriz. -Millie franziu a testa. –“Estrelinha de cinema” nada, me respeita.

    -Pois é, aí a menina respondeu: “E até parece que tu nunca mandou foto desse peito caído pro teu ex, se toca”. Aí a outra: “Me toco todo dia, meu amor, e a propósito não tenho ex escroto, porque sou lésbica. Passar bem”.

    -Jesus Cristo. 

    -Aí a resposta: “Ah bom, porque se gostasse de homem e tivesse um MARIDO que nem o Finn, já teria mandado até vídeo se tocando pra ele né, fofa.” Nossa, mano, que pesado.

    -Total, as pessoas no Twitter são revoltadíssimas. -Reclamei. 

    -Acabou a briga? -Sadie perguntou. 

    -Sim, a garota respondeu esse comentário com: “Faz o seguinte, passa vidro no pescoço e me diz o que achou.” Finalizado com um emoji de coração vermelho. 

    -Tá, e tem mais coisa? -Perguntei. 

    -Deixa eu atualizar. -Ele disse e esperou alguns segundos. Então arregalou os olhos. 

    -O quê?! -Perguntamos todos.

    -MILLIE, FODEU!

    -O QUE, NOAH?! -Perguntou desesperada e correu pra perto dele, analisando o celular em seguida. -NÃO! -Gritou desesperada e pegou o celular. -NÃO, NÃO, NÃO! 

    -GENTE, O QUE FOI?! -Perguntamos. 

    -Meu Deus, eu vou desmaiar... -Ela se abanou. 

    -O que está acontecendo?! -Perguntei. 

    -Eu não sei, alguém pegou um vídeo, em um site pornô, de uma mulher que tem as curvas parecidas com as da Millie, e estão publicando dizendo que é ela! -Ele respondeu desesperado. -Estão dizendo que esse é o nude vazado! 

    -Vídeo?! -Jack franziu a testa.

    -Que tipo de vídeo?! -Perguntei desesperado. 

    -A mulher está de frente pro espelho, completamente nua, se mostrando toda! -Ele respondeu.

    -Ai, meu Deus... -Millie continuou se abanando e respirou fundo. 

    -Tá, e não dá pra ver pelo rosto que não é a Millie?! -Perguntei. 

    -O rosto não aparece, o celular está na frente! 

    -Meu Deus do céu. -Caleb assentiu que não.

    -Gente, de algum jeito precisam saber de que não é a Millie! -Disse Sadie.

    -Como?! -Caleb perguntou.

    -Sei lá, pela mão?! -Gaten sugeriu.

    -Quem repara nas mãos das pessoas?! -Caleb reclamou. 

    -Numa hora dessas, tem que reparar!

    -O pior é que realmente lembra à Millie, o tom de pele é o mesmo, o biotipo do corpo também, e... -Deu zoom e franziu a testa. -Meu Deus, Millie, até o cabelo parece com o seu!

    -PARA DE ME DEIXAR MAIS NERVOSA, NOAH!

    -Millie, realmente não é você, né?! -Caleb perguntou.

    -CLARO QUE NÃO! POR QUE SERIA EU?! 

    -SEI LÁ, DESCULPA!

    -Ok, calma! -Noah disse, enquanto lia algumas coisas. -Pode ficar mais tranquila, tem muita gente dizendo que é fake e que não é você.

    -Mesmo?!

    -Sim.

    -O que estão dizendo? -Perguntei. 

    -“Não é a Millie.”, “Não é ela”, “Nada a ver com a Millie”, “O vídeo é fake”, “Que gostosa”, “Não é a Millie”, “Ela não faria algo assim”... -Continuou analisando. -Aqui: “Não é a Millie, é uma atriz pornô da Europa”, “É uma atriz pornô”, “Essa moça não é a Millie”, “É outra atriz”, “Parem de confundir com a Millie, a mulher do vídeo se chama Kira e ela é uma atriz pornô da Europa.” -Suspirou. -Relaxa, Millie, estão começando a perceber que não é você.

    -Ai, graças a Deus... -Ela suspirou aliviada. -Me manda agora o link desse vídeo, eu preciso denunciar essa pessoa que está dizendo que sou eu. 

    -“Denunciar” nada, Millie, abre processo logo! -Reclamei.

    -É, Millie, faz isso. -Disse Jack. 

    -Eu vou, só preciso... -E o celular dela começou a tocar, então ela atendeu. -Safira, oi! Oi, eu preciso de que... -Franziu a testa. -O quê?! Não! Não, Safira, não sou eu! Safira, eu não... -Deu um suspiro. -Me escuta, Safira, não sou eu no vídeo! Não existe nude nenhum meu na internet, foi uma brincadeira! Não é verdade! -Ficou alguns segundos em silêncio. -Não, não é!
    -Isso tudo por causa de um Story durante sessenta segundos. -Caleb riu e assentiu que não. 

    -Sim, está tudo bem, e não existe nude meu em nenhum lugar. Eu preciso de que você entre em contato com a minha assessoria de imprensa, agora, e denunciem a conta que eu vou te mandar pelo link. -E mais um pouco em silêncio. -Não interessa, hackeiem se for preciso, você vai mandar eles denunciarem e tirar isso do ar, agora. Nesse exato momento, nem um minuto a mais. E agende uma reunião com eles, daqui a dois dias eu chego em Atlanta e abro um processo contra o dono do user do link. 

    -Eita, porra. -Disse Jack.

    -O bagulho é tenso. -Noah respondeu. 

    -Ótimo. Obrigada. -Respondeu e desligou, dando um suspiro em seguida.

    -Boa, Millie. -Disse Caleb.

    -Ah, mas que merda essa porra de vídeo! Agora eu vou ter que esclarecer pra toda internet de que foi tudo uma brincadeira e de que não sou eu!

    -Relaxa, você explica e tudo vai ser resolvido. -Disse. 

    -É, fica tranquila, não se lembra de quando vazaram um vídeo de um garoto batendo punheta e explanaram dizendo que era eu? -Noah perguntou. -Acontece, depois passa. 

    -Afinal, era só isso que tinha no Twitter? -Gaten perguntou.

    -Claro que não, Mileven está em terceiro lugar nos Trending Topics. -Ele abriu um sorrisinho. 

    -O que está em segundo?

    -A premiação que nós fomos indicados ontem.

    -E por que Mileven está em terceiro lugar, o que aconteceu? -Perguntei.

    -Deixa eu ver. -Respondeu e logo se animou -Ah, mas é claro, por causa da indicação de melhor cena de sexo!

    -Sério?! -Jack perguntou. 

    -Sim, a galera está surtando, estão muitos felizes. Tem milhões de links para votarem em vocês e vários vídeos e fotos da cena de vocês dois. Estão postando: “Merecem o mundo”, “Melhor casal, tanto no fictício quanto na vida real”, “Te amamos, Duffers”, “Sexo mais lindo que existe”, “Que cena linda”, “Melhor cena da série”, “O amor entre duas pessoas demonstrado da melhor forma possível”, “Tão romântico e puro, quero essa cena pra minha vida”, etc. -Leu e riu de deboche. -Vai passar pelo corredor daqui de casa enquanto eles estiverem no quarto, pra ver o que é romântico e puro. 

    -Vai se foder, Noah. -Ela reclamou.

    -Poxa, desculpa.

    -Viram, pessoal?! -Caleb perguntou. -Vocês têm tudo pra ganhar!

    -Sei não, hein. -Respondi. 

    -Por quê?!

    -A galera gosta de um sexo bruto e mais detalhado, a nossa cena foi bem mais leve do que isso. -Disse. 

    -Mas e daí? Vocês claramente fizeram sexo naquela cena. -Gaten respondeu. -Digo, os personagens. 

    -Pois é, tanto que foram indicados na categoria! -Sadie sorriu.

    -E fala sério, acha mesmo que todos os fãs da série não esperavam por uma cena dessa há milênios?! -Noah riu. -Pode ter certeza de que isso foi o que mais bombou, os locutores estavam loucos por isso!
    -Eles precisavam disso. -Disse Caleb.

    -E ainda vem me dizer que não sabe se vocês têm tudo pra ganhar?! -Jack perguntou. 

    -Mano, que foda, fizeram um gif de vocês dois no final da cena! -Noah sorriu.

    -Sério?!

    -Sim, é no momento em que vocês terminam e ficam se olhando intensamente perfeito, enquanto o Mike faz carinho no rosto dela, tá lindo!

    -Cadê?! -Sadie perguntou. 

    -A menina postou: “Sei lá, o jeito como eles se olham sempre foi e sempre será diferente”, e aí ela colocou o gif. -Sorriu e nos mostrou o vídeo de uns quatro segundos de mim e Millie nos admirando na cena após o “sexo”, enquanto eu acaricio o rosto dela. -Vou até dar retweet, ai, que tudo! 

    -Ai, gente, que lindos! -Sadie sorriu.

    -E ainda acham que não vão ganhar o prêmio! -Caleb reclamou. 

    -Eu nunca disse que não acho. -Millie riu.

    -Comentários do post: -Noah limpou a garganta. –“Deu pra sentir daqui o poder que esse vídeo tem”, “Autoestima do meu relacionamento destruída check”, “Off, faria os dois”. -Rimos. -Alguém perguntou: “Será que eles transam fofo assim na vida real? Queria muito saber”, respostas: “Também queria”, “Pela cara deles sim, mas as aparências enganam”, “Claro que não, a Millie tem cara de que de santinha não tem nada” -Rimos. 

    -Não mentiu. -Ri. 

    -Aí alguém botou: “Vai no Youtube e vê o vídeo deles na Comic Con em julho, tem uma hora lá que eles meio que falam e deixam no ar sobre o sexo deles ser diferente do de Mileven. Assiste e interpreta do seu jeito”. 

    -Que, isso aconteceu? -Franzia testa.

    -A gente disse alguma coisa?! -Millie riu.

    -Acho que disseram, pelo visto. -Caleb deu de ombros. 

    -Sim, vocês disseram. -Noah respondeu. -Eu me lembro.

    -Meu Deus, a galera presta atenção na porra toda, hein! -Jack riu.

    -Olhem esse: “Alguém marca o Noah aqui, ele deve saber”. -Leu e nós gargalhamos. -PIOR QUE EU SEI, GENTE!

    -Pelo amor de Deus, fica quieto aí na sua. -Disse Mille.

    -Relaxa, Millie. -Riu e continuou lendo. –“Eles real sempre se olharam diferente, falo nem dos personagens e sim dos atores”, daí chegou uma revoltada  aqui: “Ai, respeitem eles, não podem ver um casal hétero na TV que já acham que se pegam e transam”, aí a outra respondeu: “Quem não está respeitando esse casal digno é você, mana, ninguém acha nada não. Eles se pegam e transam sim, porque são casados, até filha tiveram, joga no google que tu acha, amor.”

    -Na cara. -Ri.

    -Pra que agredir? -Gaten riu.

    -Twitter é assim, soco, chute, porrada e bomba. -Noah respondeu. 

    -Tá bom. 

    -Gente, do nada comentou um tio aqui: “Eles namoram na vida real?”. -Riu. -Coitado, tá perdido, vou até responder. -Disse e digitou. –“Sim”. Só pra causar tumulto.

    -Você adora uma polêmica, né? -Millie o perguntou de ironia.

    -Amo, flor, eu amo.

    -Não começa com “flor”. -Reclamou. 

    -Tá, vamos ver o que Instagram está achando disso tudo. -Suspirou e mexeu no celular. -Ah, até que aqui a galera está mais de boa.

    -Mesmo?

    -Sim. -Respondeu e logo riu ao ver alguma coisa. -Já tem meme meu.

    -Manda. 

    -Eu acho que em algum momento na live ontem eu quis mostrar os joelhos da Millie, mas gravei tudo errado e só mostrei a mesa de pingue-pongue, na verdade. -Riu. -Daí fizeram: “Noah: olhem os joelhos dessa criatura // Os joelhos da criatura:” -Nos mostrou o celular, e era a foto da mesa de pingue-pongue, então nós gargalhamos.

    -Que bom que você gravou tudo errado, eu sou realmente muito grata. -Millie riu.

    -Ah, jura, Millie? -Riu e voltou a ver o celular. -Achei, tá tendo uma polêmica aqui.

    -Sobre o quê? -Jack perguntou. 

    -Ih, Millie, é sobre a sua gravidez! -Noah sorriu.

    -A minha gravidez? -Franziu a testa. -O que tem a ver?

    -Não, eu acho que é sobre uma gravidez futura!
    -Como assim? -Perguntei. 

    -Oww, ti lindo, o nome da página é “@_AlisonLoversForever”! 

    -Iti! 

    -Que lindinho! -Sadie sorriu.

    -Pronto, já colocaram nossa filha no meio. -Disse. 

    -Então, essa página postou alguma coisa que deu a polêmica, to vendo aqui. -Ele disse, ainda analisando o celular. -Ah, pronto, foi culpa minha. -Riu.

    -O que tu fez, agora? -Caleb perguntou. 

    -Em algum momento eu mostrei o tabuleiro do jogo e tiraram print, e agora está todo mundo animado com o “Finn e Millie façam um bebê”! 

    -Sério?! -Jack riu.

    -Sim!

    -Que fofos! -Disse Gaten.

    -Ih, Millie, estão achando que tu tá grávida! -Noah riu.

    -Oi?!

    -É sério, aqui: “Ela vai engravidar!”, “Ai, meu Deus, será que ela está gravida”, “Será que eles fizeram?”, “Eles estão esperando um bebê?”, “Eles devem estar planejando uma gravidez”, “A Alison maravilhosa vai ser irmã mais velha em breve”. 

    -Po, agora eu acho injusto decepcionar os fãs. -Disse Jack. -Só acho.

    -Ih, sossega. -Respondi.

    -Aqui uma conta chamada “@FBI_do_rolê” comentou: “Teoria – Desde quando eles assumiram a Alison, a Millie sempre demonstra e expressa de alguma forma sobre o quanto ela é apaixonada por ser mãe e sobre essa ter sido a melhor experiência da vida dela. Ela deixou isso claro no dia das mães quando postou foto com a filha, além de postar nos Stories foto com o cachorro, e de se referir a ele como “filho”. Isso deixa claro o fato de obviamente a Millie ser bem animada para ser mãe de novo Então, em setembro, ela postou uma foto no aniversário da Alison e um vídeo do final do parabéns, quando ela e o Finn se beijam, com a Alison no colo, e ele rapidamente acaricia a barriga da Millie, no meio do beijo. Poderia ter sido um carinho no futuro bebê deles?” -Leu e nos admirou animado. -Poderia, gente? -Sorriu.

    -Acabou a teoria?! -Caleb perguntou.

    -Ainda não.

    -Graças a Deus, porque estou amando. -Jack sorriu animado. 

    -Ok, continuando: “Outra observação: Essa noite eles se reuniram para a festa de aniversário do Noah. A foto do post é um print da live, onde ele mostrou esse tabuleiro que contém várias casas de verdade ou desafio, que consiste em você responder a verdade ou fazer o desafio, caso contrário você bebe algo alcóolico. Antes da casa “faça uma Live” tinham várias de “verdade ou desafio”, que inclusive fazem relação com o tempo desde o Story da Millie falando sobre o suposto nude publicado, o que obviamente foi algum desafio feito no jogo, até o Noah ter começado a Live. Por que a Millie teria arriscado se expor dessa forma se ela poderia ter bebido algo ao invés disso? Não podemos descartar o fato de ela não ter feito isso por estar grávida.”

    -Gente, meu Deus. -Millie riu.

    -Eu estou começando a acreditar nessa teoria. -Disse Caleb.

    -Eu também. -Gaten respondeu. 

    -Calma, ainda tem mais uma coisa! -Noah disse animado e limpou a garganta. –“Agora vocês devem estar pensando “mas se ela realmente está grávida, por que teria uma casa para eles fazerem um bebê?” A resposta é simples, nem os meninos sabiam da novidade. Na mesma noite, pouco tempo depois da Live feita pelo Noah, ele publicou nos Stories “o melhor presente de aniversário que eu já pude receber foi dado hoje. E boa noite @milliebobbybrown”. Que presente seria esse? E por que ele mencionou a Millie dessa forma? Será que ela teria contado que está grávida?” -Terminou e bloqueou o celular, com um sorriso no rosto. -Eu to muito chocado. 

    -Meu Deus, eu amei isso. -Jack sorriu. -Tipo, muito.

    -Ok, vamos por partes, porque eu ainda estou processando. -Ri.

    -Primeiramente, que Story foi esse que você postou me dando boa noite, Noah? -Millie riu.

    -É, e que presente foi esse? -Perguntei. 

    -Então, o presente foi a nossa festa foda e sensacional aqui em Malibu. E o “boa noite” pra Millie foi porque ela já tinha desmaiado e tinha acabado de ir dormir, então eu resolvi dar boa noite pela internet. -Deu de ombros, e nós quietos. -Não me culpem, eu estava em outra vibe ontem à noite.  

    -Millie, você tem certeza de que não está grávida né?! -Caleb perguntou. -Porque depois dessa teoria, até eu tenho dúvidas. 

    -Fala sério, vocês estão mesmo acreditando nisso?! -Perguntou e eles ficaram quietos. -Gente, pelo amor de Deus, olhem o tanto que eu bebi ontem. É claro que eu não estou grávida. 

    -E por que o Finn fez carinho na sua barriga no parabéns da Alison?! -Jack perguntou. 

    -Sei lá, mano, eu nem lembrava disso! -Ri. -Foi completamente involuntário, só um carinho qualquer. 

    -Pois é, eu sinto em dizer, mas o FBI do rolê falhou na missão. -Ela riu. -Me desculpem. 

    -Infelizmente. -Sadie riu de volta. 

    -Mas aí, olha tudo isso que essa pessoa disse! -Disse Gaten. -Fez muito sentido!

    -Realmente, arrasou. -Caleb assentiu que sim. 

    -Com certeza todo mundo que ler essa teoria vai concordar e pensar que você está grávida, porque tudo bateu direitinho. -Jack bebeu o café. -Se prepara, Millie. 

    -Que foda, o pior é que nem é verdade. -Noah riu. -É rir pra não chorar.

    -Quantas curtidas tem esse comentário, Noah? -Perguntei. 

    -Deixa eu ver. -Desbloqueou o celular. -Quase três mil curtidas e novecentos e cinquenta respostas. 

    -Eita. 

    -Estão real achando que ela está grávida, né? -Jack perguntou.

    -Sim, muito. -Respondeu com um sorrisinho no rosto e começou a digitar.

    -Tá fazendo o que, Noah? -Perguntei sem saco.

    -Respondendo essa teoria, ué. -Riu.

    -Calma aí, o que você vai dizer?! -Millie perguntou. 

    -Relaxa, eu só respondi um “hmm”. 

    -Porra, Noah, isso é gatilho! -Disse Caleb.

    -É, vai confirmar mais ainda uma teoria que nem é verdade! -Respondi. 

    -Ai, deixem os fãs se iludirem um pouco! -Reclamou. -Prontinho, agora eu sigo o “@_AlisonLoversForever”. Iti, amei.  

    -Ai, ai... -Caleb assentiu que não e riu. -Quanta reviravolta por causa de uma noite só. -Rimos.

    -Tem razão, mas foi incrível.

    -Foi mesmo.

    -Obrigado por me deixarem comemorar os meus dezoito anos daquele jeito, pessoal. -Noah disse e estendeu a caneca com café. -A ontem à noite. 

    -É isso aí, a ontem à noite. 

    -A ontem à noite. -Ri. 

    -Valeu, pessoal. -Brindamos e bebemos todos. 

    -Mas e aí? -Noah perguntou. -Qual vai ser o rumo de hoje?

    -Tanto faz, quais são as opções? -Millie perguntou.

    -Tem a prainha do condomínio lá atrás, são uns dez minutos andando.

    -Não, por favor, praia não. -Sadie pediu e nós a admiramos. -Ai, eu estou naqueles dias, parem de me olhar. -Reclamou.

    -Ah, malz.

    -De boa, a gente descarta a praia. -Disse Jack.

    -Outra opção? -Gaten pediu.

    -A ciclovia da praia. -Noah respondeu. -É privada só para os moradores do condomínio, e até onde eu sei só mora velho por aqui, então deve estar vazia. 

    -Ah, por isso que tu falou pra trazer skate. -Respondi.

    -E patins. -Sadie riu.

    -Pois é, e tem bicicleta guardada na garagem, talvez a gente possa usar.

    -Mas tem coisa pra todo mundo? -Caleb perguntou.

    -Deve ter, a gente arranja. 

    -Beleza, então por mim de boa.

    -Por mim também.

    -É até bom, que o Doug passeia um pouco com a gente. -Disse Millie. 

    -Então fechou, a gente come e faz as coisas para irmos.

    -Boa. 

    -Beleza. -Respondi, e bebi o café em seguida, notando que ficaram todos em silêncio. 

    -Bom... -Caleb começou. -Vocês inda não vão se sentar? -Perguntou para o Noah e o Jack. 

    -Puts. -Ri pra dentro pela situação.

    -Ok, Caleb, ok, já que te dá tanta agonia o fato de estarmos em pé, a gente vai sentar. -Noah respondeu e se voltou ao Jack. -Senta, por favor.

    -Senta você.

    -Você.

    -Você.

    -Jack, senta logo!

    -Senta você, caralho! 

    -AI, SACO! -Bufou e se sentou todo torto no banco. E tudo que a Millie fez foi apoiar a testa no meu ombro, só pra não deixar tão claro o riso preso dela, enquanto todo mundo estranhava a situação. 

    -Millie, por que você tá rindo? -Noah a perguntou sem saco, mas ela não respondeu. -Finn, por que ela está rindo?

    -Não estou rindo, eu estou chorando. -Respondeu, ainda escondida aqui. -Fiquei emocionada. -Ela disse, mas acabou rindo pra fora. E aí nem eu aguentei, ri pra dentro e escondi meu rosto com as mãos. E agora estávamos só eu e Millie tentando segurar os risos, mesmo que todo mundo já tenha notado que estávamos rindo. 

    -Ok, desculpa. -Ri e respirei fundo, na tentativa de não voltar a rir. -Foi mal, parei. -Ri sem querer e limpei a garganta. 

    -Ai, ai... -Millie riu e se ajeitou no banco ao meu lado. E o climão rolando aqui entre todos nós. 

    -E aí, qual a graça? -Noah perguntou.

    -Bom, talvez seja que nem sentado no banco você está. -Sadie riu.

    -Claro que eu estou sentado! -Deu de ombros e assentiu que não. E o resto quieto. -Ok, que se dane, Millie, eu preciso falar com você. -Disse desesperado. -Agora. -E subiu para o segundo andar.

    -Ah, eu sei que precisa. -Riu e se levantou, abrindo a geladeira em seguida. -Eu já volto. -Pegou um saco de ervilhas congeladas e subiu. Tudo que eu fiz foi levar a mão à boca e rir mais ainda. Desculpem, eu acho engraçada essa situação, a cara deles tá hilária. 

    -Ou. -Senti um empurrão do Jack no ombro. -Deu, né?

    -Deu, desculpa. -Limpei a garganta, mas não aguentei e ri mais ainda. -Desculpa, cara, foi mal! -Me levantei, ainda gargalhando, e o abracei. -Sério, foi mal, por favor. -Ri outra vez.

    -Tá, né! -Reclamou e deu um suspiro. 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  

    -Tá, Millie, eu já sei que vou te contar!

    -Ah, vai, e vai contar tudo! -Fechei a porta do quarto e fui até ele. -Agora senta. -O sentei na cama à força.

    -AI, MILLIE! -Se levantou rapidamente.

    -Ai, desculpa!

    -Porra, Millie!
    -Desculpa, eu me esqueci, me desculpa! -Disse, enquanto ele suspirava de dor. -Ok, então deita. -O deitei à força de barriga para baixo.

    -Mas pra quê isso tudo?!

    -Shiu, para de falar! -Me sentei ali e olhei para o outro lado, enquanto colocava o saco das ervilhas dentro das calças dele.

    -AI, MILLIE, PARA COM ISSO!

    -É pra te ajudar!

    -MAS TÁ GELADO, TIRA ISSO! 

    -Não! -Respondi e terminei o que fazia. -Pronto, deixa aí e não tira!

    -Mas eu... -Tentou tirar.

    -Não! -Peguei no braço dele. Então tentou de novo. -Não não, nem se atreva. -E ele permaneceu me olhando. E foi tentar de novo. -Noah. -O ameacei com os olhares.

   -Ai, por que é que você faz isso, hein?! -Reclamou e suspirou. -Tá, ok, até que isso alivia um pouco. -Fez feição de incômodo. 

    -Tá, agora anda, conta tudo! -Pedi animada.

    -Não tem o que contar, Millie, e sim o que perguntar!

    -Perguntar o quê? -Franzi a testa.

    -Fala sério, como que você dá atrás pro Finn?! -Perguntou horrorizado. -Como você aguenta isso?! 

    -AAAI, ENTÃO ACONTECEU! -Abri um enorme sorriso e me levantei da cama, começando a pular mega animada. -ACONTECEU, ACONTECEU!
    -Millie...

    -ISSO, ACONTECEU, VOCÊ TRANSOU COM O...

    -SSSHHHHH, GAROTA! -Me chamou a atenção e eu levei minha mão à boca. -Tá doida, Millie?!

    -Opa, desculpa. -Disse e me sentei, outra vez. -Mas vai, anda! 

    -Tá, olha, eu nem me lembro direito. Eu só...

    -Ah, não, sem essa de que não se lembra! 

    -Mas é sério, Millie!

    -Tá, então você vai dar um jeito de se lembrar! 

    -Ok, olha. -Começou. -Eu só sei de que ontem, depois do seu desmaio, só ficamos nós dois e os meninos na festa. No caso todo mundo, menos você e o Finn.

    -Sim. 

    -Tá, e aí todos ficaram lá na parte de fora da casa, mas eu entrei pra fazer alguma coisa. E o Jack também entrou pra pegar algo no bar, só que ele acabou me pegando! 

    -AI, MENTIRA, E AÍ?! -O empurrei de levinho.

    -Tá, na verdade a gente conversou um pouco, não lembro sobre o quê, e a gente simplesmente se pegou!

    -Tá, e depois?!

    -Depois rolou o que você já sabe! 

    -Noah, pelo amor de Deus, eu quero detalhes! 

    -Mas Millie, eu só...

    -Pera aí, então vocês dois se lembram, né?! 

    -Do quê?

    -Disso que aconteceu entre vocês!

    -Ah, sim, a gente acordou completamente confusos e chocados. Mas depois a gente lembrou, sim.

    -Ai, ok, vai! -Pedi animada.

    -Tá, daí a gente subiu pro quarto e só foi acontecendo.

    -Vocês não conversaram antes?! 

    -Sobre o quê?!

    -Ai, Noah, sobre isso!

    -Não!

    -Por que não?!

    -Você por acaso conversou com o Finn ontem, antes de dar horrores?! 

    -É diferente!

    -Por quê?!

    -Noah, é diferente, eu e ele conversamos sobre isso antes da nossa primeira vez. 

    -Por quê?

    -Tá, não foi uma conversa, mas a gente quis dar conforto e confiança um para o outro. Para nos sentirmos seguros, entende? 

    -Sim, mas agora eu que te digo, é diferente.

    -Por que é diferente?

    -Primeiro: porque você e o Finn estavam sóbrios na primeira vez de vocês. -Rimos. -E a gente simplesmente não ligou pra nada, Millie, só foi acontecendo. E quando a gente se deu conta, já tinha acontecido! 

    -Simples assim?!

    -Simples assim! 

    -Tá, mas tipo... Vocês ficaram bem?

    -Como assim?

    -Sei lá, Noah, por quanto tempo vocês ficaram fazendo... sexo? 

    -Não sei, não faço ideia. -Deu de ombros. -Por quê?

    -Não sei, eu fico surpresa por vocês conseguirem aguentar isso tudo por tanto tempo.

    -Millie, você já fez sexo anal várias vezes, por que está surpresa com isso?

    -Quem disse que eu já fiz várias vezes?! 

    -Sei lá, eu estou supondo que tenha feito. -Ele disse e eu suspirei.

    -Noah, ok, eu já fiz isso algumas vezes. Mas eu fiz depois de dar na frente umas três vezes seguidas, e depois de eu sentir que já estou no auge da minha excitação. -Disse. -Por isso é diferente, o estímulo é bem maior, e mesmo assim dói. Muito.

    -Também, você quer aquele poste entrando em você, meio difícil não doer, né?! 

    -Noah! -Ri e o empurrei de leve.

    -Relaxa, Millie, eu entendi o que você disse. E fica tranquila, a gente está bem. Nem sei como, mas estamos. 

    -Ok, se você diz... -Suspirei e abri um sorrisinho. -Doeu? -Ri.

    -Eu estou com um saco de ervilhas congeladas na minha bunda agora mesmo, e você está me perguntando se doeu?! -Perguntou e eu ri.

    -Desculpa, eu me preocupo com você! 

    -Assim, sendo sincero, eu acho que a dor que estou sentindo agora é bem pior do que a dor de ontem. -Rimos. -Sério, por quanto tempo eu ainda vou ficar assim? 

    -Logo passa, amanhã você já deve estar melhor. 

    -Você também ficou sem conseguir sentar no dia seguinte, né? -Perguntou e eu ri, ao assentir que sim.

    -Foi um desastre, eu prometi a mim mesma que nunca mais daria atrás.

    -Quebrou a promessa, né? 

    -Há muito tempo. -Rimos.

    -Mas sempre que você decide liberar, é essa dor toda no dia seguinte?!

    -Não, o seu corpo meio que se acostuma. -Respondi. -Pelo menos comigo é assim, mas é claro que também depende.

    -De quê?

    -Ah, acho que de muita coisa. Depende de quantas vezes você faz isso, por quanto tempo, inclusive do jeito como fazem isso em você.

    -O Finn pega pesado com você? -Perguntou e eu ri.

    -Talvez um pouquinho... -Rimos.

    -Meu Deus, Millie.

    -Mas relaxa, ele é carinhoso. Bom, às vezes. -Disse e pensei um pouco. -Enfim, fica tranquilo. Se você e o Jack vierem a ter um relacionamento, ou... somente fizerem coisas sem compromisso, não vai ser nada demais pra vocês. Vão se acostumar rápido. 

    -Hm. -Assentiu que sim. -Essa conversa foi um pouco estranha.

    -E daí?! Me fala sobre isso, o que vai ser de vocês dois a partir de agora?! -Perguntei e ele deu de ombros. -Noah, pelo amor de Deus, decida algo da sua vida!

    -Calma, meu Deus!

    -“Calma” nada, não é tão difícil assim! -Suspirei por frustração. -Por que vocês não namoram logo?

    -Não é bem assim, eu nem sei se ele quer, Millie. -Ele disse, me fazendo cruzar os braços.

    -O garoto pega você, transa com você, e agora você me vem com essa? 

    -Sim, ué, vai que ele não quer nada. 

    -ELE QUER, NOAH, ABRE OS OLHOS! -Disse e ele abriu um sorrisinho pra mim. -O que é?!

    -O jogo virou, né, Millie? 

    -Ah, pronto... 

    -Nossa, o jogo virou feio agora! -Disse e riu da minha cara. -Meu Deus, isso está realmente acontecendo! -Gargalhou e bateu palmas. E eu aqui olhando pra cara dele. -Qual é, ri comigo! -Me deu um empurrãozinho no braço. E eu com os meus cruzados, não achando graça nenhuma. -Não? Ok, não quer rir, já entendi. -Limpou a garganta. 

    -Dá pra levar o assunto a sério?

    -Eu estou levando a sério. 

    -Não está.

    -Estou, Millie, eu só não posso fazer nada se não sei se o Jack quer algo sério. -Ele disse e eu pensei um pouco. -Para com isso, eu conheço essa cara. 

    -Vem cá, será que eu posso resolver isso? Tipo, de uma vez por todas?

    -Lá vem você.

    -Não, é sério, olha aqui. -Peguei na mão dele. -Por favor.

    -Como você quer fazer isso, Millie?

    -Me deixa conversar com o Jack.

    -NÃO! 

    -Ai, Noah!

    -Millie, sério, não. Sério, por favor, não fala nada. -Me segurou no braço, desesperado.

    -Tá, fica calmo! -Ri.

    -Sério, fica quieta aqui, por favor. 

    -Ok, então eu vou resolver isso de outra forma. -Peguei meu celular. 

    -PARA, MILLIE, NÃO MANDA MENSAGEM PRA ELE! -O puxou da minha mão. 

    -Para com isso, eu estou ligando pro Finn! -Reclamei e o peguei de volta.

    -Ah, bom. -Respondeu, e o Finn atendeu. 

    -Oi, Millie.

    -Oi, sobe aqui, por favor. 

    -Tá, to indo. -Respondeu e eu desliguei. 

    -Ai, meu Deus, o Finn tá vindo aqui?!

    -Dá pra ficar calmo? Ele já sabe do que aconteceu.

    -Mas eu estou com medo dele, Millie!
    -Noah, para de drama, tá com medo de quê?!

    -Sei lá, é o Finn! 

    -Ah, uau, que medo! -Debochei e ele abriu a porta.

    -Oi, fala. -Disse e eu me voltei a ele, puta da vida.

    -Você também é foda, né, senta aqui. -Mandei.

    -Gente, eu mal cheguei e já sobrou pra mim. -Fechou a porta e se sentou ao meu lado. -Tá, e por que a bunda do Noah está três vezes maior?

    -Ah, a sua namorada, que enfiou um saco de ervilhas dentro da minha calça!

    -É sério?

    -Ai, enfim! -Suspirei e me voltei ao Finn. -Olha só, o Jack é seu melhor amigo, você deve ser o único com quem ele deve conversar, e eu duvido que ele não te diga nada sobre o Noah. -Reclamei.

    -Ah, diz sim, ontem mesmo ele disse. 

    -E você está quieto, Finn, no meio dessa situação toda?! -O dei um tapa no braço.

    -Ai, mulher!

    -Por que não me contou o que ele disse pra você?!

    -Porque a gente veio pro quarto transar e eu me esqueci, calma! 

    -Não me manda ficar calma, isso é um assunto sério e importante, você não pode guardar essas coisas assim! Nós estamos prestes a unir um casal lindo e histórico aqui, entendeu?!

    -Ok, meu amor, entendi! 

    -Tá, então me diz o que ele te disse ontem!

    -Bom, pelo que eu me lembro, ele me disse sobre ter beijado o Noah depois da festa de casamento do meu irmão, e me perguntou se eu acho que eles dois têm chances. 

    -AI, VIU, VIU?! -Empurrei o Noah ansiosa.

    -Ok, Millie, calma. -Ele respondeu. 

    -EU NÃO VOU FICAR CALMA, O MEU SHIPP ESTÁ ACONTECENDO! 

    -Ok, mas...

    -Noah, pede ele em namoro! -Pedi e o chacoalhei. -Por favor!

    -Meu Deus... -Ele disse.

    -Falta mais o quê?! -Perguntei.

    -Assim, realmente, tem tudo pra dar certo. -Disse Finn. -E vocês sabem disso, mas estão preferindo achar que não, e ficarem enrolando. -E o Noah abriu o sorrisinho de novo.

    -Gente, o jogo virou violento, mesmo. -Assentiu que sim, com cara de convencido. -Estão vendo como é bom, casal? 

    -Noah, não se trata sobre nós, agora. -Cruzei os braços. 

    -Fala sério, Millie, eu esperei por seis anos até vocês finalmente terem alguma porra, foram seis anos! Dizendo tudo isso pra vocês, então agora é a vez dos pombinhos ficarem esperando!

    -Vem cá, você tá falando sério?! -Perguntei.

    -Claro que não, seis anos é coisa pra caralho! Por mais que eu tenha sofrido, sabem?!

    -Tá, então por que vocês dois não conversam sobre isso? -Finn perguntou. -Tipo na moral, mesmo. 

    -Ok, a gente vai conversar. Só que vocês não têm direito de reclamar de nada, porque deram mole um pro outro, aí finalmente se pegaram, transaram, e só depois vieram namorar. Então sosseguem, eu também tenho o direito de ir com calma. 

    -Primeiro: que ninguém aqui foi com calma, ela decidiu me dar depois de dois dias nos pegando. -Ah, vai ver só. 

    -E vem cá, você tá reclamando?! -O dei um empurrão.

    -Claro que não, minha princesa, eu só estou dando um exemplo! -Respondeu. -Até porque, segundo: nem vocês dois foram com calma, Noah, o que rolou ontem não acontece todo dia. -Riu. -E eu duvido que vocês esperavam por aquilo.

    -Não, não esperávamos.

    -Então pronto. Para de enrolar e vai conversar com ele. -Pediu.

    -Tá bom, gente, eu vou. -Suspirou. -Mas antes eu preciso conseguir sentar, pelo menos.

    -E o outro também, a situação tá péssima. -Riu. 

    -Tá, ok... -Suspirou. -Eu vou pro quarto, daqui a pouco a gente sai pra dar uma volta com a galera.

    -Ok, de boa, qualquer coisa chama.

    -E não tira o saco das ervilhas. -Pedi.

    -Tá, pode deixar. -Respondeu e saiu do quarto. 

    -Ai, ai, que situação... -Riu e assentiu que não. Até que me admirou. -Que cara é essa, o que houve?

    -Quer saber o que houve? -Perguntei estressada. 

    -Quero. -Respondeu, mas fiquei quieta na minha. -Foi alguma coisa que eu fiz? -Perguntou e eu cruzei os braços, ao rir de deboche.

    -Não, você não fez nada. -Assenti que não. -Não fez nada. -Respondi e suspirei estressada. E ele quieto, me irritando mais ainda. Mas me irritando muito, por que é que ele não diz nada?! -Vem cá, você vai continuar achando que não fez nada, né?! 

    -Como assim, você acabou de dizer que eu não fiz nada!

    -Não, realmente, você não fez nada! -Respondi. -Você não fez nada, absolutamente nada! -Me levantei irritada e fui para o outro lado da cama. -Você não fez nada, fui eu que fiz. -Disse e me deitei de costas pra ele, ainda puta da vida. E ELE QUIETO, PRA VARIAR.

    -Millie, será que você pode me dizer o que houve?

    -Ah, agora quer que eu diga o que houve?! -Debochei e me virei pra ele. -Agora quer saber o que houve, né?!

    -Quero, Millie, eu já disse que quero!

    -Olha o seu tom comigo, abaixa! 

    -Mas eu não mudei o tom!

    -Vai continuar sendo grosso?! -Levantei as sobrancelhas.

    -Millie, pelo amor de...

    -Vai?! -Assenti o indicador pra ele, então deu um suspiro.

    -Tá bom, olha aqui... -Me acariciou na perna.

    -Sai, não começa! -Me afastei.

    -Millie, eu só quero que você fique calma!

    -E EU NÃO QUERO FICAR CALMA!

    -Por que não?!

    -PORQUE EU ODEIO QUANDO VOCÊ ME MANDA FICAR CALMA, SÓ ME DEIXA MAIS NERVOSA!

    -Tá bom, então para de gritar!

    -EU NÃO ESTOU GRITANDO! -Disse e cruzei os braços. 

    -Millie.

    -O que é?!

    -Você tá de TPM? -Perguntou, me fazendo rir de deboche. 

    -Ah, pronto, era tudo o que faltava. -Ri e bati palmas. -Tudo, tudo o que faltava.

    -É a única razão pra você estar assim, meu amor. 

    -Ah, então agora eu que estou “assim”?! -Perguntei e ele suspirou. -Você nunca faz nada, né, Finn, realmente, sou eu que sempre estou “assim”. -Assenti que sim. -Pra você ou eu estou de TPM, ou eu estou “assim”. 

    -Gente, eu só...

    -Não, você está certo, eu que estou errada. -Assenti que sim outra vez.

    -Millie, olha pra mim. -Pediu. 

    -Sai.

    -Só olha pra mim. -Se aproximou de mim. -Pelo amor que você tenha a Deus, me diz o que aconteceu. -Pediu. -Só me diz o que houve. -Então eu revirei os olhos e suspirei irritada. 

    -Houve, Finn, que eu nunca mais faço sexo com você. -Respondi irritada. -Nunca mais. -Disse e ele franziu a testa.

    -Tá, e por que disso?

    -Ah, por que disso?! -Debochei. -Por que será?! 

    -Não sei, eu quero saber!

    -Então saiba que talvez seja porque eu decidi te dar “depois de dois dias nos pegando”, então agora eu nunca mais vou te dar! -Disse estressada. -Satisfeito, está feliz agora?!

    -Meu amor, esquece isso, Millie! -Riu abafado. 

    -Eu ainda não terminei! E não, eu não vou esquecer isso, porque você acha que eu sou uma piranha, uma dada, uma oferecida! -O empurrei. 

    -Que isso, Millie, quando que eu disse isso?!

    -Eu só quis demonstrar o meu amor por você! -Enchi o braço dele com tapas.

    -Ok, meu Deus, calma! -Me segurou nos braços. -Nossa, você realmente está de TPM!

    -NÃO, EU NÃO ESTOU DE TPM, POR QUE É QUE TUDO PRA VOCÊ EU ESTOU DE TPM?!

    -Porque você está de TPM, Millie, eu sei que está!

    -NÃO JUSTIFICA, VOCÊ ACHA QUE EU SOU UMA PUTA! -Me sentei no colo dele cheia de raiva. 

    -Ai, meu pai, socorro!

    -E QUE EU SOU PIRANHA, VOCÊ ACHA ISSO! -Bati nele mais ainda.

    -Não, meu amor, é claro que não! 

    -ENTÃO SAIBA QUE A PUTA AQUI VAI FAZER GREVE, PORQUE VOCÊ ME IRRITA, VOCÊ ME TIRA DO SÉRIO! VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO... -E chegou uma mensagem da Mary no meu celular. -Ai, amor, é um vídeo da Alison! -Disse cheia de amores e abri a mensagem para a gente ver.

    -Meu Deus...

    -Ai, olha, amor, olha! -Abri um sorriso, enquanto víamos ela, vestindo as botinhas e roupinhas bem quentinhas, estando sentada na neve toda feliz. -Owww, ti linda de mamãe, tão linda de mamãe... -O abracei, ainda em seu colo e assistindo o vídeo, com lágrimas nos olhos. 

    -Alison! -Ouvimos a voz da Mary, que estava filmando. -Você gosta da neve, querida?! Mostra pro papai e pra mamãe como você gosta! -Disse e ela riu bastante, mexendo naquela neve toda. E eu já chorando. 

    -Ela adorou essa neve toda, com certeza. -Ouvimos a voz do Nick e ele se sentou ao lado dela. -Fala pro papai e pra mamãe que agora você vai almoçar com a gente no restaurante, e que se comer tudo vai num parquinho bem legal com seus tios, fala. 

    -Papai, mamãe! -Ela riu e bateu palminha, fazendo eles rirem. E até nós rimos.

    -Dá “tchau” pra eles. -Pegou na mãozinha dela. -Tchau! -Acenou e a Mary parou de gravar. 

    -Ai, tá tão linda a nossa gatinha, amor, a gente que fez... -Disse manhosa e emocionada, e abracei ele com bastante força.

    -Eu sei, meu amor, calma...

    -Viu como ela está feliz, está tão linda de mamãe! -Enxuguei as lágrimas. -Eu te amo, amor, te amo muito. -O enchi de beijos, e carinho nos cabelos. -Obrigada por ter me dado a nossa filha... -E o enchi de mais carinho.

    -De nada, e eu também te agradeço, tá? -Enxugou os meus olhos. -Pronto, já passou. 

    -Desculpa por brigar e bater em você, eu acho que estou de TPM. 

    -É, eu sei que você está. -Me acariciou. -Será que foi por isso que ontem você se revoltou com todo mundo? -Perguntou e eu dei de ombros.

    -É bem provável.

    -Pois é, vai ver nós descobrimos o que aconteceu. -Respondeu. Então eu enchi de beijos no rosto. 

    -Te amo.

    -Eu também te amo. -Me acariciou. -E eu nunca disse que você é puta ou piranha, tá ouvindo? 

    -Ah, eu acho bom, eu acho bom mesmo. -Me levantei estressada. -Caso contrário, vai se ver comigo. -Disse e fui para o banheiro. 

    -Ih, meu Deus do céu... 

    -Quê que foi, hein? -Voltei para o quarto e cruzei os braços.

    -Nada, Millie, nada.

    -Não, agora você fala. -Pedi e ele suspirou, com cara de convencido.

    -Estava só pensando, Millie, que você não é pra qualquer um não, mulher. -Respondeu e eu fiquei quieta. -Não é qualquer um que dá conta, sabia? -Abriu um sorrisinho. 

    -O que quer dizer?

    -Que você é surtada, mas eu te amo. -Disse, me fazendo levantar as sobrancelhas e assentir o indicador pra ele.

    -Você, Finn Wolfhard, tem muita sorte de conhecer a mulher que tem. 

    -Ah, e eu sei disso muito bem. -Riu.

    -Sabe, né? 

    -Mas é claro que sei. -Me olhou de cima a baixo. -Fica toda sexy assim toda cheia de marra, sabia? -Abriu um sorriso, me fazendo rir de deboche de assentir que não.

    -Espertinho do cacete. -Respondi e voltei para o banheiro.

    -Gostosa! -Ele disse num tom alto para eu ouvir, e eu ouvi sim. Deixem ele comigo, só deixem. 

    Então eu fui escovar os dentes e me arrumar pra gente sair todos juntos, já que eles também deviam ter ido fazer o mesmo. No caso eu só vesti um biquíni e um short jeans qualquer por cima, e os meninos também vestiram algo mais fresco, porque o calor está demais. 

    Nós pegamos todo o necessário e fomos ver as opções que tínhamos na garagem, e eram três bicicletas e um patinete. Noah e Caleb ficaram com as bicicletas, Gaten escolheu o patinete, eu e Sadie vestimos os patins que já tínhamos, e o Finn e o Jack ficaram com os skates, já que é a paixão deles. 

    E lá fomos nós sete mais o Doug, preso na coleira sendo guiada por mim, deslizando as rodas pela enorme e estreita rua vazia desse condomínio enorme. Porém não era larga, então não cabiam nós sete um do lado do outro. Sendo assim, o Finn e o Jack ficaram na frente com o skate, fazendo milhares de manobras o tempo todo. Eu e Sadie ficamos atrás deles, junto do Caleb na bicicleta, e um pouquinho atrás vinham o Noah e o Gaten. Mesmo assim, estava bem divertido. 

    -Bora, galera, vão ficar pra trás! -Jack nos chamou e pegou mais impulso no skate.

    -Calma, você se esqueceu de que eu estou com o meu cachorro na coleira?! -Ri com a Sadie.

    -Millie, quer que eu leve ele? -Finn se voltou a mim, em cima do skate. 

    -Não precisa, está de boa. -Ri e ajeitei os óculos escuros. -Né, meu bebê peludo?! -Sorri e acariciei o Doug.

    -Eu não tenho pressa pra nada, estou ótimo apreciando a vista da praia! -Caleb respondeu, pedalando pleníssimo.

    -Eu também, essa sensação é ótima! -Gaten concordou.

    -Realmente, agora eu sei o porquê que os meus pais passaram a metade da vida aqui! -Noah disse e nós rimos. 

    -E eu quero saber qual vai ser o casal que vai comprar uma casa aqui pra a gente passar a metade da vida fazendo isso! -Caleb riu com a gente.

    -Finn e Millie, óbvio! -Jack riu.

    -Lá vem. -Finn riu de volta.

    -É, gente, façam isso! -Se animaram. 

    -Gente, uma coisa de cada vez, nós ainda estamos finalizando as coisas sobre a nossa mudança pra casa nova. -Finn respondeu.

    -É, são ansiosos demais. -Ri.

    -Eu sou é ansioso pra conhecer essa nova mansão, isso sim! -Disse Caleb.

    -Porra, pode crer! -Noah concordou. 

    -Relaxa, vocês vão conhecer. -Finn respondeu.

    -Quando?!

    -Quando nós nos mudarmos, pode ser?

    -E pra quando essa mudança está prevista? -Sadie perguntou.

    -Pro ano que vem. -Respondi.

    -Agh, falta muito! -Gaten reclamou.

    -Claro que não, já estamos em outubro! -Ri. 

    -E daí, vai demorar! -Disse Jack. 

    -Só pra saber, há alguma possibilidade de passarmos o ano novo na mansão nova? -Caleb perguntou animado. 

    -Não, porque nós só vamos assinar os documentos em janeiro. -Respondi.

    -Poxa.

    -Ai, gente, relaxa. Nós ainda vamos passar milhares de natais e viradas de ano lá, até parece que não sabem! -Disse.

    -E nós vamos estar em todos?! -Noah perguntou.

    -Claro! 

    -Ah, bom.

    -Aí, Finn, bora outra agora! -Jack o chamou.

    -Bora. -Responderam e fizeram outra manobra juntos. -Ihh, boa, mano!

    -Foda, essa foi boa! -Riram e bateram as mãos. 

    -Até caírem... -Assenti que não e ri com Sadie.

    -Mas eles são bons nisso.

    -Claro que são, o Finn faz isso desde criança. -Rimos. -O pior você não sabe, já falou comigo uma vez sobre levar a Alison pra dar “uma voltinha” de skate com ele. -Disse e ela riu.

    -Sério?!

    -Seríssimo, falei logo: “Vai sim, quando eu morrer você vai.” -Rimos. -Até parece.

    -Ah, Millie, mas o Finn é tão cuidadoso com a Alison! -Riu.

    -Eu sei que é, mas tudo pode acontecer. Se quiser levar, ok, mas antes veste a criança no plástico bolha, pra não ter problema. -Rimos. 

    E então nós continuamos o passeio, estava incrível. Era um fim de tarde lindo de Sol, com aquele fresquinho que batia, enquanto corríamos com os patins, skates, e tudo mais. Era um momento de liberdade incrível, nós estávamos nos divertindo bastante. Porém existia um perigo: estávamos todos em cima de rodas, um colado no outro. Se um cair, já era. E parece que eu estava adivinhando o que iria acontecer, bem no momento onde eu disse: “até caírem”. 

    -Aí, galera, eu vou gravar esse momento. -Jack pegou o celular do bolso e o levantou um pouco, para gravar a galera toda, ainda em cima do skate.

    -Jack, só não cai. -Finn riu.

    -Eu não vou cair, até parece que... AI, ABELHA! -Se debateu e caiu do skate, quase derrubando o Finn. Mas ele conseguiu pular para fora do skate na hora, o problema era que...

    -Finn, sai da frente! -Pedi desesperada e dei com tudo nele. Até tentou me segurar, mas nós dois caímos feio no chão. -Ah, minha mão!

    -Ai, porra! 

    -Ah, não! -Sadie tropeçou no skate jogado e caiu perto de nós.

    -Jack, tira o skate do meio! -Caleb se desequilibrou e freou a bicicleta no mesmo segundo.

    -CALEB, NÃO PARA ASSIM! -Noah o atropelou e caiu com a bicicleta para o lado, derrubando o Gaten por último, que estava bem perto dele.

    -AI, CACETE! -Ele reclamou.

    -MINHA PERNA, MINHA PERNA! -Ouvi a voz do Noah.

    -NOAH, TU ME ATROPELOU?! -Caleb perguntou.

    -DESCULPA, VOCÊ FREOU DO NADA!

    -CLARO, OLHA A MERDA AQUI NO CHÃO! -Assentiu para todos nós caídos aqui na frente.

    -Ai, cara... -Finn suspirou.

    -Nossa, nós caímos feio... -Sadie suspirou e se levantou. -Quase ralei as mãos. -Bateu uma na outra.

    -Desculpa, galera, foi o reflexo. -Jack se levantou com expressão de dor.

    -Tá todo mundo bem? -Sadie perguntou.

    -Mais ou menos, né, eu acabei de ser atropelado! -Caleb reclamou.

    -E eu acabei de levar uma porrada de bicicleta na minha perna! -Disse Noah.

    -E eu levei uma porrada de Noah no corpo todo! -Gaten se levantou. -Mas acho que estou bem. -Massageou o ombro.

    -É, eu também. -Noah suspirou.

    -Eu ralei minha perna.

    -Foi mal, Caleb.

    -Ok, de boa. 

    -O que rolou ali, deu problema? -Gaten perguntou, ao assentir para mim e o Finn, já que eu estava aqui no chão cheia de dor. 

    -Gente, vocês estão bem? -Caleb perguntou preocupado. 

    -Mais ou menos, deu ruim aqui. -Finn respondeu ao meu lado.

    -O que houve?! -Noah perguntou.

    -Eu caí em cima da minha mão machucada. -Respondi, enquanto segurava no meu antebraço, ainda sentada no chão. 

    -Nossa, está sangrando muito! -Disse Jack.

    -Tinha alguma coisa no chão? -Sadie perguntou. 

    -Não, ela só deve ter batido com força. -Finn respondeu, enquanto analisava aquela gaze toda ensanguentada. -Posso tirar? -Perguntou e eu assenti que sim, com expressão de dor. Então começou a tirar de minha mão.

    -Ai, ai! -Suspirei de dor. 

    -Tá doendo?

    -Sim, muito...

    -Calma, está acabando.

    -Ok, vai logo, por favor. -Suspirei e joguei minha cabeça para trás, ao apertar os olhos. Então o Doug veio pra cima de nós e nos encheu de lambidas, estando meio nervoso com a situação. -Sai, Doug. -O afastei.

    -Pera aí, garotão, sai de cima. -Finn o afastou e Jack o segurou na coleira. -Ele fica nervoso, achando que eu estou machucando a Millie.

    -Tadinho, só quer proteger. -Noah o acariciou. 

    -Pronto, tirei. -Ele disse.

    -Tá bem feio isso. -Disse Caleb.

    -É melhor lavar. -Disse Gaten.

    -Quem está com a água? -Finn perguntou. 

    -Eu, toma. -Sadie o entregou a garrafa e ele a abriu, jogando a água ali na minha mão para lavar.

    -Dói? 

    -Alivia um pouquinho. -Respondi, ainda bem desconfortável. 

    -Pronto, vamos deixar sem gaze pra respirar um pouco. -Disse Finn. -É melhor. 

    -É, só deve estar sangrando assim porque acabou de bater. -Sadie respondeu.

    -Fora isso, está tudo bem? Se machucou? -Perguntaram. 

    -Não, eu estou bem. -Sorri de canto. -Obrigada, gente.

    -Vem cá. -Finn me levantou por debaixo dos braços. 

    -Sobrou água? -Caleb perguntou. 

    -Sim, toma.

    -Valeu. -Pegou a garrafa e jogou um pouco de água no ralado em sua perna.

    -Nossa, que tombos foram esses, hein. -Sadie riu.

    -Porra, nem fale. -Finn riu de volta.

    -Detalhe, eu gravei tudo. -Jack respondeu e nós rimos. 

    -Aí, Finn. -Caleb o chamou.

    -Valeu. -Pegou a garrafa de volta, e eu notei um ralado enorme na costela dele.

    -Ei, ei, ei, o que foi isso?! 

    -O quê? -Perguntou e eu o analisei melhor. 

    -Você está todo machucado aqui, não está doendo?!

    -Ah, eu senti arder um pouco, mas achei que fosse só um arranhão.

    -Cadê, gente? -Perguntaram e eu virei o corpo do Finn. -Eita, caralho.

    -Nossa, gente, meu Deus.

    -Finn, como é que você se machuca assim? -Peguei a garrafa.

    -Porra, você viu o jeito como a gente caiu?! -Perguntou e eu acariciei em volta do machucado, só pra ver se só tinha aquele. -O seu peso foi todo pra cima de mim, não é à toa que deve ter ralado feio.

    -Pois é, tá bem machucado... -O analisei e derramei um pouco de água ali, o ouvindo suspirar.

    -Tá ardendo pra caralho.

    -É, vai arder um pouquinho. -Lavei mais um pouco. -Tá vendo, eu mandei vestir a camisa. 

    -Po, Millie, mas tá um calor do cacete. 

    -Ok, mas talvez teria machucado menos. -Terminei de lavar e dei um beijinho ali. -Pronto, vai passar. 

    -Obrigado.

    -Iti, fofa, ela.

    -Tá vendo o porquê que eu não quero a Alison andando de skate? -Perguntei para a Sadie e nós rimos. Então eu peguei a coleira do Doug e ele veio pular em mim todo feliz. -Pronto, amor, mamãe está bem, tá? -O acariciei bastante. -Pronto, não precisa ficar nervoso. 

    -Bom, galera, a rua termina logo ali na frente, porque já é a praia. -Noah disse. -Querem dar a volta para irmos pra casa? 

    -Ah, por mim tudo bem. -Sadie respondeu.

    -É, nós já andamos isso tudo, mesmo. -Disse Gaten.

    -E eu confesso que estou ficando com fome. -Caleb respondeu e nós rimos.

    -Bom, se quiserem, vão indo na frente. -Disse. -O Doug está com muito calor, nós pensamos em dar um banho de mar nele. 

    -Ow, que lindo!

    -A praia aceita cachorros? -Finn perguntou.

    -Acho que sim, mas relaxa, gente, só temos nós aqui. -Noah riu.

    -Beleza, a gente fica por uns dez minutinhos na praia e já voltamos. -Ele disse.

    -Ok, sabem como chegar em casa, né?

    -Sim, é só refazer o caminho todo. -Respondi. -E pra chegar na praia, é só continuar seguindo, né?

    -Isso.

    -Beleza, a gente se encontra lá na frente.

    -Valeu, galera! -Caleb acenou. 

    -Tchau, pessoal! -Acenei de volta e eles se afastaram. 

    -Jack, agora você vai atrás. -Ouvi o Noah dizer. 

    -Qual é, foi uma abelha! -Ele respondeu, nos fazendo rir. Então seguiram o caminho deles.

    -Como está a sua mão? -Finn me perguntou. 

    -Está melhor, agora. 

    -Bom, me dá aqui, deixa que eu levo o Doug. -Pegou a guia da coleira dele. -Está ansioso pra tomar banho de mar, garotão?! -O acariciou e nós rimos.

    Então nós demos as mãos e começamos a ir juntos com rumo à praia, eu nos patins e ele no skate, guiando o Doug com a gente. E assim nós fomos até chegarmos lá, e até que foi bem rapidinho, mesmo que nós tenhamos ido sem pressa alguma. 

    -Ok, chegamos. -Disse e retirei os patins, enquanto o Finn retirava a guia da coleira do Doug.

    -Vai brincar, garotão. -O deu dois tapinhas e lá foi ele, correr todo feliz pela areia, nos fazendo rir.

    -Ele está se divertindo muito. -Sorri. 

    -É, está doidinho, esse cachorro. -Riu comigo e nós demos as mãos, após ele segurar o skate, e começamos a andar pela areia. 

    -Que paz incrível esse lugar tem. -Sorri e respirei fundo aquele cheirinho de mar. -É muito bom.

    -Realmente, se a gente for comparar a vibe daqui com a vibe de ontem à noite... -Rimos. 

    -Pois é, mas que bom que essa viagem conseguiu acontecer. -Apoiei a cabeça em seu braço, ainda andando com ele. -Eu sabia que seria especial. 

    -Sim, eu também estou adorando. Pelo visto, todo mundo, né. -Rimos. -Mas o que me deixa mais feliz ainda é saber que todos nós saímos ganhando, sabe? Eu e você estamos aqui nos divertindo, o Doug está se divertindo, e a Alison está vivenciando uma experiência incrível agora. E sendo sincero, isso é tudo pra mim. 

    -Eu sei, eu também estou muito feliz e confortável com isso tudo. -Respondi. -Eles estão felizes, e é isso o que importa. -Disse e admirei o Doug na beirinha do mar, pulando naquela água toda, já estando encharcado. -Olha ele, está se refrescando. -Ri e o Finn o admirou, rindo em seguida. Então aproveitamos que o Doug já estava se divertindo por ali e nos sentamos na areia, ao deixarmos também os patins e o skate ali. E tudo que eu fiz foi me aconchegar bem ao lado do Finn, após ele passar o braço por trás de mim e me encostar nele, agora fazendo carinho em meu braço, enquanto assistimos o filhote grandão se divertir. 

    -Eu preciso conversar com você. -Suspirou, me fazendo o admirar no mesmo segundo.

    -Aconteceu alguma coisa? 

    -Sim, aconteceu. -Me admirou de volta. -Uma coisa muito séria. -Ai, meu Deus.

    -O quê, o que aconteceu, Finn? -Perguntei desesperada, e ele segurou no meu rosto em seguida, me admirando por alguns segundos. 

    -Aconteceu, Millie, que você é muito linda, meu amor. -Sorriu de canto e riu da minha cara.

    -Mas que ridículo, você quer me matar do coração?! -Afastei o braço dele à força, e ele rindo. Até eu ri. -Nunca mais faça isso, Finn, nunca mais! -O empurrei e ri em seguida, só porque ele ainda ria.

    -Ok, calma. -Respondeu e suspirou, ao parar de rir. -Eu quis brincar com você, mas eu realmente preciso conversar contigo. 

    -Ah, e eu devo acreditar?! -Brinquei.

    -Sim, Millie, é sério. -Riu e me acariciou.

    -Ok, então diz. -Pedi. -Mas agora é sério, aconteceu alguma coisa?

    -Não, relaxa, não é nada demais. -Respondeu e me admirou. -Se lembra daquelas semanas antes do aniversário da Alison? Que eu fiquei muito ocupado com o trabalho e me estressando o tempo todo? 

    -Sim, você me disse que era sobre a banda, e que logo ficaria tudo bem, quando vocês resolvessem o que precisavam resolver. 

    -Pois é. E realmente era isso, não era nada entre você e eu, como você achou, e nem nada do tipo. Então pode ficar tranquila.

    -Que bom, porque você estava me preocupando bastante. -Rimos. -Mas então, me diz o que está acontecendo.

    -Então, de uns dias pra cá eu e a galera finalmente resolvemos tudo o que era preciso, e... -Deu um breve suspiro e assentiu que não. -Nós vamos terminar a banda. -Ele disse. -Vamos parar de tocar. -Continuou, e eu só o admirando. 

    -Eu já sabia disso, amor.

    -Como assim?

    -Digo, não sabia, mas eu esperava por isso. -Respondi. -Eu acordo e durmo com você todos os dias, Finn, eu venho percebendo como anda a sua rotina em relação à música, em relação aos meninos, aos shows de vocês... -O acariciei. -E eu sabia que isso iria acabar acontecendo. 

    -É, eu também sabia. -Respondeu. -Todos nós, na verdade. 

    -Mas agora eu te pergunto. -Disse e ele me admirou. -Você chegou à essa conclusão por causa da Alison? -Perguntei e ele pensou um pouco.

    -Eu acho que foi por causa de tudo, Millie.

    -Como assim?

    -Ah, você sabe. Eu e você agora temos uma vida juntos, nós estamos com outras prioridades agora, e...

    -Ei, não, Finn. -O acariciei no rosto. -Não, amor.

    -O quê?

    -O que foi que eu te disse uma semana antes de nos mudarmos? Enquanto você acariciava a minha barriga, antes da gente dormir? -Perguntei e o acariciei. -Eu te disse que nós estávamos prestes a levar uma vida juntos, e que a nossa filha nasceria em breve. Mas que não seria por isso que você tinha que deixar de fazer o que você ama. -Disse e ele me admirou. -Eu não quero que você se prive do que você sempre gostou de fazer por mim ou pela nossa filha, você não precisa fazer isso. 

    -Mas eu quero, Millie. -Respondeu. -Eu sei que não preciso me privar disso tudo, mas as coisas agora são outras. São diferentes, a vida continua, e agora a minha também tem que continuar. -Me acariciou. -Se eu sei que posso parar de fazer uma coisa que eu já fiz demais na minha vida para acompanhar o crescimento da minha filha, pra estar mais presente na vida dela, então eu vou. -Ele disse.

    -Você sempre está presente na vida dela, amor, sempre. 

    -Sim, e eu quero continuar estando o máximo possível. -Respondeu. -É uma vontade minha, Millie, estar com ela, crescer com você... -Disse e pensou um pouco. -São prioridades da minha vida no momento, eu fiz uma escolha. 

    -Claro, e eu apoio todas as escolhas que você fizer. -O acariciei no rosto. -Sempre, desde que te façam bem, Finn. 

    -E você acha que isso não me faz bem, Millie?! -Riu e me admirou. -Eu já aproveitei muito fazer parte de uma banda, aproveitei até demais. E eu tenho orgulho disso, sempre vou ter, mas agora é a vez de eu aproveitar outras coisas. Coisas do seu lado, do lado da Alison, e tudo mais. -Me acariciou.

    -Você tem certeza disso? 

    -Absoluta. -Assentiu que sim. -Eu não vou desistir da minha carreira e nem dos meus estudos, é claro que não. Eu ainda pretendo ir pra faculdade e tudo mais, você sabe, mas tirar a parte de shows, ensaios e turnês da minha rotina vai ser um alívio. -Riu. 

    -É, eu sei que vai... -Ri de volta. -Bom, se isso vai te fazer feliz... -Suspirei. -Então saiba que eu estou aqui pra te apoiar. -Disse e ele sorriu de canto. -Sabe que eu sempre vou te apoiar, não sabe? -O acariciei no rosto. 

    -Sei. -Respondeu, sem desfazer o sorriso. 

    -E sabe que mesmo que desista da banda, eu ainda vou sempre ser a sua fã número um, não sabe? -Perguntei e nós rimos. 

    -É claro que eu sei. -Me acariciou. -Mas não pense você que eu nunca mais vou tocar guitarra dentro de casa, tá?! 

    -Ai, não... -Assenti que não e nós rimos. 

    -Nem vem, você adora ouvir, que eu sei.

    -Eu adoro, quem odeia é o peludo ali. -Assenti para o Doug, que estremecia os pelos molhados, nos fazendo rir. -Como o pessoal da banda está, em relação a isso?

    -Estão bem, nós todos chegamos num acordo juntos. 

    -E vocês nem vão fazer um último show? 

    -Sim, nós vamos. -Suspirou e me acariciou. -E eu ia te falar sobre isso agora. 

    -Ok, então me fala. 

    -Nós vamos começar a ensaiar em duas semanas. E estamos resolvendo com a produção sobre o tour começar em dezembro, no dia primeiro, e terminar no dia vinte e quatro. 

    -Não vou estar com você no dia do seu aniversário? -Lamentei e o acariciei.

    -Pois é, vai ser muito difícil da gente voltar antes. Você sabe como as turnês são apertadas pra gente.

    -É, eu sei... -Lamentei.

    -A não ser que você vá comigo, mas eu sei que em dezembro a sua agenda está lotada. -Disse e eu assenti que sim.

    -Vão ser duas reuniões com a minha equipe, uma semana inteira de meets da Florence, um projeto com a Unicef agendado, e uma semana inteira das minhas últimas provas. -Respondi. -E detalhe, tudo isso com a Alison no colo.

    -Quer que eu dê um jeito dela ir comigo?

    -Não, de jeito nenhum. Eu me viro. -Suspirei. -Eu só me preocupo com ela sentindo a sua falta por quase um mês inteiro. 

    -É, eu sei... -Suspirou. -Olha, relaxa, eu ainda vou me encontrar com os meninos e com a produção. E vou ver se tem como a gente diminuir essa quantidade de dias. 

    -Por onde seria o tour?

    -Canadá. 

    -Já imaginava. 

    -Bom, pelo menos ainda é começo de outubro, e ainda tem tempo até a gente decidir tudo. -Passou o braço por trás de mim e me aconchegou nele. -E seja como for, vai ser a última vez. 

    -E você vai me prometer que vai aproveitar cada segundo dessa última vez. -Apoiei a cabeça em seu ombro. -Por mim e pela sua filha. 

    -É claro, sempre. -Me acariciou no braço. -E já que vocês não vão conseguir ir comigo, eu vou fazer questão de dedicar o show inteiro a vocês duas. -Disse e eu o admirei.

    -Mesmo? -Perguntei e ele assentiu que sim.

    -É uma promessa. -Respondeu e me beijou na cabeça, me fazendo rir. Então meu celular começou a tocar, e eu o retirei de dentro do meu short para atender. 

    -É a Kristen. -Franzi a testa.

    -O que será que ela quer? -Perguntou e eu dei de ombros. 

    -Alô? -Atendi. 

    -Millie?

    -Oi, Kristen!

    -Oi, como estão? 

    -Estamos bem, e os meninos?

    -Estão ótimos, também. -Riu.

    -Que bom. -Sorri.

    -Então, Millie, eu te liguei pra conversar sobre o Doug e a Chandon, mas não sei se você está ocupada. -Ela disse, me fazendo franzir a testa. Então admirei o Finn e coloquei a ligação no viva-voz. -Está podendo falar?

    -Ah, sim. Claro, eu posso falar, aconteceu alguma coisa entre o Doug e Chandon? -Perguntei e o Finn franziu a testa.

    -Então, como você sabe, eu sou veterinária.

    -Sim. 

    -E eu comecei a notar algo estranho no comportamento da Chandon ultimamente, desde o dia em que a levamos no aniversário da Alison. 

    -Mas como assim, ela está bem?

    -Sim, agora está. Eu achei que ela pudesse ter comido alguma besteira sem querer, algum salgadinho, mas não batia com o que estava acontecendo. Então eu decidi fazer um ultrassom de emergência nela, e descobri que está grávida. -E eu e Finn nos olhamos no mesmo segundo, com os olhos arregalados, e desesperados. -Ela está há dez dias com sintomas da gravidez canina, e eu reparei ontem que as mamas dela começaram a inchar. Então eu não quis mais esperar e decidi tirar a dúvida de uma vez, eu mesma tenho os aparelhos aqui em casa, então acabei a medicando. 

    -Ah... -Continuei olhando pro Finn. -M-mas você tem certeza de que... os filhotes são do Doug?

    -Sim, eu ainda não consigo ter a prova através do ultrassom, e nem de quantos filhotes serão, mas ele foi o único com quem ela teve contato após o segundo cio. Não se encontrou com mais nenhum outro cachorro. 

    -Ah, sim... -Assenti que sim e limpei a garganta. -Bom, olha, me desculpa, Kristen. Eu não sei vocês queriam isso, não sei o que pode acarretar à Chandon, mas...

    -Ah, não, não se desculpe! -Ela riu. -Está tudo bem, nós estamos felizes pela Chandon, os dois têm o mesmo porte, isso não fará mal nenhum a ela. E eu estou a observando por vinte e quatro horas, então ela está ótima. E os filhotes também. 

    -Claro, sim, isso é ótimo. -Ri um pouco. -Que bom que ela está bem, eu vou contar a novidade pro Finn, ele vai ficar bem surpreso e feliz. -Rimos. 

    -Bom, então eu só estou te ligando para avisar sobre isso. E eu gostaria de que me ligasse quando estiver disponível, sem pressa alguma, assim a gente marca uma consulta de graça para o Doug aqui em casa, só para checar a saúde dele e ter certeza de que isso não vai interferir nos filhotes. E também para tomarem um vinho aqui em casa se quiserem, é claro. -Rimos. 

    -Ótimo, nós queremos sim. Eu te ligo assim que possível.

    -Tudo bem, eu estarei no aguardo. 

    -E me mande notícias da Chandon.

    -Claro, eu mando. -Riu.

    -Tchau, Kristen, manda um beijo pros meninos.

    -Obrigada, beijos em todos, também. -Respondeu e eu desliguei, então me voltei ao Finn desesperada. 

    -É isso mesmo?! -Franziu a testa. 

    -Sim, é isso mesmo!

    -O Doug engravidou a vizinha?!

    -Sim!

    -Meu Deus, e ela vai ter milhares de filhotes com a cara dela e do Doug?! 

    -Sim!

    -Cacete, Millie, como isso aconteceu?! E quando?!

    -Eu não sei, teve um momento no aniversário da Alison que eu fui guardar um dos presentes dela, e os dois desceram as escadas sozinhos, eu só me lembro disso!

    -Meu Deus, Millie, eles fizeram oba-oba na nossa cama?! 

    -Ai, Finn, eu não sei!

    -Gente, o Doug é só um filhote de um aninho! 

    -Tá falando do quê, com seis meses ele trepava com a cadeira! 

    -E com as nossas pernas!

    -Pois é! -Respondi e nós suspiramos. -Assim, eu estou bem feliz e emocionada, só estou um pouco chocada! -Ri.

    -Eu também, Millie, nós vamos ser avós! -Disse e eu o empurrei.

    -Para com isso, eu tenho dezoito anos! 

    -E já é mãe!

    -E você é pai!

    -Eu sei!
    -Então pronto! -Terminei e nós suspiramos, outra vez.

    -Ai, ai, filhotes do Doug... -Riu abafado. -Essa é nova.

    -Ow, amor, mas vai ser tão fofo! 

    -Vai, é?

    -Claro que vai! A Chandon é toda branquinha de pelos felpudos, imagina, filhotes felpudos da cor do Doug! Iti, mamãe já quer! 

    -Pera aí, você quer mesmo ficar com um dos filhotes? -Me admirou e eu pensei um pouco.

    -Essa pergunta foi séria?

    -Eu que te pergunto, o que você disse foi sério? 

    -Ah... -O acariciei. -Por que não? -Abri um sorrisinho. 

    -Mais um cachorro, Millie? 

    -Não fala assim, é um filhotinho do seu neném.

    -Sim, um filhotinho por um mês, o Doug e a Chandon têm o mesmo porte. O “filhotinho” vai virar no mínimo um outro Doug. 

    -E vem cá, por acaso você se esqueceu de que estamos prestes a morarmos em uma mansão? -O acariciei. -Espaço é o que não vai faltar, para dois cachorros grandes. 

    -Eu sei, Millie, mas a gestação de uma cadela só dura dois meses. Em dois meses nós ainda não vamos ter nos mudado. 

    -Mas até o filhote crescer, sim. -Disse e ele pensou. -Vai, amor, vai ser um filhotinho do nosso filhote... -O acariciei manhosa. -Um deles pode querer morar com o papai, e o Doug tem direito de conviver com um bebê dele. 

    -E será que a Alison gostaria disso?

    -A Alison ama os bichinhos, amor, ela ficou doida de amores pelos amigos do Doug no aniversário dele. -Respondi. -Até parece que não sabe que ela iria adorar. 

    -Tá, daí a gente adota outro filhote, nos mudamos, e o Tyler chega. Como que fica?

    -Dois cachorros e duas crianças em casa, simples. 

    -Ah, simples. -Debochou. 

    -Pera aí, então você quer o Tyler?! -Sorri animada. 

    -Eu nunca disse que não queria.

    -Mas então nós podemos ter outro bebê quando nos mudarmos?! 

    -Vamos esperar a gente se adaptar à casa nova com a Alison, e aí a gente vê como vai ser, tá? -Me acariciou. 

    -Mas então a gente fica com um filhotinho do Doug. 

    -Tá bom, no dia da consulta na casa da Kristen a gente conversa direitinho sobre isso tudo com ela. -Ele disse e eu pensei um pouco. -Pode ser, Millie? -Me perguntou convencido. 

    -Pode. -Abri um sorrisinho e o beijei ansiosa nos lábios. 

    -Ei, o garotão está trazendo algum presente. -Ele disse e eu admirei o Doug trazendo algo na boca pra nós, todo feliz. 

    -O que é isso, amor? -Acariciei seus pelos e ele jogou um peixe na gente. -AGH! -Me afastei desesperada.

    -Ai, meu Deus! -Finn disse e nós nos levantamos.

    -Finn, tira ele daí! -Apontei para o peixe se debatendo na areia. 

    -Como?!

    -Pega o peixe, ele está morrendo! 

    -Ai, pelo amor de Deus... -Agachou e o segurou. -Ele não para de se debater!

    -Joga logo no mar!

    -Tá! -Respondeu e nós fomos correndo até a beira, então ele o jogou de volta na água. E o Doug veio atrás.

    -Filho, não pode tirar o peixinho do mar, que coisa feia! -Agachei e o acariciei. -Mamãe não gostou do presente que você achou. -Disse e ele chorou. -Não, não gostei, e nem o seu pai. 

    -E vem cá, deixa eu te contar uma novidade. -Finn o acariciou. -Tu vai ser pai, gostou? -Perguntou e o Doug o encheu de lambidas. -É, pois é, ninguém mandou namorar a vizinha escondido. 

    -Olha, amor, quantas conchinhas. -Sorri e me agachei para admirá-las melhor. Então peguei uma bem bonita. -Segura. -Assenti para ele.

    -É bem bonita. -A analisou em sua mão.

    -Sim, aqui tem várias. -Peguei mais algumas. -Toma. -Os entreguei e continuei procurando.

    -Você gosta?

    -É pra Ava, ela adora colecionar conchas. -Peguei mais algumas na areia.

    -Ah, é, eu me lembro dos cinco potes de conchas que ela me mostrou no quarto dela. -Riu e se agachou comigo, começando a procurar também.

    -Essa aqui está linda. -Peguei uma bem bonita.

    -Olha aquela ali do seu lado.

    -Onde? 

    -Aquela branca -Apontou e eu a peguei. 

    -Nossa, que linda. -Sorri e nós a admiramos. -Mas está quebradinha aqui... -Passei o dedo na marquinha. 

    -Mas leva, é linda.

    -É sim, ela tem um charme especial. -Rimos e eu a entreguei. Então pegamos mais algumas conchinhas por ali. -Quantas já temos?

    -Umas doze.

    -Ok, está ótimo. -Nos levantamos e ele guardou todas no bolso. -Doug! -O chamei com estalos de beijos. -Vem, meu amor! -Sorri e ele veio até mim bem rápido, me fazendo rir. -Isso, vem, vamos pra casa. -Prendi a guia na coleira e ele se estremeceu todo, nos molhando bastante, o que nos fez rir. Então eu e Finn pegamos o que estava na areia e voltamos para a rua vazia, com destino à casa do Noah. Mas dessa vez nós só estávamos andando de mãos dadas, sem rodinhas embaixo, e deixamos o Doug passear livre ao nosso lado, sem a coleira.

    E aqui estamos nós, rindo enquanto conversamos, ainda caminhando.

    -Ah, não, fala sério que você comeu pizza de ontem gelada! 

    -Finn, eu acordei morrendo de fome, e daí?!

    -Mas gelada, Millie?! -Rimos. -Pelo amor de Deus.

    -Ok, em minha defesa, aquele micro-ondas é muito estranho e não funcionou direito. Então eu desisti de tentar esquentar a pizza e comi gelada. -Dei de ombros.

    -E agora eu te pergunto, foi bom?!

    -Foi horrível. -Respondi e nós rimos.

    -Ai, cara, fala sério. 

    -Mas nada se compara àquela refeição que nós fizemos no estúdio, há anos, naquela noite que faltou luz. -Ri.

    -Nossa, eu me lembro disso, todo mundo jantou comida gelada. -Rimos. -Coitado do Noah, comeu passando mal.

    -Ah, todo mundo, eu te garanto. -Ri.

    -Ai, caralho! -Suspirou. 

    -O que foi?

    -Nada, esbarrei o braço no machucado. -Ele disse e eu ri mais ainda. -O quê?

    -Eu juro que esperava por tudo, menos pela cena de nós sete caindo no chão! -Respondi e nós gargalhamos.

    -Culpa do Jack. 

    -Claro, eu sabia que vocês dois no skate não daria certo.

    -Ah, que isso, Millie, foi só porque apareceu uma abelha.

    -E daí, eu já te disse que skate é perigoso.

    -Não é perigoso.

    -Não, você só tem milhares de cicatrizes no corpo por causa de tombos de skate. -Ri.

    -Ah, mas eu era pequeno, depois que aprende é a coisa mais fácil do mundo.

    -Fala sério, eu nem sei como você consegue ficar em pé nisso por mais de dois segundos. -Rimos. 

    -Você está mesmo achando que é tão difícil assim?

    -Sim, estou. -Disse e ele parou de andar, deixando o skate no chão em seguida. 

    -Sobe. -Pediu e eu ri de deboche. 

    -Nem pensar!

    -Vai, Millie, sobe! -Riu.

    -Sabe quando foi a última vez que eu subi num desse?

    -Hm.

    -Quando eu tinha três anos de idade. E nunca mais aconteceu. -Rimos. 

    -Por que, você se traumatizou?

    -Não, eu só fiquei morrendo de medo! -Ri. 

    -Millie, sobe, eu estou aqui com você.

    -Finn...

    -Não confia em mim?

    -Em você eu confio, só não confio nessa coisa! -Disse e nós rimos.

    -“Essa coisa” não vai fazer nada com você, meu amor. -Respondeu, me fazendo cruzar os braços. -Só tenta. -Pediu e eu pensei mais um pouco. Até que dei um suspiro.

    -Tá, Finn, eu tento.

    -Isso aí. -Respondeu e segurou os patins.

    -Se eu cair e machucar a minha mão de novo, você vai ver só. -Reclamei. 

    -Eu não vou te deixar cair, Millie. -Riu.

    -Ok, me segura. -Pedi e ele me deu a mão, então eu me segurei nela e no braço dele com toda a força, conseguindo ficar em pé no skate em seguida. 

    -Viu, que difícil? -Riu.

    -Tá, e o que eu faço agora?

    -Bom, você não vai conseguir sair do lugar estando desse jeito. -Respondeu e eu suspirei frustrada.

    -Ah, não, vou ter que dar impulso. -Disse e nós rimos.

    -Vai, eu te ajudo. 

    -Espera, assim não.

    -“Assim” como? -Perguntou e eu o trouxe mais pra perto, o agarrando mais ainda. Então envolvi minha cintura com o braço dele.

    -Pronto, agora eu me sinto mais segura.

    -Tem certeza?

    -Sim. -Respondi e comecei a dar leves impulsos para andar com o skate.

    -Viu, está conseguindo. -Riu.

    -Para, Finn, devagar comigo.

    -Millie, eu só estou te segurando, meu amor. -Riu, e eu continuei aqui, desesperada para não cair.

    -Ok, até agora está tudo bem.

    -Sim, você está indo bem. -Respondeu. -Agora tenta subir no skate.

    -Nem pensar, é a pior parte! -Rimos.

    -Vai, Millie, eu estou te segurando! 

    -Ok, posso ir agora?! -Perguntei ansiosa.

    -Claro que pode, vai.

    -Ok, me segura. -Pedi e subi no skate outra vez, enquanto ele andava. 

    -Boa, conseguiu! 

    -E por que eu estou gostando disso? -Ri.

    -Porque a sensação é ótima. -Respondeu e eu peguei mais impulso. -Viu, Millie, como é impossível?! -Debochou e nós rimos.

    -Claro, com você me segurando é fácil! 

    -Ok, e se agora eu segurasse só a sua mão? -Sugeriu e eu pensei um pouco.

    -Tá, mas me segura direito! -Pedi e ele pegou com firmeza na minha mão. 

    -Viu, eu estou te segurando. 

    -Então continue. -Ri, e nós continuamos o caminho desse jeito por bastante tempo. Até que eu adorei.

    -Boa, Millie, vai virar skatista comigo! -Ele disse e nós rimos.

    -Ah, mas não vou mesmo! -Ri e continuei me divertindo. Mas por algum motivo, o Doug resolveu sair do nosso lado e ir bem para a minha frente.

    -MILLIE, OLHA O DOUG! 

    -AI, SAI! -E eu nem sei mais o que acabou acontecendo, só sei de que tinha tudo para eu cair feio, mais uma vez. Sorte que o Finn acabou me puxando pra fora do skate e me segurou com toda a força, e graças a Deus ninguém se machucou. Nem o Doug.

    Nós somente nos olhamos e começamos a rir do meu quase segundo tombo do dia, estávamos bem pertinho um do outro. E rindo bastante. 

    -Quer que eu caia de novo?! -Ri.

    -Claro que não, eu disse que iria te segurar! -Rimos. -E eu estou te segurando, não estou? -Perguntou convencido, me fazendo rir. Então eu envolvi seu pescoço com o braço e o dei um selinho nos lábios. -E agora, já está convencida de que eu posso dar uma voltinha de skate com a Alison? -Perguntou e nós rimos.

    -Não, nem um pouco. -Assenti que não, enquanto ria. Então agora eu o dei um selinho bem demorado, estava realmente bem gostoso. Mas do nada o aguaceiro começou a cair, começou a chover demais. E nós desencostamos os lábios no mesmo segundo. -O quê?! -Perguntei surpresa, enquanto ria. 

    -Chuva em Malibu?! -Perguntou e nós rimos. 

    -Está explicado o calorão que fazia mais cedo. -Ri e peguei o skate do chão, então demos as mãos e continuamos a andar. E o Doug todo feliz, agora tomando banho de chuva. 

    -É bom, que refresca. -Ele disse. 

    -Sim, inclusive pro grandão ali, que se meteu na frente do skate. -Respondi e nós rimos, já estando encharcados pela aquela chuva toda. Até que escutamos um alto trovão, nos fazendo levar um susto. -Ok, eu acho melhor nós voltarmos logo. 

    -Está com medo do trovão, Millie?! -Riu.

    -Hahaha, engraçadinho. -Ri de volta e peguei a guia da coleira do Doug. -Vem, vamos! -Peguei na mão do Finn e nós começamos a correr para chegarmos mais rápido em casa. E já nem faltava tanto, nós até que chegamos rapidinho. Mas chegamos daquele jeito, pingando, nós três. Literalmente. 

    -Ah, até que enfim. -Finn suspirou, ao pararmos na frente da porta, e sacudiu os cabelos molhados.

    -Pois é, foi bem refrescante. -Espremi meus cabelos para tirar um pouco da água. -Mas parece que nós mergulhamos no mar com o Doug. -Ri. 

    -Ah, pelo menos você está de biquíni. -Respondeu e o Doug se estremeceu todo, outra vez. -Bom, vamos deixar essas coisas aqui fora. 

    -É melhor. -Disse e ele deixou o skate e os patins perto da porta, já que a parte da entrada é coberta. -Vem, vamos entrar. -Disse num tom baixo e abri a porta devagarinho. Então nós entramos em silêncio, e o primeiro andar estava vazio. Na verdade, não estava, encontrei somente o Jack e o Noah ali. Estavam os dois conversando no sofá, um de frente para o outro, dizendo algo num tom baixo. Mas não nos notaram ali, e eu só percebi que o Noah assentiu que sim com a cabeça, enquanto o Jack dizia alguma coisa. Mas o Finn teve que fazer barulho ao fechar a porta, o que os interrompeu. E obviamente eles olharam para nós dois.

    Merda, acabamos com o clima. 

    -Não podia ter feito mais barulho?! -Sussurrei e dei um empurrãozinho no Finn. 

    -Desculpa, eu não me toquei! -Sussurrou de volta. 

    -Ah, não me diga. -Debochei. 

    -Eu disse que os pombinhos iriam voltar encharcados da chuva. -Jack riu, enquanto nos admiravam.

    -Vocês também foram no mar, ou isso tudo é do temporal?! -Noah riu.

    -É do temporal, o único que falou com Iemanjá foi o Doug. -Finn respondeu e nós rimos. 

    -Bom, seguinte, a galera foi tomar banho e a gente pediu rango de um restaurante italiano aqui perto. -Disse Noah.

    -Tudo bem por vocês? -Jack perguntou.

    -Claro, a fome está começando a chegar. -Finn suspirou. 

    -Pois é, e daqui a pouco o Doug também vai almoçar. -O acariciei.

    -Beleza, a comida deve chegar daqui a pouco.

    -Ok, nós vamos subir pra tomar banho e já descemos. -Disse.

    -É melhor, estão ensopados. -Jack disse e nós rimos.

    -Vamos pro banho, garotão. -Finn o chamou e subiu com ele. E eu só me voltei aos dois, com cara de convencida. 

    -Juízo, vocês dois, hein. 

    -E você também, no banho com o seu marido, bonitinha. -Noah brincou, fazendo o Jack concordar.

    -Ai, chatos. -Ri e fui para o segundo andar, deixando eles a sós. 

 

    [...]

 

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  

 

    Beleza, então eu, Millie e Doug tomamos banho, depois daquele passeio todo. E cuidamos melhor dos nossos machucados, porque foram bem feios. Mas agora vão ficar melhor.

    Nós nos vestimos e fizemos uma ligação por vídeo pro meu irmão, para podermos saber sobre a viagem e sobre a Alison. E até que nós conversamos bastante, eles estão se divertindo muito e nós também. A nossa princesa, então, nem se fala. Estava super feliz brincando com os meus primos, eles têm um carinho enorme por ela, nós conseguimos perceber. 

    E aí nós descemos e almoçamos com os meninos, todos juntos, enquanto conversamos e o Doug come ração, mesmo que já esteja de noite. E a maioria já estava terminando de comer, mas nós decidimos assistir ao vídeo que o Jack gravou antes da tragédia das nossas quedas em plena rua, e estamos presos nele, já voltamos umas trinta vezes pra rever o tombo de cada um. Além de ficarmos pausando em momentos aleatórios, só para rirmos mais ainda.

    -Gente, pelo amor de Deus! -Caleb gargalhou, enquanto todos nós gargalhávamos também. 

    -Aqui, aqui! -Noah riu e pausou o vídeo, e logo deu zoom na Sadie caindo.

    -HAHAHA, PUTA QUE PARIU! -Bati na mesa, estando quase sem ar. 

    -AI, MANO, A MINHA COMIDA VAI EMBORA! -Noah enxugou o cantinho do olho, enquanto tossia. 

    -GENTE, A CADA PAUSE FICA MELHOR AINDA! -E a gente ria, gargalhava pra caralho. Ficamos uns vinte minutos só nessa.

    -Ai, ai, gente... -Enxuguei o olho e ri. 

    -Meu Deus do céu, eu estou passando mal... -Millie riu e se abanou.

    -Manda esse vídeo no grupo, pelo amor de Deus. -Gaten pediu.

    -Eu to mandando. -Jack riu.

    -Ai, cara, fala sério... -Assenti que não, ainda rindo um pouco. -Vai comer? -Assenti para o resto de comida no prato da Millie. 

    -Não. -Riu.

    -Opa. -Peguei o prato dela e comecei a comer. 

    -Isso porque ele já comeu dois pratos de comida, lembrando. -Caleb riu.

    -Tenho fome, qual é o problema? -Perguntei.

    -Não, você tem olho grande. -Millie respondeu.

    -Tá, pode ser. -Concordei e mastiguei. 

    -E olha o corpinho do filho da puta. -Gaten disse e nós rimos.

    -Eu tenho metabolismo de criança, me deixem. 

    -A gente percebe. -Sadie disse e eles riram. Então escutamos outro trovão altíssimo. 

    -Será que para de chover ainda hoje? -Gaten perguntou.

    -Sei não, tá caindo o mundo. -Respondi.

    -Se essa chuva durar a noite toda, vai estragar o acampamento amanhã. -Disse Caleb.

    -Vai nada, isso tudo seca em meia hora. -Noah respondeu. -Olha o calorão que está fazendo. 

    -Realmente. -Millie concordou. 

    -Ai, ai, eu quero só ver no que esse acampamento vai dar. -Disse e continuei comendo.

    -Ah, vai ser legal termos a experiência. -Sadie sorriu.

    -Sim, nós podemos fazer uma fogueira à noite e contar histórias de terror! -Noah disse animado.

    -Uuuui! -Caleb chacoalhou os ombros. 

    -Até arrepiou! -Gaten riu.

    -Fala sério. -Jack riu de deboche.

    -Tá com medo, é? -Brinquei com ele. 

    -Parou, vocês dois. -Millie nos interrompeu. -Eu conheço bem essa história.

    -Relaxa, eu estou zoando. -Respondi. 

    -É, até parece que eu vou ter medo de historinha de espírito. -Jack deu de ombros. 

    -Vai brincando só, achando que eles não estão te ouvindo. -Noah riu.

    -Ah, pronto. -Ele revirou os olhos. 

    -AH, MEU DEUS! -Apontei para trás do Jack.

    -AAAAH! -Ele gritou, me fazendo gargalhar. 

    -Viu, aí depois fala que não tem medo. -Ri. 

    -Ah, Finn, vai se foder! -Jogou uma batata em mim.

    -Qual é, foi brincadeira! -Ri outra vez. 

    -E é melhor vocês pararem de brincar com isso -Sadie reclamou.

    -Ih, Sadie, qual foi? -Noah perguntou.

    -Ela odeia essas coisas. -Caleb riu.

    -Eu não gosto de sustos e você sabe. -Ela reclamou com ele. 

    -Foi mal, Sadie. -Disse e terminei de comer. 

    -Mas no dia da Pascualita geral se arriscou, vai. -Noah abriu um sorrisinho. 

    -Claro, se um for, o resto vai junto. -Disse Jack.

    -Isso aí, não dá pra um se foder sem o resto. -Respondi.

    -E a gente nunca soube o que realmente rolou naquela noite. -Disse Gaten. 

    -Aí, será que essa mulher realmente existiu? -Noah perguntou curioso. -A gente bem que podia tentar invocar ela. 

    -Noah, para. -Millie pediu sem paciência. 

    -É, gente, chega disso. -Sadie pediu.

    -Ah, qual é, galera. -Noah respondeu. 

    -Nós não vamos tentar invocar nada, e acabou. -Ela disse.

    -Claro que não, isso nem é possível. -Jack riu. 

    -O quê, invocar espíritos? -Perguntei. 

    -Claro, isso não existe. -Respondeu. 

    -Vai achando só. -Noah riu abafado. 

    -Ah, tá, e você acha que nós vamos invocar algo com o quê? -Jack cruzou os braços. -Jogo do copo? -E todo mundo ficou em silêncio, só olhando pra ele. -Qual é, gente, falem sério.

    -Quem disse foi você. -Noah respondeu. 

    -Regra número um: não desrespeite os jogos dos espíritos. -Ri. -Então vê se parem. 

    -Você acredita mesmo nisso, Finn? -Jack perguntou.

    -Sei lá, ué. -Dei de ombros.

    -Você não? -Caleb o perguntou.

    -De jeito nenhum.

    -Isso aí é medo. -Ri, só pra provocar. 

    -Beleza, então a gente joga. -Ele respondeu convencido. 

    -Ah, eu sabia que isso estava vindo... -Millie assentiu que não.

    -Boa sorte pra vocês, eu to fora. -Sadie riu. 

    -Não pode, Sadie, o grupo precisa jogar junto. -Noah respondeu.

    -Calma aí, vocês realmente estão cogitando a possibilidade em fazer isso? -Caleb franziu a testa. 

    -Alá o outro que tem medo. -Ri, outra vez. 

    -Eu não tenho medo de nada não, rapaz! -Reclamou. 

    -Ah, eu tenho, já vou logo avisando. -Disse Noah. 

    -E tá querendo jogar por quê? -Millie perguntou. 

    -Porque olha pra isso, é noite de temporal e nós estamos numa casa antiga de veraneio, tudo pra dar certo! -Sorriu animado. 

    -Pra dar merda, você diz. -Respondi. 

    -Pode ser que seja irado, vai que nós estamos num filme de terror agora mesmo e nem sabemos?! -Sorriu outra vez. 

    -O que tinha no macarrão que ele comeu? -Perguntei. 

    -Bom, tudo bem, se não quiserem jogar, sem problemas. -Deu de ombros. -Só sei de que ninguém aqui se arrepende do dia da Pascualita. -Abriu um sorrisinho. 

    -Ah, eu nunca disse que não me arrependo. -Millie riu. 

    -Tá, e você quer jogar isso com medo? -Perguntei pro Noah. 

    -Claro, por que não? -Sorriu. -Dá mais emoção. 

    -Ah, sei. -Ri abafado. 

    -E até parece que eu sou o único com medo, podem parar. -Ele disse. 

    -Relaxa, Noah, não precisa ter medo de nada. -Disse. -Tu vai dormir do lado do Jack.

    -E daí?

    -Ele te protege, porra, até o Pennywise ele já enfrentou. -Disse e só eu ri. -Tá, foi mal.  

    -Então é isso, geral vai jogar? -Noah perguntou ansioso. 

    -Ai, meu Deus... -Millie assentiu que não. 

    -Não é uma boa ideia, hein. -Disse. 

    -Qual é, gente, até parece que isso vai dar certo. -Jack disse. -Papel e copo? Sério?! 

    -Realmente, não faz muito sentido acontecer alguma coisa. -Disse Gaten. 

    -Exato, sentido nenhum!

    -Vocês que pensam. -Respondi.

    -Olha, querem saber? -Millie assentiu que não. -O que vocês decidirem, eu faço. -Suspirou.

    -Ih, gostei de ver! -Dei um soquinho no ombro dela.

    -Não começa.

    -Malz.

    -Afinal, tem papel por aqui? -Caleb perguntou. 

    -Isso é uma casa velha, papel é a última coisa que deve faltar aqui dentro. -Noah riu de deboche e se levantou. -Eu volto já. -Foi para o segundo andar, e escutamos mais um trovão altíssimo.

    -Meu Deus... -Gaten engoliu seco.

    Então nós livramos a mesa toda e o Noah separou todos papeizinhos cortados, cada um com uma letra do alfabeto e alguns números. Então os centralizou de um jeito circular, e por último...

    -O copo. -Afirmou e o deixou de cabeça para baixo no centro de tudo. Então nos admirou e deu um rápido suspiro. -Quem está dentro? 

    -Vamos nessa. -Jack respondeu e encostou os dois dedos no topo do copo. -Vocês vão ver que é besteira. -Ele disse, fazendo Noah dar de ombros. Então também encostou os dois dedos no copo. 

    -Bom... -Caleb disse desconfiado e deu um suspiro, também encostando os dedos ali. -Então vamos, né. -Ele disse, morrendo de medo.

    -Pois é, não custa nada a gente ver no que dá. -Gaten respondeu e fez o mesmo. Então eu só olhei pra Millie, sem nem dizer nada.

    -Eu sei, vamos logo. -Ela disse e nós dois encostamos no copo. E só faltava a Sadie.

    -Bora, Sadie? -Noah a abriu um sorrisinho, e ela de braços cruzados.

    -Por quê é que eu, Sadie Sink, consigo ser influenciada por você, Noah? -Perguntou sem saco.

    -Porque amigos servem pra isso, vai, toca no copo. -Pediu com o sorrisinho, fazendo-a dar um suspiro e finalmente encostar os dois dedos no copo. 

    -Feliz?  -O perguntou. 

    E mais um trovão altíssimo, dessa vez nos assustou.

    -Eita... -Caleb assentiu que não. 

    -Ok, então já que nós vamos jogar, então tem que ser direito. -Noah disse. -Aconteça o que acontecer, não tirem os dedos do copo.

    -Por quê não? -Gaten perguntou. 

    -Eu não sei, só não tirem. De jeito nenhum. 

    -Ah, que legal, só agora você avisa isso?! -Caleb reclamou. 

    -Ih, revoltou. -Ri.

    -Fala sério, Finn, eu to me cagando! -Respondeu. 

    -Relaxem, nada demais vai acontecer. -Disse Jack. 

    -Ok, então faça as honras, Noah. -Pedi, fazendo-o suspirar. 

    -Tem mais alguém aqui nessa casa com a gente? -Ele perguntou, e nós todos ficamos em silêncio. E o copo parado aqui. 

    -Só pra saber, esse jogo demora? -Sadie perguntou. 

    -Se o espírito quiser demorar, sim. -Gaten disse e riu com o Jack.

    -Não debochem, hein. -Disse e eles cessaram as risadas.

    -Noah, pergunta de novo. -Caleb pediu. 

    -Ok. -Respondeu. -Há mais alguma presença aqui nessa sala, além de nós? -Perguntou outra vez.

    -Nossa, até falou bonito. -Jack sorriu.

    -Shiu. 

    -Foi mal. -Ele respondeu, e nós ficamos esperando por mais um bom tempo.

    -Gente, eu não acho que isso vai dar certo. -Disse Millie. -Me desculpem.

    -Pode dar certo, mas tem que ter paciência, essas coisas devem demorar. -Noah respondeu. 

    -Tudo bem, mas quanto tempo? -Caleb perguntou. 

    -Eu não sei, gente, isso depende.

    -É, não dá pra... -E o copo se mexeu. E todos nós calamos a boca depois dessa, inclusive o cu. Então o Jack suspirou sem paciência e se voltou ao Noah.

    -Para, vai.

    -O quê, tá achando que fui eu?! -Reclamou com ele. 

    -É sério, quem foi? -Perguntei.

    -Não fui eu. -Sadie respondeu.

    -E nem eu. -Respondi. 

    -Eu não brincaria com isso. -Disse Millie. 

    -É sério, gente, falem a verdade. -Caleb pediu.

    -Eu juro, não fiz nada com o copo! -Disse Jack.

    -Nem eu, eu nem...  

    -Gente! -Noah nos chamou e nós o admiramos. -Tá legal, fui eu. -Riu.

    -Ai, Noah... -Sadie assentiu que não.

    -Porra, mano, qual é o seu problema?! -Caleb perguntou.

    -É sério, mesmo, Noah...? -Millie o perguntou com exaustão. 

    -Tinha que ser... -Assenti que não.

    -Qual é, gente, eu só fui brincar! -Riu.

    -Mas não se brinca com isso! -Caleb reclamou. 
    -Ok, desculpa!

    -E a gente achando que tinha sido sério. -Disse e nós rimos. Então o copo se mexeu de novo. -Chega, Noah, já deu. 

    -É, perdeu a graça. -Sadie respondeu, e ele nos olhou horrorizado.

    -Eu juro que não fui eu. 

    -Ah, para. -Millie pediu.

    -É, ele quer que a gente acredite. -Jack reclamou. 

    -Gente, eu juro, eu não fiz nada! Eu iria dizer se tivesse sido eu! 

    -Não foi você? -Perguntei e ele assentiu que não, desesperado. -Beleza, então quem foi? -E eles todos quietos. Ninguém dizia nada.

    -Gente, qual é. -Disse Caleb.

    -Por que eu mexeria o copo? -Millie perguntou. -Eu já disse que não faria isso! 

    -E nem eu! -Gaten respondeu. 

    -Eu juro que não mexi no copo! -Disse Sadie. 

    -Jack? -Caleb o perguntou. 

    -Nem olha pra mim, eu seria o último a fazer isso! -Respondeu. E nós em silêncio, já sabendo que fodeu.

    Então o copo mexeu outra vez.

    -AAAAAHH! -Todos tiramos o dedo ali, pelo susto do caralho que a gente levou. E só nos olhamos assustadíssimos. 

    -Viu, eu disse, eu disse que não tinha sido eu! -Noah disse desesperado.

    -Tá legal, eu não quero mais jogar. -Sadie assentiu que não.

    -Nem eu. -Disse Caleb. 

    -Esperem, nós não podemos fazer isso, coloquem o dedo de volta. -Pedi desesperado e encostei no copo, mas eles não. -Anda, gente! -E então eles fizeram, todo mundo com cara de tacho. 

    -E agora?! -Gaten perguntou.

    -Como a gente termina o jogo?! -Disse Millie. 

    -E-eu não sei, acho que temos que pedir permissão para sairmos! -Noah respondeu. 

    -Permissão pra quem?! -Caleb perguntou.

    -Pra entidade presente!

    -PARA DE ME ASSUSTAR! 

    -EU NÃO ESTOU TE ASSUSTANDO!

    -ESTÁ SIM, NÃO TEM NENHUMA ENTIDADE PRESENTE AQUI! -E o copo mexeu outra vez. -AI, TEM SIM, ME DESCULPA, ENTENDIDADE, POR TE ATRAPALHARMOS! -Ele disse desesperado. 

    -Noah, como que pede essa permissão?! -Sadie perguntou. 

    -Eu não sei, eu não sei! -Respondeu esbaforido e digitou algo no celular com a mão livre. -Aqui diz: “Se quiser terminar o jogo do copo, deve-se perguntar para a entidade no controle se tem permissão para sair do jogo. Ele poderá responder que “sim” ou “não”, além de se manter imóvel. Sendo assim, é preciso que permaneça no jogo até a liberação”.

    -Tá, então pede pra sairmos! -Millie pediu.

    -É, Noah, anda! -Disse desesperado. 

    -Ok, ok. -Respirou fundo e limpou a garganta. -Nós podemos sair do jogo?! -Perguntou em voz alta. E nós na mesma merda.

    -Por que nada acontece?! -Sadie perguntou.

    -Nós estamos presos no jogo?! -Gaten franziu a testa. 

    -Alma, por favor, nos deixa sair! -Noah pediu desesperado.

    -Nós fizemos besteira, já sabemos disso! -Disse Caleb. 
    -Nos desculpa, não queríamos incomodar! 

    -Só queríamos mostrar pro Jack que isso não era besteira, era ele quem achava!

    -Ei, sai fora! -Jack reclamou. 

    -E agora, o que a gente faz?! -Millie perguntou.

    -Eu não sei! -Caleb respondeu. 

    -Por favor, nós podemos sair?! -Noah perguntou outra vez, mas nada acontecia. -Ai, fala sério! 

    -Por favor, responde alguma coisa! -Sadie pediu em voz alta. 

    -Faça um sinal, você ainda está presente?! -Noah perguntou. -Se ainda estiver presente aqui, por favor, nos... -E então ele parou de falar, após nós todos escutarmos uma das portas do segundo andar ranger bem devagar. E agora já não passava uma agulha nos nossos cus.

    -Meu Deus do céu... -Sussurrei. 

    -Todos ouviram isso? -Caleb sussurrou e nós assentimos que sim. 

    -O Doug deve estar lá em cima, vai ver ele fez o barulho! -Disse Gaten. -Né?! 

    -Gaten, o Doug está aqui do meu lado. -Millie respondeu nervosa. 

    -Ai, merda...

    -Ok calma, talvez... -Noah pensou. -Talvez a janela de algum quarto tenha ficado aberta! -Disse desesperado. 

    -Não foi a nossa. -Millie respondeu.

    -Nem a nossa. -Disse Caleb.

    -E nem a minha. -Gaten assentiu que não.

    -Ah... Deve ter sido a minha, então. -Noah respondeu preocupado.

    -O nosso quarto é o único que não tem janela, animal! -Jack reclamou.

    -AI, EU SEI, JACK, ME PROTEGE! -Respondeu com voz de choro. 

    -Ok, gente, calma. Calma, vamos tentar manter a calma. -Disse, e eles ficaram em silêncio. Então, do nada, a porra da TV ficou sem sinal, somente naquela tela chuviscada, começando a fazer aquele barulho escroto pra foder mais ainda com a nossa situação. -Tá, foda-se, eu to desesperado. 

    -Pode ter sido uma coincidência! -Disse Jack.

    -Que tipo de coincidência?! -Sadie perguntou.

    -Sei lá, está caindo o mundo lá fora, por isso a TV deve estar fora do ar!

    -Mas e se for um sinal?! -Noah perguntou.

    -Pois é, já é o segundo que a gente recebe! -Millie respondeu.
    -Não queremos sinais, queremos saber se podemos sair dessa merda de jogo! -Disse Caleb.

    -É, Noah, por que você foi pedir sinais?! -Perguntei. 

    -Desculpa, gente, eu só estou tentando nos salvar! 

    -Então não tenta mais! -Pedi.

    -Ok, o que mais vocês querem que eu faça?! 

    -Algo que não piore as coisas! -Millie respondeu.

    -Mas não tem como ficar pior! -Ele disse. 

    Então agora nós ouvimos o trovão mais alto da noite, e logo em seguida a casa ficou um breu. A televisão e todas as luzes possíveis se apagaram. 

    Ficou pior pra caralho.

    -Ok, tinha como ficar pior. -Ele suspirou. 

    -É sério que vocês trabalham com filmes e até agora não entenderam que sempre pode ficar pior?! -Sadie perguntou. 

    -Nunca se deve dizer que não pode ficar pior! -Millie reclamou. 
    -Me desculpem, gente, eu estou tentando não morrer! -Noah respondeu.

    -E nós também!

    -Noah, pergunta mais alguma coisa!

    -Tá, ok! -Suspirou outra vez. -Você ainda está aqui presente com a gente?! -Então nós olhamos para o copo, que estava parado. 

    Até agora. 

    -Ai, meu Deus, isso continua aqui! -Gaten disse assustado, e ainda estava tudo um breu.

    -Calma, a gente não pode se desesperar! -Disse.

    -Mas nós já estamos desesperados! 

    -Pois é, olha a escuridão dentro dessa casa! -Disse Caleb.

    -O que mais a gente faz?! -Sadie perguntou. 

    -Noah, pede pra sair de novo! -Jack sugeriu.

    -É, Noah, vai!

    -Ok, eu pergunto mais uma vez, nós podemos sair do jogo?! -E o copo parado, o tempo todo. -POR FAVOR, NOS DEIXA SAIR!

    -Ok, já chega, eu não consigo mais fazer isso.

    -Não, Sadie!
    -Noah, por favor, eu quero parar com isso! -Pediu estressada.
    -E nós também, mas precisamos ficar, não pode quebrar o ciclo!

    -Pois é, algo pior ainda pode acontecer! -Disse Gaten.
    -Tipo?!

    -Eu não sei, mas eu estou com medo! 

    -E eu não sei mais o que devemos fazer!

    -Eu avisei que a gente não deveria fazer isso! -Disse Caleb.
    -Tá, mas todo mundo aceitou fazer, então agora fiquem! -Noah respondeu.
    -Mas ninguém mais consegue ficar aqui! Vocês já conseguiram, mostraram que essa brincadeira é séria, e nós todos já aprendemos isso! -Disse Jack.

    -Pois é, por que nós não podemos acabar logo com isso de uma vez?! 

    -EU NÃO SEI, GENTE, NÃO FUI EU QUEM CRIOU AS REGRAS! -Noah respondeu nervoso.
    -ENTÃO QUE A GENTE TIVESSE PESQUISADO, ANTES DE MEXER COM ISSO! -Disse.

    -TÁ, MAS NINGUÉM PESQUISOU, ENTÃO AGORA PACIÊNCIA! 

    -NÃO, EU NÃO SOU OBRIGADO A FICAR AQUI ESPERANDO O COPO IR PARA O “SIM”! -Disse Caleb.

    -ENTÃO SE ARRISCA A SAIR DA BRINCADEIRA!
    -NÃO, PORQUE EU TO CAGADO DE MEDO! 

    -E EU TAMBÉM ESTOU! 

    E simplesmente o que aconteceu foi: o copo estourou. Simples assim, explodiu, se estraçalhou inteiro. E isso nos calou no mesmo segundo, além de nos ter feito cobrir o rosto e a vista com o braço no mesmo instante. 

    E aqui estamos nós, calados, completamente chocados.

    -Gente...? -Sadie disse num tom baixo, e nós muito assustados.

    -O que foi que acabou de acontecer? -Jack perguntou horrorizado. 

    -Eu disse que não seria boa ideia... -Assenti que não e peguei o Doug no colo com dificuldade, porque ele pesa muito, mas não vou deixa-lo no chão cheio de vidro espalhado. 

    -O que isso tudo quis dizer? -Caleb perguntou nervoso.

    -Eu não faço ideia... -Noah suspirou. 

    -Tá todo mundo bem? -Gaten perguntou.

    -Sim. -Respondi.

    -Sim.

    -Eu estou bem.

    -Eu também. 

    -E eu também. -Millie respondeu num tom cansado, e nós ainda desacreditados. E imóveis, no mesmo lugar. 

    Então a energia da casa voltou, acendendo todas as luzes que se apagaram. Inclusive a TV, que agora já estava com sinal. 

    -Millie?! -Noah franziu a testa, ao admirá-la.

    -O quê? -Perguntou.

    -Seu nariz. -Jack respondeu assustado, então ela tocou abaixo do nariz e sujou o dedo de sangue. 

    -Ei... -Peguei no rosto dela e o analisei. -O vidro pegou em você? 

    -Não, eu não estou machucada. -Limpou o nariz e deu um suspiro. 

    -Ok, é melhor você deitar, vem aqui. -Peguei na mão dela. -Cuidado com o vidro.

    -Tá. -Respondeu, e eu fui até o sofá com ela. 

    -Deita aqui, tá? -Pedi e ela fez. -Isso, fica assim, e não deixa o Doug vir atrás de mim. -O deixei ao lado dela.

    -Tudo bem, ele vai ficar aqui. -O acariciou. 

    -Eu vou ajudar os meninos a limpar aquilo tudo. -Disse e voltei para onde estava antes, dando um suspiro em seguida. -Vai, vamos limpar isso tudo, logo. 

    -O que rolou com a Millie, cara? -Caleb perguntou num tom baixo. 

    -Não sei, o nariz dela só sangrou.

    -Mas por que será? -Sadie perguntou e eu dei de ombros. 

    -Ai, meu Deus, Finn, e se ela estiver possuída?! -Noah perguntou assustado, num tom baixo.

    -Noah, ela não está possuída. -Respondi sem saco. -Pelo amor de Deus, tira isso da cabeça. 

    -Tá bom, né.

    -É, vamos logo terminar isso. -Jack respondeu e nós fizemos, jogamos aquilo tudo fora e nos certificamos de que já não tinham mais cacos de vidro espalhados pelo chão. 

    E aí nós fomos para onde a Millie e o Doug estavam.

    -Conseguiram limpar tudo? -Ela perguntou, enquanto nos sentávamos nos outros sofás. 

    -Sim, conseguimos. -Responderam. 

    -Me desculpem por não ter ajudado vocês, eu só...

    -Relaxa, Mills, foi bem rapidinho. -Caleb respondeu. 

    -É, está tudo bem.

    -E o que houve com você, Millie, está passando mal? -Jack perguntou. 

    -É, o que você está sentido? 

    -Nada, eu estou bem. -Respondeu e suspirou. -Eu só me senti um pouquinho fraca e aí o meu nariz começou a sangrar, mas agora estou bem. -Ela disse e logo franziu a testa. -Noah, por que você me olhou assim? 

    -Eu?! E-eu não fiz nada, Millie, nadinha! -Assentiu que não e desviou os olhares rapidamente, fazendo-a franzir a testa outra vez.

    -Millie, o Noah acha que você está possuída. -Jack riu.

    -Ai, Noah, realmente... -Ela debochou e se aconchegou no sofá. 

    -Mas você está, Millie? -Caleb perguntou.

    -Caleb, me erra. -Respondeu.

    -Gente, ela está mais grossa do que o normal. -Gaten disse, deixando-os assustados, fazendo-a se sentar e encará-los. E eu me segurando pra não rir. 

    -Mas é claro que eu estou sendo grossa, porque vocês colocaram na cabeça que eu estou possuída! -Riu de deboche, e eles quietos. -É sério que vocês estão com medo de mim?! -Perguntou, e eles ainda quietos. -Gente, fala sério! -Riu outra vez.

    -Ok, então eu vou falar sério, existe alguma forma de sabermos se ela realmente está possuída ou não? -Caleb perguntou, me fazendo rir de deboche.

    -Tem uma cruz pendurada naquela parede ali. -Jack apontou e eles se viraram para trás.

    -Ótimo, quem vai se arriscar a chegar perto da Millie com a cruz na mão? -Noah perguntou.

    -Ai, meu Deus... -Ela riu, enquanto assentia que não.

    -Vai lá, Finn. -Caleb pediu. -Rs.

    -Ah, jura? -Perguntei sem paciência. 

    -Sim. 

    -Fala sério. -Me levantei e peguei a tal da cruz na parede. Então me sentei perto da Millie. -Tá, querem que eu faça o quê com isso?

    -Aproxima da Millie aos poucos. -Gaten pediu.

    -Ok, eu não acredito que estou fazendo isso. -Respondi.

    -Eu que não acredito que você está fazendo isso! -Ela reclamou, então eu aproximei a cruz dela. E ela me olhando com exaustão e braços cruzados.

    -Nem me olha assim. -Pedi. 

    -Tá, e o que vocês queriam que acontecesse? -Ela os perguntou.

    -Finn, aproxima mais. -Pediram, me fazendo suspirar, mas eu fiz. E nada acontecia. 

    -Ok, a Millie não está se debatendo e nem tendo uma convulsão. -Disse Noah.

    -E nem rosnando. -Disse Jack. 

    -O quê?! -Ela riu.

    -Beleza, agora pra garantir. Finn, encosta a cruz nela.

    -É, e se queimar a pele dela, fodeu. -Caleb assentiu que não, então eu fui fazer.

    -Para com isso! -Millie me interrompeu e pegou a cruz da minha mão.

    -AAAAH! -Eles gritaram.

    -GENTE, ELA TÁ REVOLTADA! -Noah se escondeu com a almofada. 

    -Não, eu só estou realmente chocada por isso estar mesmo sendo necessário! -Assentiu a cruz em sua mão para eles. -Olhem aqui, estão vendo?! Não estou possuída, eu já disse!

    -Felizes? -Os perguntei sem saco. 

    -Toma, coloca de volta na parede. -Millie a deu para o Jack. 

    -Ok, pelo menos recebemos sinais de que a Millie está bem. -Noah suspirou aliviado.

    -Sei não, pode só fazer efeito de madrugada. -Gaten riu.

    -Que bom que ela não vai dormir comigo. -Caleb disse num to baixo, fazendo-a cruzar os braços.

    -Só por causa disso eu vou sim dormir com você. -Ela respondeu.

    -NÃO, POR FAVOR! -Se escondeu atrás da Sadie.

    -Ai, menos! -Ela reclamou e o afastou.

    -Finn, você não está com medo de dormir com a Millie? -Noah me perguntou.

    -Eu não. -Reclamei e dei de ombros.

    -Olha ele, corajoso. -Jack riu. 

    -Pelo amor de Deus, vocês não sabem o que é dormir perto dessa garota na TPM, com certeza o diabo seria bem mais tranquilo. -Respondi.

    -Repete. -Ela pediu.

    -Falei nada, to quietinho. 

    -Acho bom.

    -Então... -Caleb suspirou. -O combinado vai ser fingirmos que o que rolou hoje à noite nunca aconteceu, né? -Perguntou.

    -O que rolou hoje à noite?! -Noah franziu a testa de deboche.

    -É, nada rolou hoje à noite. -Jack riu abafado.

    -Realmente, tá doido. -Gaten assentiu que não.

    -Eu nem me lembro do que rolou. -Millie respondeu. 

    -E eu nunca nem vi. -Respondi.

    -É, nada rolou hoje à noite. -Disse Sadie.

    -Ok, eu já entendi o recado. -Caleb respondeu.

    -Bom, e qual é o rumo agora? -Gaten perguntou. -Irmos dormir?

    -Ah... -Jack começou. -É bom, né.

    -É, está ficando tarde. -Disse Caleb.

    -Pois é, em algum momento nós precisamos ir dormir. -Millie respondeu. 

    -É mesmo. -Noah assentiu que sim. E ficamos todos no mesmo lugar, só olhando um pra cara do outro. 

    -Tá todo mundo com medo de ir dormir, né? -Perguntei.

    -Muito. -Noah respondeu.

    -O meu cu tá na mão. -Disse Caleb.

    -Realmente, ainda to borrado. -Gaten assentiu que sim.

    -Eu acho que seria melhor nós todos dormirmos juntos, já que a Millie não está possuída. -Jack sugeriu. 

    -Ai, fala sério... -Ela assentiu que não.

    -Pois é, e nós podemos ter o Doug como cão de guarda. -Caleb concordou e nós admiramos o Doug, que estava no quinto sono aqui no chão. -Ok. 

    -Mas como nós vamos dormir todos juntos? -Sadie perguntou.

    -Eu acho que tive uma ideia. -Gaten respondeu. 

    E aqui estamos eu e Millie, carregando o colchão de casal da nossa cama pelas escadas, após eles todos trazerem o resto e deixarem tudo no chão da sala. E aí nós fizemos o mesmo. 

    -Nossa, isso pesa muito. -Ela suspirou, ao deixarmos o colchão no chão.

    -Realmente. -Suspirei. 

    -Beleza, agora não falta mais nada. -Jack olhou em volta.

    -Pois é, já está tudo aqui! Colchões, cobertores e travesseiros! -Disse Caleb.

    -Graças a Deus, porque eu que não durmo lá em cima depois daquela porta rangendo. -Disse Sadie.

    -Uhul, festa do pijama! -Noah se deitou.

    -Ok, então agora nós finalmente podemos deitar. -Jack suspirou e todos nós fizemos, cada um em seus devidos colchões. E o Doug veio ficar do lado meu e da Millie. 

    -Ai, ai, como é bom deitar. -Me aconcheguei no colchão.

    -Realmente, dá até soninho. -Caleb respondeu. 

    -Ah, que isso, galera, bora ver um filminho. -Noah sugeriu. 

    -Que filminho, Noah? -Sadie perguntou.

    -E aonde que nós vamos ver isso? -Perguntei. 

    -Ué, aqui no meu celular. -Ele respondeu. 

    -Nem ferrando, boa noite. -Me aconcheguei na Millie.

    -Você vai escolher “A noiva cadáver” de novo? -Ela riu.

    -Af, Millie, poxa. -Ele reclamou.

    -Noah, deixa pra próxima, já está tarde. -Disse Gaten. 

    -Se fosse o Finn que tivesse dito isso, já iria levar esporro. -Noah respondeu.

    -Por quê, mano, eu to quieto aqui na minha! -Reclamei. 

    -Porque agora você é pai, ué, combina com você. -Deu de ombros. 

    -Gente, se trata. -Respondi. 

    -Ai, vocês são rudes, então eu vou ver minha série em paz. -Ele disse e se ajeitou no colchão. 

    -Olha aqui, se ficar com luzinha de celular na minha cara, vai ver só. -Jack reclamou.

    -Ai, então vira de costas.

    -Não to afim. 

    -Ah, e não se esqueçam, vou colocar pra despertar às seis horas, hein. -Noah disse. 

    -Quê isso, por quê?! -Perguntei.

    -Porque nós vamos acampar cedo amanhã, ué.

    -Ih, pronto. -Caleb respondeu.

    -Tá de sacanagem, né? -Jack o perguntou. 

    -Às seis da manhã? -Millie perguntou.

    -Ai, gente, relaxem! Vai ser legal! -Se ajeitou no colchão. -Chatos, eu pareço o único adolescente desse grupo. 

    -Me desculpa se eu não quero ir pro meio do mato às seis da matina, porra! -Respondi. 

    -Claro que não, meus pais disseram que demora umas duas horinhas pra chegar lá.

    -Uau, que diferença. 

    -Relaxem e vão nanar, beijos, boa noite. -Ele disse. 

    -Boa noite.

    -Boa noite, Noah.

    -Boa noite.

    -Boa noite, gente. -Respondi e a Millie se virou de frente para mim. 

    -Será que isso dá certo amanhã? -Sussurrou. 

    -Não faço a menor ideia. -Sussurrei de volta e nós demos um demorado selinho.

    -Boa noite, amor.

    -Boa noite. -E demos outro selinho.

    -Ihhh, olha o namorico rolando solto. -Noah disse num tom escroto.

    -Vai ver tua série em paz, vai, Noah. -Reclamei.

    -Malz. -Respondeu, e então eu e Millie nos aconchegamos de novo.

 

    [...]

 

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

    Bom, e aqui nós chegamos. No início do meio do nada, prestes a entrarmos nesse monte de mato e árvores por todos os lados, às dez e meia da manhã. Acabou que o Noah enrolou esse despertador por mais duas horas, porque ninguém queria acordar, mas até que o caminho foi rápido. 

    -Ok, e agora? -Caleb perguntou. -Pra qual lado desse mundo verde a gente vai?

    -É, você sabe pra onde a gente deve ir? -Gaten perguntou.

    -Nós não iríamos fazer uma trilha? -Sadie franziu a testa.

    -Ai, gente, se acalmem! -Disse Noah. -Eu vou tentar achar o caminho nesse mapa enorme que eu achei na casa, talvez dê certo. -Retirou um mapinha do bolso e começou a abri-lo. E até que ficou fazendo isso durante um tempinho, mas finalmente abriu aquela coisa enorme por completo. -Ok... -Suspirou e começou a analisar. E nós só assistindo. -Eu não faço ideia para onde nós devemos ir. -Ele disse, então o Finn foi até ele e ajeitou o mapa, que estava de cabeça para baixo. -Ah, muito obrigado. -Respondeu e continuou analisando aquilo tudo com atenção. -Continuo não fazendo ideia para onde nós devemos ir. -Se voltou a nós com um sorriso no rosto.

    -Diga algo que nós não sabemos, Noah. -Caleb cruzou os braços. 

    -Tá, então o que a gente faz? Voltamos para a vã?

    -É, ela está bem ali. -Jack apontou para a vã, que estava estacionada um pouco perto de nós, embaixo de várias árvores.

    -Claro que não, a gente se vira! -Noah respondeu. -Não deve ser difícil entrar nesse mato maior do que a América inteira, talvez só um pouquinho cansativo! -Riu.
    -Realmente, nada difícil. -Jack respondeu de deboche. -Então o Doug começou a farejar a terra e eu fui atrás, já que segurava a coleira dele.

    -O que ele está farejando? -Sadie perguntou.

    -Não faço ideia. -Respondi.

    -Vai que ele sabe o caminho. -Disse Jack.

    -Caminho de quê? -Caleb perguntou.

    -De um tesouro, talvez. -Noah deu de ombros, então o Doug começou a cavar.

    -Millie, o que ele está procurando? -Finn me perguntou.

    -Eu não sei, o que você encontrou, meu amor? -O acariciei. E aí ele começou a latir, então os meninos se aproximaram. 

    -O que foi, garotão? -Finn o perguntou, ao se agachar. Então o Doug mordeu algo onde ele cavou e foi dar para o Finn, enquanto abanava o rabo. -Meu Deus.

    -O que é isso?! -Jack perguntou. 

    -Isso é um osso humano?! -Perguntei desesperada e me voltei ao Doug. -Filho, você deu pro seu pai o osso de alguém?!

    -Boas notícias, pessoal, alguém morreu aqui. -Finn se levantou. 

    -Agh, que horror! -Sadie reclamou.

    -Que coisa horrível!

    -Vocês têm certeza de que é mesmo seguro nós entrarmos nessa floresta? -Caleb perguntou preocupado, e tudo que nós fizemos foi nos voltarmos ao Noah. 

    -Ah, qual é, isso é só um osso humano! -Riu de deboche, e nós calados, só olhando para a cara dele. -Ok, a caminhada nos espera, pessoal! Por aqui! -Apontou para a direita e começou a andar. -Não, na verdade, por aqui! -Apontou para a esquerda e voltou a andar, mas nós continuamos no mesmo lugar. Então ele se virou. -O que estão esperando?! Vamos logo! -Riu e continuou andando.

    -Quais são as chances dele se perder e ser encontrado morto, se não formos atrás dele? -Jack perguntou.

    -Mil por cento de chances. -Finn respondeu.

    -Já imaginava, vamos logo.

    E nós realmente fomos. Nós sete caminhando adentro daquela floresta toda, além do Doug aqui comigo, enquanto somente seguimos o Noah. O que obviamente não vai dar certo, disso nós todos já sabemos. Mas não custa nada nós tentarmos ter um pouquinho de diversão acampando. 

    Nós caminhávamos admirando aquilo tudo, era realmente algo muito bonito de ver, além dos passarinhos. E de escutar o som da floresta, que realmente traz uma paz, junto daquele cheirinho gostoso de terra e daquele clima bem úmido. 

    Todos nós carregávamos grandes mochilas nas costas, além de todo o equipamento para as barracas e para as nossas comidas, que no caso são só algumas besteiras. Mas tudo bem, só passaremos uma noite acampando. Bom, pelo menos esse é o plano. 

    -Só uma pergunta: nós sabemos para onde estamos indo, exatamente? -Sadie perguntou.

    -Ah, eu duvido que a gente saiba. -Jack respondeu e matou um mosquito em seu braço. 

    -Relaxem, nós temos que ficar perto do rio. -Noah disse, enquanto olhava em volta. 

    -Sinto em te dizer, mas isso aqui não tem cara nenhuma de ter rio. -Caleb respondeu.

    -Eu também acho. -Afastei os mosquitinhos com a mão. 

    -Tem sim, eu pesquisei no caminho pra cá.

    -Wow, que irado! -Jack apontou para uma enorme teia de aranha perto de uma árvore ao nosso lado.

    -Afinal, será que tem cobras por aqui? -Gaten perguntou.

    -Se tiver, nós vamos descobrir. -Noah respondeu.

    -E eu espero que a gente não descubra. -Sadie riu.

    -Mesmo que não tenha, se preparem para encontrarmos bichos esquisitos da natureza. -Disse Caleb.

    -Tipo quais? -Jack perguntou.

    -Tipo essa lagartixa na sua cabeça. -Finn respondeu.

    -AI, CADÊ?! TIRA, TIRAAA! TIRA, PELO AMOR DE DEUS! -Ele se debateu, e nós morrendo de rir. -GENTE, TIRA, PELO AMOR DE DEUS! 

    -OU! -Finn o deu um empurrão, ainda rindo. Todos nós, na verdade. -Não tem nada na sua cabeça, relaxa.

    -Ai, Finn, mas que inferno! -O empurrou de volta, e ele rindo. -Eu tenho fobia de lagartixa, porra, desde pequeno!

    -Eu sei disso, por isso eu falei! -Riu outra vez.

    -Ah, sem graça pra caralho.

    -Relaxa, Jack, espera só aparecer um esquilo por aqui. -Ri, para implicar com o Finn mesmo.

    -Ah, Millie, parou. -Ele reclamou. 

    -O Finn tem medo de esquilos?! -Sadie perguntou.

    -Não, ele tem trauma de esquilos, isso sim. -Respondi e nós rimos.

    -Hahaha, muito engraçado. -Debochou. 

    -Ei, pessoal, estão ouvindo isso?! -Noah nos chamou a atenção.

    -Ai, Noah, não começa a nos assustar de novo. -Disse Caleb.

    -Não, gente, é sério! -Ele riu. -Eu estou ouvindo a corrente de água, o rio deve estar perto! Vamos! -Nos chamou e nós continuamos o caminho todo, que no caso vai até onde o Noah quiser que vá. 

    [...]

    -Beleza, e aqui está a beira do rio! -Ele disse e deixou as coisas no chão. -E esse lugar é ótimo para a gente ficar. 

    -Graças a Deus, eu não aguento mais andar. -Gaten suspirou e largou suas coisas. 

    -Realmente, nós estamos há uma hora e meia nesse calor. -Sadie se abanou e bebeu água.

    -Eu disse que hoje estaria quente. -Noah suspirou e olhou em volta. -Uhul, estamos aqui.

    -Beleza, e qual é o próximo passo? -Finn perguntou, e nós também deixamos as coisas no solo.

    -Montar as barracas, é claro. -Noah respondeu.

    -Tá, e todo mundo sabe como fazer isso? -Perguntou.

    -Não. -Gaten respondeu.

    -Legal.

    -A Sadie disse que sabe. -Disse Caleb.

    -Porque eu sei, então eu vou ajudar.

    -Ótimo, Deus te abençoe. -Jack a respondeu. 

    -Bom, a minha barraca veio com um manual. -Noah disse e o pegou.

    -Essa é a barraca que você disse que ninguém nunca usou? -Finn o perguntou. 

    -Sim, está guardada lá em casa há uns dez anos.

    -Por quê? -Ri. 

    -Sei lá. -Respondeu e abriu o manual. -Descobri o porquê, o manual está em coreano. 

    -Ah, muito bom. -Jack aplaudiu. 

    -Realmente, acabou com os nossos problemas. 

    -Ih, pera! -Ele o analisou melhor. -Graças a Deus, a tradução está em espanhol! -Me entregou o manual. -Toma, divirta-se. 

    -Calma aí, eu preciso ajudar o Finn.

    -Millie, o Finn é pai. Quando você vira pai, aprende a fazer tudo automaticamente.

    -Então eu virei pai errado, porque não foi bem isso o que aconteceu. -Riu.

    -Ué, você não disse que montou uma cabana enorme pra coisa mais linda do mundo? -Noah o perguntou.

    -A coisa mais linda do mundo seria a minha filha?

    -Sim.

    -Então sim, eu montei. Por quê?

    -Viu, se não tivesse filha, não iria saber como montar. 

    -Noah, eu só li um manual.

    -Relaxa, você vai conseguir montar a barraca. -Respondeu. -Millie, me ajude. 

    -Ok, mas primeiro eu preciso passar a loção anti-pulgas e carrapatos no Doug. 

    -Beleza, sem pressa. Nós temos tempo para tudo. 

    E partir dali foi o caos. Sadie e Caleb foram os primeiros a deixar a barraca pronta, já a do Gaten desarmava o tempo todo. E depois de nós finalmente resolvermos o problema dele, fomos montar a que eu e Finn ficaríamos. E foi um estresse, ele quebrou uma unha minha e eu fiquei puta, mas ok, conseguimos montar. E aí eu e Sadie montamos a do Noah e do Jack, enquanto eles tentavam ler as coisas em espanhol para mim, o que foi um pouco complicado, porque eles não entendiam uma palavra do que liam. Mas finalmente ficou tudo pronto, todas as barracas armadas. 

    Eu confesso que nós demoramos bastante tempo para terminarmos tudo, então era quase fim de tarde. Sendo assim nós decidimos procurar um pouco de lenha nesse mato todo, e até que foi fácil de achar. Cada um de nós levou várias para o centro das barracas e ali nós as deixamos, prontos para acendermos a lareira. 

    -Beleza, e quem vai esfregar a madeira na outra até o fogo aparecer? -Caleb nos perguntou.

    -Achei que seria você. -Finn respondeu.

    -Nada disso, nós não somos homens da caverna! -Noah riu e tirou um isqueiro do bolso.

    -Ah, tá, e você acha que é só jogar na lenha? -Jack perguntou.

    -Por que não seria? -Gaten riu.

    -Calma, eu arrumei um jeito mais fácil e rápido. -Abriu a mochila e retirou aquela garrafinha de metal para bolso, com alguma bebida dentro. Então jogou pela lenha toda, e colocou fogo em seguida. -Prontinho. 

    -“Prontinho” nada, temos que alimentar o fogo. -Caleb respondeu e jogou mais lenha ali com o Gaten.

    -E o que tem na garrafa? -Sadie perguntou. 

    -Uísque. -Respondeu e a fechou.

    -Ih, assim que eu gosto! -Jack riu e bateu sua mão na dele. 

    -Beleza, galera, já temos conforto e fogo suficiente.

    -Isso aí, agora é só a gente relaxar. -Caleb respondeu animado e nós nos sentamos envolta da fogueira. 

    -Quem está com os marshmallows? -Perguntei. 

    -Eu. -Sadie pegou o pacote na mochila. -Os palitos também estão aqui. 

    -Boa, bota pra jogo. -Jack pediu e todos pegamos um palito grande de churrasco, e também alguns mashmallows para espetarmos ali. 

    -Na moral, eu juro que já nos imaginei fazendo muitas coisas juntos, mas um acampamento como esse... -Caleb riu e assentiu que não. -Nunquinha. 

    -Pois é, nem eu. -Gaten riu.

    -Mas faz parte, os rolês mais aleatórios são os melhores. -Finn disse e nós rimos, enquanto assávamos os marshmallows. 

    -Realmente, só o Noah pra nos arrastar pra Malibu em outubro. -Jack riu.

    -E pro meio do mato, também, né. -Disse e nós rimos, então eu comi um marshmallow assado. E estava uma delícia. 

    -Está gostoso, Millie?

    -Demais, nós podemos comer isso o dia todo. -Rimos.

    -Beleza, então a hora é agora. -Caleb riu e colocou vários na boca, de uma vez só. -AI, MEU DEUS, TÁ PEGANDO FOGO!

    -Inclusive o do Noah, literalmente. -Jack disse e nós rimos, ao notarmos o marshmallow torrado dele.

    -Poxa, eu achei que fosse ficar bom. -Deu de ombros e comeu mesmo assim.

    -É impressão minha, ou está esfriando? -Sadie cobriu os braços. 

    -Está esfriando, sim. -Assenti que sim. 

    -É, já está quase anoitecendo. -Finn respondeu.

    -Finn, pega o nosso cobertor na barraca. -O pedi.

    -Ok, espera. -A abriu e retirou o edredom dali, me entregando em seguida.

    -Obrigada. -Fui para o lado da Sadie e nós cobri por trás, então agora estávamos mais aquecidas, ainda assando os marshmallows. 

    -Aí, galera, lembrando que o resto da pizza tá num pote dentro de alguma mochila, hein. -Disse Noah.

    -Nossa, ainda sobrou? -Perguntei. 

    -Pois é, eu disse que o tamanho “Big família” seria demais. -Finn respondeu e nós rimos, e eu logo notei o Doug mastigar alguma coisa. 

    -Ei, você deu marshmallow pra ele?! 

    -Eu?! -Perguntou. 

    -É, ele está deitado do seu lado! 

    -Ah, foi só um, tadinho. -O acariciou, me fazendo revirar os olhos e assentir que não, enquanto os meninos riam. Então o Gaten deu um tapa em seu braço.

    -Ai, esses mosquitos estão me matando! -Reclamou. 

    -Não adiantou a loção que eu te emprestei? -Perguntei. 

    -Pelo visto não muito. -Matou outro.

    -Ah, que isso, eu tinha certeza de que essa era a área com menos mosquitos! -Noah retirou uma raquete elétrica da mochila e a estendeu para o alto. -Viram?! -E então começou a ter uma explosão de mosquitos sendo torrados na raquete, mas eram muitos ao mesmo tempo. E nós só admirando essa quase explosão de fogos de artifício, enquanto morriam uns novecentos mosquitos, no mínimo. Até que finalmente acabou. 

    -Realmente, é a área com menos mosquitos. -Jack respondeu.

    -Meus parabéns, todos os mosquitos dessa floresta entraram em extinção. -Disse Finn.

    -Me agradeçam, eu nos protegi da dengue. -Abriu um sorrisinho. 

    -E protegeu a Califórnia inteira, também, com certeza. -Sadie riu. 

    -Ih, que exagero. -Ele reclamou e analisou a raquete. -Alguém quer mosquitos torrados?

    -O Doug deve querer. -Caleb brincou.

    -Mesmo?

    -Não! -Eu e Finn respondemos, e eles riram. -Dá mosquito pro meu cachorro comer, pra ver só. -Reclamei e bebi água na garrafa. 

    -Ai, ai... -Caleb assentiu que não, enquanto ria. -Pessoal... -Comeu um marshmallow. -Eu sinto que essa noite vai ser longa. -Ele disse e nós rimos. 

    E ele estava certo, a noite começou a ser bem longa. O tempo pareceu ter parado, a partir do momento em que o céu escureceu por inteiro, nos fornecendo agora somente a luz da lua e das estrelas. Além da nossa fogueira quentinha, é claro. Estava bem aconchegante.

    Nós estamos há tanto tempo aqui conversando sobre tantas coisas, que perdemos a total noção do tempo. Agora estamos eu e Finn juntinhos, dividindo o nosso cobertor. Caleb e Sadie dividiam o dele, o Gaten se esquentava junto do Doug, e o Noah estava coberto pelo seu edredom, enquanto dividia o uísque com o Jack, que estava deitado em seu colo. Nós bebíamos as águas que trouxemos e comíamos os marshmallows, além das sobras de pizza que também veio para o acampamento. 

    -Mas foi hilário, gente, eu tentei ensinar basquete pra Millie na quadra lá de casa, mas ela não acertava uma cesta! Nenhuma sequer! -Caleb disse e nós todos rimos.

    -Caleb, eu tenho 1,63 de altura, eu pedi pra pegar leve!

    -E eu peguei leve, eu te coloquei nos ombros pra você acertar pelo menos uma, Millie! -Ele disse e nós rimos mais ainda.

    -E afinal, ela acertou?! -Jack perguntou.

    -Sim, acertou, mas eu não sei o que ela fez naquela cesta, porque ela conseguiu trazer o aro e toda aquela estrutura de ferro junto! -E agora nós gargalhamos. -Caiu tudo, gente, eu nunca entendi!

    -Porra, Millie, o que tu fez?! -Finn perguntou, enquanto ríamos. 

    -Gente, eu disse mil vezes pra ele que aquilo estava solto! -Respondi. 

    -Disse?! Porque eu não me lembro! -Respondeu e nós rimos mais. -Ai, cara, mas foi bom.

    -Foi hilário, a minha barriga doía de tanto rir. -Ri outra vez. 

    -Poxa, queria ter visto essa cena. -Noah suspirou, ao rir bastante com a gente. 

    -Todos nós queríamos. -Gaten brincou. 

    -Ah, eu imagino. -Respondi e nós rimos mais um pouco. 

    -E aí, galera, quando que vai começar a sessão “histórias de terror”? -Jack perguntou com malícia.

   -Ihhh... -Caleb assentiu que não.

    -Eu acho que não precisamos nos lembrar do que aconteceu ontem, né? -Sadie perguntou. 

    -Ah, com certeza não. -Respondi.

    -Ótimo.

    -Qual é, acham que vai aparecer um Jason aqui pra matar todo mundo?! -Gaten perguntou e nós rimos.

    -Até a hora que ele realmente aparecer e matar todo mundo, aí eu quero ver. -Noah deu de ombros. 

    -Não, vai, galera, é em outra floresta. -Jack respondeu.

    -Não é em um acampamento? -Gaten franziu a testa.

    -É, pode ser. -Caleb respondeu.

    -Mas aí, é sério que ninguém tem história de terror pra contar aqui na floresta? -Jack perguntou ansioso.

    -Quer ouvir a lenda da menina que chora? -Finn perguntou.

    -Não, só de ouvir o nome já me borrei. 

    -Então fica quietinho. -Respondeu e bebeu água. 

    -Tem alguma história mais leve? -Caleb o perguntou.

    -Assim, eu até poderia contar uma, mas é sobre crianças que morreram afogadas num rio, e não vai dar muito certo, né. -Assentiu para o rio ao nosso lado.

    -Realmente, nem arrisca. -Gaten assentiu que não. 

    -E de onde você sabe tanta história? -Sadie o perguntou.

    -Ah, são só lendas. Eu passava muitas noites em claro com os meus amigos só falando sobre essas coisas macabras, é cada uma de cair o cu da bunda. -Assentiu que sim.

    -Ah, que bom saber. -Jack riu abafado. 

    -Não foi você que me contou aquela lenda da lua de mel? -O acariciei. 

    -Da noiva sangrenta na lua de mel? -Me perguntou. 

    -Isso, só de ouvir já me arrepio toda. -Ri e me aconcheguei nele.

    -Gente, a Millie ficou dormindo agarrada comigo e com a Alison durante três noite seguidas, com medo da noiva sangrenta aparecer no quarto. -Ele disse e nós rimos.

    -Ué, mas ela não sempre dormiu agarrada com vocês? -Gaten perguntou.

    -Não, primeiro que a Alison dorme no quarto dela. -Finn respondeu.

    -Hmm, sei nem qual é o motivo. -Noah abriu um sorrisinho.

    -E segundo, que a Millie dormiu literalmente nos agarrando, ela morreu de medo.

    -Também, não sei o porquê que você foi me contar essa lenda. -Respondi.

    -Você que me pediu pra contar.

    -Ah, é mesmo.

    -Eu não sei como que o Finn não tem medo dessas coisas, ele sempre dorme numa boa depois do terror todo. -Caleb riu. 

    -Pois é, sempre dormiu. -Jack concordou.

    -Ele mete em medo em todo mundo e fica numa boa. -Noah assentiu que sim.

    -Ai, gente, até parece que eu não vou dormir por causa de história que me contam. -Bebeu água. -Que besteira. 

    -É porque ele virou pai, gente, pai não tem medo de nada. -Disse Noah.

    -Claro que tem, só que eu tenho medo de coisas reais. Por exemplo: a Millie e palhaços, os dois existem, e não a porra da noiva sangrenta. -Respondeu e nós rimos. 

    -Olha aqui, não zoa do meu medo, por favor. -Reclamei.

    -Tá, mas desde que a gente se conheceu, tu nunca teve medo de nada na hora de dormir. -Disse Caleb.

    -Cara, até os meus dez anos de idade eu acho que tinha medo da loira do banheiro. Só que um dia eu amadureci e falei: “Foda-se, se ela aparecer eu mando chupar minha rola”. 

    -E pra que essa grosseria toda? -Ri. 

    -Ah, eu tava na idade de falar merda pra tudo. 

    -Boa, Finn. -Jack riu.

    -Agora já sabemos quem é que vai consolar a Alison se ela tiver medo de bicho-papão. -Disse Noah.

    -Porra, vou ter mó orgulho. “Filha, se ele aparecer você dá um socão na cara dele, o quarto é seu, quem manda é você”. Pronto, é assim que você acaba com o medo de uma criança e ensina pra ela o empoderamento feminino.  

    -Gente, uma salva de palmas. -Noah disse e eles aplaudiram, enquanto ríamos. 

    -Nossa, até eu estou orgulhosa, meus parabéns. -Ri e o acariciei, então ele envolveu o meu pescoço com o braço, me esquentando mais ainda. -Ai, você tá tão quentinho com esse moletom... -Disse manhosa e me aconcheguei nele mais ainda.

    -Lá vai ela enfiar as mãos por dentro da minha manga. -Ele riu.

    -Você sabe que eu gosto de me esquentar em você. 

    -É, eu sei. -Sorriu de canto e me deu um selinho.

    -Vem cá, vai ficar mamando isso aí até quando? -Noah perguntou ao Jack, ao assentir para a garrafa na mão dele. 

    -Como assim?

    -Eu também quero, me dá logo.

    -Ah, minha bola de cristal tá no conserto, me desculpa. -Reclamou e deu a garrafa pro Noah.

    -Ih, “mi, mi, mi”. -Debochou e bebeu o uísque. E nós aqui, só observando.

    -Afinal, qual é a de vocês? -Caleb os perguntou.

    -Como assim? -Noah perguntou. 

    -Vocês estão juntos? -Sadie perguntou ansiosa, me fazendo levantar as sobrancelhas. 

    -Eu e Noah?! -Jack riu.

    -Juntos?! -Riram de deboche. -Ah, super!

    -É, até parece!

    -É que ontem eu vi vocês se pegando na festa. -Gaten disse, deixando todos nós quietos. -Opa. 

    -Não, mas eu também vi. -Sadie respondeu.

    -E eu também. -Caleb riu.

    -Por que todo mundo viu?! -Noah franziu a testa.

    -Porque vocês não são nem um pouco discretos. -Caleb respondeu. 

    -É, e ontem você gritou bem alto: “Eu e Jack estamos nos pegando desde março!” e ficou dizendo que iria vomitar na piscina. -Sadie disse e deu de ombros. -Eu só me lembro disso.

    -Tá, e por que é que você abriu a sua boca? -Jack o perguntou.

    -Fala sério, eu estava bêbado!

    -E quem deixou você beber?!

    -A minha idade, Jack! 

    -Tá, pera aí, então foi verdade o que você disse?! -Gaten perguntou.

    -Não, nós só nos pegamos uma vez em março! -Noah respondeu. -Ok, e talvez mais umas cinco vezes, mas depois disso nunca mais! 

    -Quando foram essas cinco vezes?! -Perguntei indignada.

    -Na festa! -Ele respondeu. 

    -Então afinal, vocês estão juntos ou não?! -Sadie perguntou.

    -É, gente!

    -Ótimo, eu estou louca pra saber disso! -Me ajeitei bem ansiosa. 

    -Eu não sei, gente, nós estamos juntos, Jack?! -Ele o perguntou. 

    -Tá perguntando pra mim?! É você que tem que saber!

    -Por que eu?! 

    -Porque você me disse que não sabe o que quer!

    -Eu menti, é claro que eu sei o que eu quero!

    -E eu também!

    -O que você quer sou eu?!

    -Se você me quiser, então é!
    -Eu quero!

    -Ótimo, então nós estamos juntos?!

    -Estamos, e acabou. 

    -Ok. 

    -Esperem, que dia é hoje? -Noah nos perguntou.

    -Cinco de outubro. -Jack o respondeu.

    -Ótimo, daqui a um mês eu compro o seu presente. 

    -Esperem, então isso foi sério?! -Caleb perguntou.

    -O quê?

    -Vocês estão mesmo juntos?! -Perguntei chocadíssima. -Tipo, agora?! -Sorri.

    -É, vocês falaram na moral?! -Finn perguntou.

    -Sim, falamos na moral. -Noah deu de ombros. -Pelo menos eu falei.

    -E eu também. -Jack respondeu.

    -Então vocês estão namorando?! -Sadie perguntou.

    -Real e oficial?! -Sorri mais ainda. 

    -Sim, né? -Ele perguntou ao Jack.

    -Sim.

    -Então sim. -Respondeu. E então nós todos começamos a sorrir chocadíssimos, só olhando um para o outro. E começamos a aplaudir muito felizes. 

    -UHUUL!!

    -PARABÉNS, CASAL!

    -LINDOS, MARAVILHOSOS! 

    -AI, NOSSO SHIPP ACONTECEU! -Abri um enorme sorriso e abracei o Finn bem forte. E ele me abraçou de volta, enquanto ainda festejávamos demais. -Eu estou tão feliz, tão feliz! -Continuei aplaudindo com eles, e logo eu e Finn demos um forte selinho um no outro.

    -Viu, Millie, eu também já me senti assim uma vez. -Noah brincou, ao assentir para mim e o Finn. -No caso, todo dia.

    -E eu também. -Caleb respondeu e nós rimos.

    -Mas e aí, cadê o beijinho pra oficializar? -Finn riu e bebeu mais água.

    -Ah, é mesmo! -Sorri.

    -Tem que ter! 

    -Ai, gente, só vocês... -Noah riu e assentiu que não.

    -Ei, nada a ver! -Ri e joguei um marshmallow neles.

    -É, chatos!

    -Andem logo! 

    -Tá bom, já que insistem... -Jack respondeu e eles deram um selinho um no outro. -Felizes? -Riram.

    -AI, MUITO!

    -AMAMOS! -Aplaudimos mais. 

    -Ok, então devemos fazer um brinde a isso? -Finn perguntou com um sorriso no rosto. 

    -Ah, mas é claro! -Sorri de volta.

    -Sim, com certeza!

    -Então é isso, galera, um brinde ao Noah e ao Jack, nosso novo casal! -Caleb estendeu seu copo bem animado.

    -UHUL!! -Levantamos o que nós bebíamos e rimos todos juntos.

    -Ei, um brinde a nós e também a todos vocês, por favor! -Jack estendeu a garrafa de uísque.

    -Isso aí, um brinde a todos!

    -A tudo e a todos! 

    -É, isso aí! -Rimos e bebemos. Então eu ri outra vez e enxuguei os cantinhos dos olhos. 

    -Ei, você está chorando? -Finn riu e enxugou meu rosto.

    -O que houve, Mills?

    -Ficou tão feliz assim com a notícia?! -Caleb perguntou e nós rimos. 

    -É, ela está meio temperamental e emotiva esses dias. -Finn riu e me acariciou. 

    -Eu não sei, acho que só estou muito emocionada por... -Assenti para a roda. -Isso tudo. -Ri e enxuguei os olhos, outra vez. -Às vezes eu paro e penso em como tudo podia ter sido diferente, e vocês não sabem quanta sorte nós temos por não ter sido. -Assenti que sim, e eles concordaram.

    -É verdade. -Gaten respondeu.

    -Pois é, eu nunca tinha parado pra pensar. -Noah riu.

    -Mas eu penso quase sempre, e fico muito feliz por tudo o que já aconteceu na minha vida. Digo, na nossa. -Respondi e eles sorriram de canto, ao se olharem. -Gente, eu enviei a minha audição para os Duffers no último minuto restante. -Disse e eles me admiraram. -Eu pensei inúmeras vezes em não me arriscar, porque caso o papel fosse meu, eu teria que perder os cabelos, e esse era o meu pesadelo. -Rimos. -Eu já tinha chegado à conclusão de que não iria tentar, mas algo dentro de mim me disse: “Vai e faça o teste, isso pertence a você”. E isso realmente pertencia a mim, além de tudo o que eu conquistei por ter raspado a cabeça. E vocês foram a minha melhor conquista, disso eu sempre tive certeza. -Disse e percebi que a Sadie sorriu de canto. -Hoje eu poderia ser uma fã qualquer que sonha em ter uma foto com vocês, e outra garota estaria aqui no meu lugar.

    -Que loucura. -Noah riu abafado. 

    -Eu poderia ser uma fã obcecada pelo Finn, mas não, eu sou a mãe da filha dele. -Disse e peguei em sua mão. -E eu juro pra vocês que não sinto saudade nenhuma da minha vida antes de nós termos a Alison. -Terminei e enxuguei o cantinho do olho. -O que eu quero dizer com tudo isso é que eu sou grata demais, do fundo do meu coração, por tudo. Por todos nós, e... -Assenti que não e suspirei. -Por absolutamente tudo, e nada mais. -Ri e os admirei. -Obrigada, pessoal. -Sorri de canto, e eles com os mesmos sorrisos.

    -Nós que agradecemos, Mills. -Caleb respondeu, com lágrimas nos olhos. 

    -E também agradecemos por tudo. -Gaten assentiu que sim.

    -Obrigada, pessoal. -Sadie sorriu.

    -Obrigado, galera. -Finn riu, ainda de mão dada comigo. 

    -Eu amo vocês, gente. -Noah sorriu de canto.

    -Bom, e sou eu quem tem que agradecer, né, porque eu só entrei nesse grupo por causa do outro ali. -Jack apontou para o Finn e nós rimos. 

    -Então é isso, um outro brinde. -Caleb estendeu o copo. -A tudo que a Millie disse, e a qualquer coisa boa que já nos aconteceu até hoje.

    -Um brinde. -Ri e estendi o meu.

    -Bora, galera, mais um! -Noah riu e estendeu a garrafa.

    -Isso aí!

    -Para um dos melhores brindes já feitos! -Sadie riu e nós todos bebemos, após realmente brindarmos um dos melhores brindes já feitos. 

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Então a noite continuou rolando do melhor jeito possível, nós não poderíamos pedir por um outro momento. Mas, infelizmente, começou a ficar bem tarde, então alguns resolveram entrar na barraca para dormir, até porque já estava realmente bem frio do lado de fora. Tudo bem que a fogueira nos esquentava, mas era bem mais aconchegante e quentinho ficar dentro da barraca. 

    -Ok, as risadas estão ótimas, mas eu vou fazer o que Noah, Jack e Gaten já fizeram há muito tempo. -Sadie riu e se descobriu do edredom, se levantando em seguida. -Eu vou dormir.

    -Boa noite, Sads. -Millie sorriu de canto.

    -Valeu, Sadie. -Me despedi.

    -Boa noite. -Sorriu e se voltou ao Caleb. -Você vem agora? 

    -Já estou indo, só mais dez minutinhos. 

    -Ok. -O deu um selinho e entrou na barraca. -Tchau. -Acenou para nós dali de dentro e nós acenamos de volta, então ela a fechou com o zíper. 

    -Bom, e agora quem está incomodada com esses mosquitos todos sou eu. -Millie suspirou e se levantou. 

    -Mesmo estando coberta? -Perguntei. 

    -Sim, estão me devorando. -Riu e se afastou um pouquinho de nós, então se sentou perto de algumas mochilas e pegou alguma coisa dentro de uma delas.

    -Aí, Finn. -Caleb me chamou. -Deixa eu conversar sobre uma coisa contigo?

    -Claro, chega mais. -Disse e ele veio para o meu lado, e daqui eu ainda conseguia ver a Millie um pouco atrás dele. -Fala aí, tá tudo bem?

    -Sim, relaxa, não é nada demais. -Respondeu e pegou um marshmallow no pacote. -Mas antes, eu quero comer mais um. -Disse e nós rimos, então ele começou a assá-lo na fogueira. E aí eu olhei para a Millie, outra vez, e a vi desabotoando os primeiros botõezinhos da camisa que ela vestia, e logo derramou uma loção no colo todo. E começou a espalhar aquilo tudo por ali, estava toda gostosa. Até que ela me admirou e percebeu que eu olhava pra ela. 

    -Gostosa. -Disse sem emitir som, fazendo-a abrir um sorriso malicioso, ainda espalhando aquilo tudo no colo. E eu só olhando. -Eu te quero pra mim. -Disse sem emitir som, outra vez, e ela riu com malícia.

    -Você não quer? -Caleb me despertou.

    -Oi? -Perguntei, e ele assentiu para o marshmallow no palito. -Ah, não, valeu. -Respondi e ele voltou a comer. E eu não me aguentei, tive que olhar pra Millie de novo. E assim que ela também me admirou, tudo o que fez foi abrir mais um botãozinho da camisa e me mostrar os peitos, cheia de vontade. E agora quem sorriu com a malícia pura fui eu.

    -Então, eu queria... -Caleb me admirou, então eu rapidamente me voltei a ele. Mas ele franziu a testa e olhou para onde a Millie estava, e por sorte ela se cobriu rapidamente, então ele não viu nada.

    -Oi. -Ela riu. 

    -Oi. -Ele respondeu meio desconfiado. Então se voltou a mim. -O que ela estava fazendo? -Franziu a testa.

    -Não sei. -Assenti que não. -Nem prestei atenção.

    -Hm.

    -Ok, meninos, eu e Doug vamos entrar. -Ela se levantou, agora completamente vestida. 

    -Mas já? -Perguntei.

    -Sim, ele está cansado. -O acariciou. -E já está tarde, então não demorem muito. 

    -Pode deixar. -Caleb respondeu. 

    -Você já vai dormir? 

    -Não sei, ainda não estou com muito sono. -Respondeu e me deu um selinho. -Mas já vou ir deitar, boa noite pra vocês. 

    -Boa noite, Mills.

    -Boa noite, daqui a pouco eu estou indo.

    -Tudo bem, nós vamos esperar por você. -Riu.

    -Ah, e toma aqui o cobertor. -A entreguei. 

    -Obrigada -Agradeceu e pegou a coleira do Doug. -Vem, filhote. -O beijou e entrou na barraca com ele. 

    -O Doug é uma fofura, eu não aguento com ele. -Caleb riu.

    -Realmente, ele é a nossa paixão. -Ri de volta. -Mas aí, me diz o que você queria falar. 

    -Ah, então. -Limpou a garganta. -Essa pergunta é um pouco pessoal, mas eu acho que não tem problema se eu fizer.

    -É claro que não, porra, pergunta logo. -Ri e ele riu de volta.

    -Por acaso a Millie já... te deu a permissão? 

    -A permissão pra quê? -Franzi a testa.

    -Ah... -Começou. -Você sabe. 

    -Ah, pra comer atrás?

    -Isso. -Respondeu e eu assenti que sim. 

    -Há muito tempo. -Disse e ele levantou as sobrancelhas.

    -Gente, como assim?

    -Foi em Las Vegas, cara, ela mesma disse. 

    -Nossa, é mesmo! -Respondeu chocado. -Que isso, eu nem lembrava! -Ele disse num tom baixo. 

    -Pois é, e acontece desde essa vez. 

    -E rola numa boa?

    -Sim, bem tranquilo. -Respondi. -Assim, claro, não acontece com frequência, ela decide liberar uma vez a cada dez transas, por exemplo. 

    -Ah, eu achei que a partir dali tivesse sido direto.

    -Não, é bem raro de acontecer. Até porque é uma parada delicada e eu entendo, não dá pra forçar a barra. Então acontece quando ela quer.

    -Tu nunca pediu pra ela?

    -Nunca, nenhuma vez. -Assenti que não. -E nem vou pedir, eu não me sinto confortável colocando pressão nisso, por mais que ela já tenha liberado outras vezes. Então eu espero ela mesma me dizer que quer. 

    -Soldado promovido. -Ele disse e nós rimos.

    -Tem que ser, mano, deve ser uma parada muito desconfortável pra ser feita sob pressão, ou só pra agradar alguém, tem que ser por agrado próprio, sabe?

    -Sim, claro. 

    -Então não, eu nunca pedi e nem vou.

    -Mas tu nunca pensou em pedir, antes dela querer isso pela primeira vez?

    -Não, eu sabia que ela iria conversar comigo sobre isso quando ela estivesse pronta.

    -E vem cá, qual foi a mágica que tu fez pra ela ter liberado isso assim tão rápido, cara?!

    -Caleb, eu juro que essa é a mesma pergunta que eu me faço todos os dias. -Ri.

    -Porra, Finn, não é possível.

    -Cara, eu juro que não fiz nada. -Respondi. -Eu não fiz e nem falei absolutamente nada, ela simplesmente quis e aconteceu. 

    -Assim do nada?!

    -Assim do nada. -Assenti que sim e pensei um pouco. -Mas por que, tu tá tendo problema com a Sadie?

    -Não, não é problema. É que assim, eu tava pensando em pedir, sabe? 

    -Puts, aí quebra.

    -Quebra, né?

    -É, não faz isso não.

    -Então, eu estava só pensando, porque eu concordo com tudo isso que você falou. Mas sei lá, Finn, eu sempre fiz tudo certo e direitinho, tudo do jeito como ela gosta. 

    -Então continua assim. 

    -Pois é, mas eu sinto que ela nunca vai querer, eu acho que ela nem pensa sobre essa possibilidade. 

    -Por que não?

    -Sei lá, eu só acho. Mas posso estar errado.

    -Assim, eu realmente não posso te dizer se ela pensa ou não. -Rimos. -Mas cara, faz a sua parte e espera pelo momento certo, alguma hora deve rolar.

    -Será?

    -Talvez sim. -Dei de ombros. -Senão, você tenta conversar com ela. Mas conversa como quem não quer nada, e não pede. 

    -Pois é, eu vou esperar por mais um tempo.

    -É, faz isso, sem pressa. Até porque, cara, cada mulher é uma mulher. E assim, a Millie é uma pessoa muito curiosa pra tudo, ela não tem medo de tentar coisas novas, quando ela quer ela vai e faz. Então assim, nesse quesito eu acho que eu realmente só conquistei isso por uma mera vontade dela de saber como é. -Disse e ele assentiu que sim. -E pelo visto ela gostou, mas tem que ser com carinho, ouviu, porra?

    -Claro que vai ser com carinho. -Ele disse e nós rimos. -Valeu, eu compreendo tudo o que você disse. E eu só pergunto, porque sei que você tem algumas experiências a mais. 

    -Ah, claro. -Debochei. 

    -Qual é, vai dizer que vocês não transam pra caralho?

    -Olha, transar pra caralho é uma coisa muito relativa. -Rimos.

    -Tá, me diz quantas vezes vocês transam, em média, por semana. 

    -Ah, sei lá, umas três, quatro vezes. -Dei de ombros. 

    -Toda semana?! 

    -Bom, depende. Até porque tem aquela semana off daqueles dias, né, oh semana amaldiçoada, puta que pariu. -Disse e nós rimos. 

    -Nossa, e eu achando que esse sexo todo tinha diminuído depois da Alison. -Ele disse e eu ri de deboche.

    -“Diminuído” o cacete, o fogo da garota parece que triplicou depois que a Alison nasceu. 

    -Porra, também, quantos meses vocês ficaram sem transar?

    -Sete meses, direto. 

    -Puts.

    -Pois é, mas tudo isso pelo respeito à minha filha que estava dentro dela, esse era o mais importante. 

    -Sim, é claro. -Riu. -Mas gostei de ver, hein. -Me deu um soquinho. -Tá metendo bem, os papais estão com a relação impecável. -Ele disse e nós rimos. 

    -Ai, olha, eu vou até dormir, depois dessa. -Rimos e nos levantamos. -Valeu, o papo foi bom. 

    -Foi mesmo.

    -E aqui, relaxou. Quando tu menos esperar, acontece.

    -Beleza, eu vou confiar.

    -Pode confiar. -Rimos. -Valeu, Calob. Boa noite.

    -Boa noite, Finn. -Respondeu e entrou na barraca. Então eu logo abri a minha, encontrando a Millie agora vestindo somente a camisa de antes e a calcinha, enquanto passava a loção na bunda. 

    -Opa, cheguei bem na hora do lanche. -Abri um sorrisinho e fechei a barraca, indo logo encher essa raba maravilhosa de beijos. Mas ela me parou, ao segurar na minha cabeça.

    -Não faça isso, está cheia de loção para mosquitos.

    -Af, sério? -Perguntei frustrado. 

    -Sim, mas eu ainda não passei do outro lado. -Se virou um pouquinho. 

    -Ai graças a Deus. -Disse e acariciei a bunda dela, a enchendo de beijos. -Ai, que delícia de raba, que bom que é minha. -A beijei mais ainda.

    -Ai, você exagera tanto. -Riu abafado.

    -O que, você não acha a sua bunda linda?

    -Não, eu acho ela normal. -Riu.

    -Que seja, Millie, ela é perfeita. -A apertei e dei um tapa. 

    -Shiu, faz silêncio, eles estão aqui do lado! -Ela disse num tom baixo. 

    -Desculpa, não deu pra evitar.

    -E vê se não se empolga, Finn. -Pediu e me deu a tal da loção. -Toma, passa em mim. 

    -Ok, foi bom enquanto durou. -Suspirei e comecei a espalhar o líquido pela bunda dela.

    -Sobre o quê o Caleb queria conversar com você, era algo importante?

    -Não, ele só me falou um pouco sobre ele e a Sadie, e tudo mais.

    -Está tudo bem entre eles dois?

    -Sim, tudo ótimo. -Suspirei e me deitei ao lado dela, notando que o Doug dormia no cantinho da barraca. -Pode ficar tranquila. -A acariciei. 

    -Ok, eu estou. -Riu e me acariciou de volta. 

    -Quer dormir? 

    -É melhor, não tem nada pra fazer aqui. -Assentiu que não. -E nós só temos a iluminação vinda da fogueira, então... -Rimos. 

    -Ok, então a gente dorme, assim bem gostoso. -A aconcheguei em mim e ela me beijou.

    -Boa noite.

    -Boa noite. -Puxei o cobertor e me ajeitei para dormir um pouco mais confortável. 

    E quem disse que a gente conseguiu dormir? Ela se mexia, eu me mexia, e aí nós desistimos de tentar pegar no sono e começamos a conversar e rir sobre coisas completamente aleatórias, só que baixinho para não acordar ninguém. 

    E agora estamos jogando aquele jogo de adicionar dedos nas mãos um do outro.

    -Vai. -Ela disse. 

    -Tá, pera. -Pensei e encostei meus quatro dedos na mão dela. -Perdeu.

    -Você quem pensa. -Riu e dividiu a quantidade de dedos na outra mão.

    -Ah, malandra. 

    -Toma dois. -Encostou dois dedos na minha mão direita. -Tchauzinho.

    -Que isso, pera aí. 

    -“Pera aí” nada, tira essa mão! -A afastou e nós rimos. 

    -Pronto, eu já vi que vou perder pela terceira vez. 

    -Então esquece, esse jogo já perdeu a graça. -Se ajeitou e suspirou de dor.

    -O que foi?

    -É muito desconfortável deitar aqui. -Se ajeitou outra vez. 

    -Nós estamos em cima do mato, eu já esperava por isso. -Ri.

    -Eu não. -Se sentou e massageou o ombro. -Faz massagem em mim? 

    -Faço. -Fiquei por trás dela e comecei a massagear a área de seus ombros, então ela deu outro suspiro de dor. -Está doendo?

    -Um pouquinho, mas alivia... -Inclinou a cabeça para o lado.

    -É, você está bem tensa, tem que relaxar mais.

    -Com a Alison longe de mim eu não consigo. -Respondeu e nós rimos.

    -Eu sei, nem eu. -Continuei a massageando. -Tem um nozinho aqui, posso tirar?

    -Pode. -Pediu e eu fiz, então ela suspirou outra vez. -Ah, isso, está muito bom... -Jogou a cabeça para o outro lado, meio manhosa. 

    -Você gosta assim? -Perguntei num tom baixo.

    -Sim, muito... -Respondeu manhosa, outra vez, me fazendo lamber os lábios. Então eu aproveitei o som da lenha sendo queimada, além da pouca iluminação que nós tínhamos do fogo todo do lado de fora, e coloquei os cabelos dela para o lado, começando a beijar bem devagar e com vontade toda a lateral do pescoço dela. Então a escutei rir com malícia, e continuei melando seu pescoço com beijos.

    -Hmmm... -Inclinou mais ainda a cabeça para o lado e acariciou meus cabelos, automaticamente me implorando por mais beijos. Até que eu percebi que ela abriu os botõezinhos da camisa e a retirou por completo do corpo, ainda cheia de vontade. Então tudo o que eu fiz foi pegar nos peitos dela por trás, começando a me divertir ali, e ela pegou por cima de minhas mãos, me obrigando a apertar os peitos dela com muito tesão e prazer. 

    -Eu já estava com sede disso, sabia? -Perguntei baixinho e ela riu.

    -Sim, é claro que eu sabia... -Continuou acariciando meus cabelos, então eu mordi a orelha dela e a enchi de carícias pelo corpo. Então ela se ajeitou na posição e nós começamos a nos beijar cheios de vontade e tesão, mas ela ainda estava um pouco de costas pra mim. 

    Eu peguei na lateral do rosto dela e nós continuávamos numa melação do cacete com aquele beijo todo. Mas eu logo desci a mão por todo o corpo dela, sem pressa alguma, só a acariciando e sentindo todas as curvas do corpo dela, que eu tanto amo. Pra mim elas são o paraíso. 

    Ainda nos beijando, tudo que ela fez foi envolver o meu pescoço com o braço, como se estivesse tão desesperada pelo beijo, que precisasse me manter ali pra sempre. Sendo que ela já segurava a lateral do meu rosto com a outra mão, então ela realmente não queria descolar a língua e os lábios dos meus por nem um segundo. Mas ela logo precisou, quando eu adentrei minha mão na calcinha dela. E eu a senti toda molhada, tão molhada, que eu adentrei logo os meus dois dedos. E aí ela parou de me beijar no mesmo segundo. 

    -Awwnn... -Me admirou e mordeu o lábio.

    -Shhhh... -Pedi e ela assentiu que sim, mesmo morrendo de tesão. Então eu continuei a adentrando com os dedos bem devagar, pra ver se assim ela se controla um pouco. Mas não, ela ainda gemia pra dentro e arfava bastante, pelo menos está se segurando. E eu aqui, a cada vez a adentrando mais, a admirando sentir muito tesão, através das expressões que ela faz quando já está derretida de prazer. 

    -Finn... -Gemeu para dentro e abraçou o meu pescoço, outra vez, agora deixando os lábios pertinho dos meus, enquanto arfa na minha boca. Então eu aproveitei e voltei a beijar seu pescoço, bem ali pertinho da mandíbula, e agora eu acelerei bastante os movimentos dos meus dedos dentro dela. -Hmmm! -Tentou se segurar, mas eu sabia que ela não iria conseguir. Então eu tapei a boca dela bem rápido com a minha outra mão, e continuei acelerando dentro dela, ainda sem deixar de me deliciar do seu pescoço. -Finn! -Enfiou as unhas no meu braço com toda a força, e então eu peguei mais leve com os meus movimentos. E aí ela destapou sua boca à força, agora ofegando como nunca.

    Tudo que eu fiz foi retirar os meus dedos dali e a fazer chupá-los inteiros, cheia de vontade, enquanto me olhava morrendo de tesão. E eu mais ainda, por estar olhando pra essa garota assim, chupando os meus dedos desse jeito toda manhosa e entregue a mim. Até que eu finalmente os retirei de sua boca, e ela voltou a me beijar com um desejo e vontade enorme disso. 

    Então ela se ajeitou outra vez e veio se sentar no meu colo, sem mais nem menos, e tudo que eu fiz foi pegar na bunda dela cheio de tesão, enquanto não parávamos de nos beijar por nada. E no meio desse beijo todo, ela começou a retirar o meu moletom, me deixando somente de calça, agora. 

    -Eu te quero tanto... -Arfou, enquanto me acariciava por todo o tronco. Então eu peguei em seu rosto e a beijei outra vez. 

    -Vai gemer baixinho pra mim? -Perguntei num tom baixo e ela assentiu que sim. E aí nós voltamos com aquele beijão, enquanto eu retirava o meu pau de dentro da calça. Então ela ajeitou a calcinha para o lado e eu a adentrei com um tesão fodido, porque esse sexo em pleno mato silencioso e cheio de gente por perto vai ser de foder. 

    -Awwnn, Finn... -Gemeu bem baixinho e apertou os olhos, ainda tentando se conter.

    -Isso, assim, bem baixinho, tá? -Pedi num tom baixo e voltei a beijar seu pescoço, enquanto agora ela faz esses movimentos maravilhosos e não tão rápidos em cima de mim. 

    Realmente, era bem arriscado, porque nós nem sabemos se todos já estão realmente dormindo. E a Millie é uma caixinha de surpresa quando está com tesão, mas eu vou tentar fazer ela se controlar. E me controlar, para que nada saia tanto do controle e não vire putaria em plena barraca, nós só queremos matar esse tesão todo. Até porque está com uma puta vibe de sexo por causa dessa iluminação e calor vindos do fogo. 

    -Hmm, isso... -Continuou se controlando e emitindo todos os sons baixinhos, além dos arfados que são inevitáveis de segurar. E eu aqui terminando o chupão delicioso no pescoço dela. -Finn... -Arfou e segurou com força nos meus cabelos, ainda fazendo os movimentos irresistíveis. 

    -Você é tão gostosa, tão maravilhosa... -Disse baixinho no ouvido dela e a acariciei com força e vontade, desde as costas até os quadris, notando que a pele dela se arrepiou depois dessa. E que ela continua se segurando pra não soltar aquele gemido que eu conheço bem. E não vou mentir, eu queria muito escutar, mas os outros têm o direito de não querer. -Eu te disse que te queria todinha pra mim, não disse? -Apertei a bunda dela com força. 

    -Aham... -Arfou e engoliu seco.

    -Pois é, e eu não estava brincando, sabia? -Colei o tronco dela no meu, ao puxá-la para mim pelas coxas e por mais cada pedacinho desse corpo maravilhoso.

    -Graças a Deus você não estava brincando... -Respondeu ofegante e eu peguei na lateral de seu rosto, agora voltando a beijá-la como antes, num desespero só. E aí nem eu mais me aguentei, descolei os lábios dos dela e segurei com força em sua cintura com a outra mão, começando a meter um pouco mais fundo e mais rápido. E agora ficou mais gostoso ainda. -Finn! -Gemeu ofegante e apertou os olhos, ainda aqui bem pertinho de mim. 

    -Shhhh... -Diminuí a velocidade e a segurei no rosto, mesmo ainda toda ofegante. -Baixinho, tá? -Coloquei uma mexa de seus cabelos já úmidos pelo suor para trás da orelha. Então ela assentiu que sim e nós voltamos com a pegação e os amassos sem fim, enquanto eu não deixava de acariciar uma parte sequer do corpo dela. Até acabei a arranhando desde seus ombros até sua cintura, pela sede que eu estou sentindo dessa mulher, podendo perceber que ela também já suava bastante. Na verdade, eu já percebi isso há um tempo, mas tudo bem.

    Nós continuamos assim por mais alguns minutos, porque logo chegaríamos lá juntos. E eu estava certo, ela começou a respirar mais ofegante do que antes, e as minhas costas começaram a sentir aquelas ardências das unhas dela quase me rasgando. E até eu comecei a ofegar bastante com ela, bastante mesmo.

    -Ah, isso... -Ela gemeu e mordeu o lábio. -Isso, Finn, vai... -Enfiou mais ainda as unhas em mim.

    -Millie... -Ofeguei cheio de vontade e peguei com força na bunda dela pela milésima vez. Então peguei em seu rosto e voltei a beijá-la, pra ver se assim a gente se segura um pouco. Mas aconteceu exatamente o contrário. 

    -Finn! -Ela acabou gemendo um pouco alto e tapou a própria boca, graças a Deus, e jogou a cabeça para trás em seguida.

    -Isso, Millie, vai! -Ofeguei num tom baixo e me segurei todo pra não emitir mais um som sequer, enquanto eu gozava pra cacete dentro dela. E enquanto eu segurava o seu corpo com força, porque ela não parava de se estremecer um segundo sequer. Mas pelo menos estava quieta, só gemendo pra dentro, o que realmente me impressionou.

    E depois de tanta carícia e respiração ofegante, nós nos beijamos mais um pouco, enquanto eu tenho o pescoço envolvido pelos dois braços dela, mas só para nos acalmarmos. Mesmo que estivesse sendo uma delícia de beijo. 

    -Amor... -Ela disse manhosa e eu a dei mais um selinho. -É melhor nós irmos dormir. -Me acariciou com um sorrisinho.

    -Mas já? -Brinquei e ela riu.

    -Sabe que horas são?

    -Não.

    -Nem eu, mas está muito tarde. -Respondeu e eu ri. -E nós já nos divertimos demais, hoje. -Rimos.

    -É, eu sei. -A acariciei, e ela ainda no meu colo. -Como você se segurou tanto? -Perguntei e ela me mostrou uma marca bem forte de mordida nas costas da mão, me fazendo rir. -Foi uma boa técnica.

    -Era minha única opção, mesmo que eu quase tenha furado a minha pele com os dentes. -Rimos e demos mais um selinho. Então ela saiu de cima de mim e se ajeitou para deitar. -Acho que agora o sono vem. -Se aconchegou, ao virar de frente para mim.

    -Eu espero. -Peguei o cobertor e nos cobri um pouco, então também me aconcheguei de frente para ela e a admirei. -Eu te amo. -Acariciei seu rosto, fazendo-a sorrir de canto.

    -Eu também te amo. -Pegou em minha mão e a beijou. Então abraçou o meu tronco nu e apoiou a cabeça no meu peitoral, para que talvez agora a gente consiga dormir. 

    

    [...]

 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    E aqui estou eu, no meu sono de princesa, ao lado do Finn, e nós dois entre o cobertor todo embolado dentro da barraca. Ok, talvez não no meu completo sono de princesa, porque foi uma noite bem desconfortável, já que nós dormimos em pleno solo do mato. Mas tudo bem, pelo menos nós descansamos, mesmo que agora eu só esteja cochilando, graças à luz do dia e do calor, que acabaram me acordando bem cedo. 

    Mas agora outra coisa me acordou por completo, após eu começar a ouvir o som altíssimo de uma melodia de trompete, vindo do lado de fora da barraca, o que me fez franzir a testa. Então me voltei ao Finn e ele se virou pra mim.

    -Mas que porra é essa? -Reclamou, ao franzir a testa. 

    -Sei lá. -Respondi e me espreguicei, enquanto ele suspirava e apertava os olhos. E nada do som parar. -Que horas são?

    -Quinze pras oito, ainda. -Respondeu e se sentou. Então eu rapidamente vesti o meu short e a camisa de ontem, e aí nós abrimos o zíper da barraca, encontrando o Noah em pé do lado de fora, com o celular na mão, e era isso que emitia esse som insuportável. E nós ficamos ali o admirando, notando que a barraca deles estava aberta. E o Jack também o admirando sem reação. 

    E aí todos abriram suas barracas, sem entender nada, e ficamos um olhando pra cara do outro. Até que o Noah finalmente deu pause no celular. 

    -Bom dia. -Abriu um sorriso.

    -Tá, e pra quê essa tortura toda? -Finn perguntou.

    -Exato, nem eu entendi. -Jack reclamou.

    -Bom, já que nós viemos acampar, então precisamos acampar direito. Mas eu não tinha um trompete, então baixei essa música no meu celular para acordar vocês. -Sorriu outra vez. -Gostaram?! 

    -Não. -Caleb respondeu. 

    -Nem um pouco. -Gaten assentiu que não. 

    -Ah, parem de drama. -Ele respondeu e se sentou, então todos nós saímos das barracas.

    -Nossa, que calor... -Gaten se abanou.

    -Demais, nós acordamos suando. -Suspirei, me referindo a mim e ao Finn. 

    -Vocês dormiram bem? -Caleb perguntou.

    -Mais ou menos, as minhas costas sofreram. -Jack respondeu.

    -Pois é, foi um pouco desconfortável. -Sadie se alongou. 

    -Mas de resto foi tranquilo. -Finn respondeu.

    -É, foi legal a experiência. -Disse Gaten.

    -Eu disse que vocês iriam gostar. -Noah se gabou. 

    -Nós gostamos, apesar de que o único que tenha hibernado foi esse filhote aqui. -Ri e acariciei o Doug, que logo foi fazer xixi numa árvore próxima. 

    -E aí, o que temos para o café da manhã? -Caleb perguntou e nós nos sentamos.

    -Marshmallows e algumas frutas. -Jack respondeu.

    -Delícia.

    -Quem trouxe a maçã que eu pedi? -Perguntei.

    -Eu, toma. -Caleb a retirou da mochila e me entregou.

    -Obrigada. -Respondi e a mordi.

    -Também tem café na garrafa térmica, se quiserem. -Disse Noah.

    -Opa, bota pra jogo. -Caleb pediu. 

    -E eu vou botar água e ração pro garotão aqui. -Finn o beijou e se levantou.

    -Ah, eu deixei as coisas dele na minha mochila, está ali do lado da barraca. -Apontei e ele a pegou. Então colocou água e comida para o Doug, e nós comemos o que tínhamos para o café da manhã, além de também bebermos o café, cada um em seu copo. Mesmo que não estivesse tudo fresquinho, ainda estava gostoso. Até porque, nós acordamos com muita fome. 

    -Aí, o celular de alguém descarregou? -Gaten perguntou.

    -O meu não.

    -Nem o meu. -Finn respondeu.

    -Acho que o de ninguém, nós nem usamos. -Sadie deu de ombros.

    -Pois é, não deve ter sinal nenhum por aqui. -Caleb olhou em volta.

    -Infelizmente, eu estou louca para ter notícias da Alison. -Respondi frustrada. 

    -Ei, ontem enquanto nós montávamos as barracas, eu consegui duas barrinhas de sinal por aqui. -Noah se levantou e estendeu o celular, começando a andar um pouquinho.

    -Tem certeza? -Jack perguntou. 

    -Sim, eu me lembro. -Respondeu e continuou na procura pelo sinal. -Aqui, consegui! 

    -Nossa, do nada. -Caleb riu.

    -Pois é, às vezes a gente dá sorte. -Ele disse e seu celular começou a tocar. -Ih, é minha mãe. -Atendeu e colocou no viva-voz. -Fala aí, mãe. -Comeu um marshmallow.

    -Noah, me responde agora, onde é que você está?! -Ela perguntou num tom estressado.

    -Ué, eu estou acampando. -Respondeu e comeu mais um.

    -Noah, eu não estou de brincadeira, AONDE É QUE VOCÊS ESTÃO?! -E ele franziu a testa.

    -É sério, mãe, nós estamos acampando! -Se voltou a nós com a testa franzida. -Por quê?!

    -E DE QUEM É AQUELA CASA QUE VOCÊ ME MANDOU AS FOTOS?! -E agora fomos nós que franzimos a testa, enquanto nos olhávamos.

    -Como assim, eu só te mandei as fotos que nós tiramos na festa!

    -E DE QUEM É AQUELA CASA, NOAH?! 

    -Mãe, é a casa dos meus avós. -Ele respondeu preocupado.

    -NÃO, AQUELA NÃO É A CASA DOS SEUS AVÓS! -E nós todos nos olhamos desesperados, com só uma coisa em mente: 

 

    Fodeu.

 

    -Noah, você vai me dizer agora de quem é aquela casa onde vocês estavam dando uma festa. -Ela pediu num tom pior ainda. 

    -E-eu não sei, mãe, como assim aquela não é a casa dos meus avós?!

    -NOAH, PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ NÃO ME FAZ PARAR NA DELEGACIA, TÁ OUVINDO?!

    -Por quê eu pararia numa delegacia, mãe, não me assusta!

    -PORQUE VOCÊ ESTÁ NA CASA DE OUTRA PESSOA, NOAH!

    -MAS COMO?!

    -EU NÃO SEI!

    -Mas o endereço está certo, mãe, era Avenida Malibu, condomínio 12, casa número 76! -Ele disse, e ela em silêncio. -Não é?!

    -NÚMERO 76, NOAH?!

    -NÃO SEI, NÃO BRIGA COMIGO!

    -O NÚMERO É 66, NOAH! NÃO É 76, NUNCA FOI 76, MEU FILHO!

    -AI, MEU DEUS, O QUE EU FAÇO AGORA?!

    -PEGA OS SEUS AMIGOS E SAIAM AGORA DAÍ! AGORA, TÁ OUVINDO?!

    -SIM, NÓS ESTAMOS INDO!

    -AGORA, NOAH! E QUANDO EU TE LIGAR, EU QUERO VOCÊ DENTRO DA VÃ, FORA DAQUELA CASA, NO CAMINHO DE VOLTA PRA CÁ, TÁ OUVINDO?!

    -SIM, ESTOU! 

    -ENTÃO ANDA, NOAH, ANTES QUE EU LIGUE PRO SEU PAI!

    -OK, EU ESTOU INDO! -Desligou desesperado. E se voltou a nós mais desesperado ainda, e nós ainda mais. Se é que era possível.

    -Não me diz que nós passamos quatro noites dentro da casa de um estranho. -Finn pediu frustrado.

    -Bom, eu sinto em dizer, mas agora nós descobrimos o motivo da chave não ter entrado na fechadura. -Jack disse, sem reação alguma. 

    -Tá, então agora é pra gente parar de olhar um para o outro e sair correndo, antes que sejamos presos, certo? -Caleb perguntou.

    -Aham. -Noah respondeu horrorizado, mais pálido do que o normal. -AGORA, GENTE! -Ele disse e nós nos levantamos numa correria só, e começamos a desmontar e a guardar tudo, completamente desesperados. Não há outra palavra que nos defina nesse momento. 

    Nós nunca fizemos coisas com tanta rapidez assim antes, nem sabíamos onde estávamos guardando as coisas. A gente só as enfiava dentro da mochila. 

    -Ok, aqui já foi! -Caleb disse esbaforido e fechou a sua.

    -E aqui também! -Jack respondeu.

    -Aqui também. -Prendi a guia no Doug e enxuguei a testa. Então nos olhamos outra vez.

    -VAMBORA! -Noah gritou e nós começamos a correr. 

    -POR ONDE NÓS VIEMOS?! -Gaten perguntou.

    -EU NÃO SEI!

    -FOI PELO LADO ESQUERDO!

    -ENTÃO VAMOS PELO DIREITO! -Noah ameaçou a correr, mas Jack o puxou.

    -NÃO, ANIMAL, TEMOS QUE VOLTAR PELO ESQUERDO!

    -NÃO ME CHAMA DE “ANIMAL”, EU SOU O SEU NAMORADO! 

    -MAS VAI DEIXAR DE SER, SE NÓS TODOS FORMOS PRESOS! 

    -AI, NÃO!

    -VEM, VAMBORA! -E lá fomos nós, correndo de novo. 

    Ok, e todo o ótimo momento que nós estávamos tendo foi por água baixo. Porque agora tudo se transformou no completo caos, nós estamos correndo pelo meio do nada, torcendo para que o caminho esteja certo, enquanto carregamos milhares de coisas pesadas, além de eu levar o meu cachorro na coleira, sentindo esse Sol de rachar bem acima de nós. Se ninguém desmaiar hoje, não desmaiamos nunca mais. 

    -GENTE, CALMA, EU PRECISO RESPIRAR! -Jack parou e se apoiou nos joelhos, começando a respirar bem ofegante. 

    -Jack, lagartixa! -Disse, ainda correndo.

    -AAAAAH! -Gritou e voltou a correr bem rápido com a gente.

    -Tá, e onde nós estamos?! -Sadie perguntou. 

    -Eu não sei, talvez perto da saída! -Finn respondeu.
    -Eu nem me lembro por onde foi que nós entramos! Disse Caleb.

    -Ei, ei! -Noah abriu os braços e parou todos nós. -É impressão minha, ou as árvores terminam logo ali?! -Apontou.

    -“Logo ali”?! -Gaten debochou, respirando bem ofegante com a gente.

    -Sim, é ali mesmo! -Caleb respondeu.

    -VAMBORA! 

    E lá fomos nós, mais uma vez. Estava bem perto, mas bem longe, pelo menos correndo desse jeito nós até que chegávamos rápido, e foi isso que aconteceu. Finalmente chegamos ao encostamento da estrada por qual viemos, ao sairmos dessa floresta toda. E aí nós nos apoiamos nos joelhos e começamos a respirar como se estivéssemos morrendo sufocados. 

    -Conseguimos?! -Jack perguntou.

    -Sim, nós conseguimos. -Respondi ofegante. -Saímos da floresta.

    -Ah, até que enfim... -Finn suspirou.

    -Ok, agora é só nós irmos para a vã, e... -Caleb apontou para o lado, mas nada da vã estar ali. -Opa.

    -Cadê a nossa vã?! -Gaten perguntou.

    -Ai, meu Deus, será que rebocaram?! -Disse Noah.

    -Eu avisei que não podia ter parado aqui! -Disse Jack.

    -Mas é um acostamento, é claro que pode! -Finn respondeu. 
    -GENTE! -Sadie nos interrompeu. Então apontou para bem longe, na estrada. -Lá está a vã. -E nós finalmente a encontramos, estacionada no mesmo lugar onde tínhamos deixado. 

    -Fala sério, está lá longe! -Gaten reclamou.

    -Eu sabia que tinha algo de errado, nós saímos dessa floresta rápido demais. -Suspirei cansada. 

    -Ok, se acalmem! Pelo menos falta pouco, nós já a encontramos! -Disse Caleb.

    -E por favor, não vamos mais correr. -Jack pediu exausto.  

    -Não, nós vamos andando. -Noah suspirou e enxugou a testa. -Vamos indo. -Respondeu e nós começamos a andar em grupo, pelo acostamento da estrada. Mesmo ainda acabados e morrendo de calor. 

    Então quando já estávamos bem perto da vã, algo nos fez olhar para trás. E quando nos viramos, encontramos uma viatura da polícia vindo desde o final da estrada. 

    -AI, MEU DEUS, POR QUE A POLÍCIA ESTÁ AQUI?! -Noah perguntou num desespero só.

    -Ei, fica calmo! -Sadie pediu.

    -NÃO, EU NÃO QUERO SER PRESO!

    -SHHHH! -Gaten o empurrou. 

    -Só fiquem quietos e ajam naturalmente, tá? -Jack pediu e nós assentimos que sim, e voltamos a andar como pessoas normais. Ou pelo menos tentamos. 

    E quando a viatura finalmente iria passar por nós e nos deixar bem tranquilos, não foi bem isso que aconteceu. Ela simplesmente parou bem ao nosso lado, nos fazendo gelar.

    -Vocês sete. -O policial que dirigia disse num tom grosso, e nós paramos na mesma hora. 

    -S-sim, policial? -Caleb perguntou com a voz falha.

    -Por acaso algum de vocês sabe como podemos chegar nesta cafeteria? -O mostrou uma folha.

    -Vê aí, Noah. -Ele o deu um empurrãozinho e o Noah foi para frente, morrendo de medo. Então analisou o papel.

    -Não, senhor. -Assentiu que não. 

    -Ah, ótimo. -Suspirou estressado e o entregou para o policial no banco do carona. 

    -Tenha um bom dia, policial. -Abri um sorrisinho e me virei, na intenção de continuarmos andando. 

    -Esperem. -Ele pediu, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo. Então nos viramos, mais uma vez, e tudo que ele fez foi nos encarar meio bravo e desconfiado. -Saia do carro. -Assentiu para o outro policial e os dois retiraram o cinto, saindo do veículo em seguida. E nós todos sem reação alguma.

    -M-mas como assim, nós não fizemos nada. -Noah disse nervoso e riu abafado. Então os policiais cruzaram os braços, ao ficarem de frente para nós, nos fazendo chegar um pouco para trás. 

    -Vocês... -Assentiu o indicador para a gente, ainda nos encarando muito desconfiado. Meu Deus, que tensão terrível. -Ah, eu sabia, vocês são os garotos de Stranger Things, cara! -Riu e deu um tapinha no outro policial.

    -Pode crer, eu estava tentando me lembrar! -Ele riu de volta.

    -Pois é, eu também! -Riram. Então nós rimos juntos, completamente sem graça. -Pera aí, deixa eu tirar uma foto com vocês! -Pegou o celular e tirou uma selfie com nós sete acabados. -Porra, a minha mulher se amarra em vocês! 

    -Ah, obrigada. -Sorri sem graça.

    -Obrigado, policial.

    -E você é o meu favorito, vem aqui! -Puxou o Noah para perto.

    -AI, meu Deus, socorro. -Ele disse e riu sem graça, morrendo de medo. Então tiraram uma foto. 

    -Valeu, agora eu tenho uma foto contigo! 

    -É, é, que bom. -Sorriu meio torto.

    -Caso contrário eu te prendo, hein! -Pegou as algemas e riu.

    -AI, NÃO, EU NÃO INVADI A CASA DE NINGUÉM! -Gritou assustado e se escondeu atrás do Jack.

    -Menos, porra! -O sussurrou.

    -Enfim, divirtam-se, pessoal. -Respondeu e entraram no carro. -Mas nem tanto, hein! -Rimos e ele fechou a porta.

    -Hahaha, pode deixar. -Finn riu.

    -É, estamos bem. -Caleb respondeu. Então o cara trocou a marcha e seguiu com a viatura pela estrada. 

    E nós sete completamente em choque. Nem comentamos sobre o que aconteceu, somente fomos para a vã e voltamos para a casa do suposto estranho que nós invadimos. Então nós arrumamos a casa inteira, por completo, nem um cômodo a mais e nem um a menos. Deixamos tudo do jeitinho como estava quando nós entramos, sem um alfinete sequer fora do lugar. Tanto na parte de dentro, quanto na garagem e na parte de fora. Então cada um foi retirando suas coisas, numa correria só, e entrando na vã. E quando nós finalmente trancamos a casa, chegou a hora de devolver a chave reserva no lugar onde eu a tinha encontrado. 

    -Foi, Millie?! -Noah me perguntou.

    -Espera. -Respondi, deixando a chave bem certinha e encaixada no lugar. -Pronto, vai! -Disse e nós encaixamos o rodapé de volta na parede.

    -Foi?!

    -Sim, já está preso!

    -Beleza, bora! -Pegou no meu braço e nós entramos correndo na vã, então eu deslizei rapidamente a porta e a fechei, dando um breve suspiro de alívio e cansaço em seguida. 

    -Caleb, acelera. -Sadie pediu.

    -Só se for agora. -Respondeu e deu a partida, para nós finalmente sairmos desse condomínio. 

    E tudo o que rolou foi o silêncio absoluto aqui dentro, porque ainda estávamos processando o que acabou de acontecer. Mas o celular do Noah tocou. 

    -Oi, mãe. -Ele atendeu. -Sim, nós já saímos. Estamos na vã. -Respondeu e assentiu que sim. -Sim, eu estou indo. Beijos, tchau. -Desligou a chamada e engoliu seco. 

    -Bom... -Jack suspirou, enquanto acariciava o Doug. -Agora eu acho que nós nunca mais voltamos para Malibu.  

    -Ah, não mesmo. -Noah riu de deboche. -Eu juro que não estou acreditando no que aconteceu.

    -E nem eu, nós invadimos a casa de alguém! -Gaten respondeu.

    -Pior, nós passamos quatro noites lá dentro! -Disse Finn. -Tudo poderia ter acontecido, nós podíamos ter sidos pegos no flagra!

    -Cara, puta que pariu... -Jack assentiu que não.

    -Bem que estava muito estranho o fato da Millie ter aberto a porta com a chave reserva. -Disse Sadie. 

    -Exato, mas eu só achei que tivesse trazido a chave errada! -Noah deu de ombros.

    -O que obviamente podia ter acontecido. -Respondi.

    -Pois é, mas não aconteceu. -Ele disse. -Eu trouxe a chave certa, e nós invadimos uma casa aleatória. -E nós em silêncio, outra vez.

    -Assim, foi um sufoco, mas vou ser sincero. -Jack pegou no ombro do Noah. -Que puta lembrança dos seus dezoito anos, hein. -Riu.

    -Real, isso foi a coisa mais aleatória do mundo! -Disse Gaten.

    -É, mano, há poucas horas nós estávamos numa floresta! -Disse Caleb. -E olha agora! 

    -Por quê que toda a viagem que nós fizemos juntos dá alguma merda, hein? -Finn riu.

    -Não sei, vai ver é um aviso pra gente parar de viajar juntos. -Respondi e nós rimos. 

    -Olhem, que seja. -Noah começou. -Isso já aconteceu, já fizemos a merda, e graças a Deus nada de grave aconteceu. Mas isso não sai daqui. -Ele pediu, e nós quietos. -Tá?

    -Sim, claro. -Gaten respondeu e nós assentimos que sim. 

    -Vai ser o nosso grande segredo. -Ele disse preocupado. -De todos nós. -Terminou, nos fazendo assentir que sim. -Prometem? -Perguntou e nós nos olhamos.

    -Prometemos. -Respondemos em coro. 

    -Ótimo. -Suspirou e se aconchegou no banco. 

    -Bom, pessoal, próxima parada: Nossas casas. -Caleb suspirou e trocou a marcha. -Tempo de chegada... -Olhou no GPS. -Um dia e algumas horas. -Ele disse, então todos nós nos aconchegamos na vã para podermos ter uma volta um pouco tranquila e menos agitada, graças a tudo o que acabou de acontecer. 

 

    E assim terminou a nossa tão esperada e inesquecível viagem para Malibu.

 


Notas Finais


BELEZA, PAUSA!! (Não pausa nada, esquece a pausa)
E AÍ, AMORES, O QUE ACHARAM?!?! Bom, como estamos em época de Halloween, decidi trazer um pouquinho de terror nesse capítulo, nunca é demais. E o hot foi de brinde, espero que tenham gostado <3
AGORA SIM, JOAH ESTÁ ASSUMIDÍSSIMO, ESPERO QUE ESTEJAM FELIZES!! (E relaxa que eles ainda aparecem muito juntinhos por aí)
Sobre a Millie, que vocês tanto queriam saber: eu não quis especificar o que rolou, até porque nem teve um motivo tão sério pra isso tudo. Então fica a critério de vocês, muita bebida, TPM, ou os dois juntos. Nunca saberemos, né??
E OS FILHOTINHOS DO DOUG, HEIN?? AI, TI AMOR!! (Ok, parei) E antes de tudo, eu gostaria de parabenizar a quem criou a teoria de que eles realmente nunca estiveram na casa da família do Noah, acertou em cheio essa!!
Agora o anúncio curioso, só porque eu tenho o direito de fazer o meu marketing: Se lembram de quando eu disse que nem tudo fica bem pra sempre? Pois bem, vocês se preparem pra bomba que vai vir no próximo capítulo, o negócio vai pegar fogo, e eu vou fingir que nem to vendo. E não vai ser o fogo bom não, tá?! Vai ser o fogo do estrago, mesmo, o fogo do CAOS!! Finn e Millie estão muito bem pro meu gosto, vamos causar um pouquinho de tensão e reviravoltas nesse relacionamento. HIHIHI, AGORA SEM MAIS SPOILERS!!
Agora é isso, espero que tenham amado, amores, fiz com muito carinho pra vocês!! E me deixem saber o que acharam, tá? É a melhor parte e isso é fundamental pra mim, espero que saibam <3
Só me aguardem no próximo capítulo.
Beijos, seus lindos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...