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História Amaldiçoado - Prólogo, Linhagens


Escrita por: yehunnie

Notas do Autor


Olá~ Boa noite, nessa linda noite de sexta-feira. Tô bem nervosa, mas vamos relevar isso. Sabe quando você tem um plot em mente, ele martela até nascer? Para ser mais exato, cheguei a escrever um pouco, e comentei com algumas amigas que começaram a falar que deveria escrever, perguntando "Cadê o abo?" todas as noites, e o que era para ser uma fic pequena, hoje já tem escrito mais de 12K (e ainda falta bastante coisa). Então, quero mandar aquele beijo para a (em ordem alfabética): Alê, Jany, Linnie e Priscila <3 Por escutar meus resmungos e gritos de 'não sei se vou conseguir acabar isso'. Ainda não terminei de escrever a fic, mas pelo menos está bem adiantada. Pesquisei sobre o universo ABO, e tentei ser o mais fiel possível, mas tive que fazer algumas modificações devido ao plot, mas nada gritante.

Espero que gostem, beijinhos <3

Capítulo 1 - Prólogo, Linhagens


Dentre todas as regras do mundo dos lobos,

existia uma que era ensinada desde sempre as gerações:

Um ômega devia sempre obediência a um Alfa.

 

Quando o Alfa Kim Bonhwa escolheu sua esposa, ocorreu sete dias de festa.

Betas mulheres e alguns ômegas de linhagens puras competiram para assumir aquele posto, casar-se com o chefe da alcateia, ter o respeito de toda a pequena cidade de lobos. E quando foi anunciado que a Beta Yang Mi tinha sido escolhida como a esposa do Kim, a cidade celebrava as novas gerações que viriam, celebravam a força da alcateia na escolha da beta mais forte, celebrava a alegria do seu povo.

Não tardou muito para que fosse anunciado que Yang Mi estava grávida, de um menino para ser mais exato, o futuro herdeiro do posto mais importante para a sociedade, aquele que cuidaria da população, esconderia o segredo do seu povo do mundo dos humanos e os guiaria para a harmonia de sociedade tão violenta. Bonhwa não poderia estar mais feliz, ele um Alfa de linha pura tinha escolhido como esposa a Beta mais forte para garantir que seu filho seguisse seus passos.

Novamente ocorreram sete dias de festas, Yang Mi observava da sacada de sua casa a população festejando, alguns lobos uivavam a lua e outros dançavam ao som da banda da pequena cidade. Não eram mais um povo que morava na floresta, tinham escolhido se firmarem em uma cidade onde cada um protegia o próximo como familiares, e no fundo, eles eram isso. Consequentemente ocorreu um certo abandono do lado animal, mas ainda assim, eles eram lobos e em festas como aquelas eram normais alguns perderem o controle e se transformarem.

Existia uma pequena regra na cidade, não era permitido humanos normais. A cidade era afastada e a população não se incomodava com aquilo, era uma forma de afastar os viajantes que se perdiam e os curiosos. E caso alguém encontrasse a cidade, a população naturalmente agia para repelir a pessoa do território para que no final todo o povo fosse da alcateia.

Os primeiros da gestação de Yang Mi foram tranquilos, a sua fome duplicou de tamanho e sua loba interior se acalmou por conta do filhote que estava gerando, tudo estava indo bem até que certa manhã Bonhwa sentiu sua esposa mais quente que o normal de um lobo, e tudo começou a desandar. A esposa cheia de energia que era admirada por toda a população passou os meses seguintes deitada na cama com fortes dores no ventre e febres constantes, ninguém sabia o que ela tinha, e a beta se desesperava com a mão no ventre com medo de perder seu filhote.

Nesse período não ocorrem festas. A população permanecia constantemente embaixo da sacada da casa do chefe da alcateia, rezando e pedindo aos espíritos animais que a Beta e o seu filhote aguentassem aquela gestação...

E eles aguentaram.

Quando Kim Junmyeon nasceu aconteceu dez dias de festa.

O parto tinha sido difícil e Yang Mi perdera a consciência diversas vezes durante as longas horas de força constante, mas quando ela observou aquele filhote pequeno em seus braços que ela jurava ser o ser mais lindo que tinha conhecido, para ela os últimos meses, a competição que participará pelo chefe da alcateia, o casamento que tinha sido arranjado mas por fim tinha se apaixonado por Bonhwa, ter descoberto que não poderia ter mais filhos pois seu útero não tinha aguentado a gestação, mas tudo aquilo tinha valido a pena.

Junmyeon era sua vida.

________

Kim Junmyeon cresceu com a função de comandar a alcateia.

Ele sentia orgulho de quem ele era, filho do alfa e da beta mais forte, futuro herdeiro da alcateia e quem todos se orgulhavam naquela cidade, tanto por si, quanto pelo seu sobrenome Kim.

Quando pequeno não entendia muito bem o porquê ser especial para todos. Não entendia o motivo de suas professoras sempre zelarem por sua vida e aprendizado de forma mais exagerada, não entendia o motivo de todos sempre o observarem e ter que aprender sobre os clãs dentro daquela cidade. Seu pai o ensinava sobre a bondade com os cidadãos, como deveria controlar seu lobo interior e que apesar de ômegas serem os mais francos, ele deveria sempre cuidar deles.

Bonhwa era um homem generoso. Muitos almejavam seu posto, e Junmyeon não sabia, mas seu pai às vezes saia a noite para acalmar os ânimos de clãs insatisfeitos, e sua mãe sempre ficava nervosa roendo as unhas com medo da morte do seu esposo por um alfa que desejasse o controle. Deitado em sua cama, o pequeno Junmyeon escutava sua mãe lhe contando de como tinha passado por diversas provas para se provar forte para seu pai, e que no futuro teriam diversas pessoas o disputando também.

Porém, não foi bem assim que as coisas aconteceram.

O herdeiro da alcateia cresceu com a ideia fixa que não queria uma disputa por ele, aquela era uma disputa muito barbara para si. E foi aos dezesseis anos que ele encontrou alguém que gostava um pouco a mais que os demais colegas. Mimi era uma adolescente beta com cabelos loiros e sorriso bonito, e por mais que não quisesse admitir, ficava feliz pelo gênero dela – significava que seu pai aceitaria o relacionamento deles, Bonhwa respeitava os ômegas e tentava garantir sua segurança, mas Junmyeon sabia que o seu pai nunca o permitiria se casar com um ômega, pois segundo ele: ômegas eram uma parte importante da população, mas ainda assim eram fracos. A menina não tinha um cheiro enlouquecedor para si, mas era algo próximo a flores do campo e Mimi dizia que o cheiro do herdeiro era estranho, mas estranho num bom sentido e ele nunca se incomodou.

Para o seu alivio, seus pais aceitaram Mimi como sua futura companheira, e enquanto Junmyeon trabalhava para se tornar mais forte, com diversas vitaminas para sua saúde e chás, que por conta de um problema na gestação deixava sua imunidade baixa, e treinamentos físicos, tanto na forma humana, quanto na forma lobo, Mimi aprendia a lidar com o fato que provavelmente passaria um cio com o seu namorado.

Demorou dois anos para que Junmyeon entrasse no primeiro cio. E foi a partir desse momento que tudo começou a se modificar.

Junmyeon rosnava preso em seu quarto, e era possível escutar os objetos sendo quebrados naquele lugar, Yang Mi ficou preocupada quando o cio durou mais tempo que o normal. Já tinha se passado mais de dois dias, e seu filho continuava agindo como um animal e em certos momentos era possível escutar o choro do outro lado da porta. E mesmo contra a vontade de Yang Mi, Bonhwa chamou Mimi no quarto dia.

A adolescente tinha dezenove anos, um a mais que Junmyeon, não tinha passado por um cio, afinal, no seu gênero era muito difícil passarem por isso, e tentou dialogar com o mais novo pela porta, dizendo para que ele respirasse fundo, que tentasse se acalmar mas aquilo não parecia surtir efeito. E quando escutou o seu melhor amigo e amante chorando por aquilo, disse ao casal que iria entrar naquele quarto, queria ajudá-lo a se controlar, mesmo que fosse a sua primeira vez. Mimi amava demais Junmyeon para não deixa-lo sofrer daquela maneira.

                O herdeiro se sentiu aliviado quando viu a amiga na sua frente, mesmo que fosse alguns segundos de lucidez, ele a abraçou antes de a beijar. Ninguém saberia explicar, mas quando a loira inalou o pescoço de Junmyeon no abraço após se separarem, sentiu uma fragrância extremamente doce.  E aquilo se confirmou quando suas mãos correram o corpo nu na sua frente, até alcançar as nádegas, e ela enfiou um dos seus dedos dentro do Kim confirmando a sua suspeita... Existia uma lubrificação natural ali enquanto o outro gemia baixinho sentindo-se pela primeira vez desde o início do cio algo o satisfazer.

Kim Junmyeon era filho de um alfa de linhagem pura e a beta mais forte da alcateia.

Kim Junmyeon era um ômega.

________

Foi convocada uma reunião de emergência com os principais conselheiros do chefe da alcateia. Aquela era uma situação atípica, e a continuidade da linhagem dominante dos lobos interferiria não só na transferência do poder mas também em toda a sociedade. Eram cinco homens vestidos em trajes formais e alguns vinham acompanhados de seus filhos que futuramente assumiriam o cargo.

Junmyeon detestava estar sentado naquela mesa ao lado do pai, detestava escutar sua voz fria dizendo que seu único herdeiro não poderia comandar a alcateia. Ele não tinha a soberania de um alfa para lidar com as situações. No final das contas, Junmyeon se submeteria a qualquer outro dominante de gênero.

E aquela ideia o revoltava.

Todos aqueles homens alfas e betas estavam decepcionados. O destino de seus filhos também seguiriam o de Junmyeon, alguns ali estavam sendo preparados pelos pais para futuramente tornarem-se conselheiros da próxima linhagem.

– Nós poderíamos casa-lo. – O conselheiro Lee disse, seus cabelos já eram bancos e seu filho, Donghae já estava sentado ao seu lado na mesa. Em poucos meses, o mais novo Lee assumiria o cargo oficialmente. – Nós poderíamos casar com o filho do Park.

– Ele já é assumidamente um Alfa, e isso implicaria na mudança da linhagem principal. Creio que o Senhor não gostaria disso. – O patriarca Park, Chanhoo, falou. – Além disso, não obrigarei o Chanyeol a se sujeitar a um casamento forçado.

Bonhwa escutava com apreensão. Ao seu lado estavam homens que não tinham a menor pretensão de tira-lo do poder, e ele sabia que poderia confiar em todos. Estava decepcionado pelo gênero de seu filho, não negaria, mas ainda sim tinha desconfiança de sua esposa. Não era possível que Junmyeon tivesse nascido ômega de um cruzamento de alfa e beta.

– Eu não quero perder o poder. – Junmyeon falou, estava nervoso pela primeira vez desde que começou a participar das reuniões do governo. Talvez o pensamento que fosse um alfa o fizesse sentir igual a todos ali presentes, mas agora toda a confiança tinha sido desmanchada. – Eu nasci para liderar a alcateia, e não quero abrir mão disso.

– Mas você sabe que para assumir o poder precisa ser obrigatoriamente um alfa, certo? – O Lee voltou a falar. Era um senhor já de idade que muitas vezes, inconscientemente, o tratava como uma criança.

O ômega era o mais novo dentro daquela sala, mas já entendia como funcionada todo o mecanismo do conselho. Ele queria lidera-los, não ser uma figura ao lado do chefe como sua mãe muitas vezes parecia estar. Claro que ela muitas vezes contribuía com as decisões, mas na maioria das vezes permanecia calada.

– Eu sei, mas também sei que sou o melhor para o futuro. Para o nosso futuro. – Ele comentou firme. Ele poderia não ser dominante como os demais, mas sabia como argumentar. – Vocês também sabem disso, se não já teriam tentado descartar qualquer ideia comigo.

– Você não poderia governar sozinho. – Lee Donghae disse como um sussurro, e todos voltaram a atenção para o provável novo conselheiro. – Ninguém o respeitaria sendo ômega e poderiam tentar roubar o seu poder. – O garoto parecia estar traçando um plano mental.

– Além do mais, tem o seu cheiro. – Choi Minho, o conselheiro mais novo estava sentado ao seu lado. Ele era um beta, e Junmyeon se perguntou se foi escolhido que ele sentasse do seu lado por conta do gênero. – O seu cheiro está mais doce, Junmyeon.

– Isso pode ser disfarçado com cheiro de outro alfa. Com a mordida de um alfa.

Era muita informação e Junmyeon sentia-se tonto. Eram muitos obstáculos e apesar de todo o preconceito com seu gênero, os conselheiros estavam buscando uma solução. Era seu cheiro, seus cios mais constantes... Eram os principais fatores. Algum alfa poderia querer o reivindicar para conquistar a liderança.

– Você poderia casar com alguém de fora da alcateia, um alfa. – A voz de Donghae novamente surgiu como um sussurro e seu pai o encarou surpreso. Ele era um alfa, mas era muito retraído. – E para o resto da cidade você seria um alfa. Ninguém descobriria até que você assumisse a posse da cidade. Uma vez que o seu esposo tornasse chefe da alcateia, ninguém tentaria reivindicar o poder. Você poderá comandar a cidade e gerir, seu esposo só teria a voz ativa de tudo.

– Seu cheiro seria disfarçado com a mordida, teria o cheiro do seu alfa e quando entrasse no cio não precisaria justificar seu sumiço. – Cho Kyuhyun acompanhou o argumento.

– Mas esse alfa tem que ser de nossa confiança. – Park Jungsu falou pela primeira vez, era um homem bonito que quando sorria parecia angelical, mas quando se transformava em lobo agia completamente como uma fera. – Precisamos escolher bem.

O chefe da alcateia escutava a discussão em silêncio. Tinha prometido ao filho que lhe deixaria casar com Mimi, mas tudo tinha mudado. Junmyeon mesmo que negasse o poder, nunca poderia ter um filhote com a menina. Aquilo o frustrava, seu filho estava perdendo a chance de correr atrás de sua alma gêmea, da mesma forma que ele tinha perdido sua chance.

Ele amava sua esposa, mas sabia que existia alguém pelo mundo que era sua outra metade e ele nunca poderia correr atrás de sua alegria.

– Eu faço o que for necessário. – O mais novo Kim disse, suas mãos tremiam sobre o colo. Não queria deixar mais seu pai triste, queria o mostrar que poderia ser um grande líder (mesmo que isso significasse estar a sombra de um esposo).

– Isso leva tempo para ser arrumado, Junmyeon. – O Senhor Lee voltou a dizer.

– Precisamos analisar quem poderá se casar com você. E você provavelmente terá que sair da cidade por conta dos seus cios e seu cheiro. – Cho Kyuhyun complementou.

– Não. Eu tomo o chá, não me importo com as consequências. – Respondeu rápido. Faria qualquer coisa para não ter que se afastar da sua cidade e das pessoas que amavam. – Não me importo, só quero ficar. Preciso começar a gerir as coisas, entender ainda mais para quando me casar poder lidar com as responsabilidades.

Jungsu do outro lado da mesa, colocou a mão sobre as papeladas e o encarou.

– Você sabe as consequências do chá, certo? Você poderá ter a sua saúde debilitada e...– Ele tinha um rosto preocupado. – Você não terá cios mas também não conseguirá sentir mais cheiros, muito menos conseguirão sentir o seu. Junmyeon, se você encontrar a sua alma gêmea você não conseguirá identifica-lo.

Junmyeon afirmou com a cabeça e seu pai se detestou. Estava levando o próprio filho para o abatedouro. Tinha proibido aquele chá na cidade, e agora estaria dando o seu filho. Bonhwa sabia que sua esposa ficaria decepcionada com aquela decisão, da mesma forma que ele estava, mas mesmo assim acabou dizendo:

– Estão todos de acordo com a situação? – Todos os cinco membros do conselho confirmaram, Park ChanHoo, Park Jungsu, Choi Minho, Lee KyuWoon e Cho Kyuhyun. E inclusive Junmyeon confirmou, mesmo sabendo que a pergunta não era para si. – Então tá decidido o futuro de Kim Junmyeon de acordo com os membros do conselho. Reunião terminada.

________

Afastada da cidade, uma pequena cabana existia conforme os tempos antigos. A construção era feita de palha amarrada grandes folhas de árvores jogadas em seu teto.

Junmyeon não queria estar ali.

Seu pai era o primeiro a caminhar entre a floresta, Junmyeon sentia-se feliz, mas ao mesmo tempo nervoso... Seu lobo estava alegre pela liberdade de forma, tinha percorrido alguns quilômetros em alta velocidade e ele por alguns minutos fingiu que estava livre. Seus pelos acinzentados eram incomuns na alcateia e isso o fazia se sentir mais contente... Sua cor era única.

Ele tinha sido instruído a permanecer como lobo, enquanto seu pai voltava a forma humana e entrava na pequena cabana, ele estava nervoso como seu pai. A sua audição estava aumentada, mas mesmo assim não conseguia escutar o que acontecia dentro daquela cabana.  

Quando o mais velho Kim sinalizou da porta da cabana que era para se juntar, Junmyeon respirou fundo. Era difícil voltar a forma humana, sentia muita dor ao retrair o corpo, e tinha que controlar toda a agitação que seu lobo proporcionava, olhou suas patas e as imaginou voltando lentamente até que voltassem a se tornar sua mão e com isso enxergou sua mão branca segurando a terra macia.

Mesmo nu, Junmyeon caminhou em direção a cabana e pode perceber que seu pai agora vestia uma calça que aparentava ser de moletom. Estava frio, ele sabia, mas não conseguia sentir-se tão debilitado quanto os humanos comuns, para si, o frio só o machucaria quando chegasse a temperaturas muito abaixo de zero.

Dentro da cabana era pior. O local tinha uma lareira acendida, mas tinha várias plantas e papeis jogados por todo o local. Era como se alguém vivesse constantemente lutando com o que existia dentro daquele lugar.

– Prazer em conhece-lo, Junmyeon. – Uma mulher surgiu atrás de uma cortina. E ela lhe jogou uma calça igual a que seu pai vestia. Sem se importar, vestiu a peça ali mesmo, ignorando o olhar da mulher.

O mais novo apenas mexeu a cabeça, sabia quem ela era e o motivo de estar ali, mas a aparência dela ser tão nova o surpreendeu. Quando ela se aproximou e tocou seu maxilar, Junmyeon deu um passo para trás, mas não conseguiu se desvincular.

– Você é muito belo, principezinho. É uma infelicidade os espíritos animais terem o amaldiçoado.

– Cala a boca. – Rosnou o chefe da alcateia. – Ele não tem culpa das merdas que fiz no passado.

A mulher riu e Junmyeon deu mais dois passos para trás. Estava aterrorizado. As garras do seu pai estavam exibidas, as unhas tinham crescido. Seu pai odiava aquela mulher, dava para enxergar em seus olhos ainda avermelhados... Mas ela era a única que poderiam lhe ajudar.

– Sou amaldiçoado? – Perguntou num fio de voz.

Seu pai estava ao seu lado e parecia tentar se acalmar. Ele não poderia perder o controle ali, destruiria aquela cabana e tudo que tinha dentro, e poderia machucar a mulher, está que não parecia se intimidar.

– Eu lhe avisei Bonhwa, e lhe avisei que você me procuraria para lhe ajudar. – A mulher se jogou na cadeira frente a mesa onde restava alguns papeis e ervas, os recolhendo. – E esse momento chegou.

– Soyu... – O mais velho disse, e a bruxa sorriu.

– Implore, Bonhwa. – Ela disse com um sorriso sádico no rosto, Soyu estava se divertido com aquela situação... Ela tinha esperado quase vintes anos por aquele dia.

Não foi preciso repetir. Pela primeira vez na vida, Junmyeon viu seu pai se ajoelhar frente a outra pessoa e em seguida abaixar o rosto até o chão. Tudo aquilo por sua causa, seu pai estava se humilhando por causa do seu filho. Para um alfa aquele era o maior ato de vergonha que realizaria.

– Me desculpe, Soyu... Por favor, nos ajude.

– Está ótimo, Bonhwa. – A mulher disse, e incrivelmente seu rosto estava sério. Não existia tom de deboche, muito menos de ridicularizarão, no fundo, Junmyeon agradeceu por isso. – Oh, principezinho. Você nascer ômega foi uma forma de punição ao seu pai... Mas não vamos falar disso, há coisas que devemos revelar somente nas horas certas. – Soyu deu os ombros, e se aproximou da lareira. A mulher se movimentava com rapidez pela cabana, e foi nesse momento que Junmyeon percebeu que existia algo em cima das brasas. – Estava preparando para você. – Disse contente. – Sabia que viria me conhecer.

– Como você sabia? – O mais novo voltou a repetir, e nesse momento ele percebeu que seu pai estava próximo a porta, como quisesse evitar ficar próximo daquela mulher.

– Eu sempre soube que viria. E o vi no fogo correndo até mim, e resolvi adiantar o que você veio procurar. Agora, sente-se querido. – Indicou o centro da cabana, em cima de alguns tapetes. – O chá está quase pronto.

Junmyeon observava a mulher caminhando rapidamente pela cabana e recolhendo algumas ervas e jogando dentro de uma jarra ao fogo, ele estava nervoso e o cantarolar de Soyu o deixava cada vez mais aflito. Ela não era completamente sã, disso ele tinha certeza, mas apesar da primeira reação do seu pai diante a bruxa, ele parecia confiar no que a outra dizia.

Soyu parou a sua frente e pintou seu rosto com riscos marrons, os quais foram descendo pelo seu pescoço, ombros, abdome e parou em cima do seu ventre. Ele não entendia o que aquele ritual significava, acreditava que o chá fosse somente uma bebida mas a bruxa parecia estar desenhando sua pele.

– Estou pedindo para que os espíritos animais o protejam após ingerir o chá. – Ela murmurou baixinho, como se fosse um segredo dos dois, mas ele sabia que seu pai estava escutando. – Você deve beber de uma vez só e desmaiará após ingerir, e deverá ingerir cada mês na lua cheia. Mas lembre-se, não tome mais de três vezes além dessa dose.

O mais novo anuo, ele estava nervoso. Queria dizer que desistiria daquela loucura, mas Soyu segurou a sua mão enquanto se ajoelhava a sua frente. Ela passou a mão pelos seus fios negros, acariciando e beijou o topo de sua cabeça. Quando Junmyeon pegou o pequeno copo de bamboo com a bebida quente, olhou ao seu pai e olhou a jovem bruxa. Ela sorriu para si, dando apoio e ele virou a bebida de uma vez só como foi indicado... A bebida era amarga e Junmyeon sentiu-se enjoar no mesmo momento.

Ele queria botar toda aquela bebida para fora no mesmo instante, mas seu corpo parecia fraquejando. E quando ele ingeriu a última gota, seu corpo perdeu completamente a força e desmaiou.


Notas Finais


Estou nervosa lol O que acharam? Espero que tenham gostado <3
Estou no:
- http://curiouscat.me/yehunnie
- https://twitter.com/yehunnie
- https://ask.fm/ohhtwi
Até mais <3


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