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História Amigas de Infância - Como entender?


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 63 - Como entender?


POV MARINA

- Oi Marina, demorei um pouco mais do planejado para voltar, me desculpa!

- Tudo bem, ainda são 17h, dá tempo de fazermos algo, topa?

- Claro, vou tomar um banho e saímos para jantar, que tal?

- Por mim fechado, vou também tomar um banho e me trocar.

Eu e Manuela saímos para jantar em um restaurante perto de sua casa mesmo, era um lugar muito confortável e aconchegante. Nos sentamos junto à uma mesa no segundo andar do restaurante, com uma vista incrível da cidade. Fizemos nossos pedimos e começamos conversar até que me telefone anunciou uma nova mensagem:

MENSAGEM ON

- Nina, chego amanhã por volta do meio dia, me espera?

- Claro Enzo, estarei lá. Até amanhã!

- Até. Beijos!

MENSAGEM OFF

- Ari, tenho que te falar uma coisa.

- Fala linda.

- Amanhã Enzo vem para cá, ele e eu precisamos conversar, como te disse, nossa relação de amizade já não é mais a mesma coisa e ele quer explicar o que está acontecendo e porque anda agindo estranho ultimamente. Queria saber se tem problemas dele ficar na sua casa? Caso contrário posso ir para um hotel com ele.

- Imagina, não tem problema algum!

Ficamos conversando mais algum tempo, pagamos a conta e saímos para caminhar. Manuela estava estranha, distante, havia acontecido algo depois que ela saiu de casa e eu precisava saber o que era.

- Manu, está acontecendo algo?

- Algo tipo o que?

- Sei la, está estranha, distante. É porque Enzo vai vir que você ficou assim?

- Não linda, é algo pessoal mesmo, não se preocupa.

- Eiii, você me ajudou e me deu apoio quando mais precisei, quero poder retribuir.

- O que você faria se estivesse fazendo algo que está prejudicando a felicidade de outras pessoas, apenas para poder proteger sua vida e de sua família?

- Que pergunta complicada é essa? O que está aprontando mocinha?

- Não é nada, mas preciso achar uma resposta para essa pergunta que só me atormenta.

- Me conta, confia em mim.

- Marina é complicado, mas eu estou sofrendo ameaças constantemente, já tentei enfrentar a pessoa, porém ela promete acabar com a minha vida e com a da minha família. Essa pessoa ordenou que eu fizesse algumas coisas, as quais ela acha que estão sendo feitas, porém até agora não fiz nada e nem pretendo porque estarei comprometendo a felicidade de outras pessoas. Tenho medo que ela descubra que estou descumprindo suas ordens e faça o que prometeu. Resumindo, ou eu cumpro que ela ordena e comprometo a felicidade de outras pessoas, ou eu a desmascaro e a minha vida e de minha família corre risco.

- Que situação, você não pode deixar isso assim. Já pensou em ir até a delegacia e registrar um Boletim de Ocorrência? E porque essa pessoa está fazendo essas chantagens justo contigo?

- Bom, digamos que fiz coisas erradas no passado e ela sabe disso e possui provas. Eu hoje me envergonho disso, mas na época eu só queria crescer financeiramente.

- O que foi que você fez?

- Trabalhava com essa pessoa em uma construtora aqui de Los Angeles, ela era como uma espécie de supervisora minha. Eu ainda era nova, recém estava começando trabalhar e minha família era muito carente, queria dar a eles, o que sempre batalharam para conseguir mas nunca obtiveram. Ela queria a todo custo se enriquecer também. Foi quando me fez uma proposta, praticamente irrecusável. Desviaríamos dinheiro da empresa para contas nossas, lógico que a minha parte era muito menor que a dela, porém me faria ter dinheiro rápido e muito além de meu salário. Como era responsável pela parte administrativa e financeira, não era tão difícil burlar os sistemas e notas fiscais. Fizemos isso por um bom tempo, até que a construtora foi a falência.  Ela foi embora de Los Angeles para Miami, viveu uma vida de pleno luxo, até que gastou tudo que havia conseguido desviando dinheiro, teve que voltar a trabalhar e começar novamente por baixo. Eu fui morar na França, apliquei meu dinheiro em uma casa de eventos e baladas e obtive muito retorno disso, comecei trabalhar honestamente e ganhar meu dinheiro, mas nunca me perdoei pelo que havia feito. Meus negócios até podiam ser agora honestos, só que a forma como comecei foi super desonesta. – Manuela começou chorar, a abracei tentando passar conforto e confiança.

- Continua.

- Ela veio atrás de mim e começou me ameaçar, porque viu o quanto eu havia me dado bem na vida, digamos assim. Me contou que novamente iria aplicar esse golpe em outra empresa , queria minha ajuda e eu não deveria dizer que não porque ela tinha provas o suficiente para me incriminar, enquanto eu não tinha nada além da minha palavra para acusa-la e ainda me contou que sabia que sou completamente apaixonada por uma pessoa que conheci na França, a qual nunca tivemos nada por não saber do meu amor e nem da minha existência, e que por coincidência do destino essa pessoa estaria envolvida na história, já que é filha do dono da empresa que ela estava trabalhando, o amor da minha vida está envolvida nessa historia toda e não sabe ainda, mas já está sofrendo as consequências. E ainda por cima, depois de conseguir tudo que deseja, quer me forçar a ficar com ela, porque diz me amar e não me deixará ficar com mais ninguém.

- Você fala tudo com o gênero feminino, essa pessoa que te ameaça é uma mulher?

- É sim Marina, mas não peça mais nada, não posso me condenar assim.

- E essa pessoa que você ama, já sabe desse seu amor? Não seria mais fácil contar tudo à ela? Se você e sua família correm risco, provavelmente ela também.

- Não é tão fácil, ela nunca soube do meu sentimento, sempre a amei escondida, morávamos na mesma cidade, vivíamos perto, mas eu nunca tive coragem de chegar nela por medo da rejeição e agora menos ainda, como irei chegar e contar isso e ainda, dizer que ela está correndo risco de vida e que estou metida no meio dessa confusão?

- você tem razão, mas acho que seria o melhor a se fazer. Se você tiver que cumprir alguma pena pelo que fez no passado, que seja logo, assim se livra das ameaças e não prejudica terceiros, desmascara ela, não a deixe te usar.

- Eu já pensei em fazer isso e não tenho medo de ter que cumprir alguma pena pelos meus erros, ou ela acabar com minha vida, meu medo é perder minha família e as pessoa que eu amo.

- Ei, eu vou te ajudar, acharemos uma solução, mas preciso que me conte essa história por inteira, sem omitir nada.

- Não posso Marina, tenta me entender, não por enquanto. Só fica comigo e não me deixa sozinha.

- Já te disse que ficarei, você não irá ficar só.

- Vamos para casa? Preciso ficar um pouco isolada de tudo.

- Até de mim?

- Por uns minutos sim, até de ti.

Fomos para a sua casa em silencio o todo. Assim que entramos, Manuela estava indo em direção ao seu quarto, quando lhe chamei:

- Manu

- Oi Nina

- Posso te dar ao menos um abraço de boa noite?

- Sim, claro que pode, não precisa nem pedir.

Abracei-a por alguns minutos, um abraço apertado e cheio de carinho. Comecei fazer carinho em seus cabelos, afastei um pouco e fiquei olhando em seus olhos, me perdendo naquela beleza que ela tinha. Naquele momento ambas estavam sensíveis, carentes. Eu queria muito ficar com ela. Fui me aproximando, encostei nossos lábios, comecei dar alguns selinhos, até que ela me afastou.

- Não podemos Marina.

- Porque não? Você não quer ficar comigo?

- Há inúmeros motivos para não fazermos isso.

- Cite algum plausível.

- Você ama Pâmela. Ficaria comigo pensando nela, mesmo que involuntariamente.

- Eu não faria isso contigo jamais.

- Marina, eu gostaria muito disso, mas não é o momento.

- Estamos sozinhas, solteiras e ambas querem, não entendo você.

- Não precisa me entender, apenas aceita que agora não podemos, quem sabe mais pra frente, não vamos misturar as coisas.

Manuela saiu andando e me deixou com cara de quem não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo, quem sabe ela realmente tinha razão e não era o momento de nos envolver, afinal eu ainda amava outra e pelo que me falou também gostava de uma pessoa.

O dia amanheceu, acordei cedo e dessa vez quem preparou o café fui eu.

- Bom diaaa. – Manuela apareceu na cozinha com a maior cara de sono, porém já vestida para sair pelo jeito.

- Bom dia, dormiu bem?

- Podemos dizer que não dormi duas horas essa noite, esse assunto ronda meus pensamentos direto.

- Já disse que vamos fazer algo a respeito.

- Não Marina, você não entende como é perigoso? Não quero que se meta em minhas coisas – Manuela falou exaltada e saiu batendo a porta sem ao menos dizer aonde ia.

Tomei meu café, tirei o pijama, coloquei uma roupa mais confortável e fiquei no quarto mexendo no celular enquanto esperava dar a hora de ir buscar o Enzo. Olhava para a tela e em um instante desejei profundamente receber algum sinal de Pâmela, mas nada, ela havia sumido de vez da minha vida.

O relógio marcava 11h, me troquei, chamei o táxi e fui rumo ao aeroporto. Confesso que estava morrendo de saudades do Enzo, apesar de nosso namoro não ter dado certo, nos dávamos muito bem como amigos e aquelas atitudes dele me magoaram muito, nem ao menos me deu uma explicação, aliás ultimamente é assim mesmo, as pessoas me magoam, somem e sem motivos aparentemente.

Deu meio dia e o voo dele foi anunciado, logo o vi na esteira das bagagens, pegando as suas. Fiquei parada até que ele começou andar em minha direção. Ficamos nos olhando, frente a frente, seus olhos pareciam marejados. Não conseguia ver maldade, nem raiva, muito menos ódio ou rancor dentro deles, o que me fazia crer que não havia tido motivo para ele se afastar de mim como fez. Depois de alguns segundos, que pareciam não passar, esboçamos nenhuma palavra. Senti as lágrimas se aproximarem, então, para que ele não as visse, abaixei o rosto, ele rapidamente veio em minha direção e me abraçou, como era bom sentir seu abraço novamente.

Após ficarmos abraçados, pegamos outro táxi e fomos em direção à casa da Manuela, a qual eu nem sabia se ainda me queria por la, depois do que fez de manhã.  Tanto eu quanto Enzo, já estávamos um pouco mais calmos. Manuela estava lá e o almoço estava pronto. Ela foi logo cumprimentando o Enzo e o fazendo se sentir em casa. Almoçamos os três juntos.

- O almoço estava delicioso.

- Obrigada Enzo.

- Tenho que concordar, estava ótimo.

- Valeu Marina. – ela continuava estranha comigo.

Não faltava mais nada. Me acerto com um e a outra fica estranha, como entender?



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